Sempre fui atraída por personagens polêmicos e problemáticos, vide meu amorzinho por Snape e Heathcliff, por isso quando vi que a Netflix disponibilizou a série Lucifer corri para assistir. Lúcifer é baseado no personagem saído dos quadrinhos de Sandman, de Neil Gaiman. Assim como na HQ da DC/Vertigo a série apresenta o diabo como um anti-herói que questiona os desígnios divinos e defende o livre arbítrio entre a humanidade. 

Acho que a essa altura todo mundo já sabe que eu simplesmente vou atrás de tudo que tenha o nome Neil Gaiman no meio, né? HAHAHAHAHAH. Então quando eu soube que ele ia lançar um livro recontando os principais mitos da mitologia nórdica, que eu não conheço nadinha, soube que era a OPORTUNIDADE DE OURO pra mudar isso.

Mitologia Nórdica é um livro de acabamento maravilhoso (CAPA DURA, MINHA GENTE!!), todo gracinha e com aquele estilo narrativo que quando você lê já sabe logo que é do moço, mas os mitos em si.....minha nossa. Olha, eu tô acostumada com as bizarrices nos mitos gregos e, além disso acompanho a série Magnus Chase (que é baseada na mitologia nórdica), então achava que não tinha como eu me surpreender mais e que eu finalmente ia entender como certas coisas que são citadas nessa série aconteceram.

Pois isso não aconteceu.

Depois de um mês de preparação aqui no blog com posts especiais,e depois de meses acompanhando o twitter vendo coisas sobre os atores, os personagens, ESTREOU  AMERICAN GODS!

Enquanto eu lia Deuses Americanos, eu ia percebendo uma coisa que, até essa fala, eu ainda não tinha parado pra refletir muito bem: a forma como os deuses são retratados na história. Eu só sabia que era algo diferente de tudo o que eu tinha visto até então e GENTE. EU JÁ VI MUITA COISA. Onde tem deuses e mitos (de qualquer panteão que seja) eu tô lendo ou assistindo, não importa o quê. Então posso falar com propriedade: eu nunca vi uma abordagem como essa.

Acho que já deixei bem claro o quanto eu amo o Neil Gaiman muitas vezes nesse singelo site, não é mesmo? Pois bem. A cada nova história que eu conheço dele, mais esse amor aumenta e Alerta de Risco, uma coletânea com diversos contos, entrou nessa conta.

E é tudo com a marca registrada dele: coisas bizarras, misteriosas, assustadoras e muitas vezes sem pé nem cabeça HGUIDFHGIUDFHGIFDHGIDFHGD

Como uma boa fã de Neil Gaiman, corro atrás de absolutamente tudo o que tenha o nome dele envolvido e com Criaturas Estranhas não foi diferente. Uma coletânea de contos escolhidas a dedo por ele, com o tema animais fantásticos? TÔ DENTRO

E ainda bem que lutei arduamente por esse livro (só deus sabe o quanto pode ser difícil pedir livro de parceria numa equipe com 9 pessoas e uma regra de duas pendências no máximo HFUHIFHGIFHDIGD), porque conheci umas história maravilhoooosaaaas.

Eu falei aqui sobre escrever a Codes (hacker au) e que depois de todo o processo de escrever, planejar, editar, etc - eu finalizava e colocava na pastinha pras minhas amigas lerem. Isso era o fim. Só que às vezes eu lembrava que algo poderia ter sido melhor. E agora, José?

A primeira vez que isso aconteceu foi em uma cena como uma leve gordofobia. A personagem se veste pra ~seduzir~ e eu escrevi tipo:

Então, no meu último Clube de Escrita eu ia colocar esses links, mas acabou ficando meio grande e eu pensei: e se eu fizer um separado com as coisas legais sobre escrita que eu saí acumulando nessa semana? Uma coisa que eu tava pensando enquanto escrevia meu último post que muita dica que a gente vê por aí parece algo "tá, ok", mas às vezes no meio do desespero da escrita, quando tudo parece perdido... EIS QUE SURGE A LEMBRANÇA DE QUE FULANO FALOU X COISA E ME SALVA. 

Quando eu li essa palestra, eu achei ela muito importante. Quis imediatamente cortar pedaços e espalhar pelo mundo (o que eu fiz). O tempo passou, esqueci da existência e fui ver a tradução que a Lorena fez para o ConversaCult. NOSSA SENHORA, O NEIL GAIMAN É DESTRUIR! Ele traz dados sobre a importância da leitura, ou sobre o nosso contato com informação. Ele também fala sobre imaginação. Criação. Transformação. Compreensão. As pessoas deveriam estar lendo isso na escola. E agora EU QUERO MUITO TER UMA BIBLIOTECA. 

Deixo você com a transcrição da palestra e o vídeo original, caso você prefira assistir. Infelizmente não tem legenda. :(

Hoje, recebi esse discurso em mãos, na forma de um livro enviado como cortesia pela Intrinseca. E eu descobri que se eu tivesse vencido minha preguiça ao menos naquela vez, talvez hoje eu estivesse em uma situação bem melhor. Talvez eu não me cobrasse tanto pelos meus erros. Talvez eu já tivesse encontrado a minha forma de fazer boa arte.

Neil Gaiman é uma pessoa tão sensacional que eu nem sei por onde começar a elogia-lo. Se você frequenta o ConversaCult, é provável que já tenha seus motivos para gostar desse cara. Mas só para garantir, eu vou dar mais alguns.

Por sua ampla versatilidade profissional, é muito difícil cobrir as competências de Gaiman de forma sucinta. Fiz o melhor que pude.

Nesse mar de longos livros, o conto é uma arte em extinção. Formato que serviu de porta de entrada para tantos grandes autores no meio literário, e que serve até hoje para nos apresentar a jovens com potencial através de antologias coletivas. É pecaminoso assumir que nós não lemos tantos contos quanto deveríamos.

Sabiam que a ganhadora do Nobel do ano passado, Alice Munro, é uma contista? Esta mulher alcançou a consagração máxima da arte de escrever sem nunca ter publicado uma história longa.

Claramente contos têm mais potencial do que o crédito que normalmente damos a eles, então que tal dar uma chance a esses títulos aqui?

por Isabelle Fernandes

Mini-crítica - Resumo: 

Era uma vez um menino, que aos sete anos de idade, viu o seu mundo virar de cabeça pra baixo. Seu quarto favorito foi entregue para um novo inquilino, o minerador de opala, enquanto sua mãe voltava a trabalhar. As coisas não estariam tão ruins, até este mesmo homem ser encontrado morto dentro do carro do seu pai, numa estrada deserta. A partir daí, coisas horríveis passaram a acontecer e somente ele e uma estranha menina poderiam resolver isso.

Essa é a premissa de O Oceano no Fim do Caminho, que tem tudo aquilo que uma obra do Gaiman lindão possui: coisas misteriosas e fascinantes, gente esquisita, magia e uma dose de amor, de todos os tipos. Este é o tipo de livro que você devora em um dia pelo número pequeno de páginas e pelo andar da narrativa, que te deixa perplexo, emocionado e agitado a cada página.

Quer saber mais? Clique aqui.