autor brasileiro Cantigas no escuro

Estante Nacional #7: Iris Figueiredo

16.7.18Taiany Araujo


Vocês estavam com saudades do Estante Nacional? Eu estava, apesar do nosso último post não ter saído faz tanto tempo assim. Aqui eu posso não só conhecer mais coisas sobre esses autores incríveis como também sobre as dores e alegrias do processo de escrita. E para oferecer outra perspectiva, nossa convidada de hoje é a fofíssima Iris Figueiredo. 

Confesso que dei pulinhos e gritinhos quando ela aceitou embarcar nessa com a gente, quem me acompanha no twitter sabe o quanto sou tiete da Iris e do Vitor Martins, dois babies. Inclusive escrevi uma resenha sobre o novo livro dela aqui. Só leiam gente, é um hino!

Uma das coisas que mais me chama atenção na Iris, além do seu sorriso radiante, é sua preocupação em divulgar a literatura YA, esclarecer sua importância e relevância. Ela tá sempre no twitter e no instagram respondendo sobre, apresentando livros e autores, dizendo que esse é instrumento que dá voz aos jovens (nós), e que sem ele provavelmente ela não seria quem é hoje. Além disso, a Iris se preocupa em discutir saúde mental, de forma sensível, consciente e real. Nem é gente, é anjo.

Vocês falariam não para essa fada?
Nascida na região metropolitana do Rio de Janeiro em 1992, onde vive até hoje, é formada em Produção Editorial pela UFRJ e pós-graduada em transmídia. Já atuou em diversas áreas do mercado editorial e manteve por muitos anos o blog Literalmente Falando. Mas sua história com o universo literário começou muito antes disso. Ainda bebê seu pai a presenteou com um livro de pano repleto de imagens, como se soubesse que os livros teriam uma participação especial na vida da família. Então sem mais delongas, vamos ouvir o que ela partilhou com a gente.

1 - Como e quando você começou a escrever?

Escrevo desde muito nova, sempre quis ser escritora. Mas terminei meu primeiro livro aos 17 anos - publiquei aos 19 -, e desde então não parei!

2 - Quais os livros que você já escreveu? Comente um pouco sobre eles com a gente.

Sou autora de quatro romances: Dividindo Mel, que está fora de catálogo; a duologia Confissões On-line (Bastidores da minha vida virtual & Entre o real e o virtual), publicado pela Editora Generale; e o mais recente, Céu sem estrelas, lançado pela Seguinte.

Meus livros são histórias contemporâneas sobre jovens na transição entre adolescência e fase adulta, tentando encontrar seu lugar no mundo e se descobrirem. Seja através do amor, através das dores ou decepções. Todos os personagens estão interligados de uma forma ou de outra, as minhas histórias se conectam. Gosto desse "universo compartilhado".

Também publiquei recentemente um conto na coletânea "Cantigas no escuro", que faz parte do projeto de MBA de uma amiga. Foi minha primeira incursão no terror.

3 - Você possui alguma rotina pra escrever?

Não! Meu processo é muito orgânico e não tem hora para acontecer. Eu vou estudando os temas que quero mencionar, vou fazendo anotações e tentativas, juntando todo o material e criando a história na minha cabeça. Quando acerto o tom do começo, consigo escrever numa só tacada. Não sou daquelas que senta todo dia para escrever, mas não significa que não esteja produzindo o tempo inteiro. Só que eu considero que a escrita vai muito além de sentar e digitar, pra mim é um conjunto enorme de coisas que preciso fazer antes mesmo de colocar em palavras.

4 - Quando você resolveu publicar um livro seu? Quais foram as dificuldades que encontrou? 

Publicar sempre foi um sonho, mas nunca considerei que fosse possível. Escrevi meu primeiro livro, Dividindo Mel, porque queria desabafar sobre um término. Compartilhava a história com minhas amigas no MSN. Não fui atrás da editora, foi um pouco de sorte. Na época eu tinha um blog de livros e uma editora pequena me perguntou se tinha algo escrito. Enviei DM pensando que eles iam odiar, mas acharam a história legal e resolveram publicar. A maior dificuldade foi que a editora fez uma tiragem minúscula, o livro não era distribuído etc. Levo como aprendizado e um primeiro passo, também foi legal porque não precisei pagar pela publicação, mas acho que hoje em dia teria esperado um pouco mais.

5 - Como você definiria seus livros pra quem nunca leu?

São histórias sobre amadurecer e se encontrar. Livros com uma identidade bem brasileira, próximos da nossa realidade, e onde família e amizade são muito importantes.

6 - Como foi o processo de definir a sua identidade no meio literário? 

Não sei bem se tenho uma identidade. Estou em constante mudança e isso reflete no que escrevo, mas sei que quero escrever histórias para jovens que tragam um pouco da nossa realidade. Gosto muito de falar sobre saúde mental, então acho que essa é uma marca que aparece nos meus livros. Mas não sei se considero uma "identidade".

7 - Dentre suas histórias, qual sua favorita? Porquê?

Sempre digo que meu livro favorito é o mais recente, simplesmente porque acho que a cada um deles eu evoluo mais como autora. Céu sem estrelas foi a história que sempre quis contar e trata de temas muito próximos da minha realidade, então talvez ele continue sendo especial mesmo que eu escreva outro livro que considere melhor. Mas não gosto muito de escolher um preferido! Todos foram muito especiais para mim em contextos diferentes, serviram como válvula de escape e me ajudaram.

8 - Quais suas inspirações?

Minha maior inspiração é a Sylvia Plath. Gosto muito da poesia dela e o único romance que ela escreveu é meu livro favorito, continua a me inspirar todos os dias. Quando terminei de ler, fiquei pensando "é isso que quero trazer para alguém, quero que a pessoa consiga sentir todas as minhas palavras na própria pele, quero transmitir meus sentimentos de forma crua e verdadeira no papel". Acho que ela tinha muita verdade no que escrevia, então me inspiro muito nisso: transmitir sentimentos reais, de forma honesta.

9 - Um autor nacional que você acha que todos deveriam ler?

Eu sou completamente viciada no Vitor Martins. Ele equilibra humor e drama na medida certa. Acho que no momento é meu autor de YA nacional favorito! Mas preciso mencionar outros colegas de escrita que são supertalentosos e mais gente deveria conhecer, porque o Vitor já é queridinho de todos: Olívia Pilar, Bárbara Morais, Solaine Chioro e Mary C. Müller.

10 - Qual a maior dificuldade do mercado editorial brasileiro?

Nossa maior dificuldade é fazer os livros chegarem ao país todo. Temos um território enorme, muitos problemas de distribuição. Há muitos potenciais leitores, mas nem sempre eles conseguem ter acesso ao livro.

11 - Qual a importância de um agente literário para quem quer publicar seus livros por editora?

Minha agente, a Taissa, é incrível. Ela gerencia minha carreira, cuida de toda a parte burocrática, faz a ponte entre a editora e eu, além de ajudar a apresentar meu texto da melhor forma. O agente ajuda o autor a se preocupar com o que realmente importa: a escrita.

12 - Uma lembrança querida da carreira?

A primeira vez que uma leitora me contou o quanto um livro meu a havia ajudado a lidar com uma situação difícil. Ela lidava com automutilação e tinha um péssimo desempenho na escola. Em uma leitura conjunta no colégio de um dos meus livros, ela percebeu que precisava pedir ajuda e foi procurar alguém na escola para falar sobre como estava se sentindo. Eu acho a coisa mais linda como a leitura mexe com a gente e pode transformar. Gosto de saber que meu texto foi uma sementinha disso! Isso mostra também a importância de levar esses temas às escolas.

13 - Quais seus projetos para o futuro?

Estou sempre trabalhando em ideias. Quero escrever histórias sobre alguns personagens que aparecem em Céu sem estrelas, mas não sei exatamente quando isso vai acontecer. Vou escrevendo um dia de cada vez e deixando as histórias tomarem seu próprio rumo! 

***

Reiterando o que a Iris disse ali em cima, só pra não ficar dúvidas: ela é autora da duologia "Confissões On-line": Bastidores da minha vida virtual (2013) e Entre o real e o virtual (2015). Seu livro mais recente é "Céu sem estrelas" (2018). Estreou na literatura com "Dividindo Mel" (2011) e publicou contos nas antologias "Meu amor é um anjo" (2011) e "Cantigas no escuro" (2018). E já resenhamos alguns de seus livros aqui no site, então cliquem nesses links a seguir e confiram o que achamos sobre as histórias.





Vocês também podem encontrar informações sobre seu livro mais atual aqui:
https://www.companhiadasletras.com.br/detalhe.php?codigo=55152


Encontrando a Iris Figueiredo nas redes sociais:

twitter.com/irisfigueiredo

instagram.com/irisfigueiredo

https://pt-br.facebook.com/autorairisfigueiredo/



E para encerrar com uma supresinha deliciosa, essa semana tem EVENTOS DE CÉU SEM ESTRELAS (ehhhhhhhh)

Rio: 22/07 (15h) - Travessa de Botafogo

Niterói: 28/07 (16h) - Saraiva do Plaza Shopping


Quem for ganha abraço (eu quem tô dizendo), autógrafo, carimbo de fusca e uma fotinha com a Iris.


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