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Por que precisamos de mais mulheres escrevendo mulheres?

3.4.15Dana Martins

aka Vamos conversar sobre essa história de que homem tem que calar a boca no feminismo (e representatividade e outras coisas)


O João fez um texto sobre Eleanor & Park com X-Men, onde coloca a citação seguinte sobre um homem falando como prefere personagens mulher: 

"Ele não gostava tanto quando as personagens femininas seguiam esse padrão masculino de força bruta, mas preferia que elas usassem atributos próprios da mulher - agilidade, flexibilidade, raciocínio lógico, atenção mais aguçada, capacidade de fazer várias coisas ao mesmo tempo - como fonte de poder."

De cara, isso me irritou muito. COMO ASSIM O QUE O HOMEM PREFERE QUE A MULHER SEJA? Quando isso aconteceu, eu meio que me senti no papel de todas aquelas pessoas que querem expulsar os homens no movimento feminista. "Você pode fazer parte, mas cala a boca" Não é essa a minha visão do feminismo, então eu fiquei tipo... caramba, o que tá acontecendo aqui? Por que eu fiquei irritada com isso?

o que tá acontecendo comigo? o que tá acontecendo com o mundo? COMO SALVAREI LAURA? não, pera


*respira fundo*

Tudo bem, eu entendi o que ele quis dizer e acho que ele tem direito de dizer o que prefere, também acho super importante isso de valorizar outros tipos de força, os tais "atributos femininos". Eu falo sobre isso no post de 5 problemas da má representação da mulher, que é a minha primeira resposta ao texto de Eleanor & Park do João, então vamos em frente. Agora eu me pergunto: se fosse uma mulher dizendo eu teria a mesma reação?

Não e sim. O não é porque eu entenderia que a pessoa está alertando para a importância de valorizar o que é considerado feminino, como o João mostra no texto. Em vez disso, eu li o texto como "a representação da mulher que é mais prazerosa para o homem", como se o único objetivo da mulher na história fosse satisfazer o que o homem acha melhor. E sim porque esses tais atributos femininos não me representam.

"Mulheres precisam ficar peladas para entrar no museu Met.?
Menos de 5% dos artistas na seção de Arte Moderna são mulheres, mas 85% dos nus são de mulheres."
No museu nós vemos a visão dos homens sobre as mulheres. 

Eu, Dana, mulher, que não quero ser homem, sempre me identifiquei com o personagem fisicamente forte. E eu posso não ser tão forte quanto o meu irmão, mas eu sou fisicamente forte. Mesmo sem querer. Cresci sendo traumatizada por tentar fazer gestos amigáveis tentando tocar, sei lá, no ombro de alguém e a pessoa quase morrendo por causa da minha "mão pesada". Essa história de flexibilidade e agilidade não funciona comigo, o meu estilo é mais para "passa como um trator por cima de tudo". 

Dos Vingadores do MCU, eu me identifico mais com o Thor, o Capitão América, o Hulk e o Homem de Ferro. Eu seria qualquer um desses, menos a Viúva Negra. Eu acho a personagem incrível e foda, mas eu não lutaria com as pernas arreganhadas dançando ballet e nem seria uma boa espiã. (Nem seria o Gavião Arqueiro, só pra constar)

Como a afirmação do homem era sobre fantasia, aí também eu não me vejo representada. Normalmente nesses grupos de fantasia você tem o elfo, o humano, o anão e a bruxa. A mulher é sempre a bruxa mágica (olá, Feiticeira Escarlate, segunda super-heroína nos Vingadores). Eu nunca me identificava com a bruxa, ou com o elfo (porque minha mira é terrível), eu sempre acabava com o humano porque ele é uma boa mistura, o anão às vezes é meio limitado a perto e é lento. Enfim...

foi só digitar "rpg group" e "rpg party" no google. Repare que nesse até tem duas mulheres e elas são as únicas
com poderes mentais. 


Tá reparando um problema? É o filtro feminino, que eu cito no post das 5 representações. O problema do homem dizer o que prefere na mulher é que ele pode cair na ideia "padrão" do que é feminino. Tipo, por mais que você tente, você jamais vai estar na pele da outra pessoa pra saber como realmente é. Pra mim é fácil: eu sei que esses "atributos femininos" não se aplicam porque eu não sou assim. Não é uma questão de eu querer ser fortona igual a homem, é que eu sou uma mulher forte que não me identifico com o estereótipo feminino. 

Isso também vale para mulheres que se identificam e não percebem que nem todas as mulheres são iguais. 

Uma pausa pra reforçar isso. Eu não quero ser igual a homem. Eu sou mulher, me identifico como mulher, e tenho essas características que são, sim, femininas. Pelo simples fato de que eu sou mulher e existo. Mas culturalmente nós criamos uma noção do que é mulher e do que é homem, uma noção errada porque claramente ela não representa todos e, com isso, nos limita e oprime.

"Não viva a vida de outra pessoa e a ideia de outra pessoa do que ser mulher é. Ser mulher é você. Ser mulher é tudo dentro de você. 


Se a gente for nessa de valorizar os "atributos femininos", acontece o que a Eleanor mostrou em Eleanor & Park, essa falta de diversidade. As mulheres não são um tipo de pessoa, elas são vários tipos de pessoas, assim como o homem. 

Quem me representa? 

Normalmente eu tenho que ficar me identificando nos personagens homens. Mas se vamos falar de mulher... 

onde foram parar os gifs dela chutando mesa e porta???????
(queria uma imagem dela mostrando força sem usar os poderes)

A Korra é uma personagem incrível pra mim nesse sentido, porque ela veio com um tom feminino e toda essa energia. Ela anda por aí como se fosse destruir paredes. Tem uma força física nela. E isso em termos de representatividade mudou a minha vida. É algo idiota, mas até ver a Korra eu não tinha percebido que tentava controlar essa parte de mim. Eu não preciso ser um garoto ou qualquer estereótipo de mulher macho pra isso. A sensação de empoderamento foi incrível. 

Curiosamente Korra é uma personagem criada por homens. Mas homens que escrevem pessoas e não atributos femininos. Aliás, o Aang em si é cheio de ~atributos femininos~ e não tem a força física da Korra. 

Isso foi algo difícil de conseguir colocar em palavras pra mim. Eu não quero ser um homem. É que mulheres são assim também, eu sou mulher e sou assim. Não sou um personagem inventado, eu sou real. Eu existo. E eu sou algo que culturalmente associam como homem. Para fugir dessa identidade construída masculina e me encaixar na identidade feminina eu abri mão de parte de mim. Não mais.

The Legend of Korra é cheio de mulheres e homens incríveis.

Essa é a importância da representatividade, principalmente quando está quebrando as noções irreais de atributos femininos. Repara como é fácil as histórias que nós vemos nos confundirem sobre nós mesmos. Eu não sei nem descrever o quanto isso é absurdo. 

Mas, poxa, o meu caso é um caso só. Não. Aposto que há mais garotas fisicamente fortes por aí dentro do armário. Mas mesmo que a gente não seja maioria, nós existimos. Só que o mundo ignora a nossa existência em nome de um estereótipo fechado do que é ser mulher e, pior, faz com que a gente mesmo ignore a nossa existência. Imagino o mesmo do  João, um garoto que se identifica com esses poderes mágicos mentais incríveis, só que não vê esse mesmo tipo de poder sendo representado por um homem. (ou vê, mas talvez não do mesmo jeito)

"Quando eu estava na 3ª série 
Eu achava que era gay 
Porque eu sabia desenhar, o meu tio era gay 
E eu mantinha meu quarto em ordem"


Música do Macklemore, outra pessoa que existe, onde ele fala que duvidou da própria sexualidade porque ele se identificava com atributos femininos. Não são porra de atributos femininos merda nenhuma, são características, algumas pessoas têm e outras não. E, pra constar, identidade de gênero não tem nada a ver com sexualidade.

Então veio daí a minha raiva com a citação. Uma pessoa definindo como preferia que pessoas do sexo feminino fossem, enquanto eu sei que elas não são assim. Ou não precisam ser só isso. 

Foi por causa disso também que eu pensei essa questão do homem não ter voz no feminismo. Eu, Dana, uma pessoa isolada, que não representa todas as feministas do mundo, acho que é tudo bem o homem falar, que a condição do homem importa e sou a favor dos homens falarem também sobre como enxergam a situação, porque isso é ponto de partida pra gente aprender. Porém, existe um desequilíbrio enorme nisso, a voz do homem pesa mais do que a de uma mulher e se a gente não tomar cuidado caímos novamente na situação em que a mulher não tem voz.

Empoderar a voz da mulher é importante porque nós ainda precisamos de posts com homens defendendo o feminismo pra
gente perceber que é importante. 

Repara que os exemplos que eu dou nesse post são de homens falando, Macklemore e criadores de The Legend of Korra. Por mais que estejam falando algo legal, ainda dependo da voz dos homens para poder me representar, e é isso que o feminismo quer mudar. Independência. É por isso que precisamos às vezes formar um clube da luluzinha para empoderar a voz das mulheres. 

Mais do que isso, em uma questão que diz respeito às mulheres, como essa de como é "melhor" representar uma mulher, não tem como o homem falar no lugar da mulher. 

Eles não vão saber como é ser uma garota fisicamente forte que quer ser forte, só que aprende que ela tem que pedir a um homem pra abrir até a tampa da garrafa. Então é muito fácil dizer que prefere que mulher de forma X ou Y. 

Aliás, preciso comentar que essa é a base da Carol Danvers como Capitã Marvel, ela ganha os poderes durante uma explosão enquanto desejava poder lutar mais. A Carol me representa! De quebra, nessa fase como Capitã Marvel a escritora é uma mulher, a Kelly Sue DeConnick.



Só pra terminar, essa é uma conversa sobre SUPER heróis. Pessoas com poderes ANORMAIS. Como diabos mesmo com coisas mágicas a gente fica discutindo se é possível ter uma mulher forte fisicamente? O que deveria fazer o Super-Homem forte, não é ele ser do sexo masculino, é ele ser alienígena. O que faz o Wolverine forte não é ele ser do sexo masculino, é ele ter uma mutação regenerativa e ter uma estrutura óssea de adamantium. Nada disso é masculino ou feminino, são malditos poderes extraordinários que podem ser associados a qualquer pessoa. (o mesmo funciona na fantasia, só pra constar) (dragão que fala: ok. mulher que tem mais força que homem: ISSO NÃO É REAL. wtf)

Observação: eu não citei o nome de quem fez aquela citação, porque é um relato do João sobre o que a pessoa disse, eu não vi como ela realmente falou, então não acho justo colocar palavras na boca da pessoa. Até porque não importa. Essa é uma discussão que questiona a ideia de "atributos femininos" e o valor da voz do homem na hora de dizer como a mulher deve ser. 

-dana martins



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7 comentários

  1. Bom, depois de ler esse texto maravilhoso que você escreveu, eu tinha que pensar em algo para comentar contigo. Entretanto, o que vou comentar aqui não é só na questão dos super heróis (que sou imensamente apaixonada), mas sim no geral, no que eu vejo no dia a dia e desde que aprendi a ler e a falar.
    Eu sempre fui uma menina esquentada, nunca gostei de levar desaforo para casa, e quando (independente de ser menino ou não) diziam alguma graça para mim, eu caia na porrada. É, isso mesmo, na porrada. Eu saia batendo em todo mundo que se atrevesse a entrar na minha frente. Eu era conhecida como "maria moleque" na escola primária, e tinha o orgulhosa de exalar "testosterona" aonde ia. Não digo que eu era um macho, mas que normalmente os meninos viam querer dizer algumas poucas e boas para mim, e saiam com a bunda fervendo à chutes e pontapés. Quantas vezes já escutei essa de "ah, você é menina, se comporta direito" ou frases similares das professoras e da minha mãe? Mas nunca escutei, pois, como eu já disse, eu não aguentava desaforos. Se fosse preciso entrar no banheiro masculino para quebrar a cara de um rapaz, eu entraria, e não me importava, pois juro, eu não via diferença entre eu e um menino (além do órgão genitor) e estava nem aí para o que falavam. Admito que muitas vezes extrapolei nessa força física que eu tinha (caramba, eu sei dar socos e tapas de brincadeira que parecem de verdade!) e acabava machucando sem querer, mas não por maldade; nunca por maldade.
    Eu sempre fui um macho no corpo de uma menina, mas sempre deixei claro que era uma menina de verdade que sabia dar belos socos de direita caso fizessem gracinha para cima de mim. Sempre soube demonstrar aos meus amigos essa diferença entre nós dois, que eu poderia bater neles de igual para igual independente da força e tamanho deles. Eu vou apanhar de algum homem algum dia? Nem pensar, é bem capaz eu morrer lutando do que apanhar sem dizer nada — mas isso não vem ao caso.
    Na verdade, sinto vergonha foi de quando passei para o fundamental e andei a seguir as regras da sociedade, em que uma menina deve usar saias, se comportar de exata maneira e ser delicada. Sou delicada? Claro que sou, mas as minhas patadas são as melhores. Saias? Uso para limpar o chão, o lustre, os móveis, etc. Comportar-me de exata maneira? Oh, claro, eu sou a pessoa mais educada do mundo e sei sorrir como um anjo, mas sei ser o diabo quando é necessário. E porquê sinto vergonha? Pois deixei de lado quem eu era de verdade. Deixei de lado aquela menina que amava jogar vídeo game, ler HQs e brincar de futebol — coisas de menino, me diziam —, que corria para todos os lados, sempre de bermuda e blusa puída, cabelo bagunçado e rosto sujo. Eu era uma criança feliz, e abandonei isso para ser uma adolescente um tanto revoltada, que não conseguia andar toda arrumada e não conseguia conciliar o desejo de ser "menino" e continuar a ser menina. Todavia, eu consegui, e é sobre isso que quero falar de verdade.
    Essa coisa de poder mental? Puxa, admito que sempre fui mais centrada que meu irmão e a maioria dos meus amigos (sim, eu tenho mais amigos homens do que mulheres), e sempre me organizava e lembrava do que tinha que fazer dentro da escola e fora desta. Só que, de verdade, eu nunca fui organizada. Se caso perguntassem à minha mãe como era o estado do meu guarda roupa (e ainda é, às vezes), com certeza ela diria que as minhas roupas tinham vida própria e tinham a necessidade e direito de ir e vir quando quiser; e como queriam e ficavam desarrumadas! Sempre fui limpa, mas em questão de organização — onde tem um trecho falando que o Macklemore dizia ser "gay" só porque mantinha o quarto arrumado e tal — eu era um caos. Portanto, eu sou uma das meninas que ri disso tudo, desses "poderes" criados por pessoas que ACHAM como uma mulher/menina deve se portar, e diz que, então, eu não sou uma mulher/menina. Então sou o que? Um E.T.?

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  2. Admito também que eu não me considero uma feminista, ou quem sabe eu não seja uma "praticante" árdua. Sim, defendo que mulheres DEVEM ter os direitos iguais aos dos homens e mais voz e independência dentro da Sociedade e Lei, pois chego a tremer de raiva quando algum conhecido (meus amigos nunca diriam isso para mim) diz que o meu trabalho é na cozinha, limpando a casa e pensando em ter filhos. Cara, se eu quiser, meto uma bala no seu crânio e tu morre feliz, que tal? Eu sei lavar, cozinhar e cuidar de uma casa pois minha mãe me ensinou — depois de uma época ela percebeu que a sua bonequinha não era tão boneca assim e aceitou <3 — para que eu pudesse viver sozinha caso fosse morar longe ou em outro apartamento/casa, mas não sou obrigada a fazer isso, porque tenho capacidade para dominar o mundo com a minha inteligência, os meus "atributos femininos" mesclados aos de "macho". Posso, muitas vezes, mostrar que consigo carregar mais peso que um homem, bater mais forte, aguentar mais coisas e ainda estar feliz e toda maquiada, toda feminina dentro dos meus jeans e blusa de banda, mostrando que uma mulher tem condição suficiente para fazer o que um homem faz. Aí tem nego que vira e diz: então serve ao Exército. Servir? Eu sirvo sorrindo, baby! Ainda dou tchauzinho para você e te mostro que coragem eu tenho de sobra!
    Admiro tanto aquelas mulheres que mostram isso que eu citei logo acima, que mostram a coragem de se assumir independente. Não, não independente de um homem, não querendo que todos os homens sumam da face da Terra, pois sem eles, querida, você não estaria viva. Mas mostrar a igualdade que temos com eles. Mostrar que o "sexo frágil" não é tão frágil assim. Quantas mulheres vimos que quebraram barreiras e mostraram sua persistência, poder (mesmo que não físico mas mental) e "macheza" diante de uma Sociedade que a via como uma zero à esquerda? Uma ninguém? Eu tive professoras que, com tamanhos tão diminutos, conseguiam fazer caras de dois metros de altura tremerem só ao olhá-los, e sem mexer um músculo. E dou a minha própria mãe como exemplo de mulher macho: minha mãe queria que eu fosse uma boneca, pois ela mesmo já era um macho. Haha. Ela mesmo já fazia meu pai ficar manso quando engrossava a voz, e foi ela que me passou essa independência toda, de que eu não preciso de cem por cento, viver à mercê de um, pois ela nunca viveu. É ela quem arruma a casa, sim, mas é ela quem conserta chuveiro, ventilador, coloca TV na parede e abre coisas impossíveis de abrir. É ela que vive suando e dizendo que a vida está foda, é ela que nos cria e mostra que uma mulher tem condição de ser macho e fêmea, homem e mulher ao mesmo tempo. Porra, a minha mãe faz tudo que um homem faz, e mais um pouco!
    Acho que eu meio que me desfoquei do assunto super poder feminino, pois não dá para focar numa coisa só quando se tem tantos exemplos de macheza dentro da sociedade feminina. Mas eu precisava dizer tudo o que escrevi ali em cima, e já estou acabando de escrever, calma, calma.

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  3. Sobre a Korra, Capitã Marvel, Feiticeira Escarlate e Viúva Negra — amo todas, e amo muitas outras que conheço. Primeiramente, Korra é perfeita, ela também me representa, mas, não querendo ser "contra" as minhas "amigas", eu amo muito mais os personagens masculinos. Tudo bem, poder mental é, ó, foda, mas eu queria ter o poder do Thor, isso sim. Aquele martelo, aqueles raios — tirando que ele vêm da mitologia nórdica, umas das que mais amo! — e todo aquele físico avantajado. Calma, gente, não estou babando nele (só um pouco), mas é que ele é tipo um guerreiro no RPG — que também tem esse negócio de mulher é bruxa etc, como citado, e que eu já mudei uma vez, fazendo uma guerreira que quebrava tudo — e eu adoro guerreiros e machados, mas também amo magias e cajados. Enfim, não só para citar isso, mas posso dizer que Loki, irmão de Thor, ele poderia ser um personagem feminino ou masculino? Por exemplo: ele é o inteligente, ele é o que pensa. Ele não usa músculos para lutar, ele usa objetos para atacar e sua mente para criar planos mirabolantes — e são esses alguns dos motivos que gosto tanto do Loki.
    Enfim, agora acabando, acredito que deva ter mais mulheres nos representando, como as que tem aqui no Blog, mostrando suas inteligências, ideias e poder, mas também acredito que isso só será possível — quem sabe — num futuro muuuuuuuito longe, pois muitas mulheres ainda não acordaram para a realidade e viram o que, de fato, está acontecendo com a nossa Sociedade. Temos que nos arriscar mais, dar mais palpite, brigar com unhas e dentes, mostrar nossas garras e deixar nossa marca gravada na História — não submissas, não sem Voz, mas sim falantes, irritantes e vistas no mundo inteiro, independente de credo, país e etnia, cor de raça, sexualidade, e o caralho a quatro.

    Falei demais, me desculpem :c

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    1. Pra começar: nunca peça desculpa por se expressar! Não aqui. Eu tava aqui morrendo de sono depois de um dia de escrita e desanimada, encontrar seu texto meio que mudou as coisas. É muito importante quando eu compartilho algo aqui e vejo que alguém se identifica e, mais do que isso, tira um tempo para se expressar também. Muito obrigada <3

      Eu me considero feminista, não tenho o menor problema com a palavra e uso ela a meu favor, porque ela tem feito grandes diferenças. Foi ela que me ensinou a perceber muitas coisas, a repensar a sociedade e descobrir que eu posso mudar isso.

      Eu nunca fui tão assim. Quer dizer, teve uma época que bastava eu olhar para os meus primos e saía todo mundo correndo. HUAHAUHAUHAUH Mas eu não sei o que eu fiz pra isso, acho que mais postura mesmo. Até hoje falam de mim como a pessoa que vai resolver enfiando a porrada, mas eu não faço isso.

      Enfim, acho que não tenho nem muito o que falar. Só queria comentar sobre a macheza. Isso não é ser macho. Isso é ser mulher. Ok, ok, eu entendi o que você quis dizer e o que isso significa, como você reafirma que pode ter esse lado "homem". Mas pensa só, quando você afirma isso desse jeito, você tá reafirmando que não é próprio da mulher. Você não luta como macho, você luta como mulher e isso é uma coisa poderosa/bruta/muscular, porque mulheres também são assim. Achei legal comentar caso você visse e queira pensar no assunto. :)

      E faltam mesmo mulheres. Indico assistir The 100 para mais mulheres poderosas. :D

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  4. Este comentário foi removido pelo autor.

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  5. Acho o seguinte: quem se importa com como esse cara quer ver as mulheres representadas? Manda ele pra p%$%# kkkk zuera. Mas enfim, Seu texto foi ótimo, nota-se uma evolução no seu modo de pensar à cada post e isso é maravilhoso *-* E tem mesmo que ter mais mulheres escrevendo! E concordo com você quando diz que as pessoas tem que parar de definir cada ação como sendo de homem ou de mulher, afinal, isso são imposições sociais criadas há muito tempo. É por isso que sou fã de ASOIAF; O George é tão fodastico que quebra estereótipos à cada personagem criado, principalmente no campo feminino (tá faltando posts sobre ASOIAF aqui no blog, hein?). Eu penso que ele está provando que não existe essa de: mulher é de tal e de tal jeito. São simplesmente pessoas, que podem ser de milhares de formas diferentes.

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    1. HUAHUAHAUH luiz felippe!
      Fico muito feliz em saber que dá pra ver isso, porque realmente é uma evolução. Cada texto que eu escrevo faz parte do meu processo de aprendizado pra escrever o próximo. ENTÃO OBRIGADA POR DIZER <3

      E vou te falar: não é nem criada há muito tempo! Coisa tipo mulher gosta de rosa e homem de azul é até recente (do último século?). mas enfim, acho bom mesmo desconstruir isso

      Sobre ASOIAF: Eu não li, então não posso fazer nenhuma análise :( Se você quiser escrever ou conhecer alguém que escreva, o CC tá aberto! No entanto, na última semana fiquei em dia com a série (O QUE É AQUELA QUARTA TEMPORADA???) e quero muito escrever sobre isso. Ainda não sei o que achar exatamente da representação delas na série.

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