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Notas Brasileiras #26 - Ventilador de Teto

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"VENTILADOR DE TETO é a mais nova sensação da juventude. Cariocas da gema, os meninos da VDT exalam o que há de melhor no cenário independente atual: simpatia, carisma, e muuuuuuito samba no pé. Francamente, se você ainda não escutou a VENTILADOR DE TETO, você está por fora, meu amigo!"

Palavras do Elvis e do Marcos, os integrantes do Ventilador de Teto. E na boa, eu concordo com eles.



Ventilador de Teto é uma banda de Duque de Caxias (RJ) que lançou o seu primeiro EP em fevereiro, "Desejo/Sufoco", pela Valente Records, um selo independente da Baixada Fluminense e que caras, dá muito orgulho de ver porque é um pessoal tão novinho fazendo música tão boa e preocupados em lançar uma galera foda pacas, que aiai.

Dá um calorzinho no coração
E como menina nascida e criada na Baixada Fluminense, que cresceu sendo considerada por todo mundo uma menina esquisita com gosto musical esquisito, é legal ver que o pessoal de agora não vai crescer com esse sentimento, ao contrário, tá sendo incentivado a ser criativo e fazer coisa legal também.

Diferente das outras bandas que a gente entrevistou aqui no Notas, os meninos da VDT resolveram que os dois teriam respostas pra todas as perguntas. Se preparem porque esse é o Notas mais divertido que a gente teve.

Se liga aí nas respostas:

1 - Como você definiria sua música para alguém que nunca ouviu?

MARCOS: Frustração sexual adolescente com um certo swing. Algumas coisas só fazem sentido se você for adolescente, tipo tocar numa banda punk ou sei lá. Todo o lance da adolescência, pra mim, sempre foi a frustração sexual. A virgindade escreveu muitas músicas por mim. E o swing, bom, eu tava no Swing Cobra ex-Polo Norte ex-Swing Cobra outro dia, e uma pessoa muito importante na cena mandava áudios no whatsapp durante o show de uma certa banda dizendo algo sobre possuir um swing latino ou qualquer porra do tipo. Eu tô com a palavra swing na cabeça desde então.

ELVIS: Música simples e grudenta.

2 - Dentre as suas músicas, qual sua favorita?

ELVIS: Acho que Valsa no.5. Ela não tá gravada ainda mas temos um vídeo tocando ela no nosso primeiro show com banda inteira, no evento de lançamento da Valente Records. Não sei por que prefiro ela. Só gosto muito de como ela faz eu me sentir e acho que outras pessoas vão sentir isso quando ouvirem nos shows e quando estiver gravada também.

MARCOS: é uma música que não tá no EP, mas que foi gravada toscamente e está no nosso soundcloud ao lado de outras paradas gravadas toscamente, chamada Keanu Reeves. Eu acho que eu consegui colocar tudo que eu queria nela, e eu sempre achei aquela a música mais melancólica que eu já escrevi desde que eu comecei a escrever coisas.




3 - Como você escolheu os músicos com quem tocar?

ELVIS: Eu e Marcos nos juntamos no ensino médio porque tínhamos inveja da banda do nosso amigo, o João Vittor Pedroza (Kasparhauser), também da Valente Records. Eles tocavam uns covers de Arctic Monkeys e geral pirava, e a gente meio que queria aquilo. Daí como eu compunha algumas coisas e sabia que o Marcos também, de alguma forma eu chamei ele pra banda sendo que nunca tínhamos nos falado antes.

MARCOS: eu não queria ser parte de uma banda, na real, até conhecer o Elvis. Muita gente já passou pela VDT, mais gente do que eu sou capaz de lembrar, mas todas as músicas foram escritas pelo Elvis e por mim. A gente tocou recentemente com um amigo nosso chamado Matheus Mendes no baixo. Tem um tempo já, a gente tem tocado com o Arthur Rosa na guitarra. Ele também é das outras duas bandas da Valente, a Kasparhauser e a santarosa. E nós obrigamos o Vinicius Cardoso, também da santarosa, a tocar baixo pra gente de uns tempos pra cá. Mendes não vai poder sempre, ano de vestibular e pá. Na real eu nem sei qual é a formação oficial da banda, acho que nós não temos uma. Só sei que eu e Elvis tamo sempre por ali. Aliás o EP foi gravado com outro baixista, não vou falar o nome dele pra não dar ibope.


4 - Como foi o processo de definir a sua identidade sonora?

ELVIS: Acho que isso meio que aconteceu naturalmente. O Marcos compunha folk, eu fazia indie. A gente meio que juntou os dois e saiu esse negócio estranho que você ouviu aí.

MARCOS: Eu não acho que a VDT tenha uma identidade sonora. Porque eu e Elvis ouvimos uma porção de coisas diferentes ao mesmo tempo e queremos imitar tudo, a gente simplesmente toca o que der na telha. Eu geralmente toco folk e coisas de dois acordes porque é mais fácil. Não dá pra ser clichê compondo algo de dois acordes. É uma parada tão idiota que deixa de ser clichê, meio que vira tradição. E o Elvis tem feito umas paradas dançantes aí, então acho que é isso.

5 - Uma lembrança querida da carreira?

ELVIS: O primeiro show que fizemos. Lá em 2015, num show de talentos do colégio onde fizemos o ensino médio. Marcos na guitarra e eu no baixo. Nós tocamos umas umas duas músicas autorais.
O show foi horrível. O baixo e a guitarra estavam desafinados – pegamos os instrumentos emprestados dos outros na hora e nem checamos nada –, não estávamos ensaiados e, caso alguém não saiba, não se faz show só com guitarrista e baixista, a coisa fica bem fraca e estranha. Mas mesmo com o som e a apresentação horrível, a galera tava dançando e curtindo de alguma forma – talvez por pena, mas eu nem ligo. Acho que foi aí que percebemos pela primeira vez que as nossas músicas realmente podiam esboçar alguma reação nas pessoas que ouvissem e talvez seja por isso que nós ainda fazemos música.

MARCOS: Não sei se a gente tem uma carreira ainda. Ainda.

6 - Qual você acha que é a maior dificuldade do cenário musical brasileiro atualmente?

MARCOS: Sei lá. Eu não sei o que tá acontecendo na cena, na real, eu não sei pelo que as outras bandas passam. Eu não sei nem o que se passa com a minha banda, pra ser sincero. Só sei que, nesse momento, eu preciso de um emprego, então se alguém souber de alguma parada disponível é só falar comigo.

ELVIS: Acho que pela resposta do Marcos, é dinheiro.

7 - Uma banda nacional que você acha que todos deveriam ouvir?

MARCOS: As bandas da Valente (Santarosa e Kasparhauser) são todas fodas, sem brincadeira. A gente vai soltar algumas das melhores coisas que vocês vão ouvir por aí. Enquanto não soltamos, Séculos Apaixonados continua sendo a melhor banda do Brasil. O último álbum deles foi uma obra-prima, não tem realmente muito mais a ser dito. Filipe Alvim e Tom Gangue também são absurdamente bons, mas Séculos tá num outro patamar.

ELVIS: Marcos já falou por mim. Eu só adicionaria Zumpiattes na fórmula porque eles são os vizinhos de cidade mais talentosos que eu já tive e eles têm que ser conhecidos por todos. Inclusive lançamos eles pela Valente Records essa semana e agora falta um pouco menos pra gente dominar o mundo de vez.



Quer ouvir mais e saber sobre a Ventilador de Teto? Aqui está a página deles do Facebook. Sigam também o TwitterFacebook e Bandcamp da Valente Records, onde você fica sabendo mais sobre a Ventilador de Teto e outros lançamentos do selo.

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