CCSexta Crise Existencial

Crise Existencial: 'Para com isso, você só tá falando merda'

1.8.15Dana Martins


Eu comecei esse CCSexta falando em acreditar e vou terminar falando em não acreditar, porque eu acho que esse é o tema não-dito escondido por baixo de toda essa discussão. Nós vivemos em um mundo que nos leva a não acreditar. No quê? Na nossa própria existência.

Acho tão idiota que o nome "crise existencial" mesmo já deixe isso claro, mas eu precisei passar esse mês inteiro falando disso pra ficar óbvio pra mim. Nós chamamos de crise existencial, porque... nossa existência está em crise. Nós não sabemos se podemos existir.



Está pronto para a última aventura? Aperte os cintos, vamos descer no fundo do poço.



1- Parece que precisamos de um Cartão Validade de Sofrimento

A primeira coisa que eu comecei a não acreditar é se esse CCSexta era válido. Falar de crise existencial? Falar sobre não saber o que fazer da vida? Depois de publicar o primeito post eu tive uma crise extra pessoal só por causa disso. O QUE EU TO FAZENDO DA VIDA??? ISSO NÃO É CERTO, FIQUEI MALUCA. NÃO! EU NÃO SOU MALUCA. TALVEZ EU SEJA. ISSO É UM ASSUNTO INSIGNIFICANTE. 

Tudo parecia, sei lá, drama desnecessário de alguém sem mais o que fazer. Nesse exato instante tem vozes na minha cabeça dizendo que talvez seja. E normalmente mesmo que sejam pensamentos reais que me atormentam (e fazem mal), eu ignoro no melhor estilo "engole o choro" ou "cala a boca para de frescura". Dessa vez não. Dessa vez eu to expondo ao longo desse mês porque eu tenho a impressão de que todo mundo acaba engolindo as próprias inseguranças, o que em muitos casos é nocivo e está desmerecendo problemas reais. Pior: está tirando o próprio valor. 



Se você ver minha situação atual, parece que eu não tenho o menor motivo pra me sentir mal. 

Eu moro no Rio de Janeiro, não preciso trabalhar pra ter casa, comida e roupa lavada (por enquanto), passei no vestibular pra Universidade Federal do Rio de Janeiro em um curso concorrido, o que significa que eu posso estudar em uma das melhores faculdades do país sem pagar um centavo. Eu faço Publicidade e Propaganda, em um campus onde todas as salas têm ar condicionado e até televisão tela plana grande. Tem noção do que é isso? Em outras faculdades boas públicas do país, ou dependendo do curso, os prédios estão caindo aos pedaços. Eu não faço engenharia (os prédios de engenharia são os melhores) e até passamos um ano sem banheiro funcionando. Mas nada muda o fato de que eu faço parte de um grupo mínimo privilegiado que tem acesso a isso. Eu tenho até ônibus de graça confortável e seguro que me deixa na porta da faculdade. 

E aí nesse momento a minha cabeça reage tipo: tá difícil ir pra faculdade? isso é drama de quem cresceu com leite de pêra (é essa a expressão? Eu acho ela tão babaca que eu nem sei). Cala a boca e vai arranjar um emprego. Para de mimimi. 



Olha a história daquele menino sem casa que estuda no meio da rua. Ou daquela garota que andou trocentos quilômetros pra aprender a somar. Ou daquela mulher que perdeu as duas pernas e tá nas Olimpíadas. 

Aí eu mando a minha cabeça tomar no cu e mostro o meu cartão de “OLHA AQUI, EU TIVE UMA VIDA RUIM, SABIA QUE ACONTECEU X, Y E Z COMIGO. VOCÊ NÃO ME CONHECE!!!”, mas eu não quero usar aqui meu Cartão Validade de Sofrimento, porque não deveria existir validade pra sofrer. Só que existe.

A gente aprende que não tem o direito de sofrer. Eu tenho o meu Cartão Validade de Sofrimento, que é ótimo pra fazer meu cérebro calar a boca, mas isso também é algo meu. Muita gente não tem. Muita gente tá mal, não consegue levantar da cama, não encontra uma razão pra vida, se mete em comportamentos autodestrutivos ou tá se sentindo mal em uma situação boa, só que não acredita que pode se sentir mal. 




E daí se a pessoa cresceu tomando Toddynho? Se ela tem uma família com dinheiro? Um quarto bonitinho pra si? Se pode pagar uma viagem pra Disney? SE ELA TOMA LEITE DE PÊRA? (essa porra existe mesmo?)

A história do Hércules é que ele era um semideus e achava que precisava se esforçar para
se tornar um deus de verdade. 

Novidade: sofrimento e crise existencial não vê status social e essas coisas. 

Aliás, eu tive a sorte de crescer transitando entre pessoas bem pobres e pessoas com muito dinheiro. Dá pra se surpreender com as ironias da vida.

Esse tipo de reação (desvalidar o sofrimento dos outros) é nocivo e não ajuda nada, porque apenas diz: o seu sofrimento não é real.

“eu sinto isso”

“tem gente que sente mais”

“nossa, realmente. por que você não disse isso antes? EU ESTOU ME SENTINDO TÃO MELHOR AGORA”

(Ao mesmo tempo, em silêncio: Será que eu sou real? Será que eu posso sentir isso?)

(é a mesma lógica das crianças passando fome vs. celebração LGBT+ que aconteceu) 

ok, talvez isso tenha sido indelicado. MAS CARAMBA. PARA DE DESVALIDAR SOFRIMENTO
DOS OUTROS COM ISSO SÓ PORQUE VOCÊ NÃO ACHA IMPORTANTE.
PRA PESSOA QUE TÁ SENTINDO É E PROVAVELMENTE TÁ
AFETANDO A CAPACIDADE DELA DE VIVER

Vou te dizer: você pode sofrer. Porque é real. Você não precisa nem de um certificado médico pra dizer que é real, mas é bom procurar mesmo assim porque médico mais do que dá certificado, ele oferece ajuda e solução. Mesmo que não seja algo crônico, seja um momento ruim ou uma crise existencial, também é válido. (mesmo que tenham pessoas com doenças mentais crônicas sofrendo mais que você!!!!)

Não é absurdo que eu “precise” estar aqui dizendo que é tudo bem sofrer?

É. Mas nada impede das pessoas desvalidarem a sua existência. E de você começar a acreditar nisso. Mesmo que não seja verdade.

Pra encerrar essa primeira parte, vou deixar aqui esse post do tumblr que encontrei por acaso essa semana. É o relato de algumas pessoas sobre como médicos e adultos ignoram garotas jovens reclamando de dor como se fosse "drama", e leva a problemas sérios no futuro porque: ei, a dor era verdadeira. que surpresa! Tem até sobre uma pesquisa que mostra que dor feminina é normalmente desvalidada como "irreal", "emocional", "comum de moças frágeis". Já parou pra pensar que a nossa mania de esconder sentimentos e invalidar sofrimento seja uma forma de machismo? Pera, não vamos chegar lá. Não hoje. 



O principal aqui é que nós vivemos em uma cultura que é treinada para desvalidar o sentimento dos outros. E, por consequência, nos ensina a nos desvalidar. 

2- Nós sempre acreditamos em algo

Percebeu a volta que nós demos? Do primeiro post, onde falamos sobre não ter crença e estarmos perdidos, para o fato de que às vezes nós acreditamos em coisas que não são reais. Tipo que não podemos sofrer. 

Aí é que tá. Eu acho que nós sempre acreditamos em algo. Até não acreditar é um ato de acreditar que não tem no que acreditar.(!) O Felipe nos comentários disse que ficou mal quando não conseguiu mais acreditar que Deus era bom. Nesse período, ele não tava não acreditando em nada. Pelo contrário, ele tava acreditando na possibilidade de que Deus não era tão bom. 



ENTÃO ESSA É A BOA NOTÍCIA DO DIA! VOCÊ AINDA TEM CRENÇAS, PARABÉNS! Agora precisamos mexer nesse coraçãozinho para acreditar em coisas positivas pra você. 

E é assim, crianças, que nascem as crises existenciais. Estamos mexendo no nosso coraçãozinho pra poder tirar as coisas ruins em que acreditamos e colocar as coisas boas. Isso é verdade? Não sei. Mas no meio de tanta merda, essa é uma em que eu posso acreditar.

Pronto, minha vida agora está resolvida! Tá tudo explicado e eu posso viver em paz. Só que é óbvio que não, então por que entender a crise existencial e saber que podemos acreditar em qualquer coisa não funciona?

Porque tem algo mais bloqueando a nossa capacidade de acreditar em coisas positivas.


ignora o que tá escrito


3- A crença de que o mundo seja uma merda sem solução. 

Tive uma conversa com o Paulo aqui do CC muito boa, que eu vou transmitir aqui de modo totalmente imaginário porque eu não lembro o bastante para dizer como realmente foi, mas a conclusão é a mesma.

Estávamos comendo batatinhas na mesa do Burguer King quando A conversa começou. Era sobre faculdade. Ele está no terceiro ano, sem saber o que fazer. Eu deveria ter estado no último ano da faculdade, mas também não sei o que fazer. A conversa chegou no momento em que o roteiro otimista me pedia pra dizer:

- Se você não acha nenhum curso legal, você pode não fazer! Faz outra coisa. Um curso. Uma viagem. Um ano de descanso.

Uma trilha nos Alpes atrás do Papai Noel...

Normalmente eu gosto da visão otimista de que você pode jogar tudo pra o alto e simplesmente fazer o que quer. Recentemente, eu descobri que não conseguia fazer isso com a minha própria vida. E, nessa conversa, olhando para o Paulo eu não conseguia dizer isso porque seria uma mentira que já tava amarga na minha boca antes mesmo de eu tentar dizer. Ele já devia ter tido essa conversa (ou sabe ler mentes) porque respondeu mesmo assim:

- Não fazer faculdade não é uma opção. 

AÍ!! EXATAMENTE! Até agora to admirada com a capacidade dele de dizer a verdade tão simples assim. 


A opção não fazer faculdade não é realmente verdade. Quer dizer, ela é. Um monte de gente não faz faculdade. A maior parte do mundo não faz faculdade. Mas no nosso contexto dizer que não fazer faculdade é basicamente dizer que desistiu da vida. Que você não quer nada. É ingratidão com a família que trabalhou pra você ter essa chance. É um suicídio no mercado de trabalho. É, talvez, um suicídio na vida porque se você não arranja um emprego não tem dinheiro pra poder ter uma vida.

Corta pra imagem mental de você trabalhando 3 turnos igual condenado limpando privada pra sustentar 50 crianças que estão no seu apertamento (ou na casa da sua mãe).

Corta pra você morrendo em uma cadeira na fila do SUS por causa de uma doença comum. 

Corta pra você jogado na rua igual um mendigo.


Se não isso, eu cresci engolindo várias histórias de pais que não tiveram a oportunidade de fazer faculdade e dão a vida trabalhando para os filhos terem essa chance. O que eu considero jogar fora. Ou histórias de adultos que se arrependeram das decisões e acham que é tarde demais pra voltar atrás

Eu não sei se isso vai acontecer, mas eu sei que pode e acontece com várias pessoas. 

Essa é a questão desse terceiro tópico: o fato de que, de muitas formas, a realidade que tememos é real. Querendo ou não o mundo espera algo de você - e eu cresci esperando o melhor de mim - só que aí eu descobri que... hm... não. Isso não sou eu. Talvez não seja eu. Agora como diabos eu vou mostrar pra o mundo isso? 

Sim, e no meu cavalo alado!!!!!!!!!!!


E isso causa todo o conflito e sofrimento. Porque eu estou aqui, eu sou real, eu existo. E ao redor é tratado como se não. Como se eu não fosse possível. E isso me afeta ao ponto de que eu não sei mais se eu posso existir. E, talvez, eu não possa. Porque literalmente posso morrer se não me deixarem existir. Nada de vida social pra você. Nada de comida. Nada de trabalho. 




Cara, não foi na Idade Média que mataram um cara porque ele disse que a Terra rodava ao redor do sol? 

A gente conversou aqui nesse mês sobre crise existencial e eu disse, principalmente no post extra, que fé é algo experimentado. Essas merdas que aconteceram foram verdades que eu experimentei em diversos níveis. E, nas crises, elas se tornam a única verdade. 

Na história Meg é toda cética porque já tinha acontecido aquilo com ela uma vez, então ela pensava
que sempre seria assim 

E... e se for a única verdade? E se esse for o caminho que se eu não seguir vou ficar mal? Eu quero viver mal? Ter a vida que eu quero é um luxo, então eu devo viver me sentindo mal? Me anestesiando?

Recap até aqui: Então a gente vive em um contexto que invalida meu sofrimento, que me faz acreditar que o que sinto é nada e algo simples que eu tenho que engolir e ir em frente. Só que quando a situação é ruim isso me leva a pensar que a vida é sempre esse momento ruim. Resultado: Crise. Ninguém quer viver se sentindo mal. E imaginar o futuro em que é só essa merda não tira ninguém da cama.

4- A crise: eu não acredito mais em mim 



O problema da crise é que você tá preso nessa dúvida eterna. Você tem motivos bons o bastante pra acreditar que você é real (olá, você está vivo e sentindo cosias) e tem motivos bons o bastante pra acreditar que você tá exagerando (o mundo inteiro dizendo que você não é válido). Um segundo eu caio pra um lado, em seguida eu caio pra o outro E PARECE. NÃO. HAVER. RESPOSTA. 

O que é verdade, então? Será que eu só estou exagerando? Será que todo mundo passa por isso e eu sou a única mal acostumada reclamando? Será que eu deveria passar por isso? 



O que isso diz sobre o mundo? O que isso diz sobre mim? Eu sou incompetente? E se eu for, o que você quer que eu faça? Fique me sentindo mal? 

Nessas horas, um manual do universo seria muito bom. Só pra me dizer a coisa certa a fazer. Só pra me dizer o que eu vou fazer. Só pra me dizer... que tudo vai ficar bem.

Não é uma questão de não saber o que quer, é uma questão de não saber se você pode querer o que quer. Teve uma época que eu não tinha nem certeza se é possível viver se sentindo bem e motivado. (é possível)

é tudo coisa da minha cabeça?

A crise não é simples. Essa descrença é algo profundo e inconsciente. Tem gente que tá num nível tão grande de descrença em si que não consegue nem sonhar com o que faria. Sai umas respostas filtradas. A pessoa responde não o que ela queria fazer – mas o que ela queria fazer dentro do que é aceitável dizer que você faria. Ou diz que não quer fazer nada. Se convence de que é uma pessoa que não quer nada na vida. Mas não é só relacionado ao que fazer no futuro, pode ser tudo na vida.

Eu já escrevi aqui o meu post sobre como The Legend of Korra mudou a forma como eu me vejo. Foi uma coisa babaca. Que não tem nenhuma interferência grandiosa na minha capacidade de sobrevivência no mundo. Mas ainda assim eu me continha sem nem saber. 

Acho que todos nós vivemos assim, sem parte de nós porque pensamos que é errado. Conseguimos varrer pra baixo do tapete, enfiar dentro do armário (!) ou esconder atrás de uma identidade secreta! Só que nem sempre é assim. A crise existencial vem quando nós precisamos pra viver de uma dessas partes que nós não temos certeza se é real. 

toda a história de Hércules é baseada nesse conflito de o que é certo vs. quem você é
que leva a se desvalidar
Hades se sente mal porque não é considerado um deus de verdade como os outros
(não tem o mesmo valor)
Meg perdeu a crença em tudo quando foi trocada por outra mulher (porque é claro que enquanto
o dilema do homem é ser um deus ou não, o de uma mulher é ser a mais amada por um homem)


Se a Crise Existencial é algo, é um grito dentro de nós dizendo: eu quero viver. 

(diante de um sussurro insistente perguntando: mas e se você não for real o bastante?)

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7 comentários

  1. Sabe o que eu gostei no seu post? O fato de vc gritar para as pessoas desmerecerem o sofrimento das outras. As vezes parece que ficamos numa competição de quem sofre mais que quem ou a que tem a pior vida e essas coisas, se esquecendo que cada um tem uma vida diferente e seus percalços e dificuldades. Obrigada por falar sobre isso.

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    1. e às vezes nem é por mal? é porque vira a resposta padrão. eu já vi que muitas vezes alguém vem falar comigo de algo triste, eu começo argumentar tentando mostrar o lado bom e.. epa, talvez não seja isso que ela precise. talvez ela só precisa saber que pode se sentir mal e sentir isso. ainda não faço ideia de como lidar. mas ser essa pessoa babaca que trata os outros sempre mostrando o pior é muito ruim. (eu vivo com uma assim...)

      Obrigada por comentar. :)

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  3. Oi Dana. Eu raramente uso o termo "crise existencial", porque existe uma forma mais religiosa de se tratar com o tema. A Noite Escura da Alma.

    Esse termo, cunhado por São João da Cruz, é um resumo do Ventre da Baleia, esse cunhado por Campbell. Na Jornada do Herói - ou do protagonista que todos somos de nossas próprias vidas - fatal e inexoravelmente nós iremos ao fundo em algum momento.
    O problema que vejo, hoje em dia, é que ir ao fundo tem glamour. Não é intencional, não é um problema, ok ir ao fundo. O glamour é que ferra.
    Não existe um incentivo para que você saia de lá. Existe um reconhecimento do lugar onde você está e só. Não há um caminho de volta.
    "Tenha fé! Tenha força de vontade!" Não gente, pera, eu só quero o caminho. Apenas isso.
    É muito o lance do Enforcado, no Tarô. A gente tá preso, mas tá vivo - e olha, eu sei bem o que é você querer estar qualquer coisa menos vivo. E daí tudo é desculpa e tudo é motivo para você se afundar mais. Eu reconheço o cartão validade do sofrimento, mas no meu caso ele parece mais uma porta.
    Eu só preciso saber qual é a porta certa, mas sempre me desespero no corredor cheio de portas que é a minha vida.
    Nem sei se me fiz entender, rs. Sei que seu texto é muito bom.

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    1. Eu não entendi muito a partir do Enforcado não, mas gostei da sua resposta. É sempre bom ver que a mesma coisa tem outros nomes. :) Aliás, isso é uma das coisas que eu cortei do texto original. Tem coisas que não dá pra provar, mas que elas se repetem através do tempo e espaço sem a menor ligação. Pessoas diferentes falando sobre as mesmas coisas. 2 mil anos atrás e agora. Falando aqui no Brasil, no Equador e na China. Sem nunca se terem visto. Isso é sinistro. E acho que muitas vezes a gente não percebe isso porque cada um chama de um nome diferente.

      Eu não faço ideia de qual seja a porta certa. Aliás, o problema que eu tava sentindo é "ok, eu não vou desistir, eu vou fazer o que é certo. se for preciso eu levanto uma montanha e luto contra um exército. mas... o que diabos é a coisa certa? o que significa lutar? o que significa desistir?" no momento que eu to, as duas opções envolvem lutar e desistir, e eu não sei qual é o certo. No fim: acabo nesse corredor cheio de portas sem saber onde entrar. Mas como eu disse no meu último post... ao mesmo tempo isso é algo que não precisa decidir, porque a vida é aqui, agora, entre as portas, continuando. não importa o que eu faço algo vai acontecer???
      sendo mais direta, minha decisão é se eu largo ou não a faculdade, e por mais que a decisão me atormente agora. eu não posso decidir agora. não importa o que eu decidir agora. só quando for a hora de fazer a matrícula. ou de levantar pra ir a aula. escolher entrar em uma porta não é algo que você decide, é algo que você faz a todo instante da sua vida(????????)

      Ok, vou parar pora qui. HAUHAUHAUH obrigada pelo seu comentário <3

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  4. Incrível seus argumentos, me trouxe compreensão e causou em mim, a vontade curiosa de continuar lendo até o seu término. Recentemente tenho passado por estes confrontos existenciais, e descobri que na verdade, eles foram postos em mim por outras pessoas que eu amava ( outras pessoas "bem específicas") e acho que este ponto se vale de uma dificuldade de você desmascarar o seio familiar e se ver como realmente é, sem especulações e ditados sobre como ser "legalzinha" para todos nós. Li seu artigo da Lenda de Korra e adorei seu ponto de vista, bem como sua forma de expressão. Abraços e parabéns pelo site \o/

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    1. Fico feliz que isso tenha acontecido <3 Dizem que as pessoas que a gente ama são as perigosas pra nós(?????) Acho que é muito importante ter pessoas que acreditam em quem nós somos, não em quem hipoteticamente deveríamos ser. Eu espero que você esteja passando por essas crises e encontre a luz no fim do túnel.

      Obrigada pelo comentário e por falar de The Legend of Korra <3 <3 <3

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