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Os prós e contras de se jogar MMORPGs

19.7.14João Pedro Gomes


Ah, as tardes de sábado... aquele momento tão esperado da semana, em que muitos chegam do trabalho, deixam os compromissos de lado e se entregam a um momento de lazer. Saem com os amigos, vão ao cinema. Escrevem um post, talvez (olá). Ou, quem sabe, dedicam algumas horas a um MMORPG.

Acho que é exatamente a última opção a favorita do meu amigo secreto (amigo secreto??? Se você não sabe o que tá acontecendo, é só clicar aqui), já que ele resolveu me dar como tema “os prós e contras de se jogar um MMORPG" Ô TEMINHA DIFÍCIL, HEIN?!?. Não é bem um assunto com o qual eu diria estar confortável, já que minha relação com esse tipo de jogo é meio, hm, agridoce. Mas, já que a bomba tá em mãos, a gente precisa desarmar, né? É por isso que, hoje, eu, João, venho falar um pouquinho sobre o que diabos são os MMORPGs e mostrar por que você deve levá-los a sério, mesmo achando que já tenha passado da idade apropriada pra isso.


- Afinal de contas, o que é um MMORPG?

Mesmo tendo algum conhecimento sobre jogos, eu não sabia precisamente o que esse termo significava. E não me surpreendi ao pesquisar e descobrir que, assim como tudo na vida, as definições divergem um pouquinho. Mas dá pra imaginar com certeza que 1- é um tipo de jogo (dã) e 2- é uma sigla.

Segundo minhas pesquisas, a sigla é composta de duas siglas menores: MMO (Massively Multiplayer Online, ou multijogadores massivos online) e RPG (Role-Playing Game, ou jogo de interpretação de personagens). Traduções estranhas à parte, MMORPG é, basicamente, uma categoria de jogos eletrônicos na qual uma grande quantia de jogadores (grande mesmo, envolvendo jogadores do mundo todo, tanto que esses jogos geralmente tem vários servidores para suportar toda essa gente) conectados à internet compartilham um mesmo universo, sendo que dentro dele cada um representa uma personagem que é construída e desenvolvida ao longo do jogo. É claro que há muitas outras características comuns desse gênero - como a presença de seres mágicos e outros elementos de fantasia, possibilidade de formar grupos de jogadores aliados, etc - mas para isso aqui não ficar muito longo, vou dando as informações necessárias no decorrer do post. Você também pode ler esse texto aqui, que traz informações básicas de uma forma bem clara e resumida. 

Minha conexão com MMORPGs não é tão forte quanto eu gostaria. Já tive meus momentos pré-adolescentes com Dofus, Milmo Br e afins (não passei nem perto dos mais famosos, como World of Warcraft e League of Legends - OPA! LoL não é MMORPG, e sim um MOBA. Obrigado pela correção, Diego! Leiam os comentários para mais informações :D), mas nada que durasse muito tempo. Resumidamente porque 1- meu computador é um senhor de idade e só consegue rodar uma listinha mínima de jogos; 2- eu tenho a tal da motion sickness e 3- eu cresci, e a falta de tempo livre também. 

Olha eu ali jogando Dofus!!!!!! Mentira, eu não estou ali. Enquanto as pessoas legais iam para batalhas incríveis ou levavam seus camaleões caros pra passear, eu ia para as montanhas atrás de lã dos carneirinhos e toras de madeira pra sobreviver. Pobre até no jogo, observem. Mas era legal!!!

Enfim, a vida fez com que eu abandonasse essa prática de jogar MMORPGs (e jogos em geral), mas ao menos não conseguiu levar as lembranças tão felizes dos momentos vividos nesse meio. Foram tantas gargalhadas, conquistas e, principalmente, amizades que eu nunca consegui deixar de me empolgar remotamente quando vejo algo sobre MMORPGs por aí. Só que, geralmente, parecem ser poucas as pessoas que veem esses jogos de uma forma assim, positiva. Na melhor das hipóteses, o senso comum considera o ato de jogá-los como uma simples forma de diversão grupal, quando na verdade é algo muito maior e mais relevante do que isso.

- Tá, então o que tem de tão bom em jogar MMORPGs?

Uma coisa que as pessoas que nunca jogaram um MMORPG não entendem é a capacidade de imersão que esse tipo de jogo proporciona. Criar um avatar, escolher sua aparência, poderes e personalidade, andar livremente por enormes mundos mágicos com seres exóticos e conhecer milhões de outras pessoas que estão fazendo o mesmo é quase como viver em um mundo paralelo. Os MMORPGs fornecem tudo o que a vida “real”(aspas porque o conceito de real é relativo) não pode proporcionar (ou, ao menos, não facilmente) - aventuras, riquezas, magia (!!!) -, e quem não quer ter isso todo dia às vezes pra escapar da monotomia da rotina, né? Não é à toa que um dos maiores desafios da indústria dos games é a criação de um aparelho de realidade virtual parecido com os que vemos em Sword Art Online e Jogador Número 1, que tornaria essa experiência ainda mais palpável. 

Ok, esse trambolho precisa evoluir muito ainda pra chegar perto do que a ficção nos apresenta. Mas estamos progredindo!
O mais interessante é que esses jogos, mesmo recheados de elementos fantasiosos, apresentam uma forma de organização social bem semelhante a da nossa realidade (até porque os jogadores são pessoas reais, né). Logo, eles constituem uma forma bem lúdica de desenvolver certas habilidades sociais que em outras situações não seriam tão facilmente utilizadas. A organização de um grupo de jogadores para derrotar um inimigo, por exemplo, está desenvolvendo a capacidade do jogador de trabalhar em equipe (não é à toa que cada tipo de personagem tem uma função nos combates e que isso é levado MUITO a sério no jogo). Também é mais fácil melhorar as habilidades comunicativas por meio de chats por voz quando se fala com "desconhecidos" das situações vividas no jogo, num contexto mais informal. E nem preciso citar o enorme vocabulário em outras línguas que se acaba adquirindo, tanto pelo contato quanto os textos do game quanto com a própria interação entre os jogadores (que, de bônus, proporciona um intercâmbio cultural muito relevante). Some isso às mensagens que o próprio enredo do jogo transmite (que vão de noções de história, ciência e ecologia até questões filosóficas sobre o bem e o mal, em n facetas. Tem de tudo!!!!) e você descobre uma forma no mínimo interessante de, me atrevo a dizer, humanização

Pensar nisso tudo acabou me fazendo questionar por que esses jogos não são utilizados com algum propósito educativo, já que são um modo tão divertido de aprendizagem. Acabei descobrindo que eles já são usados, sim, além de muito estudados por acadêmicos do mundo todo. Parece que estão cada vez mais vendo os benefícios dos MMORPGs!!! *todos comemoram*. No final desse post tem alguns links onde você pode ler mais sobre isso.

- Mas tudo tem um lado ruim...

Uma questão meio problemática em jogar MMORPGs é que eles constituem um gênero bastante comercial. O objetivo principal não é apenas fazer você jogar, mas, sim, investir tempo e dinheiro enquanto joga. Isso não seria necessariamente ruim (afinal, tem pessoas que vivem pra manter tudo funcionando) se não acabasse causando uma certa segregação entre as pessoas que pagam por melhores condições de vida jogo e os que não tem essa possibilidade. Essa monetização também acaba causando, às vezes, uma certa despreocupação com a qualidade da experiência do jogador, focando mais no lançamento de itens exclusivos e afins para obter mais lucros enquanto a jogabilidade e a parte artística do jogo caem na mesmice e repetição. Além disso, é preocupante a violência verbal que o anonimato da internet tende a intensificar, de forma a tornar os MMORPGs ambientes frequentemente hostis. Ao que parece, algumas coisas ruins de nossa sociedade também migraram para esse meio :\

Parágrafo acima resumido em imagem
Mas acho que a pior parte de jogar MMORPGs é o próprio preconceito sofrido por essa prática. Quando eu disse lá em cima que, sendo otimista, boa parte das pessoas veria esses jogos somente como uma forma qualquer de se divertir, deixei implícita a forma mais realista da coisa. Comentários como “isso é perda de tempo”, “você não acha que é velho demais pra joguinhos?” ou “esse moleque vai acabar querendo me matar com uma espada, fica jogando essas porcaria!!!!!!(falta de concordância proposital, só pra constar) são mais comuns do que pode parecer. (Caso conheça alguém assim, não esqueça de indicar esse post :D).

É claro que há algum fundo de verdade nessas frases (exceto na segunda, por motivos óbvios): por mais prazeroso que seja jogar MMORPGs, por mais que eles sejam uma válvula de escape e que se possa construa uma vida muito mais legal no jogo do que na realidade, há limites pra tudo. Sim, eu sei que isso é clichê, mas não tem coisa pior do que alguém que só vive nesse mundo virtual e não consegue falar sobre outra coisa com você (conheço pessoas assim e é daí que vem minha relação agridoce com o tema. Talvez até um motivo pra eu não voltar a jogar :\ Nesses casos dá vontate de matar na espada mesmo!). O equilíbrio é a chave pra não transformar algo com tantos benefícios em um problema que envolva todos a seu redor.

De qualquer forma, os MMORPGs cumprem seu aparente propósito (diversão em conjunto!!! Tem coisa melhor?) com primor e, quando bem utilizados, trazem ao jogador uma penca de benefícios. Tomando as devidas precauções, a experiência geral pode ser bem mais proveitosa do que sua mãe imagina (acredite, senhora!!). Dito isso, só falta escolher um jogo, preparar as guloseimas, chamar seus amigos da vida real (por que não?) e experimentar algumas horinhas jogando. Viver um pouco em outro mundo pode ser mais legal do que parece (:

Essa é uma foto que roubei do facebook do Diego, membro da equipe do CC (desculpa, Diego q!). Ele adora MMORPGs e, por isso, acho que foi ele quem me tirou no amigo secreto. De qualquer forma, essa imagem me chamou a atenção porque mostra como esse tipo de jogo promove a interação e a amizade entre as pessoas. Por mais que eu tenha dado um foco diferente para seus benefícios ao longo do texto, acho que essa imagem resume o real porquê dos MMORPGs valerem a pena. Amigos nunca são demais, não importa onde você os encontre.

E você, já jogou algum MMORPG? Qual seu favorito (estou querendo voltar a jogar e preciso de indicações, haha)? Conta pra gente aqui nos comentários! :D


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3 comentários

  1. Eu acho curioso que esse tipo de jogo é todo voltado para Fantasia. Acho que daria certo com Ficção Científica também (Bem provável que exista, né?). Enfim. O único que joguei por umas semanas foi Perfect World porque um amigo meu não parava de falar sobre isso, e eu resolvi conhecer. Legalzinho, mas acabei enjoando porque a coisa não muda muito com o passar o tempo, as missões são sempre as mesmas, só muda o nome dos lugares e seres que você vai encontrar. Mas, olha, o TEMPO que esse negócio consome é assustador. Eu já passava horas jogando The Sims 2, um jogo com interação com o mundo todo ia me levar ao fundo do poço rs

    Nunca me interessei muito por jogos no fim das contas.

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    Respostas
    1. Eu concordo com você, Felipe. Não me incomoda o fator fantasia (eu AMO fantasia, magos, feitiçso de cura e etc), mas o problema é que tudo parece meio igual mesmo. Quando você pesquisa sobre MMORPGs no google imagens, parece que é tudo de um jogo só. E a repetição é um saco mesmo, parece jogo de facebook! hahaha Mas eu gosto mesmo da parte de interagir com as outras pessoas e cooperar pra conquistar objetivos em comum, sabe? As missões são sempre iguais, mas fazer isso com outras pessoas sempre se torna mais divertido. E vou parar de falar aqui senão daqui a pouco eu já tô começando a baixar algo pra jogar, UAHUHAUHA

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  2. Obrigado pelas correções, Diego (: Eu coloquei essa parte com os dois jogos por último porque senti que faltou falar sobre os MMORPGs mais famosos, então nem pesquisei e coloquei o que conhecia de ouvido. Falha nossa, hehe. Vou colocar uma errata ali. Mas imagino que você tenha razão, esse MOBAs devem ser beeeeem menos imersivos. É só estratégia de combate e empolgação com os personagens/poderzinhos diferentes. Mas deve ser legal pela interação com o time, acho...

    E não fui deselegante, HAHAH Só segui as pistas qq (e o seu jogo parece legal!!! é muito pesado?)

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