Carol Cardozo CCSociedade

Girl The Hell Up : mulheres que nos inspiraram

8.3.18ConversaCult



Hoje, dia 8 de março, é o famigerado Dia Internacional da Mulher. É a época de surgir textões sobre o quanto não queremos flores nem chocolate, de falar sobre feminicídio, de agressões e abusos, de desigualdade....enfim, vocês entenderam. Como não podia deixar de ser, nós do CC não queríamos deixar a data passar em branco, mas também não queríamos falar sobre tudo isso.

Então....que tal falar sobre representatividade? Sobre aquela mulher, seja ela fictícia ou real, que nos inspirou, que nos mostrou que podemos ser muito mais do que nos dizem que podemos ser? O resultado INCRÍVEL tá aqui:

"Quando eu era criança, assisti Senhor dos Anéis. Não tinha noção da imensidão que tinha esse universo, só achava legal os filmes e assitia com meu pai. Lembro de assistir As Duas Torres e ver Éowyn, linda e muito corajosa, deixada em segundo plano, mas que queria lutar, que pede pra seguir o exército ao invés de cumprir seu papel no governo enquanto seus parentes homens lutam. Fiquei triste por ela não ter ido lutar. Até que assisti O Retorno do Rei... E a cena dela falando "I am no man" e golpeando o rei bruxo de Angmar me impressionou demais! Achei incrível como ela desobedeceu a todos, mas mostrou seu valor e derrotou um ser que em teoria, jamais seria morto. Éowyn foi uma das primeiras referências cinematográficas de uma mulher guerreira na minha vida, ate hoje quando vejo essa cena de luta dela me arrepio inteira."  - Ísis Tejo



"A primeira vez que me senti impactada por uma personagem feminina, foi quando eu era bem novinha e assisti Os Incríveis. Me lembro como se fosse hoje quando a personagem da Mulher Elástica falou "Deixar o mundo ser salvo pelos homens? De jeito nenhum!". Aquilo ficou na minha cabeça, porque eu nunca tinha imaginado que as mulheres eram capazes de salvar o mundo. Achava que apenas eles podiam cuidar da gente, que só meu pai, meu irmão e meus tios podiam me proteger. Foi um balde de água fria, porque eu não fazia ideia de que poderia ser diferente. Quando escutei essa frase, comecei a reparar como eu podia ser minha própria heroína, ou minha mãe, minha vó, minhas amigas. Passei a perceber que eu também podia ser forte, que eu também podia lutar, que eu também podia salvar o mundo e que eu também era capaz. Por perceber isso, eu realmente consegui fazer muita coisa,e faço até hoje. Às vezes, nós só precisamos de uma representatividade pra fazer a gente perceber. Porque capaz todas nós somos, principalmente de salvar o mundo."  - Luiza Miceli


"Annick Cojean, uma jornalista que foi até a Líbia entrevistar e amparar as ex-escravas sexuais do Gaddafi. Escreveu um livro lindo. No momento que terminei de ler eu sabia que queria ser como ela, e também decidi que queria Jornalismo como curso "  - Paula Félix


"A primeira vez que fiquei maravilhada eu era criança e não foi por uma, mas por CINCO mulheres! <3 As Spice Girls, por mais comerciais que fossem, eram como divas pra mim e era muito maravilhoso ver meninas com estilos diferentes sendo tão bem sucedidas, confiantes, engraçadas e talentosas. Eu amava demais aquelas moças "  - Rebecca Bittencourt



"Björk, pq essa mulher é simplesmente fantástica, autêntica e mega criativa! Sem contar no que ela faz com a voz "  - Sarah Pires

"Esperei mais de 20 anos para ver mulheres incríveis, eu tive um gostinho quando a viúva negra apareceu no Homem de Ferro 2 mas nunca foi mais do que um gostinho aqui e ali de mulheres fortes e incríveis. Durante a infância eu me baseei na Nani, Lilo e a Bela, não tinha muita coisa, a maioria dos filmes tratava as personagens femininas como secundárias EM SEUS PRÓPRIOS FILMES. Apenas recentemente eu tive a representação que eu sempre desejei ver: em O Despertar da Força quando a Rey usa a força para pegar o sabre de luz e luta bravamente contra o Kylo Ren, com a Moana que apenas queria o bem do seu povo e da sua ilha e não mediu esforços para salva-los, com a Robin Wright cavalgando por uma praia sorrindo enquanto mata soldados alemães, Nykia e Okoye lutando em um cassino na Coréia, eu chorei em cada um desses filmes. Eu esperei muito tempo por essas mulheres, não os clichés com os quais estamos acostumadas, mas as mulheres maravilhosas e com personalidade. Eu conheço mulheres assim na vida real, elas não são fictícias ou frutos da imaginação, elas são fortes, são leais, são incríveis e raramente são representadas e agora que elas estão tomando conta da cultura pop eu não vou deixar que tirem elas."  - Blanca Bastos

"Quando no início da adolescência li "os homens que não amavam as mulheres" e me encantei com a Lisbeth Salander, porque não era uma princesa num romance esperando pra ser salva, era uma mulher forte, inteligente e independente apesar de todos os abusos e dificuldades que lhe impunham."  - Thamires Vaccarelli

"Meu primeiro exemplo feminino na mídia foi a Sailor Moon, também conhecida como Serena, ou Usagi Tsukino. Uma das minhas lembranças mais antigas, e mais fortes, é que eu acreditava cegamente que um dia iria me tornar uma Sailor também.  Ver um bando de meninas lutando contra os inimigos com coragem, protegendo o mundo e sendo honestas consigo mesmas me transformou. 

Sailor Moon também tinha uma grande variedade de personagens femininos. Aquela que era a vilã sexy; a mocinha atrapalhada, mas com bom coração; a melhor amiga que só sabia resolver os assuntos na porrada; a outra que era mais tímida, mas muito inteligente, a menina popular, mas muito engraçada e etc etc. Todas tinham seus pontos fortes e pontos fracos, porém, juntas eram invencíveis. 

Fora o fato de Sailor Moon ter sido o primeiro meio midiático que me apresentou a um casal lésbico. 

Pelos poderes da Lua, amém, Sailor Moon!"  - Rafaella Bueno


"Não subestime as garotas!"
"Meu primeiro exemplo de mulher forte foi minha mãe, e não pelo fato dela ser minha mãe, mas por ser uma mulher que criava dois filhos sozinha, um de 3 anos e um recém nascido, sabia trocar chuveiros e fazer coisas ditas de "homem" ao mesmo tempo que era uma cozinheira incrível. Eu pequenininha, olhava a postura dessa mulher e ficava numa mistura de apaixonada e intimidada, mãe era uma mulher fatal e poderosa demais. Então, quando cresci um pouquinho, eu já tinha um parâmetro para comparar, e na minha cabeça era difícil achar um adulto naquele nível, o que foi bom, pois assim eu pude me ver representada numa criança e pela primeira vez acreditei que ser especial era possível, e não uma coisa reservada para as pessoas com presença marcante. A Lisa Simpson era a diferentona da família, e falava umas coisas que eu nem entendia muito bem, mas concordava com afinco. Ela não desistia das suas certezas (e Deus sabe que quando eu era criança, tinha muitas), nem de lutar por aquilo que acreditava, e mesmo quando era ignorada ou humilhada, Liza levantava a cabeça e continuava. Numa família onde a comodidade era o modus operandi, uma menininha de 8 anos me mostrava que isso não é desculpa. Além disso, ela tinha uma aparência toda meiguinha. Eu só pensava que dava pra ser tudo, meiga e forte, sexy e forte, mulher e forte."   - Taiany Araujo


"Apesar de seu irmão gêmeo ter grande fama, era She-Ra que representava força e poder para mim. Eu fui uma criança do início da década de 90, e sem dúvida tínhamos grandes nomes nos desenhos, e ainda por cima, como tenho um irmão mais velho, roubava os quadrinhos dele para ler, principalmente os dos X-men, pois, Tempestade. Mas quando penso em primeira mulher que me fez sentir poderosa, não tem como falar outro nome senão She-Ra, a princesa que foi aprisionada, mas conseguiu se libertar e destruir seus inimigos."  - Mari Costa



"Ju Romano foi a responsável por eu me sentir representada pela primeira vez na vida. Ela é uma blogueira como outra qualquer que fala de roupas, maquiagem e cuidados com pele e cabelo. A diferença é que ela é gorda. E fala de autoestima para mulheres fora do padrão. Com ela aprendi a me vestir, a fazer penteados a gostar de me cuidar e foi a alavanca pra eu começar a praticar o amor próprio. Ela é minha mulher "lindíssima! Falou tudo!" porque é representante de uma parte de mulheres que não sabe que pode se amar, se sentir sexy e ser feliz." - Luisa Moreira


"Quando o tema foi sugerido, minha cabeça pensou imediatamente na Lara Croft, a Tomb Raider. Ela é a primeira heroína que eu vi em um campo dominado por personagens homens: histórias de ação. Quando eu era criança, eu não entendia o que isso significava, mas já sentia falta. Eu nunca tinha boneco de personagem mulher pra brincar nas minhas aventuras até venderem a da Lara. E o jogo, apesar de no início eu só assistir meus pais jogando porque era muito avançado pra mim, se tornou especial. Uma das maiores conquistas da minha vida foi quando eu descobri que podia jogar sozinha e voltei a jogar com a minha mãe. E aí teve os filmes, e novos jogos. Eu sei que a Lara é importante pra mim, porque está pra sair o novo filme dela, e nem acho que vai ser tão bom quanto poderia ser, mas quando eu vi o trailer no cinema eu quase morri. E quanto mais perto da estreia chega, mais eu tô GENTE, VAI SAIR O NOVO TOMB RAIDER, PRECISO COMPRAR INGRESSO, SERÁ QUE JÁ TEM PRÉ-VENDA? VOU VER NA ESTREIA. VAMOS TODO MUNDO ASSISTIR. Eu amo a Lara, e acho que é isso o que acontece quando você encontra uma mulher que prova que garotas como você podem ser fuderosas, viver aventuras e protagonizar as próprias histórias. " Dana Martins


"Fiquei um bom tempo pensando sobre quem seria a mulher que me inspirou, sem muito sucesso. Eu já tenho uma memória péssima e tava tentando me lembrar lá dos primórdios HAHAHAH até que parei pra prestar atenção no papel de parede do meu notebook: uma das cenas de Moana. E ME VEIO O ESTALO. Quando fui no cinema assistir a esse filme, rodeada de crianças, eu chorei. Chorei porque eu me identificava na loucura que ela tem pelo mar, chorei porque ela me mostrou que podemos ser aquilo que queremos ser, porque ela me inspirava. Gente, foi uma revelação. Do alto dos meus 24 anos na cara a mulher que me inspira, que me representa, que eu me espelho é simplesmente a Moana de Motunui e eu tenho o maior orgulho de admitir isso." - Isabelle Fernandes



"Quando eu tinha 8 anos de idade, coloquei na cabeça que queria tocar bateria, porque tinha descoberto Strokes com seu baterista brasileiro e bem, se ele era brasileiro e podia estar numa banda legal, por que eu também não? Mas minha mãe virou pra mim e perguntou se eu conhecia alguma banda com garota na bateria. Sempre ouvi muita coisa desde muito nova, mas mal sabia os nomes, que dirá conhecer os integrantes, então disse que não sabia. Ela então me disse que bateria era coisa de homem e que eu não poderia tocar. Mas quando eu vi Meg White no clipe de Seven Nation Army, eu literalmente gritei. "OLHA MÃE, UMA MENINA NA BATERIA!" e aquilo colocou na minha cabeça que se tinha alguma mulher tocando eu também poderia. Hoje em dia eu só sei tocar duas músicas na bateria (do White Stripes, coincidentemente) e não me tornei a deusa do rock numa banda super legal. Mas Meg White, super fofa, delicada e numa das bandas de rock mais importantes dos anos 2000, me mostrou que ser mulher não me impede de fazer nada, que não tem esse lance de "ser de menino" ou "ser de menina". A gente só tem querer que fazer e pronto."


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E você, quem é a personagem/mulher que te inspira? Conta pra gente!!

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