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NÃO SOU OBRIGADA: sobre não estar lá para os meus amigos e ser babaca

17.8.15Dana Martins


Vou começar falando sobre essa semana com uma história.

Era uma vez uma garota que queria escrever um texto sobre ser babaca e não estar presente para os amigos. Ela escreveu um texto, daqueles grandes, com exemplos bonitos. O texto ficou o dia inteiro aberto no bloco de notas. Ela editou o texto até ficar pronto. Assim que terminou ela levantou, esticou os braços satisfeita, chutou o fio e desligou o computador inteiro. Puff. Não há mais texto nenhum.



Dito isso, eu não poderia reescrever tudo nem se eu quisesse. Tô agora colocando Can't Feel My Face pra ver se eu ANIMO E UM POUCO DISSO CONSEGUE ENTRAR AQUI, porque a vontade de falar sobre ser babaca já passou.

Vou tentar mesmo assim, porque NÃO SOU OBRIGADA.

EU NÃO VOU ESTAR LÁ PRA VOCÊ

Vou começar falando sobre não estar lá para os meus amigos. Basicamente, eu sempre quis ser a amiga legal. Aí meus amigos decidiram fazer aniversário (que ousadia!!!) e eu fiquei na situação desconfortável de: não ir no aniversário deles. Essa semana foi mais desconfortável ainda nesse quesito, porque juntou vários casos de "Dana, você falhou com essa amizade" e simplesmente foi demais. Eu tive que encarar umas realidades.

E se você acabou de chegar, esse é o post semanal (nas semanas que dá vontade...) onde eu falo sobre o que aconteceu na minha vida, no CC, no mundo, em marte... e tem imagens de The 100. 

Até ano passado eu gostava de dizer EU VOU ESTAR LÁ POR VOCÊ, EU VOU MOVER MONTANHAS. Aí eu me afastei do meu ego e "wow, eu sou o contrário de amigo presente". Eu não consigo nem entrar num ônibus pra ir até algum lugar desconhecido (aka. onde meus amigos moram) e comemorar o aniversário deles. Eu sou mestre em desaparecer sem dar sinal de vida. E mais um monte de coisa chata.

A questão foi só perceber que seja lá o que for esse amigo ideal, eu não sou essa pessoa. 

E como é que você diz pra o seu amigo que não vai no aniversário dele? Mas não é por causa dele. É por causa de... de... é como se eu não tivesse o mínimo pingo de energia em mim para levantar, passar por tudo isso, e voltar. Essa semana eu fui no shopping com meu irmão e já estou tipo TUDO BEM, É O BASTANTE, DEIXA EU VOLTAR PARA O MEU IGLU. (e estou com bolhas nos pés!!!)

Ou: Ok, talvez não seja por causa de você. Talvez eu não vá mover montanhas por causa de você. 

E te adoro você é incrível blablabla, mas, sério: não.

Uma vez meu amigo me perguntou se eu atenderia se ele ligasse de madrugada com um problema,
eu atenderia. Passaria a noite inteira falando. Ficaria feliz em ajudar. Iria até a casa dele com um pote de sorvete.
Na minha cabeça não é nem uma dúvida. É lógico que eu vou. Mas na realidade: meu celular tá sempre sem som,
eu só veria 2 dias depois e provavelmente esqueceria de perguntar o que foi por 1 semana, ou 1 mês. 
SOBRE SER SINCERO COM VOCÊ MESMO (E COM OS OUTROS)

Essa semana teve outro momento, que não tem a ver com estar presente, mas falar como você se sente, que também me fez ver isso. O Paulo acabou não mandando a news da Hora da Conversa no último domingo e atrasou e confusão. Normalmente eu falo "tudo bem, acontece", o que não é 100% verdade porque não está tudo bem! Nós criamos um ciclo de news, manter o CC atualizado é importante pra mim, nós combinamos quem queria e não queria, então se você diz que vai mandar e não manda, depois faz isso no dia seguinte. E no dia seguinte. É apenas ruim. E eu ia mandar outra news na semana, então atrasou os horários. Acabou que nada foi enviado. 

Mas eu queria transmitir pra ele que "por favor, considere isso, porque foi ruim, faça melhor da próxima vez, peça ajuda, comunique" e ao mesmo tempo "não se castigue por causa disso porque merdas acontecem". Jesus. Foi uma aflição.

Só sei que no meio disso aconteceu algo muito importante, eu mais ou menos abracei o meu potencial destrutivo. "Eu não sei o que fazer, eu não sei o que dizer da melhor maneira, eu sei que silêncio é algo ruim porque impede as pessoas de se conectarem, eu vou... fazer o melhor que eu posso, e aí torcer para que ele entenda e saia algo bom disso." Foi mágico. Só sei que cheguei num momento em que meu corpo inteiro relaxou, eu pude respirar em paz e perceber o quanto eu tava frustrada com a situação sem saber. Eu fiquei leve. E mesmo que depois eu tenha ficado com medo de fazer mal ao Paulo - acho que o resultado foi melhor do que antes.

se você pode usar alycia debnam-carey, você usa alycia debnam-carey

Eu já falei umas mil vezes aqui no CC que eu tenho tentado me abrir mais, e uma das coisas que eu percebi (pra mim) é a importância de ser sincero. "Não vou falar pra não te machucar", "tenho medo de você ir embora se eu falar", "acho que você tá sendo babaca, mas não quero te irritar agora" - Tudo isso apenas: tchau. Eu tenho aprendido a literalmente falar pras pessoas como eu me sinto, do jeito que eu consigo dizer, e deixar elas decidirem o que fazer da parte delas.

POR QUE EU TENHO DIFICULDADE DE FAZER AS COISAS?

Resumo: Porque você é importante pra caralho, amigo. E eu tenho medo de perceber você. 

Acho que a diferença de sensação é a de entre andar num quarto pisando em ovos ou com o chão livre pra você sair dançando. Você pode até dar de cara em uma parede, mas é porque chegou a algum lugar, não porque tá imóvel tenso com medo de fazer algo explodir. 

Enquanto eu escrevo isso meu cérebro fica de fundo apenas lembrando de Hazel Grace e o medo de ser uma granada (uma hora eu vou explodir e todo mundo vai se machucar). Às vezes viver, pra mim, é meio que o medo de ser uma granada andando em um campo minado. O medo de a qualquer passo fazer algo explodir. E como Gus nos mostra ao longo de A Culpa é das Estrelas, não vale a pena viver assim. Isso é só sobreviver. E você tem a opção de lutar pra viver andando por aí com liberdade. Mesmo que eventualmente alguma coisa vá explodir. 



Até agora eu nem sabia o quanto tinha medo de fazer algo explodir. 

Esse medo era meio sufocante.

E perceber isso meio que me libertou pra andar além dele.

Além. 

Ir andando. Ir embora. Apenas ir.

E ACEITAR QUE EU SOU QUEM EU SOU

Foi nesse caminho cheio de altos e baixos que eu percebi que não sou a amiga que eu pensava (e desejava) ser. Eu percebi que eu adoro escrever, e vou preferir fazer isso a passar o dia em uma festa, mesmo que seja com os amigos. Aliás, escrever é uma das razões dos meus hábitos ~reclusos~. Às vezes eu acordo, e meu processo de ressuscitação das trevas é meio lento. Normalmente é algum assunto que chama minha atenção que ativa meu cérebro. Daí eu saio do estado zumbi pra ATENÇÃO INTENSA ESCRITA ADEUS.

E eu gosto disso. Eu gosto de usar quando eu estou bem pra escrever, ou fazer coisas que eu quero fazer tipo marcadores do CC, resolver coisas do blog. Normalmente, o único espaço pra outros seres vivos aí é quando estamos fazendo algo juntos e, ainda assim, às vezes é a parte mais desgastante.

Isso é curioso. Porque não sou eu tentando ser quem eu não sou, é que quem eu pensava que eu era não sou eu. Eu me sinto bem em casa. Mas eu não tinha percebido isso. Eu pensava que eu gostava de fazer essas coisas pelos outros, aí eu me forçava a fazer. 

Por favor, não diga que além de ainda estar presente perto das pessoas, eu ainda tenho que falar... coisas. 

Quando eu saio é simplesmente pegando a onda de alguém. Meu irmão saindo. Eu não preciso fazer nada. Apenas agarro nele e vou. Ou tipo agora que chegou gente aqui em casa, e aí vou ter momento legais de conversa. Ou de noite quando to cansada pra escrever, aí eu simplesmente converso ou saio pra fazer algo. 

Sei lá, e eu sou assim. Eu to bem com isso. Só que isso me torna uma amiga péssima no Código de Amizade e é interpretado como EU NÃO ME IMPORTO COM VOCÊ

Pra ter noção, quando eu decidi começar a falar verdade dizendo que eu simplesmente não queria ir, teve gente que pensou que eu tava mentindo. Foi hilário pra não dizer triste. Teve uma amiga inclusive que chegou a dizer "você pode dizer que tá fazendo coisas pra o CC, ele é o seu trabalho" e eu tipo "hm... ok, mas não. eu poderia. mas eu não quero."


Eu amo tanto esse vídeo. Esse vídeo é tão verdadeiro. POR QUE SÓ POR SERMOS AMIGOS EU TENHO QUE QUERER IR PRA SUA FESTA? E POR QUE EU NÃO QUERER IRIA SIGNIFICAR QUE EU NÃO GOSTO DE VOCÊ? 

Essas mentiras são super comuns e nós somos as nossas maiores vítimas. "Eu não quero porque caiu um meteoro na Terra e meus amigos dinossauros estão em perigo, sabe. É por isso que eu não posso ir" ou o perigoso "Eu queria poder escrever" ("Mas você pode!") "Não, eu não tenho tempo..."

Essa do tempo é clássica, né? Não é que você não esteja com tempo. Você tem 24 horas todos os dias. Mas você escolheu dormir, trabalhar, ficar enrolando na cama, assistir vídeos no youtube, trabalhar mais, estudar, visitar sua tia-avó, limpar a casa. São todas escolhas válidas. Escolhas reais. Mas elas são isso: escolhas. Você teve 24 horas. Você escolheu usar pra certas coisas. Você usou pra essas coisas. 

Não é aquilo de "VOCÊ É UM INCOMPETENTE", não é pra se castigar sobre não escolher. É sobre reconhecer as suas escolhas. Tipo, se você teve que passar o dia inteiro trabalhando porque precisa passar as contas no fim do mês, isso ainda é uma escolha. Eu não disse que era uma escolha boa. Ou sem consequências.

Eu escolher ser essa pessoa que fica em casa, por mais que eu queira, significa estar aberto às consequências de viver assim.

Reconhecer as suas escolhas te dar poder sobre o que você faz, e pode te ensinar a valorizar escolhas difíceis

Nesse momento, eu tive que interromper o texto por algumas horas porque chegou gente aqui em casa. Eu escolhi falar com elas em vez de escrever. E foi muito bom. Conversar com a minha prima é sempre maravilhoso. Eu secretamente fico com vontade de gravar ela falando e espalhar. Olha só, tá vendo o meu lado social aí?

No meio disso tudo, eu to aprendendo a parar de cobrar de mim ser o que eu não sou. E reconhecer as minhas escolhas, mesmo que ela signifique, talvez, perder algum amigo.

E é tão bom. Tão bom ser eu. Tão bom não ter medo de fazer o que eu quero. Tão bom reconhecer o que eu quis fazer. Tão bom reconhecer que eu posso ser babaca, porque ei, eu não sou obrigada. Não sou obrigada a ser esse tipo de amigo. 


Falando nisso, queria falar de um momento essa semana, porque eu fiquei pensando. Muitas vezes ser honesto é confundido com ser cruel. EU FALO O QUE ACHO E ACABOU, BEIJOS. TO CAUSANDO DISCÓRDIA, TO SENDO HONESTO. Wtf. Meio que: não? E às vezes a "honestidade" é, na verdade, um cavalo de troia para verdades não ditas que você tem guardado. 



Eu sendo babaca com uma amiga minha. Se a nossa amizade existe, é por causa dela. E eu meio que queria ser essa amiga que vai até a casa dela, faz coisas loucas, vai A SHOW DE BANDAS QUESTIONÁVEIS EM LUGARES QUESTIONÁVEIS EM HORÁRIOS QUESTIONÁVEIS sem se importar com ser assassinada, responde whatsapp na hora... mas eu não sou.

E nesse post eu aproveito pra colocar um fim nisso: eu não quero mais ser. eu me recuso a me sentir mal por ser quem eu sou. eu não sou obrigada.

O que nos leva...

O tema da semana. NÃO SOU OBRIGADA. *gritinhos de animação* Porque EU FICO TÃO FELIZ QUE EU VEJO ALGUM TEMA EM COMUM ENTRE POSTS ALEATÓRIOS DA SEMANA. Tem o post do Paulo, sobre tirar licença das obrigações. E o do Neil Gaiman sobre não ser obrigado a ler o que não gosta (e a obrigação do leitor). E o do João sobre Quarteto Fantástico, porque ninguém é obrigado a não gostar de filme só porque outra pessoa achou ruim. Também tem o post de indicação do Years & Years, porque considere uma obrigação sua ouvir essa banda. 

Além disso tem a capa, que quando eu vi a foto da menina fofinha pensei "mas, nossa, duas garotas crianças negras seguidas em capa?" e eu tipo NÃO SOU OBRIGADA. COLOCO O QUE QUISER.

Veja no facebook a Bells sobre a semana e não ser obrigada

Essa semana também quando todo o CC votou numa versão do marcador de página novo que eu não gostei, basicamente mandei um NÃO SOU OBRIGADA A FICAR COM ESSA COISA HORROROSA. NÃO SOU OBRIGADA A FICAR COM ALGO QUE EU NÃO GOSTO. (e perceber isso foi o que me permitiu jogar pra o alto todas as exigências quanto ao marcador e fazer um novo do jeito que eu realmente queria - e ficou mil vezes melhor)

Eu tava conversando com a minha prima... depois de escrever esse post eu percebi que é como se a gente precisasse dar razão pra gostar das coisas que gosta? Olha, eu gosto de Jogos Vorazes, mas não é por causa do romance (-.-), é porque representa a nossa sociedade blablabla importante blablabla coisas sérias blablabla. Mas... foda-se? Ninguém é obrigado a ter razão pra gostar de nada? Aliás, não sei se existe razão para gostarmos do que gostamos. Se fosse simples assim, eu me faria gostar de trabalhar o dia inteiro num emprego público, gostar de ir pra faculdade, gostar de ir pra o aniversário dos meus amigos. E como a Carol disse na semana passada, você pode gostar de coisas que são consideradas inúteis.

Pessoalmente, eu costumo dizer que até coisas consideradas inúteis são sérias. Justin Bieber é culturalmente mais importante do que o escritor desconhecido que ganhou algum prêmio literário importante. Justin Bieber atinge a vida de milhões de pessoas. Reflete um momento da nossa cultura. Reflete uma forma de pensar. Justin Bieber pode ser absolutamente sério e importante.

Eu amo essa música. 

Mas mesmo se for a música que toca na rádio e você gosta rebolar enquanto cozinha (por favor, assista isso), ou, sei lá, algo que você escuta simplesmente por ouvir: você pode. 

Você não precisa de uma razão pra isso. VOCÊ NÃO É OBRIGADO. 

Tenha uma boa semana, leitor. Experimente não ser obrigado.





Dessa vez fiquem com mais Alycia Debnam-Carey, que tem o vídeo também. Do último post pra cá saiu taaanta imagem boa. E vamos apenas rir que o nome da personagem dela em Fear The Walking Dead se chama Alicia Clark, parece muita sacanagem. HUAHAUHAUHAUH Em outras notícias, no plantão The 100. Lexa vai começar a aparecer pelo menos a partir DO TERCEIRO EPISÓDIO. O QUE É MUITO MELHOR QUE EU ESPERAVA. E JÁ ESTÃO GRAVANDO. (e eu espero que ela não morra, pf deus). Terceira temporada de The 100 tá pra sair início do ano que vem. 

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6 comentários

  1. Nunca me identifiquei tanto com um post do CC.
    Tenho uma festa de aniversário do filho de uma amiga daqui a dois finais de semana e eu não quero ir. Mas é tão difícil dizer isso que estava procurando uma justificativa pra não ir.
    Não sou obrigada a ir só porque a pessoa me convidou e não tenho que mentir ou me justificar.

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    1. Jéssina <3 É bom saber. No tumblr tem tanta coisa sobre pessoas introvertidas E LITERALMENTE MUDOU MINHA VIDA. Eu comecei a perceber que eu era assim e que eu podia ser assim. Quando eu comecei a agir assim foi meio tenso no início, tipo aquele vídeo mesmo. É um conceito alienígena pras pessoas você não querer ir. Eu tenho um tio que sempre que eu vou em festa agora fica me cumprimentando o tempo todo de sacanagem...

      Mas o resultado tem sido bem melhor.

      Yep, não somos obrigadas. Não precisamos mentir e nem justificar. :)

      Obrigada por compartilhar <3

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  2. A gente vive num mundo que ser introvertido é errado. Você é considerado estranho, antissocial, antipático. É como se a gente tivesse que viver sempre a favor dos outros e que se você faz as coisas que são melhores pra você, mesmo que isso não prejudique ninguém, você é uma pessoa ruim. Eu lembro que no colégio as vezes eu me isolava e ficava no meu canto escutando musica e sempre meus amigos faziam piadinha falando "lá vai a antissocial" etc. As vezes chegavam a me considerar uma pessoa triste por isso quando na verdade eu só tava com vontade de ouvir determinada musica ia lá escutar ela no meu canto. Quando eu tava com vontade de conversar com alguém eu ia lá e socializava. Eu gosto de conversar e estar perto dos meus amigos, é divertido. Mas não é sempre que eu estou com saco pra isso porque isso exige um esforço físico e mental enorme para mim então só faço quando realmente estou interessada. Infelizmente quase ninguém entende isso. Até hoje eu só consegui uma amiga que meio que entende isso e passa pelo mesmo. Eu lembro que quando a gente ainda tava se conhecendo direito e ela falou que podia parecer estranho mas que as vezes ela precisava se isolar um pouco e gostava de ficar sozinha no quarto dela com musica, filmes, livros, internet e etc e eu disse que entendia e sentia o mesmo ela pareceu surpresa.
    Se você nega um convite pra um passeio, festa etc ou sai mais cedo do que esperado de um evento do tipo, as pessoas automaticamente concluem que ou você está muito atarefado ou você ta doente ou deprimido. Ninguém nunca pensa que você simplesmente não quer ir porque,talvez só talvez, você não se sinta com vontade de ir. É como se eventos sociais fossem a melhor coisa do mundo e que ninguém em sã consciência conseguiria negar de ir em um quando convidado. Eu acho que as vezes é legal fazer um esforço e ir mesmo sem vontade, pode ser uma boa experiência. Mas se você não quiser ir também é ok. Ninguém deveria ser considerado uma estranho por isso.

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    1. SIM! Essa semana minha prima veio me contar que descobriu que introversão não é mesmo que ser antissocial ou tímido. Ela tava tipo YEAH, EU POSSO EXISTIR. EU SOU NORMAL. ISSO É OK. E é bizarro, né? Pensar que você precisa dessa autorização pra ser você ser mesmo. E ser introvertido onde extroversão é a norma é assim. E mais: se forçar pra fazer as coisas acaba sendo destrutivo pra gente. Hoje eu vou ficar com meu irmão e a minha amiga e to aqui agarrada aos meus minutinhos de paz e silêncio, sem a presença de seres vivos. E eu gosto disso. E não é que eu odeie o meu irmão ou a minha amiga - são uma das pessoas que eu mais gosto no mundo. Ainda assim...

      E é importante a gente conversar sobre isso, pra todo mundo ver que é ok. :)

      Obrigada por compartilhar isso, e espero que a sua amiga tenha percebido que não é estranho <3

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  3. Tem um monte de coisa que eu pensei em comentar enquanto lia o texto e acabei esquecendo, mas só quero compartilhar como foi libertador dizer pra uma das ~colegas de apartamento~ que ela tava tomando liberdades que não tinha comigo. E com as minhas coisas. [Estilo simplesmente invadir meu quarto e botar uma menina que eu não conheço pra dormir no chão (???) sem me pedir. É.]
    X: Mas eu tinha tanta liberdade com você antes!
    J: Não, cara. Não é bem assim.
    X: Não?
    J: Você achava que tinha...
    Não é porque ela voltou menos sem noção da Europa e eu agora tenho chave no meu quarto que eu ia continuar fingindo que o jeito que ela agia antes tava certo, sabe. Porque pode ser que nos tornemos amigas, mas eu também não sou obrigada.
    Ok, era só isso.

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    1. Isso me fez lembrou de um episódio de The 100 que duas personagens estão discutindo e é tipo:
      C: Eu não quero fazer isso.
      L: Mas você fez semana passada!
      C: É, mas eu mudei. E não quero fazer mais.

      Ok, foi uma descrição ruim, mas o que mais me chamou atenção é que existe essa crença de que só porque em momento X você agiu de um jeito você vai sempre agir assim, como se agir diferente depois, inclusive, fosse ser hipócrita. Talvez seja. Mas a gente também tem a oportunidade de aprender, mudar de opinião ou até, como acontece muitas vezes, descobrir como ser forte o bastante pra colocar o pé no chão e dizer "não. eu não quero isso."

      E pra mim com essas coisas foi muito isso. Não tenho nenhuma colega de apartamento, mas meu irmão, minha família (...) sempre tinha umas coisas desse nível que eu não conseguia/não sabia impedir, e aí eu fui aprendendo a dizer que não.

      Não sou obrigada a fazer certas coisas porque somos amigos. Não sou obrigada a agir do mesmo modo que antes.

      enfim, lembrei disso e quis compartilhar

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