CCFilmes Fantastic Four

Sobre Quarteto Fantástico (sim, Fantástico)

11.8.15João Pedro Gomes


Nos últimos dias, você pode ou não ter notado o pequeno 4 ali em cima, no logo do CC (se não viu: relaxa que eu também só vi ontem, UAHUA). O fato é que eu pedi meio brincando pra Dana colocar "Convers4Cult" quando estreasse Quarteto Fantástico e ela foi uma pessoa incrível e fez isso de verdade. O filme estreou no meu aniversário, afinal.

Mas, com todo esse ódio que o filme tá recebendo, aquele numerozinho permanecer ali ganhou um novo significado: resistência

Caso você não tenha notado ou esteja lendo isso num futuro longínquo

Sim, resistência. Porque eu estou tentando resistir ao que parece ser o mundo inteiro se unindo pra odiar esse filme. Tentando ignorar que o próprio estúdio desacreditou dele desde... desde sei lá quando. Ignorar que, se compararmos com um Vingadores da vida, ele teve uma das piores cenas de ação que os super-heróis já viram. Ignorar, acima de tudo, que ele tentou se transformar em algo que não é, algo mais parecido com Vingadores, e que essa foi sua maior falha.


Vou tentar ignorar, enfim, a classificação que deram ao Quarteto Fantástico de pior "filme de super-herói" da história. 

Vou simplesmente esquecer isso e me lembrar do que ele deixou de positivo pra mim. 

Vou lembrar que ele foi mais corajoso do que qualquer outro filme desde o princípio, e não teve medo de representar a família mais antiga dos quadrinhos de um modo não tradicional. 

Lembrar que, dessa vez, a criança branca é quem foi adotada por uma família negra e bem sucedida. 

Lembrar que foi um filme repleto de amizade, família e coisas positivas. (Ah, e lembrar que não precisou ter nenhum romance pra forçar alguma emoção). 

Lembrar que ele tratou de bullying, relações familiares abusivas, militarização e várias outras questões problemáticas de forma sutil.

Lembrar que ele teve uma mulher super-heroína que, a seu próprio modo, fez coisas realmente importantes e se recusou a ver ela e sua família serem usadas como ferramentas de alguém.


Lembrar que o elenco foi respeitável, apesar de nem sempre ser tratado da mesma forma

Lembrar que o filme não precisou ser um espetáculo visual pra me conquistar.

Lembrar que, apesar de toda a pressão superior para ele seguir os padrões, ele conseguiu manter por um bom tempo seu tom original. 


Prefiro lembrar que esse filme foi, de muitas formas, algo mais. Mais do que se espera de um filme de super-heróis. E eu posso estar errado ao fazer isso, posso estar tentando fazer o filme parecer melhor do que realmente é só porque eu gostei.

Mas eu me recuso a vê-lo como algo "inferior" ao que alguns acham que um "filme de super-herói" deve ser. 



"[...] Nesta era de ascensão dos super-heróis, não há histórias que olham adiante. A franquia Vingadores é uma série de histórias sobre pessoas que são boas ou em construir ou em ser armas, e que as usam para deter hordas de vilões. Na franquia X-Men, o sonho do Professor Xavier corresponde, principalmente, a 'vamos incluir a minoria da população e manter o status quo'. E o Batman e Superman do Zack Snyder... bom, eles parecem estar mais interessados em porradas e autorrealização Randiana.

O novo Quarteto Fantástico pareceu ser, lá no seu primeiro trailer, um potencial novo tipo de filme de super-herói. Ele começou com o narrador questionando 'Como chegamos tão longe?', e refletindo sobre o dever da humanidade de explorar e inovar. Não haviam exércitos invasores, nem mesmo um cara mau. Havia apenas um simples e iminente encontro com o desconhecido e o inesperado. O teaser terminou com uma figura misteriosa prometendo que os protagonistas precisariam se preparar não para uma batalha, mas para as 'respostas'.

[...] No dia em que as primeiras e impiedosas críticas do Quarteto Fantástico surgiram, a Rolling Stone publicou um artigo chamado 'O caminho sem volta: os pesadelos das mudanças climáticas já estão aqui', e enquanto eu olhava aquilo na tela do meu notebook, meu peito contraindo com desespero e ansiedade, eu não pude evitar desejar que nós, enquanto uma cultura cinéfila, nos preocupássemos em sonhar ser o Reed Richards, não o Homem de Ferro, Capitão América ou Batman. Por que nossos heróis das telonas precisam esperar por terroristas e psicopatas para dar cabeçadas e socos? É isso mesmo tudo o que nossos filmes de super-herói são capazes de fazer?"

- Abraham Riesman (Vulture)


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3 comentários

  1. João, ótimo texto!

    Não entendo esse ódio generalizado da galera. Não vi o filme (e nem vou, pois decidi assistir novamente Magic Mike XXL. como a grana anda pequena, ou é um, ou é o outro), mas acho que esse surto coletivo é meio idiota (tem um monte de gente falando mal do filme e se viu o trailer, viu muito). O pessoal pensa o que? Que com o fracasso a Fox irá soltar o osso para a Marvel e o estúdio d'Os Vingadores irá produzir um filme fodão? A Marvel não é infalível e nem o único estúdio de cinema a saber produzir filmes de heróis!!!

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  2. João eu praticamente não tenho nada a acrescentar, pq nao vi o filme, e confesso que no início virei a cara para ele, mas daí criar ódio por ele, acho demais. No entanto, eu adorei seu post, vc colocou muito sentimento nele, deu pra entender todas as coisas que vc queria dizer.
    Ps: eu tava me perguntando o pq daquele 4 e se era erro do meu celular hahahahaha

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  3. Pra ser sincera, eu não tava nem tchum pra esse filme porque 1. mais um filme de super-heróis? Really? 2. e ainda por cima regravação? Com atores mais jovens? (Qual o próximo passo, colocar bebês? Sim estou revolts com essa mania atual de Hollywood regravar filmes e colocar cada vez mais atores super novos.)

    Mas voltando, não colocava fé na história, mas agora que parece que ele está sendo massacrado, muito me interessou. Se eu assistir, volto pra comentar, mas gostei muito do texto. <3

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