#SaveCarmilla Carmilla

Carmilla provando que finais felizes são cool

8.12.14ConversaCult

Aka. Como encerrar uma série sem babaquice. Ou como podemos sobreviver a finais felizes. Ou que finais felizes nem precisam ser 100% felizes. 


Estava eu aqui, passeando pela casa, mas na verdade eu estava pensando na season finale de Carmilla. Se você olhasse de longe, provavelmente veria uma pessoa idiota andando com um sorriso no rosto. A websérie me deixou exatamente assim. Agora eu estou aqui, tentando organizar meus pensamentos para ver se eu tenho capacidade de falar sobre essa série.

Se você não conhece Carmilla, pode começar a assistir de graça agora, ou ler o meu post de indicação aqui. Esse post tem spoilers.

Tá, não, eu não tenho capacidade. Eu quero realmente falar de como é legal ver uma série onde os personagens não são subestimados por causa de estereótipos, onde eles desconstroem tropes e, no fim das contas, é muito divertido assistir. Alguém lembra no fora que a Laura dá na Danny por causa da sua mania de cavaleiro branco? Só o texto desse episódio dava pra colocar em um panfleto e distribuir por aí. Mas eu ainda não consigo falar sobre isso, então eu quero falar sobre como a primeira temporada de Carmilla terminou.


Pensei que teria o que falar, mas depois desse gif. Tá, não. 

O final de Carmilla foi bom, porque satisfaz. É um alívio encontrar um final onde a história se conclui, to cansada dessa mania de cliffhangers chatos, personagens que não crescem, dramas de última hora e algo que não chega nem a ser um cliffhanger, é mais alguém passando a tesoura no meio da história mesmo. CARAMBA, NÃO DÁ PRA ACONTECER ALGO BOM? NÃO DÁ PRA COLOCAR UM PONTO AQUI E IR EM FRENTE?

Eu to cansada de ficar desesperada com histórias. Parece que as coisas nunca terminam, eles ficam querendo criar drama em cima de drama. Tem limite, sabia? LI-MI-TE. Não precisa me prender, cara. Eu vou voltar se for bom. Carmilla é o exemplo disso. Ontem eu tava feliz, hoje eu continuo feliz. A vontade é só de abraçar todos os personagens e comprar absorvente. Não quer dizer que eu vá abandonar, ou não vá assistir, ou que não tenha sido excitante ou sei lá. Foi MUITO legal e teve um final feliz e eu to feliz. É simples.



Ao mesmo tempo, foi um final emocionante, porque É AGORA O BEIJO, COMO A CARMILLA VAI VOLTAR, AI MEU JESUS CRISTINHO. Quem diria que uma sériezinha de 3 minutos ia me deixar ansiosa apertando f5 atrás do próximo episódio? Esperar as terças e quintas já tinha virado rotina pra mim, mas nos últimos episódios a coisa ficou tensa. Eu fiz teorias, eu queria saber o que aconteceria e sempre tem o medo do pior - e se Carmilla volta como um fantasma, ou se a Ell revive? DRAMA.

Tá vendo? Só o medo do pior já é o bastante. Talvez o final de Carmilla tenha sido bom por isso: to tão acostumada com esses finais que destroem tudo que um final onde dá tudo certo foi inesperado. Isso só aumenta meu carinho pela série, quero pular na tela e sair abraçando todo mundo.

Um detalhe extra: Alguém comentou no tumblr reparando que em nenhum dos episódios tem trilha sonora. Tem noção do que é isso? A música é extremamente importante para a emoção. Ela pode te deixar com medo, arrepiada, se sentindo um super-herói. Carmilla consegue emocionar sem isso. É praticamente história pura + atuação.

Uma das coisas que eu mais gostei no último episódio foi de ver a Carmilla rindo. 

querendo transformar todos os quotes de
Carmilla em camisas
Apenas isso descreve a minha reação vendo esse sorriso

Aparentemente, eu tenho espalhado tantos gifs de Carmilla por aí que outro dia ao ganhar a promoção do CC o André mandou um email dizendo *insira aqui um gif de Carmilla comemorando, vocês devem ter vários* e aí eu percebi que não tinha. Tive que me contetar com um da Laura fazendo a dancinha por causa da Danny. Mas o que importa é que eu reparei que ela não fica feliz. A Natasha Negovanlis passa mais de 30 episódios só fazendo cara de desinteressada. Não tem sorriso, não tem animação. Tem brincadeira e tal, mas não tem uma felicidade natural. Até o último episódio. Ali ela ri, brinca, parece tranquila. Só nesse momento fica claro como ser uma vampira-escrava vinha pesando na vida dela. Carmilla ainda tentava se rebelar contra a mãe, mas antes ela era alguém que havia perdido a fé na vida. Em si mesma. Por isso, aliás, a importância da Laura e suas aventuras malucas. Laura é a primeira a acreditar que Carmilla não é um monstro e pode lutar contra. Isso é muito legal.

Além de ser o mesmo conflito do Edward em Crepúsculo, só que bem feito. (só por comparação, Laura faz Carmilla começar a acreditar que não é um monstro por acreditar na capacidade dela para o bem e dando a oportunidade dela lutar por isso; Bella faz Edward aceitar quem ele é por querer ser igual a ele e, ao se transformar, mostrar que seu lado vampiro é algo natural e bonito) (Twilight poderia ser uma grande história gay)

Sabe, não é nem que a websérie Carmilla seja 100% perfeita. Por exemplo, o formato de filmagem é um pouco limitador, IMAGINE QUE INCRÍVEL SERIA AQUELA BATALHA FINAL EM SILAS FILMADA ESTILO HARRY POTTER!!! E AS CENAS NA LIVRARIA!!! *todos morrendo no cinema* E aí na hora H o que nós temos é um relato do que foi feito, como se você tivesse lendo uma página no wikipédia com o resumo da história. Tudo bem, não exatamente como ler uma página no wikipédia, porque você está vendo os atores lindos e os mil detalhes em cena e atuação que eles enfiam dentro daquele quadradinho de imagem, mas não deixa de ser puro relato. O penúltimo episódio com eles contando o que aconteceu, por mais que eu tenha matado a saudade da Danny com ela na frente da câmera e tenha sido bom pra criar ansiedade para o próximo episódio, foi um pouco anti-clímax. 

Aliás, eu não sei se eu não tava preparada, mas o fim chegou tão rápido! Elas estão lá tentando descobrir como vencer os vampiros e de repente já está a Laura usando Lafontaine de isca e, logo em seguida, elas já venceram. Tipo, "hm.. tá. o.o" Mas não vamos nos enganar, por mais que eles tenham criado esse universo sobrenatural da faculdade, uma equipe Scooby Doo e houvesse um mistério para ser desvendado, o foco da história era na Carmilla. Tanto que o clímax da história é a morte dela e ela ressurgindo em seguida (isso parece a bíblia). Então existe essa sutil divergência de foco. Os mistérios ajudam a movimentar a história e deixam tudo mais legal, mas no fim do dia é uma história focada nos personagens e suas reações. É por causa deles que nós assistimos. 

Sério que o foco é na Carmilla, Dana? 

só eu acho esse troço horroroso? 


Então julgar a história pelo que você desejava que ela fosse é idiota. De qualquer forma, eu ainda gostaria que o outro lado tivesse mais atenção também e a gente ficasse por dentro tentando desvendar os mistérios. Não que eu não ficasse, mas poderia ser melhor.

Agora, o que a série promete fazer, ela cumpre. O formato é diário e, como tal, nossa animação é por causa dos personagens. É difícil assistir a série e não gostar deles, ainda mais porque eles são bem desenvolvidos e como é tomado por mulheres, temos a oportunidade de vê-las em papeis diferentes. Já perceberam que normalmente histórias protagonizadas por grupos têm só uma mulher e o papel dessa mulher é ser a mulher? Você tem o homem engraçado, o inteligente, o fofinho, o brutamontes, o responsável e... a mulher. Como o grupo inteiro de Carmilla é de mulher, elas que assumem essas diversas personalidades. 



Mas não só dessa maneira ~analítica~. Os personagens são legais e ponto. O mais divertido da série é ver a Perry louca por causa de Lafontaine fazendo merda, é de quebrar o coração ver Lafontaine alucicrazy com parasita no cérebro, dá ansiedade ficar sem a Danny por vários episódios e vontade de dar uma voadora nela quando ela volta só pra ser idiota, a Laura assumindo a situação contra seus protetores e a Carmilla reaprendendo a sorrir. Carmilla brilha não quando acontece um ataque de... o que era mesmo? cogumelo gigante? Carmilla brilha quando nós vemos a personagem Carmilla colocar uma caneca na mesa da Laura. Quando o grupo se junta para girl the hell up. 

Não sei onde encaixar isso, mas adoro como a Danny vira um bro no final.

E as pernas do Kirsch.



Agora, alguns dias depois, eu só consigo ficar triste toda vez que lembro que a temporada acabou, continuo reblogando tudo no tumblr e dando graças à deus pela Kaitlyn (Lafontaine) saber usar a internet. Aliás, você já viu os vídeos dela? É a melhor forma de conhecer o elenco, matar a saudade e se divertir. ELA E A SHARON (DANNY)!!!

De quebra, o final de Carmilla ainda teve a cena pós-créditos que nos prepara para a segunda temporada e mostra que a coisa é mais complicada do que elas imaginavam - sem destruir totalmente os avanços da primeira temporada.

Esse vídeo é lindo, não sabia como embutir no post, mas o link tá aqui.  Ah, os créditos da imagem de capa.

Wow. Nem acredito que consegui finalmente escrever todo esse texto em uma ordem que faça sentido. Acabei cortando a parte onde eu mostro que a U by Kotex vai continuar patrocinando Carmilla (nem precisa mais disso, já saiu o vídeo anunciando) e a importância do #SaveCarmilla, além das minhas expectativas para a 2ª temporada, que eu vou postar mais tarde em um post separado. 

Nath (@yumenostars), isso tá bom? Alguém quer comentar mais alguma coisa? É tanta coisa sobre Carmilla pra falar que eu definitivamente estou esquecendo algo. HUAHUAHA 






A autora desse texto é a Dana, especialista em falar coisas idiotas, traficante de cultura pop e o avatar. Deal with it. Me recuso a usar 3ª pessoa, então: Você pode ver todos os textos que eu escrevi aqui na tag Dana Martins e também estou no twitter @danagrint, vem conversar comigo. :)

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2 comentários


  1. Ai Dana, muito obrigada por este post! <3 <3 <3 (É tão bom ler sobre Carmilla em português /o/)

    Sério, adoro suas análises, como vc consegue escrever tanto e tão bem? E preciso dizer que eu ia abandonar 'Faking It', mas depois de ler seus posts, segui com a série e não me arrependi.

    Mas falando sobre Carmilla acho que o que mais resume meu sentimento pela serie é felicidade. Como você disse sobre o final: "Foi MUITO legal e teve um final feliz e eu to feliz. É simples."
    É exatamente assim que penso, mesmo sem entender tudo, o último episódio não me fez sair gritando pela casa, mas me deixou com um sorriso bobo no rosto e me deixou feliz, tem coisa melhor que isso?

    E foi tão divertido participar de toda loucura do Tumblr principalmente, e toda ansiedade por um novo episódio, isso é o máximo, e o mais louco e que a série ao total tem apenas 2 hs e 30 min!!! Como eles conseguiram esse feito? Eu acho que o sucesso é também pq estamos carentes de séries e filmes com personagens femininas fortes e super-heroínas, e depois desse post: "http://www.conversacult.com.br/2014/11/lista-de-todos-os-filmes-protagonizados.html" vejo que tem MUITO o que melhorar.
    E se Carmilla fosse um filme (pelo tempo total poderia ser) passaria folgada no Bechdel test. = D

    Outra coisa é que não teve como assistir Carmilla, sem pensar em Buffy devido as referencias. Não sei se você já assistiu, mas é uma série que daria altas análises = )


    Um link interessante sobre pq assistir Carmilla:
    http://www.buzzfeed.com/katieminard/11-reasons-you-should-be-watching-carmilla-chk2

    É isso, vou ficar esperando os próximos posts!

    Obs.: Escrevi o comentário antes de assistir o vídeo que você linkou e... que vídeo MARAVILHOSO!!! <3

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  2. Muito bom seu texto, você tem razão, eu também queria ter visto a batalha, mas me contentei com a Laura narrando tudo porque a atuação é muito boa! Um ep de 5 minutos ( as vezes menos) faz você vibrar ou ter raiva, eu nem percebi que não tinha trilha sonora. Nós estamos vivendo agora uma fase onde personagens mulheres estão ganhando espaço, como em Orange Is The New Black ( tem outros exemplos) e eu fico feliz com isso, isso é incrível! Eu vi Carmilla em um dia, primeira, segunda e a temporada zero e agora estou na ressaca esperando uma 3ª temporada. Amo todos os personagens, todos são significativos e acabado rindo muito de algumas trapalhadas desse povo,kkkkk.

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