Buscando o meu lugar carreira

Buscando o meu lugar: A Quase Psicóloga Desesperançada

11.9.14Isabelle Fernandes


Olá, jovens!! Estamos de volta com mais uma edição do Buscando o meu lugar *narrador da sessão da tarde*!. Vocês já viram o pessoal falando das experiências deles, que em sua maioria foi positiva, mas dessa vez vai ser um pouco diferente porque eu, Isabelle, estou odiando eternamente minha faculdade, apesar de gostar muito de algumas matérias e debates. Querem saber o que aconteceu e como é a misteriosa faculdade de Psicologia? Vamos lá!

Tudo começou no meu último ano do ensino médio. Eu já estava pensando em psicologia porque sempre fui A Responsável, A Conselheira e eu gostava disso. Foi então que tive a matéria "Psicologia" no meu curso técnico, e tomei a decisão de tentar pra esse curso (não me lembro o que aconteceu que me fez decidir, mas sei com certeza que foi por causa da matéria). Fiz o enem, uerj e WOW, GANHEI UMA BOLSA!!! Parecia que minha vida estava resolvida!!!

VAI QUE É TUA!!!!!!11
Nos dois primeiros anos, estava tudo bem. Ainda estava nas matérias iniciais, muitas delas eram básicas (como Comunicação oral e escrita e Sociologia) então ainda não tinha muitas impressões do curso. Mas ao olhar a grade, as vindouras pareciam ser bem promissoras. A questão é que nos primeiros períodos de qualquer faculdade você vai ver o superficial, o que pode ser muito chato e desmotivador. Felizmente passei bem por essa fase.

Então começaram as matérias específicas. Descobri o que é a psicanálise de verdade. E as coisas começaram a ficar feias. É uma verdade universalmente conhecida que aqui no nosso país, principalmente, as pessoas acreditam que psicologia se limita a Freud e interpretação de sonhos. Eu também pensava assim e achava o máximo. Só que não é bem assim. Descobri que Freud foi o precursor de uma das linhas teóricas existentes na psicologia e que cada profissional pode escolher aquela com a qual ele mais se identifica. Terapia cognitiva-comportamental (TCC), Existencial- Humanista, Gestalt, Reich... e ainda por cima o mundo não é só Freud, mesmo dentro da psicanálise.

Descobri também que 90% dos meus professores são psicanalistas. E que 90% das minhas matérias teriam apenas enfoque psicanalista, mesmo elas não sendo específicas da vertente (por exemplo, Clínica com crianças. O óbvio seria vermos o enfoque de cada linha teórica no atendimento clínico com crianças MAS SÓ VIMOS PSICANÁLISE). Graças à quantidade de psicanálise que eu via, mais eu ia descobrindo sobre essa linha teórica e mais eu decidia que isso não era pra mim.

Como eu reajo ao ouvir a palavra "psicanálise

E, falando a verdade, sentia revolta também. Porque do outro lado da moeda, estava vendo como uma outra linha, a Terapia Cognitivo-Comportamental explicava de uma maneira muito mais prática e lógica os fenômenos humanos, só que ela (assim como as outras vertentes também, devo dizer) é completamente eclipsada por Freud e seu séquito. Inclusive, a coordenadora da parte prática do meu curso faz de tudo para que a TCC fique totalmente de lado, muitas vezes prejudicando os estagiários. 

Graças ao começo do estágio obrigatório na faculdade, finalmente me dei conta de que a psicologia não é pra mim. Não tem como, mesmo. Não consigo sentir o mesmo ardor, a mesma paixão e dedicação que os meus colegas tem pelo curso e pela prática e eu me sentia mal por isso. Nesse momento, a decisão lógica é criar um plano b e procurar algo que te traga satisfação, não é mesmo? Pois é. Estou nessa fase de "criar um plano b" desde 2012. Já estou no penúltimo período em teoria do curso e continuo tão perdida quanto eu estava nessa época da revelação.

Doctor olhando para o meu futuro (se as
 coisas continuarem como estão)
Essa situação se tornou uma bola de neve angustiante que simplesmente anulou qualquer visão de futuro pra mim. Eu não sei mais o que eu vou fazer da minha vida. Não tenho qualquer perspectiva de futuro profissional. Fiquei realmente muito mal, e ainda estou tentando me recuperar, vivendo um dia de cada vez e fazendo o possível pra redescobrir o que eu gosto. Nesse meio tempo já pensei em ser escritora, professora, fotógrafa, bibliotecária mas já desconsiderei porque tudo parece inalcançável. Eu não quero mais saber desse mundo acadêmico, de salas de aula, de ler textos inúteis com palavras quase incompreensíveis, de fazer provas. Cansei.

Então....
O QUE FAZER?????

Essa é a pergunta do milhão, e eu::: faço a menor ideia. A única coisa que eu sei é que eu não posso desistir, então vou continuar buscando o meu lugar, até achar. E se eu não achar, vou criá-lo. 

Desejem-me sorte q


- isabelle fernandes

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11 comentários

  1. Oi Isa! Estamos quase no mesmo barco. Eu curso administração, e sempre quis focar nas matérias comportamentais e gestão de pessoas, o início foi maravilhoso , afinal vamos empolgados pensando e planejando nosso futuro bem sucedido como profissionais, era isso que eu queria: trabalhar em um escritório de segunda a sexta feira, de roupa social - porque achava mais chique - debaixo de um ar condicionado. E hoje eu encontro isso mas eu não podia imaginar o paralelo que enfrento: Burocracias além dos limites, estresse com processos, um monte de e-mail para responder e justificativas para dar.... Ás vezes penso em largar tudo, mas aí que tá a questão: Vou fazer o quê da vida???
    Enquanto vou montando meu plano B, estou como você, terminando a faculdade ultra estressante, fazendo um Trabalho de Conclusão de Curso insuportável, do qual eu nem pude escolher o tema, porque a faculdade faz a gente ceder aos caprichos de um orientador ignorante e relaxado. Stress, stress e mais stress.
    Também não aguento mais essa vida de textos com palavras indecifráveis e sem sentido além de provas que não exigem o mínimo de inteligência a não ser decorar fórmulas!

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  2. Achei bem interessante seu texto, até porque tenho paixão por psicologia. E, como você, comecei a cursar Psicologia, só que não continuei: antes do final do primeiro ano resolvi desistir e parti para Publicidade e Propaganda, curso em que me formei no fim de 2008. É engraçado porque o que aconteceu não foi uma decepção nem nada; continuo apaixonada pelo assunto "psicologia" e tudo o que diga respeito, mas na época senti que não queria atuar com isso. E também considerei bastante a dificuldade de ganhos financeiros com psicologia clínica (a área que eu realmente me interessava), então isso foi um ponto que contou bastante para que eu desistisse do curso.
    No fim das contas, hoje em dia nem trabalho com publicidade (comecei trabalhando com marketing em empresa multinacional e me decepcionei muito, apesar de ter amado a faculdade, as matérias...). Trabalho com editorial como freelancer, e estou cursando um técnico de preparação de atores, área pela qual tenho extrema paixão desde a infância e que me arrependo de não ter seguido desde o início. Então, olha só, também é uma área que não dá dinheiro, né. E, francamente, hoje eu acho que o mais válido é fazer o que nos faz feliz e nos realiza; os ganhos são consequência.

    Beijos, Livro Lab

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    1. Tá certíssima!!!

      E você pode falar um pouco mais sobre seu trabalho editorial? Gosto dessas coisas HFUHGUIDHFGUIDHGID

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  3. OMG ISABELLE! Nunca imaginei que iria encontrar alguém em uma situação tão parecida com minha!
    Estou no oitavo período, ano que vem são dois estágios obrigatórios oficiais e estou em pânico sem saber o que escolher e etc. Eu até gosto de Psicologia na teoria, mas a prática não parece que foi feita para mim. (?) /crise
    "(...) finalmente me dei conta de que a psicologia não é pra mim. Não tem como, mesmo. Não consigo sentir o mesmo ardor, a mesma paixão e dedicação que os meus colegas tem pelo curso e pela prática e eu me sentia mal por isso." (Estou nessa...)
    Fiz vários planos B, C, D, etc, acabei continuando com o curso mesmo, sou meio cabeça dura e achei que poderia insistir.
    Boa sorte para você e espero que consiga achar algo incrível para fazer! o/\o

    (Tentei mandar esse comentário três vezes. Tentativa 3~)

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    1. "sou meio cabeça dura e achei que poderia insistir. " É EXATAMENTE O QUE EU FIZ HFUSDHGDFIGHDIFGHDIFHGD

      Fala sério, estou nessa crise há anos, poderia ter ido tentar outra coisa, mas nãoooooo. Tem que ser masoquista mesmo HFGUFDHGDFIUGHIFDG

      Te desejo sorte também, NÓS VAMOS CONSEGUIR!!!

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    2. Olha; estou no décimo período depois de passar por três instituições [por necessidade], desta maneira pude ter acesso a mais teóricos do que as universidades colocam a disposição dos alunos, assim como, abordagens. Não tenho muito apego a clínica, mas te digo que muitos dos meus colegas não tiveram acesso a esquizoanálise, e eu também não teria se não fosse pela minha peregrinação. E desta forma não seria feliz em um dos campos possíveis "das psicologias". Acho que todos se encontram na psicologia, basta achar uma abordagem que combine com você e são tantas que certemente uma será parecida com você. Lembrando que dentro de cada abordagem há um enfoque diferente, assim como psicanálise para Lacan e Freud; Lacan e Bion; Winnicott e Freud etc. Na minha visão as abordagens foram feitas para se adequarem a variabilidade do humano que é tão variável quanto, desta forma alguns se acham rapidamente e outros mais tarde. Eu demorei três anos para isto e acho sinceramente que isto ainda vai acontecer com você.

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    3. Bem, se todos se encontrassem na psicologia só haveria psicólogos HGUIDFHGIUDFHGIDFHGDIH

      Mas entendi o que você quis dizer. Só que eu descobri que essa realmente não é minha praia, pelo menos não como profissão.

      (que lance é esse de esquizoanálise? :O)

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    4. Para cada um que se propuser a ser um psicólogo há uma abordagem, o oposto disso não é relevante, pois não foi proposto, não está implicado; logo não tem como se adequar a uma abordagem, entretanto existem aqueles que promovem novas abordagens pela incipiência ou completude das atuais.

      Viu? Sempre sobra uma que não se conhece.

      Guattari & Deleuze são a referência teórica.

      1 -https://www.youtube.com/watch?v=8FgLBsTwoJA -

      2 -http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_abstract&pid=S1413-73722000000100003&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt

      3 - Micropolitica cartografia do desejo [Esse é legal, pois tem a participação da Sueli Rolnik - professora adjunta da UFF [aqui no Rio de Janeiro]].

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  4. VEM CÁ QUE PRECISAMOS CONVERSAR!
    tô exatamente na fase que você descreveu, de começar a conhecer psicanálise, só que minha ficha caiu desde o 3 semestre,e eu ainda não tive coragem de largar o curso de psicologia. Bem, tive meia coragem, mas fui impedida por ainda viver sobre o teto familiar e depender deles.
    Sinto que meu lugar é na área da comunicação, e até hoje não sei porque sempre coloquei psicologia como primeira opção, ao invés de jornalismo.
    Mas em fim.
    Hoje também tô nessa de procurar o meu caminho, e por isso me identifiquei muito com o que você escreveu (até demais!)
    Boa sorte pra gente!!

    sushibaiano.blogspot.com.br

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    1. Cara, vai na fé!! Investe naquilo que você sabe que gosta, porque já tendo algo em mente esse tempo fazendo psicologia não vai ser considerado um "desperdício".

      Boa sorte o/

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