A Vida arthur dent

DON'T PANIC: A Trilogia de Cinco

11.5.12Paulo V.


Senhoras e senhores, retornamos aqui com nosso seguindo dia do guia (do Guia...) que estamos fazendo esse mês. É nerd ou se interessa pela cultura nerd? O DON'T PANIC é o seu lugar. Nós estamos falando do Guia do Mochileiro das Galáxias, começamos pelo grande criador e hoje vamos falar um pouco sobre cada livro. Agora, apertem os cintos que nós já vamos começar. E não esqueça de deixar a sua opinião na saída! Quem sabe não rola até sorteio?


Como dissemos no nosso post anterior, “O Guia do Mochileiro das Galáxias” começou como uma série de rádio que, posteriormente, foi transformada em uma compilação em fita cassete e só depois vieram os livros. Mas o que é o Guia que dá o título à série?
Bom, dentro da trilogia "O Guia do Mochileiro das Galáxias" há um guia chamado O Guia do Mochileiro das Galáxias* (guiaception outra vez!). Esse guia é, na verdade, um livro com milhares de definições para tudo (ou melhor, quase tudo) do Universo. Como é dito nas próprias páginas, se o Guia fosse um livro impresso teria que ser guardado em vários prédios grandes, é quase como algo parecido com o e-reader que nós conhecemos hoje em dia. *Quando eu me referir ao livro do Douglas Adams, usarei aspas no título e quando for o livro fictício ele será em itálico.

"No início, o Universo foi criadoIsso irritou profundamente muitas pessoas e, no geral, foi encarado como uma péssima idéia." 

Sinopse para os 5 livros da trilogia
Focando agora na história contada na série, temos Arthur Dent. Arthur é um inglês na casa dos 30 que leva uma vidinha um tanto quanto tediosa e trabalha em uma rádio. Ele vivia “tranquilamente” em sua casa até que, um dia, tratores amarelos apareceram em frente à sua casa com a intenção de demoli-la para a construção de um desvio. 
“-Como assim ‘por que [o desvio] deve ser construído?' Ora! – exclamou – É um desvio! É necessário ser construído!” 
Enquanto Arthur discutia o porquê da construção do desvio, o mundo estava prestes a ser destruído pelos Vogons – uma desagradável raça alienígena - para a construção de uma via expressa hiperespacial. Todas as criaturas que vivam no planeta Terra acabariam mortas, com exceção de Arthur e o seu salvador, Ford Prefect. 

Ford é de Betelgeuse e trabalha como pesquisador de campo do Guia do Mochileiro. Ele está há 15 anos na Terra, vivendo com a identidade de um ator desempregado. Junto com Arthur, escapou da Terra, pegou carona na nave Vogon e quando estava prestes a morrer no espaço, foi salvo pelo gerador de improbabilidade infinita da Coração de Ouro - nave roubada por Zaphod Beeblebrox, um alienígena de duas cabeças que era o Presidente da galáxia e, curiosamente, meio primo de Ford. 

Na nave somos apresentados a Marvin, o androide paranoide – e devo dizer que ele é um dos MELHORES personagens – e a Tricia McMillan, uma brilhante astrofísica da Terra que mudou o nome para Trillian depois que foi para o espaço com Zaphod. Então, todos eles partem para um planeta chamado Magrathea.

A partir daí, a história vai se desenrolando e temos os dois livros seguintes – “O Restaurante no Fim do Universo” (aliás, esse livro tem as cenas mais engraçadas) e “A Vida, o Universo e Tudo Mais”. Os três primeiros livros contam quase uma história única e não vou entrar nisso para evitar spoilers. 
"A Terra tem - ou melhor, tinha - o seguinte problema. A maioria de seus habitantes estava quase sempre infeliz. Foram sugeridas muitas soluções para esse problema, mas a maior parte delas dizia respeito basicamente à movimentação de pequenos pedaços de papel colorido com números impressos, o que é curioso, já que no geral não eram os tais pedaços de papel colorido que se sentiam infelizes."
“Até Mais, E Obrigado Pelos Peixes!” é o quarto livro da série e, em minha opinião, o melhor. Ele foi publicado dois anos depois do terceiro livro e é, de certa forma, diferente de seus antecessores. Nos livros anteriores as coisas são meio que aleatórias e juntas, fazem sentido. Já nesse livro, vemos um estilo diferente e que é o “habitual” na ficção: uma história “linear”, aonde os acontecimentos vão caminhando para o final derradeiro.

Arthur Dent está de volta à Terra. Sim, foi isso mesmo que você leu. Depois de todos os acontecimentos dos livros anteriores, Arthur está de volta à sua terra natal, mas, embora tudo pareça igual, as coisas mudaram no período em que ficou ausente. Arthur está, na verdade, em uma versão alternativa da Terra, em que o “ataque” dos Vogons não foi executado por completo. 

É nesse livro que conhecemos Fenchurch, uma das personagens mais legais da "trilogia". Ela e Arthur têm um envolvimento amoroso, o primeiro "explícito" da série. Juntos, eles precisam descobrir o que aconteceu com a Terra no dia em que os Vogons apareceram, por que os golfinhos desapareceram e se a CIA é responsável pelo que aconteceu.

E, por fim, temos “Praticamente Inofensiva”, que é um livro que levanta algumas dúvidas entre os leitores: ele é quinto da trilogia “O Guia do Mochileiro das Galáxias” ou um livro único, um spin-off? Isso porque o livro foi publicado oito anos depois do seu antecessor. Esse tempo todos passado entre os quatro primeiros livros e “Praticamente Inofensiva” influenciou na história. Afinal, nesse meio tempo houve mudanças políticas, culturais e tecnológicas – sendo o último um dos fatores de maior influência na história. 

ATENÇÃO: a partir daqui até o próximo aviso em vermelho pode conter alguns spoilers do quinto livro e dos anteriores

Após os acontecimentos de “Até Mais, e Obrigado Pelos Peixes” (4º livro), Arthur e Fenchurch fizeram viagens pelo hiperespaço e depois de um estranho acidente, Fenchurch despareceu. Arthur continuou viajando pelo hiperespaço com viagens pagas com amostras do seu DNA, inclusive de seu sêmen.

Por fim, Arthur Dent parou no planeta Lamuella, onde virou um exímio Fazedor de Sanduíches – algo que não existia antes de sua chegada ao planeta. Enquanto Arthur levava uma vida pacata por lá, Trillian aparece com uma grande surpresa: ela teve uma filha, Random *WAIT FOR IT, WAIT FOR IT* Dent. Sim, Arthur era o pai da garota. Acontece que Trillian já estava ficando mais velha e como não havia chance nenhuma de ela ter filhos da forma habitual (já que os terráqueos haviam sido extintos), ela recorreu à inseminação artificial e o sêmen era, curiosamente, de Arthur, o único de humano disponível.

Como Trillian havia se tornado uma requisitada jornalista interespacial, ela deixou a filha com Arthur para cobrir uma guerra. O problema é que a menina era rebelde e meio afetada porque havia sido abandonada pela mãe em “creches” diversas vezes e muitas dessas durante anos, já que Trillian viajava pelo hiperespaço e às vezes o tempo não passava tanto assim para ela (ou seja: o que para a Trillian poderia ser alguns dias levava anos para a filha). Isso acaba influenciando na personalidade rabugenta e rebelde da menina a qual somos apresentados. 
 "- E o que ela disse? 
- Ela me deu outra pedrada na cabeça. [- respondeu Ford]
- Acho que posso confirmar que essa era mesmo a minha filha.
- Um amor de menina.
- Você precisa conhecê-la melhor - disse Arthur.
- Por que, ela fica mais mansa?
- Não - respondeu Arthur -, mas você aprende a hora de desviar."
Enquanto Arthur tenta se aproximar da filha, vemos que as coisas mudaram bastante na Sede do Guia do Mochileiro das Galáxias. O livro foi comprado pela InfiniDim, uma outra editora que planejava coisas diferentes do que o Guia era antes, incluindo uma segunda versão dele (que se comporta de forma... estranha). Ford Prefect acaba se metendo em (e criando) problemas ao tentar lutar contra o seu novo cargo no Guia, de crítico de restaurantes.

Aviso de fim do spoiler

Enfim, os livros são geniais. Há uma gigantesca dose de ironia e as críticas (à sociedade, ao consumismo e até à religião) às vezes são colocadas de forma tão delicada e inteligente que não é possível percebê-las em uma única lida. E digo isso sério, pois quando eu estava folheando e relendo certos trechos dos livros para escrever esse post captei detalhes que não havia pegado antes. 

Curiosidade: Títulos dos livros
Uma coisa legal de comentar são os títulos dos livros. Todos eles foram retirados de trechos do primeiro livro da série. O do primeiro, obviamente, não necessita de explicação. O segundo, “O Restaurante no Fim do Universo”, se refere ao restaurante Milliways, que, literalmente, fica no fim do Universo e é necessário viajar no tempo para chegar até ele. O terceiro é referente a 42, ou seja, a Resposta à Grande Questão da Vida, do Universo e Tudo Mais (só não se sabe ainda QUAL é a Grande Questão da Vida, do Universo e Tudo Mais). Já “Até mais, e obrigado pelos peixes!” é a frase dita pelos golfinhos quando eles vão embora da Terra um pouco antes do “ataque” dos Vogons no início da trilogia. E por último, “Praticamente Inofensiva”, é essa a definição da Terra feita pelo Ford e que acabou entrando para o Guia. Além disso, todos os títulos têm relação com os eventos acontecidos em cada um deles, é claro. 

Entrando mais para uma opinião pessoal, todos os livros estão entre os favoritos, mas tenho que confessar que não dei cinco conversinhas para todos. A minha ordem de preferência seria “Até mais, e obrigado pelos peixes!” > “O restaurante no fim do universo” > “O Guia do Mochileiro das Galáxias” > “Praticamente inofensiva” > “A Vida, o universo e tudo mais”. 
"Há uma teoria que indica que sempre que qualquer um descobrir exatamente o que, para que e porque o universo está aqui, o mesmo desaparecerá e será substituído imediatamente por algo ainda mais bizarro e inexplicável... Há uma outra teoria que indica que isto já aconteceu."
Então é isso, pessoal. Até sexta-feira que vem, onde falarei sobre o livro que foi escrito pelo Eoin Colfer e é dito como o sexto livro da "trilogia de cinco" começada por Adams. 
* E não se esqueçam de comentar para nos fazer feliz, haha. (:

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7 comentários

  1. Com cinco livro, a série ainda pode ser chamada de trilogia? Desculpe o comentário mas eu não resisti. Essa série parece ser muito legal e super divertida de ler. Os títulos são ótimos e certamente vou ler assim que tiver uma oportunidade.

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    1. Com certeza não, Cris. :) É porque essa é uma espécie de brincadeira. Se você leu, percebeu que o 4º e 5º foram lançados muito tempo depois e até se diferenciam. Então há quem diga que é trilogia, os outros são extras. Pode até ver que quando a gente usa no post aparece entre aspas ou em itálico ;)

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    2. E até o autor chamava a série de "Trilogia de Quatro livro (que, por mero acaso, são cinco)". Obrigado pelo comentário o/

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  2. Eu AMO essa série, mas acho que terei de reler mais uma vez. As tiradas do Douglas são mesmo incríveis, mas nem todas são tão explícitas assim. Não me lembro de piadas com o comunismo D:

    E essas capas que ilustram o post são ótimas! Tem o clima exato da série. Eu varri toda a minha cidade em busca dessas edições e foi difícil. É pena que a sextante tenha substituído por aquelas tão sem graça...

    Ah, e, hãã, só um toque - o que a gente não sabe é a pergunta à Grande Questão da Vida, do Universo e Tudo Mais :)

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    1. Sim, as primeiras capas da Sextante eram TÃO mais bonitas :~~~ Mas eu até gosto das atuais. E obrigado pelo toque, errinho na hora de digitar, haha :X
      E obrigado pelo seu comentário o/

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  3. Meo, adooooro O Guia do Mochileiro! É muito bom! Tenho os 3 primeiros livros, mas ainda não terminei de ler a série, acredita?

    Adoro o filme tbm, apesar de muita gente que eu falo sobre ele, diz que acha chato, muita viagem, e mimimi... ¬¬

    bjs!

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    1. eu (dana) ainda não tive tempo pra ler, até queria, mas não tenho os livros e tem tanta coisa que eu quero mais :/ Mas esses posts estão me convencendo. HUAHA

      Eu não vi o filme também, mas acho que a questão de O Guia do Mochileiro é que tem muuuita coisa embaixo da superfície e quando aparece um filme de jeito antigo falando de espaço e com coisas "aleatórias" já rejeitam de cara

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