batDRAMA clexa

Batdramas: Fazendo a festa no fundo do poço

24.1.16Dana Martins


Hey, mais um domingo! E mais batdramas. Pra variar, começo o texto sem fazer ideia do que eu vou falar. (Ok, depois de ler: eu falo sobre histórias, representatividade, doenças mentais, homofobia, dragões, ser fangirl, propósito da vida. tudo isso em separado, e tudo isso ao mesmo tempo.)

Essa semana foi muito especial, porque DEPOIS DE 52393289238 ANOS FINALMENTE SAIU UM EPISÓDIO NOVO DE THE 100. VOCÊ NÃO TEM IDEIA. Eu preciso ir por partes pra não me atropelar.

Tudo começa com: histórias. 

Vamos escrever histórias! No domingo passado saiu até um Clube de Escrita extra. Então, eu comecei a publicar Animals no Ao3, e comecei a escrever a roadtrip au. O que eu não disse no último domingo é que a roadtrip au é a parte 2 de Animals. A Helena me disse que o problema talvez fosse que eu estivesse tentando reproduzir a escrita de Animals, mas... eu to fazendo uma maldita parte 2. E era pra ser simples. Não tava sendo. 

Sério, eu fui reler Animals (o que eu não fazia desde novembro) e fiquei ??? gente tava possuída??? não fui eu que escrevi isso??? lexa, sua fdp como é que você faz essas coisas. Enfim, eu cheguei à conclusão: não tem como eu escrever isso. Impossibru. Eu nem sei escrever assim. *aí duda faz uma pep talk*

Eu só sei que eu falei: quer saber? Foda-se. Não vou fazer isso, não vou escrever nada. 

minha pasta com os textos.


Desliguei tudo, deitei e comecei a escrever tudo mentalmente. Eu acho que não sei desistir. Se eu falo que eu desisti, eu desisti apenas conscientemente, porque meu subconsciente tá lá DEVE TER UMA SOLUÇÃO. EXISTE UMA RESPOSTA. e acho que é por isso que eu tenho problemas pra dormir, mas ok. 

Eu só sei que até quinta (estreia de The 100 pf), saíram umas escritas meio loucas e eu tô apenas deixando rolar. Eu vou chegar até o fim não importa a merda que fique. E, pelo jeito, vai dar mais trabalho do que eu planejei. Animals tem 6 mil palavras e eu escrevi em um dia, a roadtrip au já passou dos 15 mil e eu continuo escrevendo. De certo modo, a história praticamente acabou de começar.


Aliás, isso me faz pensar numa coisa. Eu acho que existem momentos divinos de inspiração, tipo quando eu escrevi Animals. É quando vem a ideia na cabeça e é brilhante e lindo. Seja a história inteira e uma cena. Se eu escrever na mesma hora, 90% de chance que já vai sair quase perfeito. E provavelmente curto. Se eu não fizer isso... *respira fundo* eu vou ter que construir tijolo por tijolo a fucking história até ter um momento bom. Vai ser um pesadelo e eu não vou saber o que eu vou fazer, mas é aquilo, em algum lugar sinistro lá no fundo do meu cérebro eu sei o que eu to fazendo, e depois que eu terminar e arrumar toda a bagunça, eu vou ter algo maior e mais forte. 

Escrever Codes vs. escrever Animals é um exemplo disso. Eu gostei muito de Animals quando eu terminei, foi TÃO fácil e deu tão certo e eu nem sei como eu fiz algumas coisas que eu fiz, e até me deixou insegura pra Codes. Só que depois de marretar as paredes-bloqueios de escrita e cair na porrada com a história, eu consegui criar coisas que me deixam mais orgulhosas ainda. Coisas que brilham com uma energia tão boa (Se não melhor) quanto aquela inspiração divina. 

Pra roadtrip au, eu sinto que eu já perdi o trem da inspiração. No momento que eu percebi que ia ser uma roadtrip au, o trem tava passando. Eu fiquei lá parada "agora não" (ok, verdade seja dita, eu estava dentro de um carro e não tinha nem como escrever). Por algumas noites cenas legais vieram até mim, e eu "ainda não". E aí foi tudo embora. *mistura o cimento* lá vou eu outra vez

será que eu devia ter separado isso num clube de escrita também?
gente pf me ajuda me diz o que é melhor não sei


Enfim, escrevi roadtrip au no computador, no celular, no notebook... 

Em paralelo, meu desejo de fanfics aumentou. Muito. E as fanfics que eu assino não estão suprindo a demanda, e eu tive que me aventurar atrás de novas. O que foi fucking awesome, porque descobri coisas MUITO legais que eu vou falar em breve. 

Escrever, ler fanfics e não conseguir dormir foi o que eu mais fiz essa semana. Eu tô ficando nervosa com o projeto das super-heroínas e os marcadores que eu não envio nunca, porém, no entanto, contudo, eu não consigo me concentrar em duas coisas ao mesmo tempo e escrever a roadtrip au + isso não tá dando certo. sos e isso não é legal porque eu começo a me sentir incompetente e o peso de todas as coisas que eu não faço começam a me soterrar. 

Mas vamos lá. Vamos em frente. 

Chega quinta-feira. Não qualquer quinta-feira, A QUINTA-FEIRA 21 DE JANEIRO QUANDO ESTREIA THE 100. Meu amorzinho, eu estou desde março do ano passado esperando esse dia. Tudo o que você leu nesse post até aqui? É fruto dessa série. Meu super-ânimo escritor de histórias. As milhões de fanfics lidas. Tudo porque eu precisava de The 100 na minha vida e ESSE DIA FINALMENTE CHEGOU.



E não chegou devagar. Chego eu lowkey achando que ia ter uma quinta em paz, tipo a calmaria antes da tempestade, porque o episódio só é exibido meia noite (e sabe lá quanto tempo até eu conseguir baixar). Mas aí o que acontece? O QUE O SENHOR JASON DECIDE FAZER? O QUE A PRODUÇÃO DA SÉRIE DECIDE FAZER?

Ir gravar o último episódio da terceira temporada, essa que começou agora, no meio da cidade. Isso aí. No meio da rua pra qualquer um que chegar ver. E ainda anunciar no twitter. Não demorou até começar a sair imagem e vídeo. 



Você não tem noção. #semspoilers Enquanto alguns medos foram resolvidos e eu tive material decente dos meus atores/personagens fofinhos, começa os: o que tá acontecendo nessa porra dessa cena? *puxa o quadro de teorias* Puta. que. pariu. 

Aí lá vai eu ficar catando todas as notícias possíveis em todos twitters de fãs e atores e escritores e produtores e qualquer um que soubesse de algo. Você não tá me entendendo - eu fiz aqui o post de Teorias pra S3, certo? De lá até antes de assistir a série, eu já tinha aprendido outras coisas. Mas nada tinha ido parar tão perto quanto a verdade. (quer dizer, eu não sei se é a verdade porque eu não assisti, e as cenas gravadas dão abertura a muita coisa ainda mais considerando a teoria, PORÉM, 90% de que isso esteja certo e 100% de que é algo por aí)

Vou apenas dizer isso: os escritores de The 100 brincam que tem uma #SpoilerPolice (polícia do spoiler) e SÃO SUPER PROTETORES DOS SEGREDOS. Pra ter ideia, a gente não tava nem acreditando que o trailer tava falando a verdade porque eles podiam misturar as cenas pra confundir a gente. (e eles fizeram isso realmente, só pra constar) Então como é que eles iam fazer algo assim deixando os fãs verem LOGO O ÚLTIMO EPISÓDIO?

Vamos concordar que, se eles não quisessem mostrar, era só colocar um segurança afastando todo mundo. Tem um vídeo de fã em cima das atrizes, a garota TAVA NO MEIO DA PRODUÇÃO.

E isso é porque a cena que eles tavam gravando não é realmente o que tá acontecendo *encaixe efeitos e contextos* então não era tanto spoiler. Tanto que depois, mesmo ali no meio, eles gravaram algumas cenas secretas e mandaram os fãs saírem uma hora. Só que eu sou um gênio e entendi tudo. -nnn HAUHAUHAUH

Enfim, isso aqui é outro nível de vício. Não basta assistir a série, você transforma a história em um mistério pra desvendar. Acho que a última vez que eu tive algo assim foi com Harry Potter e naquela época eu era muito pequena pra poder entrar a sério nas investigações.

Nisso começa a ser exibido primeiro episódio e depois começa espera pra torrent sair. Fiz até pipoca pra comer assistindo (e comi a pipoca inteira antes do episódio começar). 

COMEÇA O EPISÓDIO

ih jesus cristinho

voltei no tempo

Por 1 segundo, eu me afastei de toda ansiedade e voltei pra os meus dias tranquilos assistindo os primeiros episódios da série sem saber que ela estava prestes a se tornar uma das principais partes da minha vida. Gente, um episódio novo. Novo. NOVO. 

E aí eu nem vou falar muito do que aconteceu (MILLER: MELHOR QUE A MINHA TEORIA VLW FLW), mas vou apenas dizer 2 coisas que eu preciso muito dizer. 



Melhor cena, porque é aquele tipo de cena que os personagens que você adora estão juntos e parece prompt de tumblr e aquele tipo de cena que você deseja que aconteça nas séries/filmes, mas nunca acontece por causa de tempo. E aqui nem é uma cena desnecessária. E ela reflete tanto sobre a situação.

Repara que o Jasper está com fone de ouvir da Maya, e a Raven pendurou o colar do Finn ali em cima. Você tem o mama Bellamy ali atrás fingindo que não tá gostando dos filhotinhos se divertindo. 


Você tem o Miller e o Monty. 


E a Octavia do lado de fora, porque ela tá com eles, mas realmente não faz parte? Ela é essa pessoa sem lugar, e parece que o arco dela nessa temporada deve envolver bastante isso.

Aliás, Octavia é uma personagem que pra mim é tipo "ok, ela é legal", mas ultimamente eu tenho aprendido a apreciar mais ainda? Ela tem MUITO pra explorar. Ela sempre se mete nas minhas fanfics. Tem uma cena na primeira temporada com ela que perguntam que crime ela cometeu (todos os jovens são detentos) e ela diz "ter nascido", o que parece adolescente fazendo drama, mas no caso dela é verdade? Ela nunca fez nada, cresceu escondida num cubículo e na única vez que teve a chance de ver o lado de fora - foi presa, porque ela não deveria existir. Aqui uma análise legal no tumblr sobre ela.

E vamos comentar que de 6 personagens na cena, só 2 são brancos. Dentro do carro só 1. Isso é uma raridade na televisão. 

(e no mesmo episódio mais tarde no carro em uma cena importante não tem ninguém branco)

Acho que a única linha narrativa nesse episódio que só tem gente branca é a da Clarke, e nessa só aparecem 3 pessoas e ainda é forte em representatividade LGBT+ e feminina. 

É difícil ser homem branco het em The 100. 



Ok, vamos parar. De lá pra cá eu assisti o episódio 3 vezes (eu sozinha, com meu irmão, com meu pai e meu irmão) e gostei bastante, mas eu quero mais. Eu quero ver A HISTÓRIA COMEÇAR A PEGAR FOGO. 

Então depois de quinta eu troquei o escrever histórias - ler fanfics - não dormir, pra pesquisar sobre the 100 - ler fanfics - não dormir. 

Agora é a hora que eu falo das fanfics. 

Mesmo que você não esteja nem aí pra The 100, eu gostaria que você lesse essa parte, me acompanhe que eu vou explicar o por quê. 

Mas aqui as que eu tenho:
Uma college au??? onde Lexa tem a opção de ir pra cadeia ou estudar música numa faculdade (vida difícil), que é uma coleção de clichês. Elas se odeiam de cara. Por um engano todo mundo pensa que elas são namoradas e as duas continuam com a farsa. É claro que aí elas começam a gostar uma da outra. Mas eu adorei o jeito sério da Lexa nessa fic (meio lisbeth salander???), e MONTY É TRANS. Primeira fic que eu lei com Monty transgênero. Estou curiosa pra ver no que isso vai dar. 

Uma celeb au, mas essa é só por prazer mesmo. 

Uma... eu sei lá, eu sei que é modern au e o objetivo da autora foi tentar abordar pessoas com doenças mentais de uma forma mais realista? Verdade seja dita: estresse pós traumático, ataque de pânico, ansiedade, depressão (...) são temas recorrentes nas fanfics Clexa. Na própria série os personagens lidam com isso, porque EI, PÓS-APOCALIPSE, ADOLESCENTES VIVENDO SITUAÇÕES ABSURDAS, mas quando isso é traduzido pra uma história que se passa hoje em dia, você não tem uma Clarke na faculdade que tá sofrendo porque matou 1000 pessoas, você tem uma Clarke que precisa lidar com ansiedade e depressão. 

E isso é muito interessante e uma das coisas que torna o ship Clexa tão legal. As duas são personagens que têm passados com traumas fortes, então nas fanfics isso é muito explorado. Só que da maneira certa?

Eu acho que em parte sim, porque eu sinto que as autoras colocam muito de experiências próprias ali. Mas às vezes corre risco de virar um recurso de roteiro só pra fazer as duas ficarem juntas logo. Ou não ser bem desenvolvido. Então essa autora, segundo as palavras dela, decidiu escrever essa fanfic específico pra mostrar como duas pessoas que passam por dificuldades próprias podem se ajudar. 

A história começa com Lexa sentada na sala de espera da terapeuta, ela é estudante de faculdade, e a Clarke aparece também. E é tão... simples. delicado. fofinho. e real. (ok, eu não posso afirmar até que ponto é real, porque muitas da experiências eu não passo, mas me identifiquei com outras coisas) É muito legal porque mostra em parte a visão da Lexa, depois a visão da Clarke. Mostra elas em separado lidando com as pessoas ao redor que não entendem. Mostra eles se entendendo. 

Sabe qual é o legal das fanfics vs. livros às vezes? Não é pretensioso. É só uma pessoa usando essas 2 personagens pra transmitir experiências próprias e, com isso, se encontrar com outras pessoas. Eu gostei muito de ver, principalmente porque eu fico me perguntando até que ponto eu tenho alguma coisa, e ler histórias assim me faz entender.

Ok, ponto final nisso. PRÓXIMA HISTÓRIA: DRAGÕES.



O desespero chegou, eu já tinha esgotado minhas opções modern au, e encontro a sinopse dessa "dragon rider au". História de fantasia com dragões. E personagens de The 100. Vamos ver o que acontece.

Papai do céu. 

Primeiro que perto das outras fanfics é uma narrativa mais descritiva, criando os cenários de fantasia, que lembra mais a leitura de um livro e me fez pensar que eu ainda tenho salvação pra leitura. Nessa história Lexa é tipo a líder de todos os clãs (the 100 né?) e cavaleira de dragão, MAS começa a história em um navio porque foi capturada por um povo distante para ser usada como escrava. 

A história é tão legal, que no início eu não tava nem aí pra Clexa. Eu queria saber como Lexa ia escapar da escravidão e libertar o povo dela. E se você conhece The 100, sabe que o povo que a capturou é justamente o da Clarke. Sim, Lexa é a escrava da Clarke (e apesar de toda a abertura pra um conteúdo sexual aqui HAUHAUH nem é nada disso). 

A adaptação toda de The 100 pra o ambiente fantasia-medieval é muito legal. Eu reencontrei algo que eu não sentia há muito tempo lendo fanfics Clexa: a surpresa de descobrir como elementos vão ser adaptados. Quem a Clarke vai ser nesse mundo? Octavia? Raven? A mitologia grounder?

É muito legal.



E sabe o que eu acabei de perceber? Bellamy é o único homem da história. Finn, Jaha e Kane são citados. Gustus aparece em uma cena. Mas a história toda é baseada em mulheres: Lexa, Clarke, Octavia, Raven, Abby, Anya. E PODE TER CERTEZA DE QUE NUNCA LI UMA HISTÓRIA DE FANTASIA ASSIM. 

E é isso que eu tenho adorado, porque é uma história de fantasia, com gostinho de fantasia, mitologia legal, DRAGÕES, e representatividade.

Mas tem mais, porque a história avança e coisas acontecem. Aí eu me dei conta de algo muito legal. Clarke na história é quase o típico herói-protagonista, aquele meio diferentão que quer fazer a diferença e sua vida muda quando ele vira cavaleiro de dragão e agora vai lutar contra os do mal pela liberdade de seu povo!!! Só que, apesar de alguns capítulos serem do ponto de vista dela, Lexa que é a protagonista. Lexa que é a líder dos clãs-cavaleira de dragão que está presa como escrava e precisa se virar pra sair. Isso sem falar que Raven/Octavia têm as próprias histórias rolando de fundo.

E isso me fez pensar 2 coisas.

1- Séries. Diferente de filmes e livros, séries costumam ser movidas por muitos personagens. Você até tem o protagonista principal, só que você tem episódios inteiros dedicados a outros, linha de história paralela pra eles, etc etc. Então enquanto em livros/filmes você tem personagens secundários pálidos, quase sempre vivendo a serviço do protagonista, em séries você tem tempo para desenvolve-los com profundida. Pensa no Poe Dameron em Star Wars: O Despertar da Força - no filme ele é só "o melhor piloto da Resistência" que é muito carismático nas 3 cenas que ele aparece. Se é uma série, nós veríamos como ele virou piloto, o dia a dia dele, dramas pessoais, etc, etc.



Só que quando você transforma série em fanfic, essas características vêm junto. Eu leio história Clexa, mas a maioria delas tem capítulos e trechos dedicados a Raven, a Octavia, o Bellamy. Vê aquela fanfic que eu falei com Monty trans - a história da Lexa/Clarke tá acontecendo, e no fundo nós vemos Monty lidar com a própria identidade. Ok, às vezes a pessoa nem precisa ir tão longe. Só de reproduzir a caracterização de The 100, você já tem personagens secundários infinitamente mais complexos do que o tradicional Melhor Amigo e Garota que Eu Gosto. 

2- The 100 fez algo muito bom ao criar a Lexa. Não é só porque eu adoro a personagem não, mas é porque ela acabou virando uma Clarke 2, no sentido de que nós poderíamos assistir The 100 inteiro com ela como protagonista. E eles sabem disso. Tanto que na nova temporada Clarke passa a ser chamada de Wanheda - e nós já conhecemos Lexa como Heda. 

Lexa seria a Dark Clarke. Só que como os termos Heda e Wanheda são dos grounders, e a perspectiva é deles, a Clarke que é a Dark Lexa. Enfim. Não vamos complicar.

A questão é que lendo essa fanfic de dragões, tendo Clarke e Lexa na história, você tem dois personagens completos e independentes superpoderosos com arcos próprios que por acaso se encontram. E, como no número 1, você não encontra isso normalmente em histórias comuns. Nem Rony, nem Hermione, nem Gina - nenhum deles tem o papel de escolhido no mesmo nível do Harry. No filme do Capitão América, você não tem OUTRO Capitão América.


Em The 100 você tem a Clarke, e tem a Lexa. E elas ainda têm personalidades diferentes. E são mulheres. O resultado é que na fanfic você tem uma história muito mais rica do que o drama de herói solitário. 

Mais do que isso. Na história normalmente você tem o Mestre, o Interesse Romântico, o Vilão. Lexa sozinha assume esses 3 papeis em relação a Clarke, e vice-versa. Então o resultado é uma relação muito mais complexa. 

Elas são inimigas, cada uma disposta a fazer tudo pelo próprio povo, mas elas também querem ficar juntas e elas também ensinam coisas umas as outras.

Isso ficou muito mais claro vendo essa adaptação no típico roteiro de fantasia. Lexa e seu povo foram escravizados pelo da Clarke - e tudo o que Lexa quer é liberdade. Na típica história Clarke ajudaria ela a se soltar e lutar contra o pessoal do próprio povo, mas não aqui. Mesmo quando eles estão errados - ainda é o povo da Clarke. Mas isso não quer dizer que elas não possam se conhecer, aprender uma com a outra e, quem sabe, tentar buscar uma solução pacífica?

Enfim, acho muito legal como as formas diferente de mídia (no caso, série pra escrita vs. escrita pra série) podem se influenciar e criar algo novo. E como quando você tem uma história com boa representatividade, mesmo sem ser intencional ao fazer fanfic o resultado é boa representatividade.

Ainda falta alguma coisa pra falar?

Sim!

SOBRE PEDIR AJUDA??????


Essa semana eu pensei bastante sobre eu não conseguir dormir. Nesse momento eu to escrevendo esse texto sem ter dormido - yeey (não). Tá difícil. Nesse ponto insônia já tá certo que eu tenho, e acho que é causado por ansiedade? O que importa é que seja lá o que for, eu acho que o indicado é procurar uma ajuda profissional. Aliás, eu me sinto meio hipócrita aqui. Eu quero escrever textos legais pra pessoas que estão passando por doenças mentais, mas pra mim parece falso dizer "vai, pede ajuda profissional, procura o médico!" porque eu tão não tô fazendo isso. Vou dizer aqui: se você tá passando por algo, você não precisa fazer isso sozinho. Aqui no CC eu já conversei com vários leitores que melhoraram depois de ir a psicólogo e pedir ajuda. Então faça isso, ok? 

Mas na realidade, não é algo que eu faço. E só de pensar em alguém me falando pra fazer isso eu tenho vontade de dar um soco na cara da pessoa-imaginária. 


Uma coisa curiosa é que essa semana eu tava pensando nisso de médico, e normalmente eu penso nisso quando não consigo dormir porque to cansada, sensível e sofrendo(???). Aí minha amiga me mandou um vídeo novo de The 100 que saiu, onde a Raven tá dizendo "eu consigo me virar" e a Abby manda um "você tá mentindo", e eu: ih jesus eu sou a raven

Foi meio divertido, e um alívio, perceber que eu sou assim. É tipo "ah, é, é isso. isso sou eu, agora eu posso... lidar melhor comigo???" e vai ser ainda mais interessante ver o desenvolvimento da personagem ao longo da temporada. Espero que ela não morra.

PERA, ACHEI O VÍDEO


Agora faltam 2 assuntos. 

O primeiro é:

Esqueci.

Ah, homofobia. 
Um alerta aqui pra essa parte, se isso te afeta pf pule pra próxima.

Uma Pessoa Não Nomeada veio me contar o causo de um grupo de amigas que caiu como um dominó. Foi assim: uma é bissexual e tava beijando uma garota num ponto de ônibus. Uma melhor aleatória viu, só que acontece que ela é da igreja da mãe de outra das garotas, e foi fofocar no melhor estilo "olha só com quem a tua filha tá andando". O resultado é que a mãe da igreja mexeu no celular da filha e encontrou coisas aleatórias, que entendeu errado, e isso afetou todo mundo do grupo de amigas.

A questão aqui é que garota tá vivendo a vida na rua (provavelmente porque não pode em casa???), e aí a amiga dela que tá em casa de boa é afetada, que acaba afetando as amigas. E daí rola conversa sobre "salvação", sobre "afastar das lésbicas", todas as vezes as mães (até as que dão suporte) usam a palavra "lésbica" pra falar das garotas bissexuais, os pais mandam os filhos se afastar dos amigos, fazem ameaças, etc.

Se você não entende o privilégio hétero e como funciona a opressão, tá aí um exemplo. Você pode ficar com alguém de boa na rua sem quase correr o risco de perder os amigos. Sem ouvir na sua cara que você tá errado. Sem ver as pessoas te olhando como o Ser do Mal. O pior de tudo é que, até onde eu sei, a Mãe da Igreja insiste em achar que a filha é lésbica? (eu não sei se ela é, acho que não) Mas tipo você sofre um ataque sinistro só pela suspeita de que seja. A SUSPEITA.

Imagina se você não tem um sistema de apoio. Imagina se você não tem conhecimento - e a gente não tem mesmo sobre sexualidade. Imagina sofrer tudo isso das pessoas que são a sua Família e acreditar nelas. 

Meu irmão essa semana foi num show da Ana Carolina, aí ficou ouvindo as músicas dela - eu só sei que tem uma que ela canta "vem correr risco comigo" ou qualquer coisa assim. Pelo que eu entendi é uma canção de amor? Onde ela implora pra pessoa arriscar viver com ela? E eu não sei nem o contexto, só sei que pensei "caramba, a pessoa tá pedindo só pra ficar junto, mas se você é LGBT+ fazer algo tão ousado quanto segurar a mão da pessoa que você gosta é um perigo". 

Eu tô aqui lendo minhas fanfics com personagens LGBT+ tão tranquilamente que esqueço de coisas assim. É um contraste chocante. Sinceramente, se as pessoas lessem mais fanfic a gente ia ser poupado de muita merda assim. É uma coisa tão inocente. Algumas histórias são literalmente sobre o garotinho olhando o outro garotinho e ficando ansioso, e quando as mãos se tocam sentem borboletas na barriga, e eles tomam sorvete e fazem uma piada. Talvez se casem e adotem um cachorrinho e façam coisas tão abomináveis quanto Levar Café na Cama. 

No meio do causo a Pessoa ainda falou de um garoto que os pais suspeitavam que era gay e levaram num puteiro (ok, existe nome melhor pra isso? não consigo pensar em nenhum agora). Um garoto de 14 anos. 

Isso é heterossexualidade forçada. 

Isso é heteronormatividade em toda sua glória.

O segundo é sobre ser fangirl

Eu escrevi no papel e não tô com vontade de digitar, então a versão resumida é que eu entrei em mini-crise com as fotos de The 100 que saíram e ao mesmo tempo comecei a questionar a vida. Por que eu gosto tanto disso?



Eu passei horas do dia ansiosa e catando informações. Ontem mesmo eu assisti um vídeo de má qualidade da Alycia Debnam Carey (atriz de The 100) tocando tambor quando era adolescente???? E quando eu pensava no set de filmagem, eu sentia: EU QUERO ESTAR LÁ. É mais do que apenas raciocinar "isso é legal", é DESEJAR PROFUNDAMENTE, É SENTIR NO PRÓPRIO CORPO A VONTADE. É como sentir falta de algo que eu nunca tive.

Eu sofri muito. HAUHAUH e fiquei muito feliz. e aí fiquei: wtf. o que eu quero fazer lá? ficar parada vendo? tipo, eu literalmente quero ir até o Canadá ficar no frio olhando outros seres humanos existirem? gente, que que isso?

Quando levei minhas dúvidas pra uma certa Pessoa Não Nomeada, essa pessoa veio me perguntar por que eu tinha que problematizar tudo. Amorzinho, eu já não tô dormindo, você espera que eu faça o que??? E falando sério, eu acho a questão interessante por si só. 

Eu quero algo. Mas eu quero o quê?

Eu quero virar escritora e escrever pra séries?

Quero virar atriz?

Quero virar guarda de guarda-chuva? 


Eu quero conhecer essas pessoas?

Esse último é o que menos faz sentido. Existem pessoas reais ao meu redor que eu não encontro. 

Eu podia sei lá juntar meus amigos e ir pra uma festa ou gravar um filme?

Ih jesus acho que descobri

Eu quero juntar meus amigos e gravar um filme. Ok, não exatamente isso, mas eu quero participar de projetos legais com pessoas legais? Ai meus cabritinhos.

Tantas revelações.



Eu acho que eu quero coisa demais, e eu quero agora, e eu me esqueço ao longo dos dias porque viver um dia de cada vez e dar o tempo pras coisas acontecerem é devagar demais.



procura-se: COMO APRENDER A VIVER UM DIA DE CADA VEZ

procura-se: eu dormindo todos os dias bem

eu dormindo todos os dias

eu dormindo

eu

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Ok, pra terminar, lembra aquele troço de badass? Eu tava pensando no assunto e eu me sinto muito bem num badass estilo Deadpool. Eu falei no útlimo Batdrama que eu era mais pra o estilo dele, e depois de publicar o texto só fez mais sentido, porque... sabe, não é eu tentando ser alguém que eu não sou? sou eu sendo quem eu sou. E no estilo badass deadpool de ser é um que eu me sinto confortável. 

E daí que, por acaso, me aparece isso no tumblr:



bob morley é tão fofinho eu vou morrer ;-;

Eu to agoniada porque eu escrevi tanto que certas coisas talvez pudessem virar posts separados??? pf opinião sua que tá lendo

coisinha engraçada

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5 comentários

  1. Fiquei feliz de ver você falando sobre como ás vezes você tem que escrever tudo de uma vez, ou então você tem que sofrer para criar as cenas, porque *momento de euforia* MEU DEUS EXISTEM OUTROS SERES HUMANOS PASSANDO POR ISSO. As vezes minha mente se ilumina e ideias aparecem ao mesmo tempo, e eu começo a escrever sem saber o que eu estou fazendo, mas parece que no fundo eu sei o que eu estou fazendo, porque a história começa a se escrever sozinha, parece que tem alguém me contando a história e me dizendo o que fazer (isso está fazendo sentido?). E esses momentos só acontecem quando eu não tenho tempo pra escrever, e quando eu crio tempo AS IDEIAS SIMPLESMENTE SOMEM. Eu passei por isso ontem e agora não consigo mais escrever, e de alguma forma ver esse texto me deixou melhor. ><

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  2. Eu gosto tanto desses batdramas gigantes, mas eu chego no final sem saber o que comentar PORQUE TANTAS COISAS ACONTECERAM, EU SÓ SENTI A EXPERIÊNCIA.

    Estou lutando pra NÃO VER The 100 agora e esperar sair todos os episódios, porque não sei assistir pingado assim, MAS EU FIQUEI TÃO FELIZ COM ESSES GIFS DA RAVEN. E ESSA IMAGEM DELES NO CARRO. EU AMO A RAVEN. E tô curioso com Miller e Monty! QUERO VER AGORA. E isso da Clarke ser a Dark Lexa, gente, QUE REVIRAVOLTA! Quem era a Clarke quando isso tudo começou? Hahahahahah Ela total tomou o poder! E era só uma pessoa normal! A RAVEN RINDO <3 <3 <3

    Sobre dormir, NÃO SOQUE A MINHA CARA, mas eu tentaria de tudo que prometesse dormir bem. Dormir é tão IMPORTANTE pra mim. É essencial. É minha verdadeira religião. É minha coisa favorita no mundo (sério).

    NÃO SEI MAIS O QUE DIZER.

    RAVEN, TE AMO.

    (Eu meio que também só acho a Octavia "ok, legal". Eu não curto muito o arco de evolução dela, porque ela deu um salto muito grande, muito rápido. Ela parece está num nível bem diferente do que os amigos, como se a vida dela estivesse mais séria que a dos outros, algo assim)

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    1. "NÃO SEI MAIS O QUE DIZER.

      RAVEN, TE AMO." ahahahah

      Vou falar sobre Octavia só pra não ter vindo aqui apenas pra rir da parte do seu comentário.
      Ela seria tipo aquele herói que tá lá de boinhas e de repente mostra todo um potencial né?
      Ah eu adoro ela, mas vendo você falar faz todo sentido, ela aprece que se afastou, como você disse está em um nível diferente. Sabe onde quer estar, quem quer ser e tal.

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  3. GENTE E ESSES TEXTOS COM NOMES DAS MÚSICAS DA ADELE?! Me tirou o foco de todo o resto. Quando eu li RIVER LEA até emocionei porque é minha música favorita do 25.

    Anyways, boiei na maior parte do post porque não assisto The 100. E porque são 2 da madrugada e eu tou aqui acordada, MORRENDO com uma dor de ouvido, mas não querendo incomodar ninguém pra me levar ao hospital. Acho que essa coisa de pedir ajuda é mais difícil do que parece pra algumas pessoas. :(

    E miga, insônia é foda. Eu como uma pessoa que ama dormir, quando não consegue, tipo hoje, só quer morrer um pouquinho ali no canto.

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  4. EU TÔ MORRENDO COM ESSA IMAGEM DE CLEXA/ME E "GUARDA DE GUARDA-CHUVA" MDDC AHAHAHHAHAHAHAHAHAHAH]

    ah, oi, Dana!

    Eu li metade desse post hoje, metade sei lá que dia. então tô vivendo igual o Felipe querendo comentar, sem saber direito pq só curti a experiência, mas enfim vou jogar uns comentários soltos aqui e espero que você não se pergunte (muito) porque eu to falando isso hahaha

    Sobre desistir: eu tô com essa teoria de que quando eu chego lá no fundo do poço e digo, eu desisti eu falhei, algo acontece e de repente eu vou lá e faço. (!) não é sempre, mas ok. Aconteceu com o Diário Semanal no Luft essa semana.

    Confesso, pulei toda a parte falando do ep de the 100 por medo de spoiler. a pessoa que eu sou hoje em dia... HAHAHAHAH

    essa fanfic com dragões parece muito poderosa. MDDC e DRAGÔES <3 <3 Eu jamais superarei os dragões e o universo da Alagaesia (posso estar exagerando) e nem tô querendo. Mas é legal que eu sempre vivi perto de gente que "dragão é tão foda" e eu "ah é legal, msm, mas ok, menos" ai eu li aqueles quatro livros *POR QUE EU NÃO NASCI CAVALEIRA? DRAGÕES <3 <3 VO MORRER* foi amor mesmo. e isso ficou claro só agora (que realmente é amor), pq faz mais de seis meses que li então se fosse aquela paixão de estar envolvida já teria passado, mas não.

    gente essas pessoas escrevendo essas fanfics, eu nem sei o que dizer... olha, o quão grande é isso. (!!!!)

    Pode ser que eu tenha copiado essa 2° coisa que vc pensou e salvo aqui. pode ser.

    Preciso usar esse negócio de "vem correr risco comigo" em alguma história,. preciso de uma história.
    a parte desse post que li hoje me fez ficar pensando em usar coisas em histórias, ou como seria legal usar. e falar isso vai ter quebrado encanto, mas eu queria mesmo dizer.

    "eu quero participar de projetos legais com pessoas legais" muito bom isso. quero dizer, às vezes eu esqueço de coisas que percebi, ai vou lá e percebo de novo, e essa semana eu percebi que estar em um projeto mesmo que fazendo ele sozinha, mas com outras pessoas junto é maravilhoso. isso ficou confuso, né? mas o msm esquema do nano, gente escrevendo sozinha, mas juntas, só que ao invés de escrever pode ser outra coisa. Percebi isso fazendo uma lista.

    "Eu acho que eu quero coisa demais, e eu quero agora, e eu me esqueço ao longo dos dias porque viver um dia de cada vez e dar o tempo pras coisas acontecerem é devagar demais." eu todinha. até que de repente eu não sei o que quero. Mas isso me fez pensar nesse texto aqui que talvez vc goste: https://agoramoronalua.wordpress.com/2015/04/01/semantica-existencial/

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