Acesso aos Bastidores CCLivros

Pornoliterário: Acesso aos Bastidores, de Olivia Cunning

28.6.15Elilyan


Acesso aos Bastidores é um livro que me conquistou como um cara na balada: por puro apelo visual. Certo dia no Twitter me deparei com a capa do livro e decidi na hora que precisava lê-lo. Simples assim. Sem nem conhecer a trama. O casal se agarrando, o tom quente de vermelho, a tipografia... Tudo isso combinado gerou uma atratividade absurda. Literalmente escolhi ler o novo lançamento da Editora Paralela porque a capa é atraente. Por isso, antes que qualquer coisa quero dar meus parabéns a equipe gráfica da editora pelo trabalho feito: não apenas a capa é envolvente, como é simplesmente superior a versão original.

Como nem só de aparência vive uma grande paixão, Acesso aos Bastidores é uma história apaixonante também por outros méritos. O livro é o primeiro da série Sinners on Tour, escrita por Olivia Cunning. A série é composta por seis livros, cada um abordando um membro da banda de rock Sinners. Cunning foi bastante inteligente por começar a série com o membro da banda mais sentimental e amoroso: Brian “Mestre” Sinclair. O guitarrista é um cordeiro em pele de lobo, com pinta de bad boy, mas com um coração romântico Brian é aquele homem que enlouquece corações com sua música e arranca calcinhas e cuecas com um olhar. 

“Mais forte!” Ele saiu devagar. “Você quer que eu tire?” Então ela lhe deu um tapa na cara. Ele estremeceu, a bochecha ardendo. Estava assustado demais para dizer qualquer coisa. Myrna agarrou-o pelo cabelo. “Eu falei pra foder com força! Entendeu?” Ah, sim, tinha entendido direitinho.

Já a mocinha da história, Myrna Evans, é a personagem que pedi aos céus. Esqueça aquelas mocinhas virgens que nem sabem o que é um boquete; a Myrna é uma professora de psicologia especializada em sexologia que sabe muito bem como colocar a teoria em prática. Independente, decidida, inteligente, divertida e ao mesmo tempo frágil, meio tapada e neurótica é fácil criar empatia como a protagonista. Na verdade é muito fácil se envolver com todos os personagens, pois todos são cativantes, o que demonstra a competência de Olivia Cunning.

todo mundo pulando porque a Myrna não é uma tapada! \o/

A escritora não é apenas brilhante na criação de personagens carismáticos, ela é também incrível ao conseguir desenvolver o relacionamento de Myrna e Brian durante cenas de puro sexo quente, suado e despudorado. MUITO SEXO! Todos os personagens não conseguem manter suas mãos para si mesmos e o resultado é SEXO, SEXO, SEXO, SEXO, SEXO, SEXO E MAIS SEXO, PORQUE SIM! Você acha que fiquei cansada da maratona sexual? Não. Acesso aos Bastidores é o que chamo de literatura erótica de qualidade, pois consegue equilibrar com competência o romance e o erotismo, por isso não fiquei cansada com a quantidade de sexo que existe na história. 

“Merda”, murmurou consigo mesmo. Tinha guardado na gaveta. A mesma gaveta diante da qual Trey afagava o pau daquele cara. Esfregando. Apertando. E virando a mão de leve no final do movimento. E...


Além da maratona sexual, outros detalhes da trama me deixaram bem animada com Acesso aos Bastidores: a primeira foi a preocupação com o sexo seguro. Isso é algo que venho observando bastante na literatura erótica contemporânea. Achei bastante louvável da escritora de deixar claro que não importa o grau de tesão, sexo sem proteção não é inteligente. Isso significa que não há sexo sem camisinha? Claro que não, mas quando acontece o ato é usado como um instrumento do enredo para mostrar a evolução do relacionamento entre os protagonistas e tem toda uma conversa sobre o assunto. 

Já o outro elemento que me deixou bastante feliz com o livro foi a forma como a Olivia Cunning conseguiu trabalhar relacionamentos abusivos. Acho que algumas escritoras de livros eróticos deveriam ler Acesso aos Bastidores para aprender a não romantizar atos abusivos. Possessividade, agressividade, egoísmo e grosseria não são características de alguém que ama de forma apaixonada. Uma coisa é criar um personagem com falhas de caráter, outra bem diferente é criar um louco psicótico e justificar as atitudes dele com um “eu te amo”. Mestre Sinclair tem alguns momentos exasperantes, mas nada no nível Christian Grey ou Arthur Moreno. Em nenhum momento pensei em ligar 180 para denunciar o Brian as autoridades. 

Como nem tudo são flores, Acesso aos Bastidores possui defeitos. Existem vários momentos “WTF?” e subtramas que poderiam ser descartadas (olá, pai do Brian), mas fora isso o livro é muito bom. Se você, assim como eu, cansou de romances eróticos com sexo meia boca entre empresários e mocinhas virginais, Acesso aos Bastidores irá te deixar feliz da vida.

4,5 orgasmos. foi bom, mas podia ser melhor. sou exigente
Nota da Taiany:

Invadindo o post da Elilyan para dar minha opinião sobre esse livro que ela me indicou. Eu não sei o que esperava do livro, mas esperava mais. Mais sexo? Não, ele tem o suficiente. Mocinha mais decidida? Não, a mocinha sabe o que quer e como conseguir. Mocinho mais apaixonado? Não, o mocinho tem a mistura certa de cara errado com bobo apaixonado. Personagens secundários melhores? Definitivamente não, dá vontade de ler o livro de cada personagem. Então o que eu esperava do livro? Que ele abalasse minhas estruturas, e infelizmente não aconteceu. Mas eu tenho probleminha com séries e quanto leio o primeiro livro não sossego até ler todos, assim, em poucos dias li todos os 5 livros da série que ainda nem foram publicados pela Editora Paralela e ainda li o sexto livro que é uma compilação de "epílogos" para cada livro anterior, com exceção do quinto livro, que ao que parece, terá outro só para ele. E o que eu posso falar sobre a série é: Se ela não te convenceu no primeiro livro, não desista porque ela com certeza vai te encantar nos próximos. O que mais gostei nessa série é que ela foge a tudo que eu já tinha lido. Nunca tinha lido nenhum romance com uma mocinha psicóloga, nunca tinha lido um romance onde o cara era o submisso, nunca tinha lido um romance sobre uma banda de rock, nunca tinha lido um romance com uma mulher com ideias feminista. E TUDO ISSO É MUIIIIIIIIIIIIIIIIITO LEGAL. E se já não bastasse essas coisas, todas as 5 mocinhas são muito decididas, sabem o que querem e não tem medo de serem julgadas, não há aquele papel de pobre menina virgem, e os caras não esperam isso delas, eles amam que elas sejam mulheres de verdade, com desejos de verdade e sem medo de buscarem pelo próprio prazer. Eu queria ressaltar duas coisas que adorei, primeiro, o que a Elilyan falou ali em cima, o livro expõe esse objeto tão importante, camisinha, e posso contar nos dedos quantos romances introduzem a camisinha nas história, e isso é não hipócrita, porque ao mesmo tempo que esses romances parecem tão liberais, estão ainda muito presos em pudores idiotas. Nessa série não, a Olivia aborda o uso da camisinha de forma tão natural, como algo que faz parte da vida sexual. Não fica forçado, fica realístico. Só tenho palmas por isso. A segunda coisa que amei em toda série é o fato das pessoas serem adultas, como assim? Os personagens tem uma faixa de 25\35 anos, eles antes de se conhecerem tiveram outros relacionamentos e tiveram sexo com outras pessoas, e tudo bem. Eles não ficam com mimimi sobre isso. Eles encaram sexo como uma coisa normal, e que o que foi feito antes de eles se conhecerem não afetam o relacionamento deles hoje. Isso é legal, porque vemos tantos romances com mocinhas bobas e que parecem não saberem nada antes de conhecer o cara, que chega a dar ódio. Essas mulheres não tinham curiosidade não? Internet? A impressão é que elas foram criadas para o mocinho e só. Mas não as personagens femininas da Olivia, acho que foi uma das primeiras mocinhas que parecem que sabiam mais dos prazeres carnais que os caras. PALMAS ABUNDANTES PARA ISSO. Por fim, para deixar vocês com água na boca e interessados nos outros livros da série, vou fazer um pequeno resumo de cara um:
Primeiro livro, eles gostam de experimentar várias coisas.
Segundo, eles gostam de lugares “sociais” para terem suas relações carnais, digamos assim.
Terceiro,  BONDAGE.
Quarto, temos um voyer aqui minha gente.
Quinto, trio.
Sexto, os casamentos desse povo todo.

***

Livro: Acesso aos Bastidores

Autora: Olivia Cunning

Editora: Paralela

Páginas: 328

Comprar: Amazon, Saraiva



* Andei perturbando a Companhia das Letras no Twitter e a editora confirmou que ainda esse ano será lançado o segundo volume da série. \o/





***
Obrigada Companhia das Letras (sob o selo da Editora Paralela) por ter disponibilizado um exemplar do livro 


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11 comentários

  1. Elilyan, só queria dizer que você me convenceu a ler esse livro, obrigada (ou não, hahaha). ;-)
    (Não sei se a Dana conseguiu te passar o recado; quando o post saiu, eu não conseguia comentar aqui e pedi pra ela fazer isso.)

    Eu não sou muito fã de literatura ~erótica (situação talvez agravada pelo trauma de 50 Tons e aquele livro que tem flores na capa), mas isso não me impede de ler algumas histórias e gostar. Na verdade, eu raramente deixo de ler alguma coisa pelo gênero, eu tento ao menos um capítulo. No caso deste livro, o conheci antes de ser traduzido, mas achei que seria só mais um livro erótico, com mocinha virgem, mocinho possessivo, cenas de sexo o tempo todo, eles se apaixonam no final, se casam e tem bebês. FIM. Gostei de saber que a história tem mais coisas que o pornô e que a mocinha não é enfeite.

    Depois, enquanto estiver lendo o livro, volto aqui e te agradeço de verdade (ou te xingo, hahaha) pela indicação.

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    1. Andrea, a Dana esqueceu de passar o seu recado *olhar mortal*, mas estou super animada de saber que você dará uma nova chance a literatura erótica. O gênero, assim como qualquer outro, possui obras-primas e muita porcaria. Acesso aos Bastidores é uma das melhores coisas que li nos últimos tempos. É inteligente, possui personagens carismáticos e prende o leitor desde o início.

      Vou aguardar saber o que você achou. ;)

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  2. Andrea, leia esse livro, sério, leia a série toda. E esqueça 50 tons, nem toda literatura erótica é igual aquilo. Você lê romances de banca, você sabe que existe histórias maravilhosas, histórias mais ou menos, e histórias que você nunca mais vai querer ver na vida. Como literatura erótica é a mesma coisa. Vou te dar uma dica, se você quer uma literatura MARAVILHOSA leia a série Irmandade da Adaga Negra, vai ser uma caminho sem volta.

    E só Acesso aos bastidores, duvido que você volte xingando a Elylian, ela quem me indicou, e eu voltou agradecendo loucamente, tanto é que acabei a série, que nem foi publicada ainda, em mais ou menos uma semana. HAHAHAHAHAHAH

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    1. Taiany, concordo com você em número, gênero e grau! :D E só indicaria coisa meia boca para você se fosse abduzida e tivesse louca. Confesso que nunca li a Irmandade da Adaga Negra, mas esta na minha lista de leitura (depois de ler aquela outra série que você me indicou). Por falar em indicações tenho uma que vai enlouquecer sua mente. Não é literatura erótica, mas é um romance MARAVILHOSO!

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    2. Taiany, se eu falar mal da Irmandade, você vai desistir da nossa recém-descoberta amizade? *olhinhos cheios d'água*

      Hahaha, mas sério: gente, essa série é muito WTF. Eu li o... segundo livro? Desculpa, já comentei que não consigo seguir ordem, mas nesse caso eu li o livro sabendo, era porque o cara era loiro e eu adoro personagens loiros.

      Onde estava? Ah sim, eu li o livro, que nem lembro o nome, e tive um caso de amor/ódio, que pendeu mais pro ódio e não li mais. Depois li um que parecia muito igual a esse livro, como era o nome mesmo... Sei que era uma série no mesmo estilo mocinho alfa, mocinha virgem e traumatizei pro resto da vida.

      Mas seguimos aqui na vontade de ler o Acesso e depois eu volto para deixar minhas impressões. (A tradução está boa?)

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    3. Este comentário foi removido pelo autor.

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    4. Andrea me senti ferida agora, IAN é uma das melhores séries que já li em toda a minha vida. Tem isso de mocinhas virgens não, mas mulheres tem os caras na palma da mão, sério, leia por favor.
      Provavelmente você leu o Amante eterno, se for o segundo, mas, como você falou de virgem, pode ter sido o Amante Consagrado, e ele é difícil de se gostar se vc não leu os outros e não sabe o contexto.
      EU SOU APAIXONADA PELA IRMANDADE, É TÃO PERFEITO, TÃO BEM ESCRITO, TÃO TÃO (olhos brilhando)
      O primeiro é o Amante Sombrio, e eu não sei como você consegue ler as coisas fora de ordem, eu qdo sou indicada a alguma série, já vou atras do primeiro e leio tudo na cronologia certa.
      A amizade não acabar, mas se vc ler IAN ai, sairemos saltitando pelas ruas.

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    5. Midesgupi. :(

      É o Lover Eternal mesmo. Minha filha, eu nem ia ler essa série, dei chance porque o Rage (?) era loiro (sou dessas). Eu li o livro super rápido, mas teve muita coisa que me incomodou na história (e na série) pra eu gostar e querer ler as outras. Acho que o pior foi a autora amarelar e não fazer do Butch e do V (?) um casal.

      E ó, a vida é muita curta pra não ler série fora de ordem. (Acabei de inventar isso. :P)

      Mas então, quando eu digo virgem, não é literalmente, é mais que as mocinhas costumam ser... "mocinhas" demais. Inexperientes, recatadas e que se descobrem DEUSAS DO SEXO. Pelo menos, eu tive essa impressão.

      O livro que eu li e achei parecido é o The Darkest Night. NOSSA EU TENHO TANTOS PROBLEMAS COM ESSE LIVRO QUE DÓI.

      Acho que não vamos mais saltitar pelas ruas. :(
      *retirado o gif de gente feliz, pulando pela rua*

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  3. Opa. Nomes, quero nomes. Depois das duas últimas, confio em todas as suas indicações.

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  4. Coloca a gif de novo, só sofri um ligeiro golpe, estou bem.
    Cara eu sempre vou pedir para se dar uma chance a Ian pq é minha série favorita, mas, posso cantar feliz mesmo com aqueles não lêem.
    E sobre Butch e o V, bate na boca. Eles não são um casal, sério, isso é maluquice desse povo. O Quinn e o Blay são um casal, o Butch e o V possuem uma história bem mais complexa.

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  5. O dia que eu li essa resenha eu não sosseguei até achar esse livro. Estou terminando o segundo e amandooooooooo.

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