São 21:56 e eu ainda não bati a meta do dia. Nem escrevi esse post. To tão cansada que não consigo nem decidir se explico por que eu to cansada aqui, ou se pulo para o que eu escrevi na sexta enquanto virava o Tocha Humana dentro de um ônibus. E eu to tão cansada pra escrever mais do que isso. Basta dizer que essa é a hora ideal para fazer o Clube de Escrita de hoje. É sobre escrever mesmo estando exausto.
Aqui o que eu escrevi no ônibus na sexta:
Querido diário, foda-se tudo |
Eu to no celular, dormi pouco, to caindo de sono. Eu to dentro de um ônibus sem ar, que está dentro de um túnel com menos ar ainda, no meio de um trânsito e começando a ficar com medo de não chegar a tempo. O calor é tanto que parece ter um peso sobre a minha pele e que eu vou entrar em combustão a qualquer instante. Eu mal consigo encostar no meu irmão. Hoje é um dia cheio, to tendo que ir comprar ingresso para o show, o que eu não queria fazer, tem aniversário da minha tia, tenho que terminar o ccsexta. Eu só queria deitar na minha cama fresquinha tranquilamente. Bater minha meta diária. Escrever meus textos.
Meus olhos estão lacrimejando... E eu vejo o cansaço do nano começar a fazer efeito. Amigos irritados. Amigos desanimados. Amigos olhando pra frente e contando todos os dias que não vão escrever. Ou o pouco tempo pra isso. Caramba, tem uma camada de suor sobre a minha testa. Eu acho que quero gritar. Amanhã também não vou passar o dia em casa. E depois de amanhã eu sei lá o que vai acontecer. Queria assistir Korra.
Bem, e eu escolhi escrever isso nas notas do meu celular bem agora de propósito. Porque é uma hora péssima pra escrever. E eu acho que parte de mim quer vomitar. Tá quente assim. A questão é que o Nano ensina algo para aqueles que persistem: não existe um dia perfeito. Não existe a sua hora especial de escrita. O mundo tá pouco se fodendo pra o que você vai fazer, ele continua acontecendo. E nós somos seres humanos, não temos 30 dias perfeitos em sequência. Tem dia que a gente tá péssimo. Tem dia que a gente vai querer assistir o episódio novo daquela série em vez de escrever. Ou passar mal. Ou passar o dia fora. Ou ter prova. E pode esperar, um novo dia péssimo vai chegar. Seu cérebro vai estar fritando em um ônibus, você vai estar com tanto sono a ponto de não entender nada direito, alguém vai começar a gritar enquanto você escreve, a história vai encher o saco, você não vai conseguir planejar e, principalmente, não vai acreditar que pode conseguir terminar. Puta que pariu. Atravessar esse túnel dentro do ônibus é como um parto calado. E é o meu estômago que vai sair.
"Bem, eu só estava torcendo para não queimar até morrer." A Helena me chamou de Katniss. Agora faz sentido. |
Se gigantes existissem, eles usariam os túneis de forno. Colocariam os humanos em um ônibus e passariam por dentro para assar. Espero que um gigante me engula no final disso. Mas... A moral é que você vai escrever. Espremer as suas ideias no papel junto com o suor. Porque você pode. Você vai conseguir e o você do futuro vai te agradecer. É por isso que no Nano a gente vive no presente. Não pensa no ontem. Não pensa no amanhã. Pensa no agora. E agora você pode abrir a porra do arquivo e começar a escrever. Se eu to fazendo isso nesse ônibus, você pode fazer isso aí. Acho até que vou escrever pelo celular minha meta ou levar o notebook para o restaurante mais tarde. (e quem me conhece sabe que eu odeio digitar nessa merda de celular e isso é um esforço enorme). O fim do túnel tá chegando. Vamos ver se o gigante vai me comer. Mas eu to tão tão irritada que talvez eu engula ele.
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Eu só tirei as milhões de abreviações, o texto no ônibus foi esse. Repare que eu já estava alucinando com gigantes. HUAHUAHA Mas mais importante: repare que mesmo assim o que eu escrevi acabou sendo válido.
Para completar, procurando imagens para esse texto lembrei que essa semana salvei no tumblr esse vídeo da Yvette Monreal (Reagan de Faking It) justamente para usar em um Clube de Escrita. Troque "work out" por "escrever" e resume o meu estado, o que eu faço apesar disso e o motivo. HUAHUAHA
Sabe, depois eu acabei não sendo engolida pelo gigante, porque o destino guardava algo mais para mim: uma fila enorme para comprar o ingresso. No sol. Fiquei das 5 da tarde até as 9 da noite lá. Por que? Não sei. Não estava em condições de pensar nisso. De qualquer forma, o Paramore compensou tudo com aquele show ontem. Acabei perdendo o aniversário da minha tia e ainda não consegui assistir Korra. E isso é um resumo fajuto desses dois dias. Tava tão quente na sexta que o meu celular se recusou a ligar. Depois eu peguei uma chuva tão tensa no sábado que o meu celular decidiu ficar mudo nas chamadas. (Eu e meu irmão, sozinhos, em um lugar que apelidamos de "apocalipse zumbi", abandonados para sobreviver) E eu não preciso dizer que bati a minha meta nesses dois dias. Isso é óbvio, certo?
Queria dizer que esse texto ainda conta com toda uma parte que eu decidi não incluir porque ficaria grande demais e eu pretendo postar depois. Agora são 00:36 e eu ainda tenho 1700 palavras de domingo para escrever. Boa noite!
-dana martins
-dana martins
Diário de Escrita: Como a equipe do CC está indo no NaNoWriMo 2014?
Diego Matioli, 18.681 palavras até agora: A primeira semana foi a sutil transição de "tranquilo!" para "queria estar morto!". Cumpri minha meta todos os dias, mas estou terrivelmente cansado e cada vez demoro mais para começar a escrever. A história está dando voltas sem sair do lugar e eu estou tentando não me importar com as besteiras que estão saindo. Num geral, está tudo nos conformes, mas semana que vem vai ser bem mais puxada e eu estou preocupado com a possibilidade de não conseguir dar conta. Oh well, só o tempo dirá o que vai acontecer.
Eduardo Ferreira, 15.197 palavras escritas até agora: Eu não escrevi nada no sábado. Nenhuma palavra. No domingo escrevi 3.400 e não queria nem ver mais o documento do word na minha frente. Já estava atrasado na meta desde quinta e agora só faltam 1.500. (400 agora porque fiz um sprint antes de enviar isso pra Dana =P) Agora vou tentar continuar escrevendo as 1.700 por dia e não me atrasar tanto.
João Pedro Gomes, 10.277 palavras até agora: A Dana esqueceu dessa parte, então até o João vir atualizar ficará assim. Só vou dizer que aconteceu uma coisinha chamada enem na minha vida. Agora vou voltar a dormir, adeus.
Dana Martins, 17.313 palavras até agora: A Dana esqueceu dessa parte, mas está muito cansada para expressar algo sobre o assunto. Tem ido bem. Eu tenho escrito todos os dias, só batendo a minha meta. Estou começando a me perder na história e ficar com medo. É uma história que eu gosto e não queria estragar escrevendo na pressa. Mas é melhor uma história estragada escrita, do que uma maravilhosa que não existe. Ainda não coloquei a meta de domingo, porque eu vou escrever agora. Acrescente mais 1700.
1 comentários
"Mas eu to tão tão irritada que talvez eu engula ele" Hahahahah
ResponderExcluirNão sei como é escrever exausto, nunca cheguei nesse estado ou nessa necessidade. Mas acho que, com a minha pouca vivência, consigo fazer um paralelo com essa situação, que é quando estou triste, naquela vibe "queria estar morta" e tal. Eu escrevo comédias, e rir é uma coisa muito fácil pra mim. Sempre leio/assisto alguma coisa engraçada antes de escrever, nem que seja uma única cena engraçada (fujo dos dramas no pré-escrita). Mas tem dias em que eu simplesmente estou triste, e tentar fazer graça com textos me parece IMPOSSÍVEL. Já me forcei e terminei com o capítulo mais chato da minha história. Como no Nano a ideia é alcançar as 50 mil palavras, acho o esforço válido, mas, fora dele, o que eu faço é escrever só um pouquinho. Ficar sem escrever durante um dia inteiro é ruim, escrever um monte de coisa chata também, então escrevo um ou dois parágrafos e espero que o dia seguinte me faça mais feliz.