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Questionando: Por que nós não conversamos com nossos pais sobre certos assuntos?

13.5.14Dana Martins


A gente pode até começar uma conversa explícita sobre os 51 tons de cinza da sexualidade aqui no CC, mas eu fico cansada só de pensar em conversar algo parecido dentro de casa. E não sou só eu. Minha amiga se referiu a Faking It como uma série que é pra "amar calado", a nossa ideia de fazer entrevistas com mamães sobre LGBT+ foi por água abaixo quando não encontramos mães disponíveis e uma das pessoas mais militantes na causa que eu conheço esses dias me disse "agora, minha mãe super não daria uma entrevista." 

Nossas conversas e tentativas falhas nos levaram a perceber 10 problemas principais que dificultam a relação entre pais e filhos

Recentemente eu comecei a assistir uma série chamada Faking It (caso alguém ainda não tenha percebido...), mas ela 1) tem cenas de duas garotas se beijando e 2) uma das protagonistas descobre que gosta de beijar sua melhor amiga. Quase morri essa semana quando meu pai tava aqui no quarto e me dei conta de que o episódio que eu abri poderia começar mostrando um beijo delas. Pesquisar coisas de Faking It com alguém por perto é igual olhar o tumblr na frente da família: pura emoção. E ainda descobri que é meio complicado sair por aí falando "então, estou assistindo essa série com duas garotas que...", mesmo que seja a história mais colegial clichê do mundo. Percebi até que é mais fácil eu assistir Game of Thrones com toda a minha família. E eu não consigo parar de achar isso surpreendente.



Por que às vezes falar sobre certos assuntos com os pais pode se transformar em um mini-apocalipse?

1- Falta diálogo entre pais e filhos.

Imagine chegar para a mamãe agora e falar "Ei, vamos conversar sobre o quão bom é ser homossexual!" Reação provável: ela vai te olhar com uma cara estranha, mandar você tomar jeito, achar que você tá brincando ou pensar que você está se assumindo. (eu já não falei o quão ridículo é a conclusão de que falar sobre ser gay coloca a sua heterossexualidade em "risco"?) Se eu não tivesse medo da minha avó ter um infarto (sério), eu perguntaria só pra ver a reação dela.

 

Se a sua mãe reagir bem, faça o favor de abraça-la e dar os parabéns por ser uma pessoa incrível. Se você é uma pessoa heterossexual lendo esse texto: parabéns também. Continue sendo essa pessoa incrível que quer aprender e discutir sobre o assunto, mesmo que não vá te afetar tão diretamente. (:

2- Os pais cresceram em outro tempo.

"Eles aprenderam a olhar de uma maneira totalmente diferente do jovem" - a minha prima disse. Então eu pedi um exemplo de uma situação em que os pais dela reagiram de forma diferente, ela citou o beijo gay da novela. Estavam os três filhos e os pais na sala, enquanto os três não estavam dando a mínima para o que acontecia, os pais começaram a rir e fazer piadinhas.

Eu queria poder conseguir explicar o quanto isso importa, porque eles enxergam o mundo de uma maneira MUITO diferente. E não é uma questão só de concordar, "verdade, filho, seus argumentos são totalmente lógicos e eu não tenho como responder", mexe também com sentimentos, expectativas, vergonhas, crenças e medos.

"Quando os pais odeiam, os filhos adoram"

Minha prima e o meu irmão também citaram que até os professores falam sobre isso na escola, que conhecem várias pessoas assumidas da escola. Isso definitivamente não tinha quando eu estava estudando.

3- Falta de costume. 

Precisei colocar esse vídeo aqui. Repare em como algumas pessoas têm MEDO. Medo, gente. É a esse ponto que a coisa chega. Eu desde os 13 anos leio fanfics com personagens gays e não dou a mínima, mas até entrar na faculdade pessoas gays na minha vida eram tão presentes quanto unicórnios. Como é que dá pra quebrar o estereótipo, se tudo o que as pessoas conhecem é o estereótipo?


Sem brincadeira, quando eu falo sobre isso eu penso no Voldemort. Só falta as pessoas se referirem a homossexualidade como você-sabe-o-quê, se é que já não fazem. É por isso que é importante personagens gays importantes nas novelas. Pelo menos é uma forma de levar para a vida das pessoas.

4- Estrutura familiar: distanciamento do filho

"As pessoas ficam perdidas com esse negócio de dinheiro. Acham que dar tudo pra o filho é educar, então acabam negligenciando o contato entre família. O resultado é que generalizam e acham que qualquer coisa que o filho faz é merda. O filho pode ser ótimo, mas como não tá presente, não conhece a pessoa que tem dentro de casa e, como sabe que não ensinou nada, fica com insegurança e rejeita o que o filho faz. Principalmente em relação aos gays, que já é visto como negativo. Também existe uma cultura de que pai é machão e não se abre, o pai não é o amigo e isso afasta."

Ainda acrescento o caso do pai que idealiza o futuro do filho. Quando eu tava no terceiro ano tinha um garoto que fazia pré-vestibular e se inscreveu em turismo escondido, porque o pai queria que ele fizesse direito. Sério... Tipo: Sério? Como um pai pode se cegar tanto quanto aos filhos?

Também tem o caso dos pais que se aproximam, mas não dão valor ao que os filhos falam e nem param pra pensar no que os filhos sentem. "Ah, nós somos uma família unida, feliz, conversamos, nos ajudamos..." O que é ótimo, só falta ouvir.

5- Não sabem onde se informar ou aprender (e não têm suporte!)

"Eles não têm com quem conversar. Se eu tiver dúvida, vou perguntar pra um amigo e ele vai me falar, mas se a minha mãe chegar e falar com a amiga, a amiga vai dizer cruz credo!"

Isso é uma triste verdade. Nós, mais jovens ou que vivemos aqui na internet, estamos sempre em contato com todo tipo de apoio, tipo esses posts no CC. Se você passar muito tempo no tumblr dá até pra esquecer que existe um mundo onde as pessoas não acham isso extremamente fofo:


Enquanto o comentário padrão no mundo real para qualquer coisa assim é um sonoro "cruz credo!"

(na verdade, sentir atração por alguém do mesmo sexo não é certificado de "eu sei lidar com o assunto", então mesmo que mais informados, tudo acaba em uma briga entre o que não entende e o que mal entende)

6- Informação desencontrada

Eu fiz um teste com várias pessoas, perguntei se sabiam o que significava cada letra de LGBTQIAP. Eu falhei miseravelmente, é claro. E só meus amigos que buscam sobre temas LGBT+ souberam responder. A maioria não chegou nem no T do LGBT. E aí entre saber o significado e saber o que significa já é um caminho totalmente diferente. Eu procurei umas MIL vezes na internet e conversei com várias pessoas, mas ainda não sei dizer a diferença entre bissexual, pansexual e parece que tem mais um P (ainda preciso ler o comentário no último post).

E o opção sexual vs. orientação sexual?

Tá, eu sei que é exagerado saber cada letra, mas se você pensar a quantidade de regras de português que tentaram enfiar na nossa cabeça na escola... talvez não seja. Eu não conseguiria classificar essa frase nem que a minha vida dependesse disso. Enquanto isso, já pensou que a vida de muitas pessoas realmente depende de você ter uma noção maior sobre sexualidade, em vez de andar por aí como uma bola de demolição?


7- Reação protetora

Cara, pense ter um filho. Uma pessoa que você vê crescer, alguém com quem você se importa e quer ajudar. Alguém que você ama demais. E a pior parte: alguém que não é você, então você não pode viver por ela e garantir que tudo vai ficar bem. Você está ajudando ou mimando? Ensinando ou oprimindo? É melhor você falar diretamente, ou tentar fazer a pessoa entender com exemplo? Você pode, tipo, ajudar na parte de comprar um trilhão de livros novos, mas não pode ajudar na hora de pensar no futuro? E às vezes os próprios filhos não sabem o que querem: sabe aquele caso de você insistir pra fazer algo e depois ficar "poxa, minha mãe falou..."?

meus pais falaram que eu podia ser qualquer coisa, eu me tornei um babaca



É complicado saber os limites.


8- Sensação de que a "homossexualidade" afasta

A mamãe que conversou com a gente citou o caso de um amigo dela, que ela adorava, e aí ele foi morar em outro lugar, na época não existia os meios de comunicação de hoje, e e eles se afastaram. Anos depois ela encontrou com a irmã desse amigo e ficou sabendo que ele havia se assumido gay e estava vivendo com outro cara.

Olha, não fui eu que escolhi esses tópicos porque eu achei que era, eu não estou dizendo que quem é gay se afasta. Isso é um estigma real: algumas pessoas relacionam outras se assumirem ao afastamento. Várias pessoas fizeram a mesma relação. Pessoalmente, eu nunca parei pra pensar nisso, mas já ouvi muito "esse tipo de coisa destrói a família!"

9- Será que ele é?


Se um garoto cresce sem aparecer com uma namorada, começa o: será que ele é? Os pais chegam até a mandar indiretas para ver. Eles estão cometendo o problema lá da 7- Reação protetora. Alguns até com boas intenções, sabem que o assunto é meio delicado e querem poder ajudar os filhos nessa fase de dúvidas.

O problema é o mostrado na série Faking It: duas garotas muito amigas são confundidas com lésbicas e aí vão lá e tiram elas do armário em público. Só que elas nem estavam no armário, isso nem tinha passado pela cabeça delas. O resultado é que uma decide entrar na brincadeira para ser popular, enquanto a outra percebe que gosta. Mas veja só: antes mesmo dela duvidar, já vestiram ela com um rótulo. Ei, você é lésbica! (agora se ela é lésbica, bissexual, pansexual ou tem outra orientação, ninguém pergunta. isso que nem citamos a fluidez da sexualidade)



Parece que os pais precisam saber disso - e podem acabar forçando uma situação que não existe.

10- O problema não é da mãe, é o filho que vai sofrer com a própria decisão

A mamãe fala isso na entrevista e outras pessoas, em situações totalmente diferentes, se referiram ao assunto do mesmo jeito. Não estamos falando aqui da mãe que já demoniza a homossexualidade e não quer de jeito nenhum dentro de casa, estamos falando daquela que aceita. Por que isso é um problema? Porque é uma frase errada por princípio.

Já parte da ideia de que o filho vai sofrer. Assume que é uma decisão. E é uma forma de fugir do assunto, né? Que mãe vai ver o filho sofrer e não tentar proteger dessa coisa que faz sofrer? Nem que seja conversando bastante pra ver se não vai mudar de ideia, o que só aumenta a sensação de que a pessoa está fazendo algo errado.

Deixo vocês com alguns questionamentos: vocês repararam que toda vez que eu uso "gay", "homossexualidade" e "atração pelo mesmo sexo" para descrever  alguém LGBT+ eu estou sendo excludente e tratando a sexualidade como se fosse só hétero e não-hétero? E você sabem como se referir a alguém LGBT+ sem ser "LGBT+" e excludente?

Ou apenas assista Valente, que é um ótimo filme que resume tudo isso. (:

Atenção: nada disso é JUSTIFICATIVA para um ato de ódio ou uma relação abusiva. Ninguém deve deixar de buscar se entender por causa disso e muito menos continuar sofrendo. A questão aqui é que quando você começa a entender os problemas, você pode começar a pensar em como resolve-los.


(E peça ajuda. Sério. Pais e filhos: lembrem que é tudo bem pedir ajuda. O único problema é ficar sofrendo em silêncio e ninguém precisa disso.)


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6 comentários

  1. "Repare em como algumas pessoas têm MEDO. Medo, gente" medo ia ter eu. credo, nunca que eu topo fazer uma coisa assim.

    (comentario aleatorio sobre novela: ces tão assistindo essa novela de agora? eu também não, mas acompanho todas as cenas da clara e da marina no globotv e: perosnagem bissexual <3. personagem bissexual que USA A PALAVRA BISSEXUAL <3. personagens lesbicas <3 não-monogamia <3 personagens lesbicas criticando monogamia <3 marina <3 clara <3 NAO SEI LIDAR TO AMANDO DEMAIS ME RECUSO A PEDIR DESCULPAS. clarina <3)

    "A maioria não chegou nem no T do LGBT+" verdade. isso da uma dor que ces nao tem ideia.

    "diferença entre bissexual, panssexual" se for pelas definições das comunidades, a diferença é que a galere pan é gender-blind, ou seja, genero não é um fator que influencia na atração. acontece que sexualidade é subjetivo, então para algumas pessoas bi ou pan pode não ter diferença nenhuma e para outras podem significar coisas diferentes, ai é da experiencia e narrativa de cada um com esses rotulos. aqui um link MUITO bacana que leva em consideração as definições das comunidades, mas foca um pouco em algumas outras narrativas possíveis: http://askjourney.webs.com/pansexuality (link em ingles, se alguem quiser que traduza só falar)

    esse link também explica o ~outro P. esse link é muito importante. (a bandeira polisexual é muito bacana????? adoro verde q)

    8- sair do armario nunca é agradavel, mas pra muita gente não é só desagradavel, é perigoso. perigoso pra caralho, coisa que coloca a sua vida em risco. eu nessa epoca ia querer mais é me afastar de gente hetero mesmo. preservação, cara. a sua segurança acima de tudo.

    "tiram elas do armário em público" alo alo leitores do cc, NUNCA. TIREM. ALGUEM. DO. ARMARIO. assim, nunca. isso é escroto, isso pode colocar a pessoa em risco e isso é uma escolha apenas da pessoa.

    "Deixo vocês com alguns questionamentos: vocês repararam que toda vez que eu uso "gay", "homossexualidade" e "atração pelo mesmo sexo" para descrever alguém LGBT+ eu estou sendo excludente e tratando a sexualidade como se fosse só hétero e não-hétero? E você sabem como se referir a alguém LGBT+ sem ser "LGBT+" e excludente?"

    eu já ia falar sobre isso, porque no post todo foi usado "gay" e "homossexual" mas a maioria (se não todos, mesmo com algumas diferenças) dos tópicos aqui não são só experiencias da galere homossexual, mas de toda galere LGBT+, então usar só 'homossexual' não é tratar sexualidade como se fosse hetero e não-hetero (o que ia ser show no sentido de inclusão), é tratar sexualidade como se fosse hetero e homo (o que não é bacana porque rola o apagamento de todas as outras sexualidades). fora que existem pessoas trans heterossexuais e isso exclui elas também.

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    1. então. se voce ta falando de uma pessoa específica o ideal mesmo é perguntar para ela, mas no geral se voce sabe qual o genero e a orientação sexual dessa pessoa é só se referir a ela usando esse genero e essa orientação. pra falar do grupo, pessoas LGBT+ (ou outras variantes da sigla, mas com o +) é bacana e recomendavel, mas pessoas sexodiversas é show também. pra falar de ~subgrupos é valido falar pessoas bissexuais, pessoas pansexuais, pessoas trans*, pessoas homossexuais, pessoas asexuais, etc etc etc. (mas tipo. adjetivos. não são 'os bissexuais' ou 'os gays' etc etc, são as pessoas bissexuais e os homens gays, etc etc. tem gente que não se incomoda com isso, mas sempre bom evitar).

      "A questão aqui é que quando você começa a entender os problemas, você pode começar a pensar em como resolve-los"

      mas se não estiver dando certo ou se isso estiver exigindo muito de você, se voce estiver em uma situação de risco ou sendo abusado física ou psicologicamente, não se sinta culpado de cair fora. não é egoismo se colocar em primeiro lugar. é claro que o ideal seria conseguir resolver, mas a sua segurança e o seu bem estar são importantes. se voce acha que se afastar é o melhor pra voce então faça. não é errado ou egoista sair de um ambiente de abuso.

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    2. definitivamente não é errado ou egoísta sair de um ambiente de abuso. na verdade, é até importante. mudei um pouco o texto ali, porque talvez tenha ficado um pouco confuso. Acho que é por isso até que a Elsa representa bem a situação, ela é bem pacífica e seguiu o que os pais falavam pra não arrumar confusão, MAS acabou se ferrando, sofrendo e a coisa só saiu de controle. Isso não pode acontecer - o que eu disse aqui não pode servir de justificativa pra esse tipo de coisa "verdade, meu pai não entende, tudo bem ele..." DE JEITO NENHUM. O objetivo é: "Como eu posso ajudar ele a ver que não é bem assim?" - tanto para filhos LGBT+ quanto para pais héteros, porque é o caso do cruz credo. A mãe desconfia do filho e vai falar com a amiga, mas a amiga também não sabe de nada e tem todo o preconceito. (pensando aqui, um modo de fazer essa "educação" é através de filmes, tipo Easy A, que tocam no assunto de uma maneira melhor. Ou até a novela.)

      o original:
      "Atenção: nada disso é JUSTIFICATIVA para um ato de ódio ou uma relação abusiva. Ninguém também deve deixar de buscar se entender por causa disso. A questão aqui é que quando você começa a entender os problemas, você pode começar a pensar em como resolve-los."

      E eu tinha uma discussão interna toda vez que usava gay. era tipo:
      - MAS NÃO É SÓ GAY, DANA.
      - MAS É O QUE?
      - É... é.... pessoas LGBT+?
      - É normal chamar os outros de pessoas LGBT+? Não é meio estranho?
      - Parece um pouco estranho.
      - ENTÃO O QUE EU FAÇO?
      - NÃO SEI!!!

      Eu decidi agora que vou me esforçar pra usar bem outros exemplos no lugar de gay/homossexual, tipo assexuado, transexual (...), porque também ajuda a familiarizar a pessoa com esses termos.

      Sobre a novela: não estou assistindo, tudo o que eu assisto é de passagem porque minha avó assiste (ultimamente eles têm ouvido um canal religioso TODO dia, é como se fosse uma missa 24 horas) e como a minha avó ficou no hospital, eles não acompanharam a novela. MAS agora eles estão assistindo. E as únicas coisas que eu peguei até agora foram momentos lamentáveis sobre estupro (mas parece que eles estão fazendo mesmo um trabalho legal com elas duas)

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    3. sim sim, eu entendi que o texto em momento nenhum tava justificando atos de ódio ou abuso, acontece que de modo geral a gente vê a família como uma instituição quase sagrada e a ideia de que a sua família pode te machucar é sempre vista como absurda. lembra do caso do Bernardo? ele procurou ajuda várias vezes, mas todas as denúncias dele foram ignoradas justamente para proteger a instituição familiar. porque né. ele devia estar exagerando. não deve ser nada demais. a família só quer o que é melhor para ele. ai ele foi assassinado. como assim cara, o fato de que a família é mais importante do que a vida de alguém é uma parada muito triste.

      pessoas sexodiversas é bacana e pode parecer menos estranho do que falar pessoas LGBT+. aqui uma definição bonitinha (porque tou com preguiça?):

      "Sexodiverso (pessoa sexodiversa): Termo guarda-chuva para todas as pessoas que não são heterossexuais e/ou não são cisgêneras (ver definição de cisgênero neste mesmo glossário). Este termo é utilizado ao se falar sobre diversidade sexual para não apagar nenhuma identidade que desvia da heteronormatividade e da cisnormatividade. Pessoas bissexuais, panssexuais, homorromânticas, transgêneras, são alguns exemplos de pessoas sexodiversas." via http://incandescencia.org/ (já recomendei esse blog, prestem atenção nesse blog, amem esse blog, amem a autora desse blog. inclusive se quiser usar essa definição ou qualquer outra coisa do blog não precisa de autorização da autora)

      sobre a novela: aquele nucleo principal me da medo. pelo que eu vi rola romantização de estupro, de abuso e monogamia compulsoria, passo longe. mas clara e marina é só amor e o plot delas é bem consistente, tou gostando bastante.

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    4. traduz o link em inglês pfvr

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  2. Hey!

    Ótimo post! Confesso que pensei que teria algumas coisas a mais do que apenas a questão sexual, ou seja lá qual forem os nomes (não entendo disso, então sou daqueles que pensam “Se é amigo meu, serei amigo dele(a), independentemente do que faz entre quatro paredes”). Mas acabei gostando bastante da discussão porque, afinal, é verdade!

    Antes dessa leitura, eu não tinha parado para refletir que não consigo assistir algo como “Azul é a Cor Mais Quente” se meus pais estiverem perto. NÃO CONSIGO. Enquanto que parece natural comentar sobre os personagens gays de Spartacus, e torcer por eles conseguirem ficar juntos no fim, mesmo em meio a tantas mortes e sangue.

    Então comecei a pensar que talvez se trate do ambiente. Por exemplo: meu pai não se importa em comentar comigo que “é engraçado aqueles caras, arrancam cabeças durante o dia, mas se pegam à noite”, só que nunca conseguiria falar sobre isso quando se tratasse de uma situação mais cotidiana. É estranho.

    Bom, talvez vocês tenham alguma tese para isso também, eu não sei. Mas sei que, quando eu tiver um filho (e espero ter), não quero que haja tantos tabus. Eu tenho dois irmãos, mas apenas com um deles converso abertamente, então percebo bem o quanto a comunicação é importante dentro de casa e, quando ausente, a falta que ela faz.

    Até breve!

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