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[Resenha] Sangue Quente, Isaac Marion

12.1.12ConversaCult

por Dana Martins


- Livro: Sangue Quente
- Livro único
- Autor: Isaac Marion
- Editora: Leya
- Comprar: Saraiva, Fnac, Walmart
- No Skoob
- Sinopse: Incluída na resenha








Mini-crítica: 
Sangue Quente é uma história de zumbi sobrenatural sobre uma maldição que atacou a humanidade. O livro tem um toque de mitos antigos (como histórias de pirata), mas ambientado em um cenário pós-apocalíptico onde os humanos tentam dar os primeiros passos para se reerguer. Além disso, como tudo é narrado da perspectiva de um zumbi, não há tanto daquele terror de "mortos-vivos me seguindo", o lado levemente macabro fica com os esqueletos. Só para terminar: não é um livro bonito pra criancinhas e menininhas apaixonadas, é bem cru (mais pelo lado psicológico). Se você procura o zumbi de laboratório ou romance, essa não é a sua opção. Pelo mundo, pode ser um Gone para pessoas um pouco mais velhas. 

Quer saber mais? Clique abaixo para conferir a resenha completa e a sinopse. 


Não tem como começar uma resenha sobre esse livro de outra forma que não seja: tudo o que você pensa está errado. Errado porque pelo menos 80% das pessoas que conhecem ou vão ficar sabendo sobre Sangue Quente vão formar uma ideia diferente. Eu era uma delas. 

Adoro zumbis e histórias de sobrevivência em um mundo dominado por eles (se não for terror, é claro). E quando eu vi que Sangue Quente era um livro narrado por um zumbi que pensava e ainda se apaixonava, meu lado superprotetor ficou todo atacado. E a história só piorou: “é um romance!”, disseram. “É o Crepúsculo dos zumbis!”, “Necrofilia!”. Comecei o livro pingando preconceito e pronta pra criticar até a pontuação. E, olhe só, agora estou aqui introduzindo uma resenha com o meu lado superprotetor a favor de Sangue Quente.

Sinopse: O livro é centrado em R, um zumbi. “R” porque é tudo o que ele consegue lembrar de seu nome, mas isso é uma sorte, alguns não lembram de nada. R sempre foi um zumbi diferente e refletia muito sobre o que acontecia, apesar de não conseguir verbalizar. Ele vivia no nada, cedendo à fome, até que um dia ao comer o cérebro de um garoto e roubar suas memórias as coisas mudam. Essas memórias são mais vívidas que o normal. Ele também acaba assumindo o espírito protetor do garoto quanto à namorada dele, Julie. A partir disso, todas aquelas reflexões deixam de ser apenas pensamentos largados e começam a se agrupar, ele começa a mudar.

O livro é sobre a busca de R para voltar à vida (não uma história de amor entre um zumbi e uma garota!!!). Como o autor até falou em algumas entrevistas, é meio que uma brincadeira com o próprio ser humano que vai se afastando dos significados da vida e vivendo no “automático”. E, no próprio livro, os humanos (Vivos) também acabam ficando meio no automático, mesmo ainda vivos.

No caminho da busca à vida, ele tem Julie, a quem quer proteger e, de certo modo, sente como se fosse a ligação dele com o mundo dos humanos. Tem o Perry, o garoto de quem ele comeu o cérebro e partilha das memórias. M, seu melhor amigo zumbi. Nora, a melhor amiga humana de Julie. Todos personagens criados com certa profundidade que contribuem para a história ser o que é. 

O livro é encaixado em YA e há aquela comparação a Crepúsculo, como eu disse no início. Só que o livro não é nem um pouco inocente, tratando de assuntos sérios, que me fez lembrar até de Os 13 Porquês pelo clima às vezes. A escrita também é bem trabalhada e às vezes a descrição é tão boa que você consegue imaginar exatamente a expressão do personagem. Aqui há um ponto que pode ser criticado, talvez, por ser estranho um zumbi pensar com um vocabulário tão amplo, mas depois do início isso não chama mais tanta atenção.

Outro ponto positivo do livro é o mundo criado. Sangue Quente não se passa quando tudo está acabando (tipo Apocalipse Z) nem quando tudo já foi reconstruído (Jogos Vorazes). A história é a de que o mundo já estava desandando e ocorreram as tempestades, o mar avançou em áreas e todos aqueles problemas típicos de fim de mundo (que me fez lembrar até da história do fim dos EUA em Jogos Vorazes). Uma das consequências negativas disso é o zumbi, que só apareceu depois que tudo já tinha desandado. Então, nesse período “intermediário”, as coisas são diferentes. É muito interessante ver como eles tratam de coisas que são importantes hoje em dia e mudaram com tudo isso, tipo o dinheiro e a ideia de país.

E o zumbi? Realmente perdeu a essência? Pelo contrário, esse é um dos (se não o) zumbi mais comum que existe. Eu nunca tinha visto ou lido algo com um zumbi tão estereótipo de zumbi. Ele come gente (principalmente cérebros), anda torto, se arrasta, faz aquele grunhido estranho... Eu já suspeitava enquanto lia, mas em uma entrevista do autor ele diz que foi exatamente essa a intenção. Até isso do zumbi se comunicar já apareceu em um filme do George Romero. A principal diferença desse zumbi, talvez, é que parece surgir uma salvação. Aí sim é que muda toda a perspectiva e alguns não entendem e criticam.

Uma coisa que eu não posso deixar de comentar é a justificativa disso tudo. Vírus? Diabo? Na verdade, a palavra com que eu defino Sangue Quente é maldição. É como se fosse uma maldição jogada na humanidade e ela precisasse se livrar disso, então toda a história é baseada nessa ideia. Me fez lembrar muito Piratas do Caribe, em que os piratas têm aquela maldição porque roubaram o tesouro e na lua viram esqueletos. Ah, aliás, há esqueletos presente nesse livro e eles, sim, são a ameaça.
*dizer que o que acontece em Sangue Quente é ruim porque é sobrenatural e fantasioso é o mesmo que dizer que Piratas do Caribe é uma droga porque o Kraken não existe. Você tem que sentar para ler Sangue Quente da mesma forma que você leria A Bela e a Fera, em mente que há um tom de magia em tudo. 

Então, com isso, termino a resenha de Sangue Quente com uma outra “sinopse”, que vai dar ideia do que o livro é:
Ele é um pirata amaldiçoado que vaga sozinho pelos mares sem esperança, até encontrar essa mulher, uma pirata aventureira que parece a sua chance de salvação. Seguindo-a, ele busca sair desse estado e voltar para vida, mas nem todos vão ficar felizes com isso.
Agora pegue a história que você imaginou e adapte-a num cenário do futuro em que o nosso mundo está caindo aos pedaços. Sangue Quente.

Sobre o filme:
O livro está sendo adaptado para os cinemas, ainda sem data de estreia (dizem que em agosto). Nicholas Hoult (Skins e X-Men: Primeira Classe) será R e Teresa Palmer (Eu Sou o Número Quatro) será Julie.  A primeira imagem divulgada, um pôster Crepúsculo-wannabe, assustou a todos (e não por causa do zumbi!), mas as mais recentes parecem salvar um pouco mais a situação. Você pode ver algumas do R aqui (de onde eu tirei essa de baixo) e algumas do cenário pós-apocalíptico aqui. Veja mais no IMDb do filme.



Classificação:
 (4/5 conversinhas)

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5 comentários

  1. Hey! :D
    Eu soube do filme essa semana, acho que vi em algum lugar que a previsão de estréia para os EUA é 10 de agosto deste ano. Eu conhecia esse livro só por capa, daí fiquei de procurar uma resenha, e me deparo com a sua aqui no blog! Nem precisei procurar muito. ^^

    Tipo, eu até gosto de zumbis. haha' Acho legal e tudo. Mas eu sempre vi um zumbi como um 'ser' que não pensa. '-' daí eu achei estranho.
    Mas sua resenha me convenceu, assim que eu tiver a oportunidade vou ler o livro. ^^

    Beijos,
    april-1993.blogspot.com

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  2. Eu já queria o livro antes de saber que ia virar filme,agora que vi quero ainda mais.
    Adoro histórias com zumbis (credo) posso dizer que me simpatizo bastante com a raça...rs mas não imaginava um zumbi amando..onw, agora quero ler mais ainda...rs
    bjos

    Jack
    www.mybooklit.blogspot.com

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  3. Quero muito ler esse livro! Ele está ali na estante olhando e grunhindo pra mim, mas eu tenho que terminar meu Dezessete Luas primeiro, dai eu pulo pra ele. Adorei a sua resenha, eu fiquei com um super desejo de ler pela coisa diferente, um zumbi pensante. Me ajudou a colocar no lugar minhas expectativas sobre o livro, então acho que agora sim eu posso ler e aproveitar ele ;)

    Beijitos
    http://www.bookpetit.com/

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  4. Olá (:

    A história é no mínimo diferente... um mundo cheio de zumbis já não é muito normal. Agora, um zumbi que pensa, se apaixona e tal? Bem original. O engraçado é que eu fiquei com vontade de ler, sério. Vou tentar conseguir o livro o mais rápido possível.
    Quanto as imagens, são bem legais. Eu só não imaginava um zumbi desse jeito... lembrou muito os vampiros de Crepúsculo. Pele branca, olhos claros... não sei. Vamos ver se o filme vai ser bom, né.

    Abraços (: Parabéns pela resenha

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  5. Nunca gostei muito de zumbis, mas esse livro parece ser bem interessante. Não conhecia a história até começar a sair notícias do filme e tinha meus receios. Mas como a maioria das pessoas adorei o trailer, e estou vontade de ver (e ler).

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