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Desabafo: a vida é feita de consequências (de coisas que escolhemos ou não fazer)

1.3.19Jota Albuquerque

imagem de Stock


Acontecimentos da minha vida me provaram, desde sempre, que tudo que a gente faz tem uma consequência. E talvez a gente não goste dessa consequência e até se sinta injustiçado por isso acontecer, mas se a gente analisar fria e racionalmente a situação, a gente percebe que não somos tão coitados quanto achamos, então vamos falar disso?

Acontece o seguinte: escolher algo/fazer algo é uma escolha de não fazer outra coisa. É escolher priorizar algo e deixar o restante das opções pausadas. E talvez a gente não perceba isso na hora, mas tudo que a gente faz na vida se trata disso. É inevitável porque tudo tem dois (ou mais) lados.


É igual querer agradar todo mundo (prazer, eu): se você buscar fazer isso, alguém vai ser desagradado e você vai sempre estar cansado e mal. Se você aprender que não tem como agradar todo mundo e começar a procurar se agradar primeiro, alguém vai ser desagradado mas você vai estar aprendendo a lidar com você e com suas vontades. Porque é assim que funciona a vida e suas consequências.

Ou por exemplo: nesse ano que passou eu me aproximei de um amigo meu e me distanciei de uma amiga minha, o que gerou diversas consequências, boas e ruins, mas principalmente (tentando olhar pelo lado positivo), após ficar várias vezes sozinho, eu aprendi que eu preciso me desgrudar deles, aprender a encontrar outras pessoas, fazer amizades e me enturmar mais. E esse tapa na cara me fez muito bem, tanto que eu tive as melhores férias da minha vida, saí mais, encontrei mais gente que eu não me enturmava fazia tempo e tive material pra fazer aesthetic ODKSODKSDOK.

Ou: Meu amigo esteve tão cansado de todo mundo opinando na vida dele, que em um dia que ele já tinha levado um monte de coisa, eu e minha mãe estávamos falando pra ele como, hoje em dia, ter uma rede social é um grande diferencial pra desenhistas/quem planeja trabalhar com moda (e qualquer outra área), e logo depois disso ele soltou a pérola falando que "ele sabia cuidar da vida dele e estava cansado de todo mundo dando pitaco na vida dele, sendo que ele sabe o que tem que fazer ou deixar de fazer", o que claro, deixou minha mãe mega puta (e eu também) e de consequência, ela fez questão de dizer que então ele não precisa procurar ela pra nada, já que ele sabe tão bem cuidar da vida dele e que ela só queria ajudar e ele não precisava ter respondido de tal forma ignorante. E com isso, ele aprendeu sobre a importância de ter cuidado com o que se diz.

"Pense antes de falar. Às vezes as palavras que você diz só podem ser perdoadas, não esquecidas."

Ou: Ao entrar no blog eu escrevia demais, pelo menos 20 textos por mês. Eu sabia, na época, que eu fazia isso não só por amar, mas também pra compensar algo (por ser o mais novo, eu sentia que tinha que provar meu valor e ser alguém aqui no blog que sempre trouxesse algo novo porque = eu era novo). 

Só que teve um momento que eu já tinha escrito tanto que já tinha fechado o ano com posts meus alternando com de todos os outros fixos e isso gerou um problema dentro do Blogger (programa do google que a gente usa pra ter o blog(?), não sei a explicação faz sentido, mas ok): ele estava sempre cheio, tornando difícil de achar os outros posts + a discussão de priorizar quais textos e de quem. O que levou a Bells e a Carol chegarem em mim de boa (como a gente sempre faz entre a gente) e oferecem outras opções de lugares para escrever que não fossem direto no Blogger, assim ficava mais fácil de organizar e menos problemático. Racionalmente, eu compreendi, emocionalmente nem tanto. Agora, qual foi a minha escolha que levou à essa consequência?

Eu me afundei no blog, como eu faço com qualquer coisa quando eu fujo de algo, e com isso/por isso, parei de viver o pouco de vida que eu já mal vivia e deixei minha vida em pause (até mesmo a escola) porque eu realmente não aguentava mais viver ela. Então uma hora teria uma consequência (além da consequência de pausar minha vida toda [o que a gente sabe que literalmente não aconteceu, mas eu fiz o meu máximo pra acontecer DOKSODK]), e quando ela veio (na forma de uma chamada de atenção pra algo que estava complicando a manutenção do Blogger), apesar de entender, eu também entendi porque fiquei desconfortável. Eu me senti assim porque no momento me senti como "não valorizado"(?) e também porque eu queria que entendessem (mas como iriam entender algo se eu nunca expliquei o porquê daquilo? DOKSODKSODKSOK adolescentes não são fáceis DOKSODK), apesar de racionalmente eu compreender perfeitamente e dar todo o suporte. E com esse ocorrido eu aprendi muito.

E é aí que entra o lance de sentir algo não quer dizer necessariamente que aquilo é o que tá acontecendo. Você pode se sentir de uma maneira, mas se analisar fria e racionalmente, não quer dizer que o que sente é como vê as coisas ou que seus sentimentos estejam "na realidade" (são válidos, mas é importante separar as coisas). Não é porque você sente isso que você seja isso ou que é isso que tenha acontecido (isso faz sentido?).


Enfim, é isso. A vida é feita das consequências do que escolhemos ou não escolhemos. E nossos sentimentos e necessidade de estar sempre com a razão podem nos cegar. Então é importante tomar cuidado com isso e escutar as pessoas, aceitar quando você está errado, pedir desculpas e aprender. E mais importante que isso, é de total importância que você exerça sua aceitação. Quando falo isso é no quesito de aprender a aceitar algumas coisas como são (como isso da vida), aprender a cuidar das suas responsabilidades e consequências delas sem negar seu envolvimento no que der errado.

Por hoje é só, pessoas, se cuidem.

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