Andrew Solomon CCConversa

Depressão, o segredo que compartilhamos

22.9.17Taiany Araujo


“O oposto de depressão não é felicidade, mas vitalidade”

Foi essa frase que me levou a assistir a palestra para o TED do escritor Andrew Solomon essa semana. Eu fiquei tão impactada que decidi colocar no meu post sobre o Setembro Amarelo. Nesse vídeo ele fala sobre como é ter depressão, como é passar pelo tratamento que segundo o mesmo “são terríveis. Não são muito eficazes. São extremamente caros. Têm inumeráveis efeitos secundários. São um desastre”, mas que o permitia viver o dia de hoje, coisa que não seria possível há 50 anos atrás. Enquanto assistia, mais e mais eu tinha a certeza que ele merecia um post em separado. Merecia destaque. Durante o vídeo a gente acompanha um relato real e particular sobre a experiência desse homem que hoje usa sua vivência para ajudar outros.

É bom encontrar alguém disposto a falar não somente sobre ter vivido, mas também sobre o que se pode fazer e qual o papel da depressão na vida das pessoas. 

Abaixo você pode assistir ao vídeo em inglês, mas há a opção de colocar legenda em português, só ir até o símbolo que parece uma florzinha, nele estará escrito detalhes, clique ali e selecione a legenda.


Fiquei maravilhada com a palestra toda, mas algumas coisas ditas eram como explosões de luz na minha mente. Quando ele diz que o deprimido se sente vitimizado como se o mundo inteiro estivesse contra ele, mas que na verdade, o mundo está seguindo adiante sem esperar por ninguém, eu consegui visualizar muitas situações que para mim eram de difícil assimilação. Não era uma questão de falta de amor ou dedicação, era uma questão de nebulosidade afetiva. 

Pessoas depressivas tendem a ter uma percepção de desvalor, acreditando fielmente que não são amadas, que são dispensáveis, as alternativas sempre são catastróficas e pessimistas, e quando o Solomon fala que “na maior parte das vezes, o que elas exprimem não é uma doença, mas uma visão” me fez questionar se eu realmente entendo o sentimento do outro. Minha dedicação não é em vão, mas é algo que talvez não seja percebido, pois a depressão tem sua própria verdade, e ela parece ser a única coisa com que eles podem contar, apesar de ser uma verdade totalmente questionável. 

Todavia, acho que uma das coisas que mais gostei foi dele falando sobre o tratamento psicológico e medicamentoso, em relação a esse último, sobre a rejeição aos medicamentos por temor a perder de identidade e controle de si. No entanto, essas mesmas pessoas se utilizam de tudo o que estiver ao seu alcance (coisas saudáveis ou não) pra fugir das dores e camuflar os sentimentos. Entendo que não se deve tratar medicamentos de forma leviana, mas descartar sua utilização sem um pensamento crítico sobre nunca me pareceu sábio.

E se tudo isso não fosse o bastante, Andrew ainda toca numa dúvida de muitos: A depressão tem cura? Acaba um dia? 


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