Eu amo essas fotos que mostram a Mulher Maravilha do lado de garotinhas, um bebezinho que mal sabe andar vestido de Rey e garotinhas vendo com brilhos nos olhos as moças de Ghostbusters. É lindo. O futuro vai ser melhor. Mas e o agora?
E eu que tô viva aqui, agora, que cresci sem essas personagens e ainda estou sem?
Eu vivi pra ver as princesas da minha infância virarem generais. pic.twitter.com/CjVyYt1c4T— M Evan Matyas 🏳️🌈 (@EvanMatyas) 5 de junho de 2017
Eu vivi pra ver as princesas da minha infância virarem generais.
1. Joga a nossa vida fora.
A gente não é nada, a gente não é porra nenhuma. Não sou eu que tô pela primeira vez indo ver uma super-heroína no cinema. Minha vida já foi sacrificada, sei lá. É uma hipocrisia do inferno, que me distancia dos problemas atuais, afinal, eu não sou quem precisa ser salva. Ao mesmo tempo, já condena a minha existência.
2. Joga os problemas pra o futuro.
É aquela visão idealista de "um dia vai ser melhor", que no fundo é só outra forma de se distanciar do problema. Se o futuro tá consertado, pra que eu preciso fazer algo, né? E se não tiver, isso é problema do futuro.
É emocional ver a garotinha, mas é de extrema importância pra mulheres agora vendo isso acontecer - é importante que aconteça agora e, além do mais, pode e devia acontecer agora.
Eu estou falando do caso de mulher [branca], mas isso serve pra tudo. Representatividade LGBT+, de minoria étnica, pessoas com deficiência e neurodivergentes.
Eu fico lembrando daquela garota, que raramente vê as personagens lésbicas como ela sobreviverem a uma história e definitivamente não encontra uma história realmente boa com elas. Eu fico pensando nela que nunca assistiu um filmezinho de comédia romântica no colegial onde a garota protagonista se apaixonou pela outra. E grandes chances são de que, os que ela assistiu, trataram ser lésbica como uma piada SE é que lembraram da existência dela.
Eu fico pensando na luz apagando nos olhos dela, porque "e eu?", porque a vida dela é agora.
E talvez já tenha passado da hora da gente prestar atenção nisso também em vez de só fugir pra esse futuro utópico.
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