Ariel Carvalho CCIndicação

Notas Brasileiras #32 - Lutre

19.6.17Ariel Carvalho


A culpa de eu ter descoberto da Lutre é 100% da Ventre.


Acontece que o primeiro álbum desse semi power trio foi mixado pelo Hugo Noguchi, o baixista super carismático da Ventre, então eu sempre o via fazendo propaganda da Lutre no facebook. Aliás, ouvir Lutre é uma ótima pedida se você gosta do som da Ventre. Se você gosta da Xóõ também, vai gostar das faixas dessa banda gostosa de se ouvir.

A Lutre é de Goiânia, e eita lugarzinho para ter músico bom, viu? Os integrantes são o Marcello Victor (guitarra e vocal), o Chrisley Hernan (baixista) e Jefferson Radi (bateria).

No press release, Chrisley conta que o novo álbum "é um conjunto de inquietações de alguns semi adultos que vivem numa cidade caótica e bombardeada por arte em geral. Este é nosso primeiro disco e ele sem sombra de dúvidas foi a melhor experiência já vivida por cada um de nós”. Não poderia definir melhor. Quando terminei de ouvir, só reclamei de ser um álbum só de 9 faixas. Queria mais.

O que ouvir? Mudo, Apego, É Assim



Onde ouvir? Os meninos estão em TODAS AS PLATAFORMAS DIGITAIS. Mesmo. Mas segue link do Spotify e do Facebook deles.



Como você definiria sua música para alguém que nunca ouviu?



Marcelo Victor: Difícil demais kkk diria que é bonito por ser sincero.

Chrisley: Essa questão de definição eu acho meio complicada mas eu diria Rock Triste.

(É o famoso "para quem transa chorando" aushasuahsausha)


Dentre as suas músicas, qual sua favorita?


MVGraça e Poesia



Como a banda se juntou?

MV: Eu e Chrisley já tocávamos juntos antes da Lutre em outro projeto até o mesmo acabar e nos encontrarmos sozinhos apenas com duas letras jogadas e dois instrumentos. Tivemos alguns ensaios juntos só guitarra, baixo e voz pra tentarmos definirmos alguma "sonoridade base" pra podermos mandar pra alguns bateristas e chamar pra ensaio. Tivemos um ensaio com um baterista que na verdade não me lembro desse ensaio, mas existem áudios provando que existiu. Mandamos esses áudios pro Jefferson e ele topou. Começamos a ensaiar no meio do primeiro semestre de 2015.



Como foi o processo de definir a sua identidade sonora?



MV: Acho difícil responder essa pergunta uma vez que não acho que exista um tal "processo de definição" sonora de uma banda, uma vez que não nos prendemos a tal estilo ou a tal movimento. Seguimos uma certa linearidade em termos de "como as músicas se parecem", claro, mas não por querermos e seguirmos um padrão, mas por estarmos alinhados com nós mesmos em questões de afinidade, gosto e amizade.

C: Sinceramente não rolou muito esse processo de identidade sonora.. A gente não se prende muito à fazer algo específico ou manter um estilo e/ou ritmo e tudo mais. A gente gosta muito de variar as coisas sempre que dá e explorar outras referências e tudo mais.


Uma lembrança querida da carreira?



MV: Pra mim, uma delas, sem sombra de dúvidas, foi quando um pedal meu estragou no meio dum show em Goiânia no Complexo estúdio e o Gabriel Ventura jogou no meu meu case um pedal dele, é como se o Ronaldinho Gaúcho te emprestasse a chuteira dele pra você jogar bola, se você é fã de futebol, claro kkkkk. Coincidentemente no mesmo dia, rolou o convite pelo Noguchi de gravarmos lá no rio.

C: Uma lembrança só eu não consigo, mas tenho várias que pra mim são muito especiais por exemplo: Gravar com a Ventre, tocar com o Vitor Brauer, Tocar na Fundição Progresso, Show do Vaca Amarela de 2016 e uma passagem de carro pela ponte Rio-Niterói cantando Lupe de Lupe muito alto!

Qual você acha que é a maior dificuldade do cenário musical brasileiro atualmente?


C: O cenário independente sofreu um pouco numas questões de falta de incentivo mesmo por uma parte da população, falta de incentivo de governo, patrocínios e etc, mas se provou muito mais forte que isso, persistiu e hoje vem se mostrando cada vez maior graças à produtores que realmente gostam do que fazem e amam esse cenário. Percebo também que mudou muito a forma de consumir música por conta da vinda da internet e das plataformas digitais. Os discos são consumidos extremamente rápidos e o público sempre quer que a banda lance material novo, mas nem sempre a banda consegue por falta de verba mesmo. É uma questão meio complicada de saber qual é a maior dificuldade e tudo mais mas cada segmento sofre com alguma dificuldade.



Que banda vocês indicariam?



Ventre, Russo Passapusso, Posada e o Clã, Duda Brack, Hellbenders, Carne Doce, SLVDR, Lupe de Lupe, Components, Hover. Def, MMGL, Dom Capaz etc.


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