AMC androids

Humans e como é viver em um mundo onde androides existem

9.1.17Dana Martins


Então, como algumas pessoas não conhecem Humans e como essa é a única série que eu assisto no momento, acho que chegou o momento de espalhar a palavra.

O que é Humans?

Vou te falar que estava tentando explicar pra minha amiga e virou um rolo. Porque é uma série de ficção científica, curtinha, 8 episódios por temporada, que fala sobre um presente paralelo ao nosso onde "synths" foram criados. Synths são robôs muito realistas que parecem com a gente e são usados pra ajudar as pessoas tipo... sei lá, um aspirador de pó super-avançado. Um eletrodoméstico no formato humano que você pode usar como quiser. Talvez a noção ideal de escravos ou super-soldados - máquinas humanoides sinistras que servem a todos os nossos favores.

Esse é um curta que deu início ao jogo Detroit: Become Human, mas ignorando isso, acho que se esse vídeo virasse uma série, seria Humans.

Só que ao mesmo tempo que Humans é uma série sci-fi com intrigas de tecnologias e tretas que os personagens - e synths - precisam correr pra desvendar e salvar a própria pele, Humans também é uma série cotidiana que se diverte reimaginando o mundo onde uma tecnologia assim existe e como isso nos afeta. O nosso senso de quem nós somos, o que significa ser humano, o impacto da tecnologia nas nossas relações e na nossa visão de nós mesmos.

(pf, tenha em mente nos próximos 3 parágrafos que essa é só uma parte da história)

Acho que é por isso que a série tem como protagonista uma família - uma mãe, um pai e três filhos (uma garota mais velha, um garoto e uma garotinha criança). Eles, como qualquer família, enfrentam seus problemas. A mãe, Laura, é muito ausente por causa do trabalho, o pai se sente sozinho e acha que ela tem algum segredo, então começa a ficar tenso entre os dois, o que afeta os filhos, com quem eles não conseguem falar direito. A filha mais velha, Mattie, está no último ano da escola e é uma hacker genial, só que é aquela coisa meio rebelde que não fala com os pais e é cheia de comentários ácidos. O garoto deve ter uns 14 anos e fica perdido no meio de tudo, vendo a família se despedaçar. E a garotinha é... carente? Não sei.

Mattie e Laura, os outros tem nome, mas eu não lembro

Só sei que a vida deles muda quando o pai decide resolver os problemas comprando um synth pra cuidar da casa. Afinal, com a mãe (!) sempre ausente e ele também, quem vai colocar ordem no caos?

Isso não é bem aceito pela mãe e pela filha. A mãe Laura não gosta, porque isso começa a mexer com as inseguranças dela como mãe. Afinal, ela sai de casa e o meu marido volta pra casa com essa mulher perfeita, que até coloca minha filhinha pra dormir e todo mundo adora. A filha, Mattie, porque sendo parte de uma geração pós-synths, ela tem meio que raiva porque esses robôs estão roubando todas as possibilidades de empregos pra os jovens. Pra que ela vai fazer faculdade se daqui a pouco um synth vai tomar seu lugar?

Só que isso fica mais tenso, porque... a synth que eles compraram começa a funcionar estranho e só as duas percebem.



Ok, só que ao mesmo tempo, a gente acompanha outros personagens. Pra começar, os outros protagonistas: um grupo de synths conscientes. Essa é a grande virada da série. Os seres humanos criaram esses "robôs" perfeitos que fazem tudo o que a gente quer, mas... e se eles tivessem sentimentos? se eles pensassem por contra própria? se eles... acordassem? Então tem esse grupo de 4 ou 5 synths conscientes que vivem juntos escondidos tentando sobreviver, só que eles estão sendo perseguidos pelo Vilão Cientista do Mal que quer colocar as mãos nos synths consicentes, afinal, isso é um feito incrível da tecnologia. Como? Como isso é possível? 

E também é um perigo, né? 

Um bando de super-robôs andando por aí.

E isso é provado quando alguns deles decidem que o melhor é se vingar dos humanos.

novo crepúsculo tá ótimo -n


Só pra completar, nós também acompanhamos 2 policiais especializados em casos de synths (os únicos que ainda existem, porque toda a polícia foi substituída por synths), que começam a investigar as confusões entre os vilões e os synths conscientes.

Então a série vai acompanhando esses grupos diferentes, tanto de uma perspectiva da trama central, pra desvendar as tretas e ver eles se enfiando e lidando com problemas, quanto de uma perspectiva mais pessoal. Nós conhecemos quem eles são, vemos como a existência de synth tá mudando o casamento, a carreira, tudo. E também vemos os synths experimentando o que é ser humano.

No geral, eu lembro que começar a primeira temporada de Humans foi um pouco parado, porque tem cenas de mulher sendo abusada, tava uma coisa beeem machista e, nem lembro, mas talvez um pouco parada. Só que eu ainda estava curiosa pra ver os mistérios se desenvolverem. Humans é uma série que só pela parte de ficção científica e descobrir os babados dos cientistas que fizeram os robôs já é interessante pra mim. E acontece tanta coisa, que mesmo quando eu vejo que algo vai acontecer, também acontece outra coisa que me surpreende.

DEUS ME LIVREE

Além disso, quanto mais eu assistia a série, melhor ela vai ficando. Todas as mulheres vão superando os problemas, elas dão a volta por cima e carregam a história. Eu assisti os últimos episódios direto e quando terminou queria mais.

Humans é uma série que eu gosto até da Laura, a mãe, e normalmente não é o tipo de papel que eu gosto porque fazem aqueles personagens estereotipados chato, mas nada disso. Acho legal também que os pais escutam os filhos e todos eles acabam contribuindo pra trama central.

Então, tipo, no final, o meu veredito é que não é A SÉRIE DA MINHA VIDA. Mas foi algo legal de assistir, uma das poucas coisas que realmente me chamou atenção e eu assisti sem (tanto) problema em 2016. Algo que eu pretendo continuar assistindo só porque o contexto me atrai e cada vez mais eu gosto dos personagens.




Aí ainda saiu a segunda temporada completa e eu assisti em um dia. Pra mim, foi muuuuuuito melhor assistir essa segunda temporada. Acabava um episódio eu queria outro. Além disso, muuuito mais mulher - quase todas as narrativas são guiadas por mulheres. Representatividade LGBT+ positiva também. O tema interessante. Eu acho que faltou alguma coisa pra ser tipo WOW. Só que no geral como entretenimento foi bom mesmo assim e eu estou ansiosa pra ver as consequências no futuro. Às vezes eu acho até que essa temporada foi a criação de uma base pra mudar o mundo de Humans e trabalhar isso nas próximas temporadas.

Seja o que for, eu tô feliz e quero mais.


Pra quem já assistiu, eu escrevo aqui pensamentos aleatórios. Até agora escrevi sobre a Niska e representatividade LGBT+ na S2, mas queria falar sobre a temporada no geral.

E vou deixar aqui o link pra se inscrever no Batdrama, a newsletter semana que eu escrevo.

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1 comentários

  1. Dana Hiiiiii!
    Quick question: Essa série é americana/inglesa/o povo fala inglês? Eu acho que tem alguma versão sueca taçvez por aí...

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