Age of Empires CCdiscussão

Você joga videogame e não sabe

24.8.15Dana Martins


Enquanto lia o texto do Diego sobre videogame eu não conseguia deixar de pensar: todo mundo joga videogame. Quais são as chances de alguém nunca ter jogado algum joguinho de facebook? Algum joguinho do orkut? CAMPO MINADO DO WINDOWS? JOGO DO MILHÃO PRA COMPUTADOR????

Todas essas são formas de jogo. As pessoas têm uma ideia muito limitada do que são games, e simplesmente ignoram. Videogame é ainda mais diverso do que filme, livro, etc, porque enquanto esses acabam sendo centrado na narrativa, em jogos narrativa chega a ser até opcional.

Aquele Flappy Bird? Qual é a história daquele bagulho? Ou aquele 2048 que você tem que combinar números? OU O JOGO DA COBRINHA NO CELULAR? 



Eu declaradamente me irrito muito com quem fala que "não gosta de videogame", porque 1) é preconceito; 2) provavelmente mentira, porque você deve jogar alguma coisa; 3) burrice, porque tem tanta coisa pra aproveitar... Mas ok, jogos da maneira tradicional e todos os luxos não são acessíveis. Eu mesma atualmente só tenho jogado Sudoku no celular porque eu tenho preguiça de ligar o videogame ou de baixar algo.

Jogar é uma forma de experimentar a vida.

De qualquer forma, acho que vale a pena pensar o que são os games E QUE HÁ VÁRIAS FORMAS DE APROVEITAR. Aqui eu vou mostrar 7 delas. 

Isso não é nenhuma classificação oficial, são as formas diferentes que eu me relacionei com videogame.

1- Jogos de desafio de raciocínio/habilidade

Tipo Sudoku, Aa, o da cobrinha ou aquele de organizar carros em um estacionamento. Eles são aquela "distração barata" (meio compulsiva) que, wow, realmente ajudam a melhorar nossas habilidades. Mas na maior parte do tempo jogo só pra relaxar ou fingir que eu to fazendo algo útil no celular pra fugir de situações sociais desconfortáveis.



Desse tipo volta e meia surge um que prende minha atenção. No momento, to num relacionamento sério com Sudoku.

2- Jogos pra se divertir (ou fazer exercício?) com os amigos

Dance Central, Mario Kart, jogos de luta. Acho que esses são os mais poderosos, porque são aqueles jogos que você junta a galera. Minha infância praticamente foi jogos de corrida + Sonic + Mario + competição de tiro com os meus primos. Eu AMAVA Mario Party, que era tipo um tabuleiro que você joga com os amigos e aí caem em partes que vocês precisam passar por desafios juntos. Nem lembro direito, só sei que adorava. 




Esses são legais pra quando você tem alguém pra jogar e são a melhor forma de introduzir alguém no mundo dos games. Normalmente quando você vai na casa de alguém com videogame é um desses jogos que rola, porque dá pra todo mundo aproveitar. 

Mas apesar de legais (por causa da competição ou jogar junto), eles são só 10% do potencial dos games. 

3- Jogos baseados em conquistas

Todo mundo pode até se amontoar pra ver um jogo, mas acho que as vantagens do videogame acontecem quando você tá sozinho a tarde inteira jogando. Tô chamando de "jogo de conquistas" jogos que você atravessa fases completando missões, e são mais centrados em você completar isso do que na narrativa em si. Tipo Sonic, Mario, Crash, Spyro - você normalmente tem um personagem, ele segue um caminho linear pulando obstáculos e dando porradinhas em inimigos até chegar na linha final.





Esses games são como se você misturasse vários dos jogos de desafio que eu falei no 1 em um universo só com um bonequinho carismático. Muitas vezes a mecânica deles são a mesma, o que muda é a "decoração" - você é um dragãozinho rosa num mundo de fantasia, um dinossauro no espaço, um encanador no meio dos canos, o Wolverine vencendo vilões. Esse bonequinho tem história, missões, essas coisas e tal, mas a narrativa não é realmente o forte. Ela é um acessório pra enfeitar o mundo enquanto você se mata tentando subir escadinhas, cordinhas, pular pra um níveis mais alto...

4- Jogos baseados em narrativa

Ok, e se você pega um jogo do estilo do 3 e... coloca uma história? Esses são os meus preferidos, porque é como ler um livro em que você está ativo na história. Você pega o personagem e leva ele através dos acontecimentos, até determinando a narrativa. Mais do que isso, como os desafios (obstáculos, etc) são estruturados dentro da narrativa, é você o responsável pela conquista dele.

Acho que o maior exemplo disso foi quando eu joguei o novo Tomb Raider, que mostra a história de origem da Lara Croft (a transição de uma garota que acabou de sair da faculdade buscando aventura até a exploradora de tumbas icônica). No jogo ela tá perdida em uma ilha e começa a aprender a se virar sozinha. Cada vez que ela aprende algo nós ganhamos uma nova habilidade que facilita o jogo. Então você >sente< a transformação. 


Ou Assassin's Creed que você tem a habilidade de subir por paredes, correr e andar - o controle é tão refinado que mover o personagem em cena é algo instintivo pra mim. Não sei se eu posso fazer você entender a experiência de estar no controle do corpo do personagem em tela de forma tão real. É como se eu controlasse o personagem com a mesma facilidade que eu controlo o meu corpo. Se eu pensar em andar, o personagem anda. 

Só pra dar uma ideia, quando era menor eu jogava os jogos antigos da Tomb Raider, e aí você ia dar um passinho pra o lado e a bichinha praticamente saltava. Inclusive, acredito que o jogo era montado justamente com base nessa dificuldade de manipulação, porque 60% do jogo era calculando os movimento dela pra quando pular cair no lugar certo. 


Em Assassin's Creed é tudo imensamente fluido, e como é um personagem dinâmico (anda, corre, pula, rola) e um cenário vivo (você pode subir em tudo e até sentar), é maravilhoso. 

Desse tipo, o meu preferido é The Last of Us, porque conta uma história muito boa sobre personagens, sobre o mundo e integra isso com o jogo. 

E também tem os jogos de RPG, que são cheios de diálogos e você é que faz as decisões morais do personagem. São momentos tipo "Fulano confessou que é o bandido. O que você quer fazer? A) Brigar B) Desculpar C) Ligar pra polícia", então você também tem um controle sobre o caminho da história e pode jogar mais de uma vez dando em resultados diferentes.



Pessoalmente, acho que esses jogos são tipo o ápice da potencialidade do videogame, porque eles unem todas as qualidades. Mas como eu disse no 3, cada um faz de uma forma. Então alguns são tipo "olha, é um mundo pós-apocalíptico, seu nome é John e você é um ex-presidiário que vai ser perdoado se aceitar arriscar sua vida matando alienígenas" *o jogo é você passando por hordas de alienígenas em diferentes fases, sem isso desenvolver o personagem nem ter nada demais assim*

Algumas pessoas preferem que seja um jogo difícil de jogar. Outras preferem que seja um jogo que conte uma história legal. Outros preferem >sentir< as coisas. (gosta de filme de terror? experimente jogar um) (aliás, teve uma época na internet que todo mundo jogava um que você tinha que clicar em objetos num cenário e no fim aparecia uma mulher horrorosa gritando na sua cara - aquilo quase acabou com a minha vida)

6- Jogos voltados pra explorar o cenário

GTA, esqueci o nome... Enfim, são mais jogos em vez de você ter uma fase linear, você normalmente tá numa cidade (num planeta, numa prédio, em algum cenário amplo em vez de uma reta) e anda por ela fazendo missões como bem entender. Você pode só ficar de boa fazendo merda pelo ambiente, ou decidir aceitar o desafio de alimentar o cachorro da vizinha em 3 minutos. Tem, inclusive, um jogo novo que eu esqueci o nome que é só baseado nisso. Você não tem missão nenhuma. Você tá num mundo bonito explorando o cenário de boa. O jogo não tem tempo pra terminar, só depende de você e o que você quer fazer ali.



Novamente: todos esses estilos são misturados. Em Resident Evil (um jogo mais narrativo) às vezes você tem que montar quebra-cabeça pra abrir uma porta!!! Tinha um jogo do Mario que você andava por um terreno entre castelos, aí no castelo escolhia uma porta e completava uma missão. Algumas portas estavam trancadas e só podiam ser desbloqueadas se você completasse outras, mas a ordem era escolha sua. Aí, sim, dentro dessa porta você tem uma fase linear pra passar pulando obstáculos. E mais: dentro dessas fases você pode descer por uns canos ou coisa assim e parar em joguinho bônus. Enfim, é uma misturada dos infernos. Só que alguns privilegiam algumas coisas. 

Pense nas possibilidades: imagina um mundo distópico inteiro pra você passear e conhecer. Ou você passear em outro país. Ou você passear na Itália na época do Renascimento. Ou num cenário de fantasia. 

Eu já rodei muito Hogwarts assim. vlw flw

7- Jogos de estratégia e construção

The Sims, SimCity, Age of Empires, Warcraft, RollerCoaster... São jogos onde você tem um cenário e monta do 0 algo - e/ou aí controla a sua criação. The Sims é o clássico pra simulador de vida. Você pode montar casas inteiras. Se eu for construir uma casa na vida real pra mim, eu totalmente vou usar o The Sims pra visualizar antes. E aí depois você tem que administrar a vida das pessoas no jogo. Ver elas crescerem, serem promovidas no trabalho, realizarem seus sonhos, fazerem amigos e família... 



Uma coisa super interessante foi ver os posts da Bells no Jogadores Anônimos (ela falando do vício em The Sims), porque ela joga de maneira totalmente diferente de mim! Ela cria histórias super legais pras os personagens, se diverte com as aventuras (e desventuras) da evolução da história. Já eu jogo o máximo de pessoas da casa, faço todo mundo chegar no topo da carreira (ou realizar seus sonhos), ter filhos e dominar a população da vila com as próximas gerações. Tem gente que usa The Sims pra fazer "fanfics" e adaptações literárias. Pois é.

Age of Empires é outro dos meus preferidos. Eu jogo um super antigo arcaico. Você tem tipo uma tribo, aí você vai explorando o ambiente pra conseguir recursos e construir coisas (casas, mercado, academia, templo) e melhorando a sua civilização, até passar pra próxima era. Ganha o jogo quem terminar de construir um monumento primeiro (você ou os oponentes fictícios), ou quem destruir as outras civilizações. Ok, acabei de perceber que esse jogo é horrível, ou um retrato do que é o imperialismo. 



obs: são a melhor forma de viagem no tempo. você começa a jogar e quando piscou os olhos já passou 3 dias

Enfim, alguns focam na criação do mundo, outros focam em administrar o mundo criado - seja através de personagens, ou guerras, ou controle financeiro. A maioria é um equilíbrio entre os dois.

Mas se tudo isso mostra, é que mesmo que o jogo tenha uma premissa, você pode usar como bem entender. Quando eu era pequena, jogava Duke Nukem com os meus primos brincando de casinha. 

isso é Duke Nukem

Em vez de sair se matando, cada um tinha a própria casinha, ia trabalhar e fazia as coisas. Também fazia muito isso com jogo de carro. Pena que não tinha GTA como é hoje naquela época.

Enfim, eu acho isso muito interessante e tem taaantas formas de aproveitar videogame e esse texto só me fez perceber O QUANTO JOGOS SÃO IMPORTANTES PRA MIM. Eu jogava videogame antes de saber ler. Eu posso contar a minha vida toda através de jogos de videogame. Eu espero conseguir falar mais disso aqui. 

Imagens de Journey, mesmo da capa, que eu conhecia enquanto fazia esse post

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4 comentários

  1. "você começa a jogar e quando piscou os olhos já passou 3 dias" - minha vida quando abro qualquer RollerCoaster, até hoje. MMOs também fazem isso comigo (WoW na sua época e GW2 hoje) e MOBAs (tipo LoL na época que era bom) tendem a fazer isso também. Verdade, acho que só faltou MOBA e MMO no post.

    Só queria dizer que amo esse post.
    E que toda vez que vejo posts de joguinhos no CC me sinto obrigada a comentar (mesmo que ultimamente o wordpress ande me zoando e eu só possa aparecer nos comentários com nome+url).
    E que Mario Party é a vida.
    E que onde você falou de "RPGs" no item 5... na real eu sempre vejo se referirem ao tipo de jogo que você descreveu como "point and click". Tipo Heavy Rain (♥), Life Is Strange (♥), The Wolf Among Us (♥), SÓ AS COISA LINDA. Quando eu falo que gosto desses jogos, os meninos sempre falam que eu gosto de point and click. Aí quando leio RPG só me vem à cabeça Diablo.

    E JOURNEY É MUITO MUITO LINDO. Pena que nunca terminei de jogar, porque comecei na casa de um amigo meu e depois só voltei lá pra jogar board games, mas ainda pretendo.

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    Respostas
    1. RollerCoaster é tão maravilhoso HAUHAUHAUHAUHA uma pena que não melhoraram. Parte de mim queria trabalhar desenvolvendo um jogo desse (RollerCoaster, The Sims, QUALQUER COISA), porque tem tanta coisa que poderia melhorar o jogo e eles não fazem.

      Jogos tipo WoW e LoL: nunca joguei nem me interessei, por isso acabou faltando. Também senti falta de algo que envolvesse jogar online com outras pessoas, mas verdade seja dita: o mais perto disso que eu joguei foi o multiplayer online do Assassin's Creed.

      Jogos tipo point and click: nunca joguei!!! Só se foi alguma coisa muito antiga sem saber. Quero jogar Life Is Strange agora. A gente costumava chamar Dragon Age de rpg, porém: verdade seja dita, 90% dos termos de game na minha vida são coisas cotidianas do além de uma época pré-internet. Coisas do tipo pegar "armor" era pegar "amor", porque era um monte de gente que não sabia inglês jogando coisas completamente em inglês. HUAHUAHA Ou os nomes dos jogos ~aportuguesados~


      Obrigada por esse comentário <3

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  2. Olá Pessoal do Conversa Cult, vim aqui promover o meu Canal que fala sobre a cultura pop nerd mas ainda ta em desenvolvimento, até agora tema alguns desenhos e gameplays se poderem me ajudar a divulgar o canal fico grato.
    https://www.youtube.com/channel/UCYHkRgHIq2esAO6oYf6SzHw

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