American Horror Story Asylum

Tem algo errado com essa História de Horror Americana

18.2.15Eduardo Ferreira


A quarta temporada de American Horror Story terminou nesse mês de janeiro e com ela uma coisa ficava martelando na minha cabeça nos episódios finais. (Não eu não estou perturbado e vou sair por aí matando ninguém. Era só um questionamento, okay?)

Estamos na quarta temporada e eu continuo achando que estou vendo a mesma história de novo e de novo.

Todo o propósito da série era contar uma história diferente a cada nova temporada, mas depois de quatro anos, não é bem isso que eu estou vendo na minha TV. Por quê?

Senta que lá que vem história. (Prometo que essa também é de horror)

American Horror Story começou lá em 2011 com a história da casa mal assombrada. Todos nós acreditávamos que essa seria a premissa da série inteira, até Ryan Murphy (Criador/Produtor) revelar que se trataria de uma antologia em que cada temporada seria concebida como uma história diferente, com personagens diferentes e um enredo com "começo, meio e fim", MAS, que seguiria com os mesmos atores, atuando em papeis de personagens completamente diferentes.

Hoje, quatro anos depois, não é bem assim que as coisas andam.

Depois de tudo que você viu, depois de tudo que aconteceu
à você, como consegue ser tão cego?

Murder House, a primeira temporada, foi muito boa. Enredo bom, um nonsense aqui e ali que já estávamos esperando mas, ainda assim, um bom entretenimento. Já Asylum, foi incrível. De longe a melhor temporada da série até hoje. O Horror estava ali, um enredo "fechadinho" e uma história que todos acompanhavam vidrados esperando ansiosamente pelo próximo episódio.

E, então, vai Eduardo e todo a multidão de fãs descobrir que a terceira temporada seria sobre um Coven de bruxas nos dias atuais. Muito potencial e muita ansiedade por assistir à uma temporada que prometia ser ainda melhor que a última. Só que:



O mesmo aconteceu com a última temporada (Freak Show). Quando foi anunciado o tema e os teasers começaram eu fiquei MUITO animado com o que vinha por aí. Um dos melhores temas que eu conseguia pensar e o que tinha o maior potencial. Mas, três episódios depois, tudo que eu sentia ao ver os episódios era: TÉDIO.

Duas temporadas com incrível potencial, mas que foram mediocremente desenvolvidas. E, então, eu fui atrás do problema e encontrei, num dos episódios finais de Freak Show, a resposta: São as mesmas personalidades em situações diferentes e com nomes diferentes. Nada mais. E depois de encontrar essa imagem abaixo, essa ideia só reforçou ainda mais na minha cabeça.



Não era porque ela, em todos os papeis, fumava e bebia, mas porque as semelhanças eram gigantescas entre as características das personagens. Foi, então, que eu parei para perceber que isso não acontecia só com ela, mas com grande parte dos personagens da série. Acha que estou exagerando? Então, vamos dar uma olhada nos principais atores da série:




Personagens: Constance Langdon, Irmã Jude Martin, Fiona Goode, Elsa Mars.
Sabe muito mais que imagina. Está sempre numa posição de privilégio o que dá a ela poder. Ambiciosa. Acha ser melhor que todo mundo. Não mede esforços para ter o que quer.
TODAS as temporadas ela termina morta sendo levada para algum lugar (Céu/Inferno) por uma criatura mística diferente, sobre circunstancias diferentes. E TODAS as temporadas, termina exatamente nessa cena com ela.

Em Murder House ela termina no nosso mundo com o anti-cristo. Em Asylum, ela é levada (para o céu?)pelo anjo da morte. Em Coven, ela é levada para o inferno por um espírito Voodoo cabuloso. Em Freak Show, levada ao purgatório por outra entidade paranormal.
Coincidência? ÓBVIO que não.

Bem-vinda ao inferno.



Personagens: Tate Langdon, Kit Walker, Kyle Spencer, Jimmy Darling.
Sempre começa sendo o mocinho cobiçado por todas mas, é sempre transtornado ou perturbado. Acaba tento vários problemas no meio do caminho para no final voltar a ser o mocinho "coração bão".


Personagens: Billie Dean Howard, Lana Winters, Cordelia Foxx, Bette e Dot Tattler.
#Sofrência. Passa grande parte da série sofrendo coisas inimagináveis. Indefesa. Se apaixona. Sofre mais um pouco. Saí por cima e pode então ser feliz. Ou nem tanto. Nunca tem o tipo de "final feliz", mas termina num lugar melhor que estava durante a temporada inteira. Em Freak Show, nós ainda vemos isso dividido em duas pessoas. Dot e Betty são as duas personalidades das personagens anteriores divididas. Uma é ingenua apaixonada, a outra determinada e nenhum pouco boba. Características que a gente já viu em temporadas passadas nessa mesma atriz.


Personagens: Madison Montgomery, Maggie Esmeralda.
Nas duas ultimas temporadas foi par do Evan por certo período, mas sempre se fode no caminho da própria felicidade. Muito influenciável o que leva a fazer coisas que no fundo não queria. É sempre falsa, ou está mentido sobre algo, mas no fim se arrepende do que fez.



Personagens: Delphine LaLaurie, Ethel Darling.
Nas duas temporadas que participou foi decapitada por circunstancias diversas. Está sempre no núcleo que lida com preconceitos. Em Coven foi quem praticava, em Freak Show sofreu com isso.



E eu não estou falando tudo isso da série por puro ódio da obra, mas porque eu gosto, e é muito chato ter que falar sobre isso. Ainda mais porque Jessica Lange é uma atriz incrível e carregou essa quarta temporada nas costas o tempo todo.

É mais chato ainda você parar para pensar e perceber que em 13 episódios dessa quarta temporada você só salvaria 3 deles. Sendo que um deles se baseava inteiramente em explicar a única ligação que essa temporada teve com a Asylum (A Perfeita Segunda temporada da série).

Lembrando daquela vez que o Ryan Murphy disse que "todas as temporadas estão conectadas" a única coisa que consigo pensar é que poderemos esperar uma temporada com tema espírita (ou coisa do tipo) e que justifique essa semelhança de personalidades como algo ligado à reencarnação. Porque, conhecendo Ryan Murphy como conheço, e suas manias de erros propositais, isso tudo faz parte de algo maior.

Somos todos apenas almas perdidas, não somos?


Agora é esperar para ver no que vai dar. Mas, se tem uma coisa que eu sei é que se eles não mudarem isso na série, quem vai se mudar sou eu. Para bem longe.



- eduardo ferreira

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5 comentários

  1. Eduardo parabéns pela força de ter continuado até o final da quarta temporada porque eu não consegui. AHS era uma das minhas séries favoritas, sou apaixonada pelos atores e não tem um que não seja foda, mas eu não aguentava mais aqueles episódios de 50 minutos (não entendi para que aumentaram o tempo se era para ficar essa porcaria) de enrendo andando em circulos. Tenho horas que parece que a produção se contentou em ter um visual interessante e parou ai. Não sei mesmo o que esperar para o futuro da série.

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    1. Mari, eu só continuei porque fiquei esperando pelo episódio da Pepper e quando cheguei lá tive esperanças que o resto dos episódios fossem tão bons quanto ele foi. Mas, quase larguei a série no começo. Só espero que a próxima temporada eles melhorem muito no enredo e nos personagens porque já tá ficando cansativo...

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  2. Abandonei a quarta temporada, não tive paciência com a terceira. Parabéns pelo texto e pelo blog!

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  3. Tem razão.. gosto de AHS, mas vc tem razão...
    Só esqueceu de falar da Farmiga que tbm tem quase a "mesma personalidade" tanto em Murder House quanto Coven.

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    1. Não só ela como também a Frances Conroy e o Danny Huston fazem personagens muito parecidos. Até a Jamie Brewer chega a ser assim se for comparar ela na primeira temporada com a personagem dela nessa última. É muito óbvio para ser simples coincidências...

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