Buscando o meu lugar escrita

Buscando meu lugar: Dá pra ser escritor cursando Letras?

28.7.14Igraínne


Mais um Buscando o Meu lugar*! A coluna mais linda e paparazzi onde você descobre um pouco mais sobre nós da equipe do CC e sobre as escolhas que fizemos na vida. Na primeira edição tivemos a Ana Luíza, depois o João (que também cursa letras como eu), e hoje sou eu,  A IGRA (TO ANIMADA, POR ISSO O CAPS LOCK). É emocionante poder falar um pouco sobre os meus erros (e acertos) pra vocês, lindos leitores, espero que, de algum modo, eu posso ajudá-los a escolher seus caminhos também. Ou então ajudá-los a saber o que não escolher. Isso também é importante, acreditem.
*Só buscando mesmo, porque encontrar tá difícil.

PORÉM, apesar da animação, é bom eu logo ir avisando: talvez você não encontre muita felicidade no meu relato. Talvez você encontre mais lamentos e depressão que qualquer outra coisa. MAS VAMOS LÁ.

Muita gente se pergunta (e acredita) que o povo que faz letras é tudo frustrado. Em parte, isso é verdade, tem muita gente ali que ~~não escolheu~~ fazer letras, que tá lá porque não passou para o curso que realmente queria. Bom, caro leitor, esse não é exatamente o meu caso. Quando eu prestei vestibular pela primeira vez, em 2010 (sou velha), eu realmente queria cursar Letras. Realmente queria estudar Literatura, ouvir todas as teses, virar especialista em romance pós-moderno e variações.

Mas aí aconteceu o desastre. Eu me frustrei. E isso é mais normal do que muita gente pensa, acreditem, e não só no curso de Letras, mas em qualquer graduação que você possa imaginar. Eu entrei na Letras porque meu objetivo era (é e sempre será) me tornar escritora*. Apesar disso, a Letras não possui essa porta. Temos aula de literatura? Temos. Aprendemos sobre diversos autores da língua portuguesa de inúmeros países? Aprendemos. Viramos especialistas na teoria literária? Viramos. Passamos a usar melhor o discurso escrito e oral? Também. Mas o mais importante de tudo:::::  Praticamos a escrita criativa? NÃO. Estar na letras não vai levar ninguém a trabalhar com escrita/publicar ficção ou variações. Você só está lá para única e exclusivamente aprender a dar aula.
*Esse é o momento em que você sente dó porque meu futuro está fadado à pobreza. 

socorro.

Eu lembro de ter escrito um post sobre qual seria, na realidade, a verdadeira graduação do escritor. Esse post me rendeu muitas reflexões e percepções, entre elas a quantidade de gente que também se sente perdida pela ausência de uma faculdade que esteja voltada à arte da escrita. Daí você me pergunta: ok, então, não existe essa graduação, e o que você vai fazer? E a resposta é: não sei. A verdade é que eu preciso me formar, eu preciso ter o meu sustento, preciso ter onde me segurar para pagar as minhas contas. Diante disso, eu tenho duas opções: permanecer na Letras e fazer do meu sustento a sala de aula OU sair da Letras e fazer jornalismo (motivos de escolha já explicitados naquele mesmo post).

Mas é aí que tá. Até o dia de hoje, dia 24 de julho, às 12h30 (esse texto só será publicado no dia 28, mas isso são detalhes), meu nome ainda não apareceu na lista de classificados para jornalismo. Acreditem, eu já fiz 4 vezes o Enem, esse ano será a minha quinta vez. E como diz uma amiga minha: "eu sei que você está cansada de chorar, Igra, mas sei também que jamais estará cansada de tentar". E tentar é o meu sobrenome. A sala de aula me apavora, não me vejo explicando coisas que até julgo equivocadas (sim, julgo) para uma turma de 40 adolescentes que estão perdidos no mundo (porque todo adolescente está perdido), então eu preciso sair da letras, preciso escrever, preciso trabalhar escrevendo, preciso me encontrar. Ou desencontrar, ou fugir, ou chorar...............

Eu chorando ao entender que meus bebês não serão publicados.

Eu trabalho com revisão hoje em dia. Já revisei muito livro de amigo meu, e teve uma que até disse que eu deveria fazer isso profissionalmente, me tornar uma crítica literária, porque eu tenho opiniões ~~singulares~~. Eu pensei nisso seriamente, acreditem, em especial porque, por enquanto, eu ainda tô presa na Letras. E isso seria uma forma de fugir da sala de aula, não se pode negar. O problema é que não dá pra viver disso. Crítico literário não é agente, é só o cara que julga o seu texto.

De qualquer modo, muita gente me pergunta: você não tem um plano B? Eu tenho, mas o problema é que já estou vivendo esse plano B, o plano B é permanecer na Letras. E ela não vai me dar o que eu quero, o que eu preciso. Meu plano A sempre foi viver do texto, da criação, da literatura. Talvez eu esteja buscando algo utópico, mas gosto de pensar que o cenário brasileiro vem mudando quanto a isso. Draccon, Vianco, Munhóz, Dayse Dantas... Pessoas que provaram que é possível. Eu só preciso tentar mais um pouco. E tentar, tentar e tentar. Porque tentar, como eu já disse, se tornou o meu sobrenome.

Tentar, tentar e tentar. Talvez enlouquecer no processo.

Eu quero ser escritora desde sempre. Eu não lembro de nenhuma época da minha vida em que não tenha tido esse desejo. Lembro de ter um caderno na primeira série (ou algo assim) no qual escrevia histórias sobre os meus amiguinhos de classe, acho que a primeira foi sobre uma menina que pegava uma maçã numa árvore bem alta. Uma vez, quando eu já tinha uns 11, escrevi um conto onde todo mundo da minha turma morria num navio assombrado, inclusive eu. Eu era uma criança com problemas mentais alguma criatividade.

Hoje, no sexto período de Letras, eu continuo escrevendo. Eu escrevo quando posso, quando a minha depressão louca me permite (já que eu sempre acho que estou estragando a minha vida com as minhas decisões erradas envolvendo faculdade). Escrever é um exercício, e eu sei disso porque percebo a evolução em cada história que eu terminei. Sim, eu as terminei, tem muito escritor por aí que não consegue (e eles não são menos escritores por isso). Mas o que quero dizer é que escrever é um trabalho árduo que requer concentração, loucura e muito, muito tempo. Às vezes você vai querer olhar para a página em branco sem conseguir pensar em nada, outras vezes as palavras fluirão como água corrente.

Já sei! "Vou digitar cada palavra que eu conheço! Retângulo, América, megafone, segunda, cu...

Escrever dá trabalho, isso você já entendeu. Pena que não ~~dá~~ trabalho. É o país do futebol, não da escrita, apesar de todo mundo glorificar poetas brasileiros (especialmente quando morrem). Já ouviu falar de poeta pós-moderno? A globo faz matérias incríveis sobre os que estão surgindo por agora no século XXI - sóquenão.

Eu ainda espero aparecer nessas páginas. Espero conseguir, porque não me vejo, nem por um segundo, fazendo outra coisa da minha vida. Mesmo que eu tenha 40, 50, 60 ou 100 anos, eu continuarei escrevendo. Continuarei "buscando o meu lugar" no mundo da literatura, porque ela é a minha casa, o meu alívio, o meu escape, a minha profissão, ainda que essa profissão não exija diplomas ou seja reconhecida pelas pessoas. Talvez eu consiga, talvez não, mas eu jamais me arrependeria. Escrever é como uma necessidade, como diz um poema do Bukowski*. Ou você precisa fazer ou não precisa. E, no meu caso, se eu não fizer, não serei eu.
*Existem poucas traduções desse poema, uma delas (com o poema original) está aqui


Comentário Extra: você sabia que em alguns países (como a Argentina) há uma "aposentadoria" para escritores mais velhos? Não é o caso do Brasil, que só entende como trabalho a atividade que implica em malhar os músculos atrás da bola. Pensemos nisso. 

- Igraínne M.
Graduanda do 6° período do 
curso de Letras - Português/Literaturas (UERJ)


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12 comentários

  1. Igra, eu vivo esse mesmo dilema. Tbm cursei Letras, e era o único curso que eu queria, e adorei. Tudo no curso era encantador, conviver com pessoas que tbm gostam de literatura, debater, absorver conhecimento, é maravilhoso. Mas, se vc não quer trabalhar como professora ou algo relacionado a educação, a coisa fica feia. Literatura sempre foi minha paixão, e tbm sempre escrevi, mas até hj é impossível me imaginar vivendo da escrita. Por isso, atualmente, trabalho para sobreviver, fazendo algo que não me agrada, e sonho em poder viver da Literatura. Quem sabe um dia?
    Bjos, boa sorte!

    http://seiqueeusei.blogspot.com.br/

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    1. Oi, Joana!

      Muito obrigada por comentar! Sinto exatamente isso, parece que tudo ali gira em torno da educação. Publicar é pra quem tem contatos, não quem estuda literatura, o que é uma pena. Tem muita gente com talento e paixão de sobra por essas letrinhas. :( Mas isso não basta, parece que só basta para dar aula. E acho sinceramente que dar aula requer um talento a parte, parabéns por fazer isso, você é basicamente uma heroína (tenho mais amigos abandonando a licenciatura do que a agarrando).

      Beijo no coração.
      P.s.: Uma das protagonistas de uma das minhas histórias se chama Joana, esse nome é lindo!

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  2. Esse post :(

    Igra, você já pensou em ser... ghost writer? Porque aí você continua escrevendo e ganha dinheiro mesmo sem ter que conseguir publicar. Não sei bem do que estou falando, não sei como funciona esse lance de ghost writer, mas foi no que pensei.

    E essas pessoas que escrevem crônicas para jornais? E os roteiristas de cinema e vídeos pra internet? Esse tipo de coisa não é opção?

    Queria eu poder me firmar como escritor. Eu gosto de escrever, gosto muito, mas estou há mais de 1 ano tentando fechar meu primeiro romance (inclusive invejo sua capacidade de finalizar as coisas). E não é por abandono, é falta de tempo mesmo. E não tô dizendo aquela "falta de tempo" que gente desorganizada usa como desculpa. Eu organizei meu tempo, mas o máximo que consegui foi 1 hora por dia para a escrita, podendo chegar a 2 horas nos fins de semana. É isso ou eu durmo menos que 5 horas por noite, não acho um bom negócio. O pior é que eu tenho certeza que finalizaria várias coisas se escrevesse 8 horas por dia, como num emprego. Mas não posso largar meu emprego atual, né. Então é isso.

    Uma outra coisa é que a maioria dos autores nacionais (talvez todos?), os que você citou, pelo menos, não vivem só de escrever livros. Possuem profissões paralelas ou afins (são editores, jornalistas, roteiristas, produtores...)

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    1. Oi, Felipe!

      Você é tão incrível nos seus comentários *o*. Qualquer uma das opções que você citou (especialmente a de Ghost Writer) me são atraentes em demasia. O negócio é: como me firmar em posições assim? Como de fato ganhar dinheiro dessa maneira? E ia amar ser Ghost Writer, escrever crônicas para jornal (já eufórica com a ideia do meu nome em cima de uma n'O Globo), mas isso tudo precisa de um início. E eu nem sei por onde começar, porque basicamente quem escreve crônica em jornal é escritor reconhecido. E para ser Ghost Writer eu precisaria de uma gama de clientes que gostassem do meu texto e estivessem dispostos a pagar pelas minhas palavras. Acredite: as pessoas preferem economizar nesse sentido.

      Sobre você: não pense no tempo! Escreva quando puder, não se apresse, é um exercício. Continue e continue, jamais pare. Você ainda vai escrever coisas lindas (se já não escreve) um dia! E você já escreve muito bem, meio caminho andado.

      Um beijo no coração.

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    2. No momento, estou trabalhando como life coaching, brincadeira, mas estou na maior vibe de dar pitaco nos sonhos das pessoas. Como você bem disse, tudo precisa de um início, esse é o primeiro passo para correr atrás dos seus sonhos (desculpe a cafonice). Tem que ter um início e cada carreira recomenda um, então:

      1) Dei uma googlada e: http://www.escolafreelancer.com/dicas-para-trabalhar-como-ghostwriter/ (Achei muito válido. Quanto mais você acreditar que é possível, mais vai pesquisar e descobrir coisas que você nunca imaginou)

      2) Você pode divulgar seus escritos, suas crônicas e tal, seja num blog próprio ou aqui mesmo. Muita gente pode se interessar, você pode se destacar, ganhar visibilidade, etc. Acho que blog é uma excelente plataforma. Claro que isso é trabalho de formiguinha, mas você SENTE que está fazendo algo por você mesma, e isso é maravilhoso.

      3) Falei em blog e lembrei do caso da Bruna Vieira que publico livros de crônicas do seu blog pela Gutenberg. Tem outros blogueiros aparecendo aí com livros também. Ou seja, é uma possibilidade real.

      E obrigado pelas palavras. Parar eu não vou mesmo, é questão de honra pra mim terminar essa história o/

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  3. Igra, que relato emocionante, e engraçado. rsrsrs
    Olha só acho legal você fazer letras para ser escritora, imagino que letras te dá mais ferramentas para escrever.
    Olha, sou administrador (quase lá) e para trabalhar em meu emprego atual malhei muito, procurei muito e insisti demais, não perca a esperança e não deixe de agir, uma dica boa é você procurar estágios em jornais, editoras, revistas. Procure, procure e procure (e procure mais um pouco), se serve de consolo: - Uma porta abre outra. ;)
    Beijos e sucesso!!!!

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    1. Oi, Allan!

      Obrigada por comentar! Simmm, Letras me dá muitas ferramentas para isso, mas o problema é que eles não dão as ferramentas com esse objetivo em específico. Eles as dão esperando que você use todo o material para ensinar a alunos e estudantes. Um ciclo de um ensino ao outro. Sinceramente eu acho isso um pouco ultrapassado, deveriam investir nos dois, as pessoas que cursam Letras são muito boas com as palavras (conheço muita gente com talento ali).

      Sobre você: GENTE, VOCÊ É TÃO REALIZADO, ME ENSINA?? hahaha, sim, vou continuar procurando. Acredito que exista um campo maior nas áreas que você citou para aqueles que cursam jornalismo (já vi empresa mandando jornalista revisar texto, uma coisa incrível). Apesar disso, não vou desistir.

      Um beijão!

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  4. Boa noite, Ingra!
    Bom, não faço Letras, mas acredito que, talvez você tenha feito uma escolha errada de início por não ter pesquisado mais sobre as oportunidades que Letras te daria (ou não?), e deve ser por essa falta de oportunidade que a grande maioria dos futuros escritores escolhem fazer jornalismo.
    Eu, no seu caso, teria o meu plano B. Nunca é tarde pra tentar recomeçar e eu começaria sim do zero.
    Faria uma particular em Com. social/jornalismo, caso não tivesse condições de ir pra uma particular, enquanto cursasse Letras, faria um pré vestibular, isso mesmo (além do mais, na uerj tem um pre vestibular grátis, voltado principalmente pro vestibular da universidade e também pro enem). E continuaria tentando vestibular/enem até passar. Mas aí você deve pensar: estudo, trabalho, e ainda vou ter que ter tempo pra fazer pre vestibular e estudar matérias que não gosto?
    Pois é, se eu não tivesse outra escolha, seria isso mesmo que eu faria, tentaria, não custa nada tentar!!
    Enquanto isso, cursaria Letras, que é um curso que só e acrescenta como escritora.
    Em jornalismo, você teria muito mais chances de conseguir o que você quer e mais oportunidades. E aí sim começaria a correr atrás do que você realmente quer. Um passo de cada vez.
    E com um diploma de Letras e Jornalismo só te tornaria uma escritora ainda mais completa :)
    Eu não esperaria o tempo passar, não conseguiria viver, estudar ou trabalhar sem me sentir satisfeita de verdade. Acho que na vida teremos que fazer sacrifícios pra conseguirmos o que queremos, talvez até fazer o que não gostamos uma vez ou outra, mas que esse sacrifício te leve a algum lugar! Só assim vale a pena.

    Boa sorte!!! E não desista! :)

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  5. E sim, concordo com o Felipe ali de cima que a maioria não vive só de escrever livros. E acho que esse é o caminho, fazer algo além disso, juntar o útil ao agradável.
    Eu por exemplo, curso Biologia (um curso nada valorizado também), e desde que comecei, sempre tive consciência do quanto seria difícil ou até impossível viver só da minha área preferida. Muitos me disseram que eu também pararia numa sala de aula e etc... então arranjei o meu plano A: Trabalhar num santuário de animais, ou em algum projeto de animais marinhos e ganhar muuito ou razoavelmente bem pra isso rs (sonho); Plano B: Trabalhar na área que me daria melhores condições de viver, e arranjar um tempinho pra algum trabalho voluntário pra satisfazer meu sonho. O que não seria um grande sacrifício, porque amo todas as áreas da biologia, porém como todo mundo, tenho a minha preferida.
    Pra quem ama um curso pouco valorizado no Brasil, é preciso sim ter um plano B, ou conseguir um meio termo: viver bem, e ao mesmo tempo fazer o que você gosta.

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  6. Igra, não tenho muito a acrescentar, tudo já foi falado nos outros comentários, o que posso dizer é que vc não tá sozinha nessa decepção com o curso. Eu faço psicologia e não seiiiiiiiiiiiiiiiiiii o que fazer da minha vida. Amo o curso, ele é lindo e tals, mas hoje percebo que não me vejo trabalhando com psicologia. Nós só conhecemos a variedades de cursos que existem depois que entramos na faculdade. Acho que deveriam ter mais tempo e paciência na hora de escolher um curso. É tanta pressão, e tb tanto amor nosso que certo assunto que escolhemos sem perceber que talvez não era bem aquilo.
    Boa Sorte ae.

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  7. Este comentário foi removido pelo autor.

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  8. Igra
    primeiro quero parabenizá-la pela coragem de expor sua insatisfação, isso demonstra inquietação e inquietações promovem mudanças. Em segundo momento, confesso que sua inquietação me promoveu uma grande reflexão. Por ora, gostaria de me apresentar como uma estudante de letras que reconhece e admite que nem todas as expectativas que criei sobre o curso foram contempladas mas que valoriza o curso quanto a formação de críticos da língua portuguesa oral ou escrita. Então, analisemos sua tese que praticamente resume-se em: "letras não forma escritores" (conclusão retirada de suas próprias palavras "Estar na letras não vai levar ninguém a trabalhar com escrita/publicar"). Inicialmente, gostaria de reafirmar que antes de formar professores, o curso de letras se propõe a formar críticos da língua portuguesa no desempenho oral ou da escrita. Desse modo, um curso formador de críticos da língua não poderá formar um grande escritor? Antes de respondê-la, menciono como um exemplo de escritora a estimada Raquel de Queiroz, que formou-se como professora, foi uma das melhores escritoras do Brasil, sendo também cronista, romancista, e foi a primeira mulher a entrar para ABL (Academia Brasileira de Letras). Falando em ABL, a mesma, é composta por outros grandes escritores que também fizeram graduação em letras, como o grande Crítico Alfredo Bosi o qual você já deve ter ouvido falar, já que ele se posiciona tanto com relação embates que envolvem a literatura. Além deles, o que falar da grande Eni Orlandi? Também possui graduação em letras, é uma das maiores pesquisadoras da teoria do discurso no Brasil, sendo ela, responsável pela publicação de tantos textos que são importantes para promover reflexões ao curso de letras. Logo, tirando como exemplo os três nomes citados, percebe-se que cada um deles utilizou/utiliza da escrita como instrumento profissional, que embora tenham utilizado para ramos distintos, os três escritores possuem algo em comum, todos tiveram a mesma base de graduação, todos são formados em letras. O que posso concluir Igra, é que o curso de letras é muito amplo, e por sua amplitude é possível sim ser formador de grandes escritores, basta que os interessados se comprometam com seus objetivos procurando se especializar no que tem mais afinidade. Não perca tempo, letras tem uma ótima base para te fornecer e te transformar em uma grande escritora e isso dependerá de você. Por fim, como uma estudante que valoriza os profissionais que são graduados em letras, estou torcendo por você, para que você conquiste seus objetivos e seja uma grande escritora. Um grande beijo e muito sucesso!

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