capitão américa Capitão América 2 O Soldado Invernal

Capitão América 2 vs. Divergente: Qual é a diferença entre a Tris e o Steve Rogers?

2.5.14Dana Martins


Então... eu fui assistir Divergente, depois fui rever Divergente e aí fui assistir Capitão América, mas a impressão foi de que mais uma vez eu estava assistindo Divergente. Enquanto eu assistia Capitão América eu pensava: é isso! Era isso o que faltava para Divergente! Mas curiosamente, é Divergente que eu sinto vontade de repetir. 

E por que um filme que teoricamente seria melhor não me dá vontade de assistir outra vez? 

Calma aí, o que os filmes têm de igual?

1- Os dois são histórias sobre alguém tentando descobrir quem é e percebendo que não se encaixa na estrutura da sociedade. 
2- Ambos enfrentam grupos secretos extremistas que estão prestes a exterminar todas as pessoas que ameaçam o equilíbrio da socidade em nome da paz. 
3- A maior arma desses grupos é a zumbificação: pegar alguém, apagar a personalidade e transformar em um soldado que obedece ordens sem questionar. 
4- No meio disso tudo, há dilemas de confiança. 


E não termina aí. Capitão América vence seu melhor amigo do mesmo modo que Tris vence o Quatro. Nos dois filmes há cenas em que vários personagens param, um com a arma apontada para o outro (representação do dilema básico da confiança). Tanto em Capitão América 2 quanto em Divergente somos exaustivamente expostos a avisos de "não confie em ninguém." Eu poderia até ir além e dizer que a relação da Viúva Negra com o Capitão América é a mesma do Quatro com a Tris no último livro, Convergente. Mas vou parar por aqui e dizer apenas que no fim ambos conquistam a mesma coisa: alguém em quem podem confiar. Tris conquista o Quatro, enquanto o Capitão América conquista seu melhor amigo negro (aí a importância da Viúva Negra). 

E quais são as diferenças?


Bem, Capitão América 2 - O Soldado Invernal é um filme mais redondinho. Parece até um episódio de série com uma temática definida (confiança), onde todos os personagens enfrentam esse problema de formas diferentes. E é basicamente isso. Você vê ele não saber o que fazer, ou como fazer porque não confia mais nas ordens que recebe. Então tudo vai para o espaço e ele começa a lutar, enquanto a história fica nas mãos da Viúva Negra, que é um grande exemplo de alguém que você não pode confiar, mas está lutando para quebrar essa barreira e se tornar uma heroína. Ela só precisa de alguém que confie nela. Aí nós temos o Capitão América, que é o exemplo de confiança e um líder admirável. Coloque os dois juntos aprendendo a confiar novamente e dar exemplos de que você pode ser confiável: pronto, temos o filme. 

Em Divergente as coisas ficam um pouco mais complicadas. Há um mundo para estabelecer, uma sociedade artificial baseada em 5 facções, que deveria ser uma utopia para o bem da humanidade, mas se transforma em uma distopia quando fica claro que você não pode ter uma identidade única. É o início de uma trilogia de livros, o que significa que tem muita coisa que não pode ser explicada de cara. Para ser sincera com vocês, eu só realmente entendi o sistema de facções depois do terceiro livro, Convergente. Imagine isso no cinema. Também há muitos personagens e coisas para entender. Enquanto em Capitão América estamos no segundo filme, o terceiro com ele, que é a versão cinematográfica de um personagem que está aí há 70 anos, em Divergente estamos só no primeiro onde encontramos diversas questões e Tris precisa se descobrir.


O resultado disso é que, sim, temos um filme que trata de confiança, mas é mais voltado para a evolução da Tris. Isso é uma coisa interessante, estamos acostumados com filmes como Capitão América que é centrado na aventura, enquanto coisas como o desenvolvimento do personagem ficam em segundo lugar e são estruturados para dar base para a moral da aventura. Já Divergente é centrado na personagem, com a aventura como secundário, sendo que a história e o mundo nem são realmente criados para dar suporte ao dilema de desenvolvimento da personagem. 

A maior distinção dos dois filmes nós vemos no final. Tris conquista alguém em quem confiar e destrói parte do sistema corrupto, assim como o Capitão América, mas ela também descobre que é divergente e a agir como tal. Já o Capitão América continua o mesmo de sempre: salvando pessoas. O problema não era nele, era no sistema em que ele confiava, tanto que eles nem dão uma conclusão para a linha de "não sei mais quem eu sou." (Já a história pessoal da Viúva Negra é contada com início, meio e fim) 



E é por causa disso que nós achamos um filme como Capitão América mais fácil de entender - ele segue uma estrutura a qual nós já estamos acostumados. Ele é um filme que fecha em si. Há um tema claro: confiança. 

Mas é um filme tão bem fechado que você pensa: Tudo bem, entendi tudo, agora vou sentar e esperar o próximo. Deixa eu ver os créditos para ver o que tem a seguir.

Já Divergente é um universo aberto que você pode explorar. O que eles querem dizer com esse sistema de facções? O que vai acontecer com os amigos de Tris? Calma aí, para onde ela vai? O resto do mundo realmente não existe? A vilã vai retornar e fazer o que? Sem falar dos vários detalhes já expostos, que podem ser comparados com a nossa realidade de várias perspectivas. 

O sistema de facções, por exemplo, que adoram comparar com as casas de Hogwarts. Nós adoramos as casas de Hogwarts, mas o que elas significam para gente? Isso não pode ser problemático?

A cada vez que você assiste o filme, você pode aprender algo novo.

-dana martins



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1 comentários

  1. Ótimo post, concordo com o que foi discutido: Divergente dá espaço para que esse universo distópico seja explorado, já Capitão América 2, apesar de estar incluído nos universos paralelos da Marvel é um filme que não pede uma discussão,um "algo a mais".

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