Ana Luíza Albacete CCFilmes

Por Dentro do Oscar 2014: "Ela" + "Philomena"

21.2.14paulo


Retomando o CCSexta de fevereiro, estamos aqui para falar sobre os longas indicados ao Oscar de Melhor Filme em 2014.  Quatro dos nove indicados já foram e essa semana vamos conhecer mais dois: o drama com um toque de ficção científica “Ela” e o emocionante “Philomena”. Vamos lá?

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>>> Ela
Título Original: Her
Direção: Spike Jonze
Roteiro: Spike Jonze
Elenco: Joaquin Phoenix, Scarlett Johansson, Amy Adams,  Rooney Mara,  Matt Letscher, etc

>>> O que o Paulo achou:

Sobre o que é o filme? “Ela” é ambientado num futuro próximo, para o qual nós estamos caminhando, em que a tecnologia está cada vez mais avançada. Nesse cenário, conhecemos Theodore, um homem recém-divorciado que trabalha escrevendo cartas para outras pessoas. Ao adquirir um novo sistema operacional e o instalar em seu computador, Theodore se encanta e se apaixona pela voz do programa, Samantha. A partir daí, a relação dos dois se desenvolve, seguindo um rumo inesperado.

O que eu achei? Essa foi uma das poucas vezes que eu entrei na sala de cinema com uma expectativa gigantesca, já que vi muitos comentários positivos, e saí gostando ainda mais que o esperado. A relação entre o Theodore e a Samantha parece algo muito irreal, bizarro e seria motivo para risos em qualquer outro contexto. No entanto, tudo muda com a forma de contar a história. A situação e os personagens criados por Spike Jonze, auxiliados de um ótimo elenco (a Scarlett Johansson faz um ótimo trabalho mesmo só participando com a voz!), cativam o espectador e convencem que aqueles sentimentos são reais e sinceros.

As questões propostas pelo filme, como a forma que se desenvolvem as relações humanas na contemporaneidade, são muito interessantes. De um lado, as pessoas não conseguem escrever cartas de amor e precisam contratar alguém para isso. Do outro, desenvolvem relações tão fortes com os instrumentos tecnológicos a ponto de se apaixonar e não conseguirem viver sem eles. Sem falar no questionamento sobre o que seria um relacionamento válido. Por que uma relação “virtual” não pode ser tão relevante quanto qualquer outra? Com uma inteligência artificial tão avançada, por que não podem existir sentimentos envolvidos? Uma máquina não pode encantar alguém tanto quanto - ou até mais - que outra pessoa?

Não acredito que “Ela” leve a estatueta de melhor filme, mas definitivamente é um filme marcante - pelo menos deixou marcas em mim.


Minha nota:



>>> O que a Ana achou:

"Ela" é um daqueles filmes encantador que faz você amar a ficção e ao mesmo tempo parar e pensar na vida. Sim, pensar na vida porque o futuro do filme não está nem um pouco distante, até porque estamos num mundo onde nos aproximamos das pessoas por causa da internet e celulares.

O que mais me deixa impressionada no filme é a estrutura dos personagens; todos muito bem escritos e desenvolvidos, inclusive a Samantha. As atuações foram maravilhosas, já que o filme é praticamente todo um diálogo entre duas pessoas: Joaquin Phoenix e Scarlett Johansson (pra mim, Amy Adams e todos os outros foram literalmente coadjuvantes. Pra mim, uma metáfora ao mundo hoje em dia que as pessoas preferem ficar na internet do que ter relações com pessoas reais). Mais uma vez eu bato palmas de pé para a atuação de Joaquim Pheonix, ele sempre se destaca nos filmes que faz e quando tem um papel desse ele mostra que é um ator tão versátil e maravilhoso que me deixa sem palavras.

Já Spike Jonze se mostra um diretor em potencial. A direção dele foi muito bem trabalhada, desde o tom de voz de Scarlett até como o jogo de video-game era feito. Ao meu ver, detalhes nesse tipo de filme são muito importantes e Spike conseguiu dosar muito bem o filme inteiro, não houve exageros ou falta. É um filme gostoso de se ver.

Sinceramente, eu fico meio sem palavras quando se trata de "Ela", porque foi o tipo de filme que todo mundo falou bem e não me decepcionou, apenas me encantou mais e mais. Infelizmente, não acho que "Ela" leve a estatueta de melhor filme, mas estou torcendo para levar a de melhor roteiro.

Minha nota:




>>> Philomena
Título Original: Philomena
Direção: Stephen Frears
Roteiro: Steve Coogan e Jeff Pope (baseado no livro de Martin Sixsmith)
Elenco: Judi Dench, Steve Coogan, Sophie Kennedy Clark, Barbara Jefford, Peter Hermann, Sean Mahon etc
>>> O que o Paulo achou:

Sobre o que é o filme? Philomena é uma senhora que busca secretamente seu filho há 50 anos. Ela foi mãe solteira muito jovem e mandada para um convento, onde vivia, junto com várias outras moças na mesma situação, sob uma rotina abusiva, como castigo por terem feito sexo. Além disso, elas poderiam passar pouquíssimo tempo com os filhos, que estavam sujeitos a serem adotados por outras famílias a qualquer momento. E foi isso o que aconteceu quando Anthony, o filho de Philomena, tinha três anos. Décadas depois, a mulher, com o apoio da filha (fruto de um relacionamento posterior), se une ao jornalista Martin Sixsmith para descobrir o paradeiro de seu filho.

O que eu achei? Quando chamei a minha mãe para assistir ao filme comigo, a única coisa que eu pude comentar foi “ah, é a história de uma mãe que tem alguma coisa com o filho lá”. Foi um tiro no escuro, mas deu certo, muito certo. Philomena, a personagem que dá título ao filme, é uma senhorinha muito simpática, encantadora. Judi Dench, indicada ao prêmio de Melhor Atriz, fez um ótimo trabalho dando vida a uma personagem forte, além de trazer bons de humor, que se inserem no meio do drama de forma natural.

O desenvolvimento da relação de Philomena e Martins ao longo da história é fantástico. Eles ultrapassam a “barreira” de um envolvimento de jornalista e objeto de pesquisa para algo muito próximo. As personalidades opostas - Philomena é religiosa e tem um grande coração, enquanto Martins é ateu e mais “seco” - se complementam e formam um interessante equilíbrio. O único problema que eu tive com o longa foi o esquecimento da segunda filha de Philomena. Depois que a protagonista e Martin seguem para os Estados Unidos, ela deixa sua filha de lado. Entendo que o foco era a busca pelo filho perdido, mas teria sido interessante conhecer mais sobre sua relação com a filha presente.

Assim como “Ela”, não sei muito bem o que pode acontecer com o filme no dia 2 de março, mas ficaria contente se ele vencesse em Melhor Roteiro Adaptado.

Minha nota:




>>> O que a Ana achou:

Confesso que achei que "Philomena" seria mais um drama qualquer sobre uma mãe atrás do seu filho. Bem, a premissa do filme é exatamente essa, mas não é apenas um filme qualquer, é apenas O FILME sobre uma mãe em busca do seu filho.

Não sei porque, mas Philomena me encantou de tal maneira que só de falar me deixa com os olhinhos brilhando. Acredito que a verdade que Judi Dench passa para o espectador com aqueles pequenos olhinhos azuis e toda aquela emoção me chamou atenção. Quero dizer, nunca duvidei de Judi Dench, sempre a achei maravilhosa, mas neste longa foi diferente, ela consegue tocar o espectador, o faz acreditar que ela é a Philomena de verdade e sofre junto com ela. Até porque, Phil não é uma personagem qualquer, ela cativa qualquer pessoa com seu jeito doce e atencioso.

Stephen Frears tem tendência a contar histórias de mulheres fortes, a primeira foi "A Rainha" (que acabou dando o Oscar de Melhor Atriz para Helen Mirren em 2007). Não seria muito diferente com "Philomena". Ao meu ver, Frears sempre mostra seu lado humano nos seus filmes (além de ter uma fotografia incrível, com isso, o filme fica ainda mais belo), o que trás o espectador pra mais perto, levando aquela realidade até ele.

Eu sai do cinema encantada com o filme e com tudo que eu vi. É completamente merecido todas as indicações ao Oscar (seria merecido se Judi Dench ganhasse o Oscar de Melhor Atriz), mas não sei quais seriam as reais chances desse longa levar alguma estatueta para casa.

Minha nota:



E você? Anda acompanhando os filmes do Oscar? Conta para a gente o que tem achado! 

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