Há grandes chances de você já ter ouvido alguém falar algo como "não se fazem mais boas histórias como antigamente". Principalmente vindo da boca de pessoas que foram criadas em meio aos bolinhos de chuva da avó e histórias de ninar sobre princesas, fadas e castelos. É normal pensar que a infância de hoje não vive mais o encanto e a magia dos contos de fadas. E sim, isso tem um fundo de verdade. Aquelas histórias de eras atrás quase não aparecem mais entre nós - pelo menos, não em sua roupagem original. Mas nem por isso elas foram abandonadas pelo mundo moderno. Muito pelo contrário...

O que aconteceu, na verdade, foi uma transformação. Afinal, não tinha como os contos de fadas fazerem o mesmo sucesso que antigamente nesses tempos de tecnologia, internet e tantas outras distrações. Assim como tudo nesse mundo, eles se adaptaram à nova era e agora andam por aí disfarçados, entretendo crianças e adultos de todas as idades. E para reconhecer um conto de fadas moderno é simples: é só parar e refletir o que todos possuem em comum. Olha só:

Chapeuzinho Vermelho confiou em um estranho (o lobo) e acabou virando jantar. Aprendeu a não confiar em estranhos.

Bela se apaixonou por uma Fera horrível. Aprendeu a dar valor ao coração, e não apenas à aparência.

Pequena Sereia morreu por seu amor verdadeiro. Aprendeu a ser fiel e fazer o certo, não importa o preço.

Percebem como todos transmitem um ensinamento? Os contos de fadas não são nada mais do que personagens fictícios abordando questões reais. Indo um pouco além na reflexão: quantos elementos ao seu redor você consegue associar à essa definição? Aposto que muitas. E estes são, então,  o que podemos chamar de contos de fadas modernos.

Pode parecer uma definição muito ampla, mas essa é a ideia. Mostrar como tudo tomou proporções muito grandes e está mais presente em nosso cotidiano do que você imagina. Se pararmos pra pensar, o Peter Parker é um personagem de contos de fadas, porque mostra que com grandes poderes vêm grandes responsabilidades. E também o Hulk, que ensina a não perder o controle nos momentos de fúria. Até os zumbis (!!!) fazem parte da coisa, pois nos mostram, ainda que metaforicamente, as consequências de "viver no automático".

O filme que você viu no cinema e gostou, o personagem do livro que você está lendo... Contos de fadas. Às vezes mantemos nossa mente tão fechada que não percebemos que eles continuam aqui, perto de nós, esperando pra nos ensinar uma lição que levaremos para toda a vida. É só prestar atenção e achar a magia ao seu redor - porque não, felizmente, ela ainda não se perdeu. 

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O post de hoje encerra nosso especial sobre contos de fadas. Foram dois meses bem bacanas de muita leitura, pesquisa, aprendizado e amor (emoção, gente, eu não queria que acabasse e... cadê meu lenço, produção?). Mesmo com alguns imprevistos que impossibilitaram a exploração do tema como havia sido planejado, participar desse CCSexta foi uma experiência ótima e que acrescentou muito ao meu currículo cultural. Nunca pensei que eu (João) iria me ver lendo essas historinhas de novo, tampouco que iria gostar de fazer isso. Valeu a pena reler e enxergar tudo sob uma nova perspectiva.

Esperamos que tenham gostado dos posts tanto quanto nós gostamos de escrevê-los. E não se desesperem, pois surgirão muitas outras oportunidades de falar sobre contos de fadas aqui no CC! Afinal, várias coisas legais ficaram de lado por falta de tempo: acabamos não falando de Bela Adormecida, Rapunzel, Alice (!!!)... Aproveitem e deixem sugestões nos comentários para futuros posts sobre o assunto! Dois meses foram muito pouco para acabar tudo assim...

Enfim, estamos preparando algo bem legal para o mês de férias, então continuem acompanhando os posts especiais do CCSexta!