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My Chemical Romance, o fim?

26.3.13ConversaCult


Na última sexta-feira, dia 22 de março, um único parágrafo publicado no site de uma banda abalou milhares de fãs e também não-fãs: era o fim do My Chemical Romance. A perda da banda abalou todo mundo, afinal, o MCR estava aí desde 2001 e trabalhava no seu quinto álbum. Hoje aqui no CC fazemos uma homenagem (vamos relembrar um pouco desses anos de MCR?) e trazemos a tradução da carta deixada pelo Gerard Way.


Paulo: A minha história com a banda é curta e eu não conheço todas as músicas nem nada, mas eu senti a perda deles. Eu gosto de rock, mas meu gosto sempre caminhou para o lado oposto do estilo do My Chemical Romance, tanto que eu só fui parar para conhecer o trabalho dele há uns dois anos e por causa de uma amiga que é muito fã. Não tive uma conexão com a banda logo de cara, mas eu curti muito algumas músicas.

Não tenho tanto a dizer por conta da "nossa" curta relação, então vou deixar a Dana falar mais. Mas devo dizer que é inegável a influência do MCR. São deles músicas que significam muito para mim (como "Summertime", "Sing" e praticamente todo o "The Black Parade"*) e eu vi milhares de fãs sofrendo com o fim, o que doeu em mim como se fosse a minha banda favorita terminando. 
*principalmente "Welcome To The Black Parade", "Disenchanted” e “Famous Last Words”


Dana: Já eu tenho uma história com a banda que dura mais de 7 anos! Como o meu avô diz: "sabe lá o que é isso?" Vou confessar que não fiquei chocada com o "fim" da banda. O último álbum que eles lançaram foi mesmo em 2010 e não foi nem tão grande assim (apesar de eu adorar as músicas e amar cada detalhe do estilo que eles criaram). Desculpa, mas eles já estavam mais pra lá do que pra cá. 

E eles já começaram mais pra lá do que pra cá. Se tem uma música que fez eles dominarem o mundo, essa música foi "Helena." Lembra do clipe no funeral e o Gerard gordinho? Lembro até hoje de quando eu conheci (beijo pra galera de MTV Hits), aquele meio pé atrás de "isso é pesado para mim..." Mas é um dos clipes mais legais, com toda a dança e estilo. A época entre Simple Plan/Good Charlotte e Fall Out Boy/Panic, ou tudo ao mesmo tempo. Se você é de lá, com certeza também lembra de The Used e Taking Back Sunday.

O Bert, o Gerard, Under Pressure... e a briga que separou as duas bandas!
E tem o Mikey, o Frank, o Bob, o Ray... Tinha fake deles de todo lado quando os fakes invadiram o orkut e junto com Simple Plan eles que abriram caminho no mundo das fics de banda (as de McFly é outra história). As fics deles eram as mais bem escritas! Lembro até hoje de uma interativa que a gente acabava num shopping com eles e todo mundo terminava com mania de falar "cara." Ou de uma que era algo tipo um manual de "como eu descobri que sou gay" com o Frank narrando. Frerard!!!!

E quem lembra da Alicia Simmons (Way)?!?!?! Foi até baixista do From First to Last, banda estilo My Chemical Romance onde o Skrillex (sim, o de música eletrônica) cantava (aka. gritava)
O My Chemical Romance com certeza fez história - e eu com certeza vou sempre lembrar deles. E ainda tem mais. Não poderia não citar o clipe de I'm Not Okay, que eu assisti tantas vezes e ri tanto. Não tinha como não cantar junto o "I'm Not O-kaaaaaaaaaaaaaaay" ou esperar a parte quase no final do "trust me!" Eu adorava essa música - e ainda adoro. Do álbum "Three Cheers for Sweet Revenge" famosa ainda teve "The Ghost of You", que foi a "lentinha" e mais bem produzida - resultado do sucesso de Helena - que passava toda santa vez na TV. 

Gente, eu estava na 7ª série nessa época! Lembro de ficar tentando imitar a bateria de "Cemetery Drive" na mesa com o meu amigo. 

O primeiro álbum eu demorei mais a gostar, porque as músicas são mesmo mais caseiras, você precisa estar acostumado. Mas no final eu ouvi tanto quanto o segundo, principalmente "Vampires Will Never Hurt You," que sei lá por que eu adorava. Headbang total.

Alguém lembra daquela coisa chata de banda emo pra cá emo pra lá?
Depois saiu o The Black Parade, quando o Gerard achava que estava no centro do mundo e falava coisas como "nós somos a melhor banda de todas." E não era tão mentira, pra época. Eles estavam com tudo, tinham dinheiro, produção e talento. Lembro até que teve um vídeo preview do lançamento do álbum, só não consigo lembrar exatamente o que para colocar aqui. Mas aí tem o clipe todo monumental de "Welcome to the Black Parade." O álbum The Black Parede é todo bem feito e trabalhado, a primeira vez que eles acertaram em todas as medidas. Vá atrás, escute as músicas. 

Aí depois eles vieram para o Brasil, numa época que as bandas não vinham muito. Eu fui num show pavoroso aqui no Rio de Janeiro que me perdi das minhas amigas sem me mover, o Gerard teve que parar o show porque a grade tava caindo, tava todo mundo morrendo sufocado, eu só ouvia a guitarra do Frank e reconhecia a música na metade do caminho de tão ruim que o som tava. Foi um dos piores shows da minha vida. HUAHA E também rolou muita história do Gerard sendo grosseiro com os fãs. (mas eu lembro bem o Frank pegando câmera de fã no meio do show para se fotografar)

Tirando o show do Yellowcard, esse foi o show que eu menos vi alguma coisa.
No álbum mais recente entrou ainda mais o lado artístico mostrando que música também pode contar história. Se você não assistiu Na Na Na (sei lá quantos NA NA, mas vários), assista. É pura arte e música boa. Você sente que tem algo de diferente só olhando os nomes das músicas na tracklist. É a afirmação deles como uma banda excelente. 

Eu tenho uma fic onde o Mikey é um banqueiro arrogante de uma cidadezinha e o Gerard é um detetive brilhante (e falido) que vive com seu parceiro, Frank. Enquanto a dupla vai de mal a pior, dois criminosos (Ray e Bob) dão um jeito de burlar a segurança do banco. O único jeito de resolver esse problema é se o Mikey engolir o orgulho e contratar o irmão. É bastante comédia e aventura, uma das coisas mais legais que eu já escrevi e eu sempre lembro dessa história. 

Por que eu estou falando isso? Porque independente de qualquer coisa, eles estão na nossa história. E eu só posso dizer uma coisa: obrigada My Chemical Romance.

Eu não sei muito mais o que falar. Ainda há muito mais o que falar.  Mas vamos deixar para o Gerard Way, o vocalista da banda, falar. Ele publicou em seu twitter uma grande carta (em inglês) sobre o fim da banda, vocês podem conferir uma tradução no MCR Revenge.


E não esqueçam: o My Chemical Romance não é uma banda, é uma ideia -- e uma ideia nunca acaba.

- dana martins e paulo v. santana

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3 comentários

  1. Impossivel não concordar com tudo. Perdi muito tempo da minha vida tentando tirar o preconceito que o povo tem de MCR. Fui no show de curitiba e foi ótimo, foi meu melhor presente de aniversário.

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  2. cara, uma das minhas bandas preferidas. Senti MUIIIITO o fim da banda, as músicas deles sao perfeitas pra mim, nao estava esperando msm o fim ):::::


    Beijosss

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  3. My Chemical Romance will never, NEVER die.

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