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[Resenha] Jogando xadrez com os anjos, de Fabiane Ribeiro

11.8.12Paulo V.

por Paulo V. Santana
- Livro: Jogando xadrez com os anjos
- Livro Único 
- Autora: Fabiane Ribeiro
- Editora: Universo dos Livros
- Comprar: Travessa, Submarino, Saraiva.
- No skoob









Mini-crítica:
Xadrez (que era o nome do livro antes de ser publicado pela Universo) conta a história de Amy, uma menina de 8 anos que é obrigada a morar em uma casa onde é mal tratada por conta dos pais, que só podem ver a filha uma vez por ano. O livro todo é, basicamente, sobre a Amy tentando contornar a situação ruim em que vive.

Bem, eu, que havia colocado muita fé no livro, me decepcionei completamente. Embora a ideia seja boa, depois de certo ponto, a execução não é lá essas coisas e a história passa a ficar enrolada. Inclusive, o final foi, para mim, desnecessário e ele meio que não combina com o livro, parece que foi enfiado ali por falta de opção. Apesar de tudo, a escrita da Fabiane Ribeiro é muito boa e eu com certeza leria outro livro dela se tivesse a oportunidade.

Quer saber mais? Clique abaixo para conferir a resenha completa.


Xadrez conta a história de Amy, uma menina de 8 anos cujos pais tem uma profissão misteriosa e por isso tem que viajar e deixam a menina com uma empregada durante toda a semana. Amy é um “doce” de menina e entende a situação dos pais e fica tranquila, embora, por ordem dos pais, não possa sair de casa para nada, tendo que ter aulas em casa com uma professora desagradável.

A vida de Amy muda quando seus pais são obrigados a ter que viajar a trabalho direto, só podendo visitar a menina uma vez por ano. Com isso, os pais pagam à senhora Jane, a professora da menina, e ao seu marido para que Amy possa morar com eles. Ao chegar à sua nova casa, que é do lado da casa dos pais, Amy vê um inferno sendo criado: carinho é uma palavra inexistente para Jane e a mulher ainda proíbe a menina de brincar com seus brinquedos e ver televisão, a manda limpar a casa e só lhe dá o direito à duas refeições por dia.

Como uma forma de não sofrer (ou amenizar o sofrimento), a menina joga sozinha partidas e mais partidas de xadrez para que quando seu pai volte, ela possa derrota-lo. E, sem dar muitos spoilers, ela cria em sua mente o Reino Xadrez, onde tudo o que ela quer acontece.

Hm, resenhar esse livro é MUITO difícil. E, quando digo muito, estou sendo sincero. Isso porque a expectativa para o livro era gigante (odeio alimentar o “monstro da expectativa”, mas é involuntário) e eu me decepcionei demais. ;x Tenho três principais motivos para eu não ter gostado do livro: *pode conter spoilers LEVES sobre a trama*

1 – A protagonista. Eu preciso confessar que tenho uma certa aversão à crianças e, tipo, a Amy tem 8 anos. Isso já era um fator para eu desgostar dela, mas como se isso não bastasse, a autora a fez como uma criatura perfeitinha e bondosa demais e, cara, isso me irrita MUITO em um personagem. Simplesmente porque é MUITO irreal. Para vocês terem ideia, tem uma cena que a Amy apanha até quase morrer (mesmo) E DO MESMO JEITO ELA NÃO FICOU BRAVA COM A PESSOA QUE BATEU NELA!!!!

Tiveram até alguns momentos que eu fiquei pensando se a Amy seria uma metáfora para Deus ou algo assim. Sério, só desse jeito para a menina ser tão perfeita e depois do final d’As Crônicas de Nárnia procuro Deus como metáfora em todos os personagens.

2 – Construção da história. Sendo franco com vocês, eu gostei muito da ideia da autora, mas, sei lá, parece que, depois do que eu disse para vocês na minha sinopse do livro, ficou tudo perdido. Eu estava o tempo inteiro esperando o momento que a Amy fugiria com Pepeu, um “garoto” que se tornou amigo da menina, e eles viajariam o mundo atrás dos pais delas e descobririam a profissão deles e tudo mais. Consigo visualizar uma história e um final bem diferentes (e talvez melhores).

Mas a autora preferiu colocar vários elementos e manter a menina na casa onde ela não gostava de viver durante anos e anos e anos. E, com isso, o livro acabou ficando chato e a história não parecia ter um rumo. Xadrez, definitivamente, não segue a linha do “personagem principal vive uma vida comum, algo extraordinário acontece, ela parte em busca de algo para mudar o que está errado em sua vida, ela consegue com muito esforço e todos vivem felizes para sempre”.

3 – Personagens demais. Esse motivo é uma espécie de continuação do anterior. Como eu disse, a autora joga um monte de elementos na história e, obviamente, vem personagens novos juntos deles. Para vocês terem ideia, aparecem, pelo menos, sete personagens que não fazem parte do centro da história e que poderiam ser facilmente descartados ou adaptados. Entretanto, esse item também me leva a um comentário positivo sobre o livro: a escrita da Fabiane.

Pois é, por mais que eu não tenha gostado mesmo do livro, algo salva tudo. A prosa da autora é realmente muito boa, ela é uma ótima escritora. E a admiro bastante por descrever tão bem o visual das cenas, algo que eu sou muito ruim. Aliás, em muitos momentos eu podia imaginar Xadrez como um filme. Sério, o livro, se adaptado algumas coisas, sairia muito bem na mídia audiovisual.

E agora que eu parei para pensar sobre isso, uma série de TV desse livro seria perfeita. Como eu disse no item 3, o livro tem personagens excessivos, o que encaixa perfeitamente em uma série, que, assim como Xadrez, tem  a história da protagonista e  histórias de personagens anexos (que a Fabiane fez questão de desenvolver, mas que não encaixou).

Enfim, deixando os meus pensamentos megalomaníacos de lado, tive que dar uma nota baixa para ele porque, embora eu tenha gostado da escrita, a história em si não me agradou. De qualquer forma, eu recomendo o livro, talvez ele funcione para você (e uma dica: não deixe a expectativa crescer).


Classificação:
(2,5/5 conversinhas)


O livro foi um oferecimento da nossa parceira, a Universo dos Livros! Muito obrigado. 


Até! ;)

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7 comentários

  1. Alou (:

    Concordo quando você diz que o conceito do livro é bom... Quando li a sinopse, pensei: "sério que o Paulo não gostou? Parece ótimo". Mas depois dos seus ótimos argumentos, entendi seu ponto de vista.
    Também não gosto de criancinhas inocentes demais, e muito menos de personagens desnecessários que só servem para confundir a cabeça do leitor.
    Se eu tivesse lido apenas a sinopse do livro no Skoob ou numa livraria, eu me interessaria bastante e com certeza iria ler. Porém, depois da sua resenha, acho que são mínimas as chances de isso acontecer. Como você mesmo disse, não dá pra controlar a expectativa que você tem de um livro. Acho que eu iria me decepcionar também, então... melhor deixar pra lá.
    Sua resenha ficou ótima, parabéns. Quero que isso fique claro, para que você não pense que não vou ler o livro porque a resenha é ruim. Ela ficou incrível, tá? \o/

    Abraços (:

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    Respostas
    1. Eu também achei que fosse amar, mas não deu para mim. :( Bem, não é um livro que eu recomendo que você COMPRE, mas se você ganhar e tiver a oportunidade de ler, vale a pena tentar, talvez o livro funcione para você.

      - Paulo

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  2. Tava cheio de expectativa com o livro, mas agora tá zero! Gosto muito de Xadrez, e quando vi que seria lançado esse livro, qui logo ler, mas sua resenha me deixou agora com um pé atrás... fica para uma leitura futura a obra! Ótima resenha :D

    Abraços, Joshua
    pensamentosdojoshua.blogspot.com

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  3. Na maioria das vezes que crio expectativas demais sobre um livro, me decepciono. Entendo esse drama e acontece nas melhores famílias hahahah Nunca li esse livro, mas vi um comentário sobre ele esses dias. A história parece ser bem parada e sofrida, não sei se estou em clima para livros assim, que se arrastam durante anos. Mas vale a dica da autora e ficar de olho em futuros lançamentos dela, né?
    Beijos

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  4. Eu acho que esse livro poderia ser um bom enredo para um filme, adorei a estória. Parabéns à autora!!

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  5. Lindo livro ! Não descordo 100% da resenha acima porque eu esperava um final diferente, mas isso não tiraria o barato de todo o livro. Eu amei a linda história de superação, a relação entre a natureza e Deus, isso tudo me encantou. Aprendi muito com a ANNY, e tudo que extraí do livro levarei para o resto da vida. Diferentemente dos vários gostos citados acima sobre personagens, gostaria de dizer que leio vários tipos de gêneros e histórias, então a personagem "criança perfeitinha" não me incomodou. Muito pelo contrário; as crianças são realmente seres puros contaminados ou não pelo mundo. E a Anny com seu jeito único me ensinou pra caramba.
    Parabéns Fabiane Ribeiro pela bela obra, estou aguardando a continuação ;)
    Beijos !

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  6. Bom...com tds estes comentários caiu por terra obras desta autora e muito.menos esta obra!

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