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One Day at a Time e sua representatividade que representa

6.2.18Jota Albuquerque


Eu conheci a série com a Dana - com o texto dela lá pelo início de 2017 - e eu me interessei demais, então quando eu pude, corri para assistir, não é novidade que eu me apeguei e foi uma tortura um ano todo de espera por essa série maravilinda.

E: Abuelita, o que diria se alguém falasse para você parar de dizer
que é cubana? V: Eu chutaria eles nos abacates. Por que pergunta?
E quando a primeira temporada foi finalizada, o que não faltou foi de gente contente com tanto assunto abordado em uma série curta e de episódios pequenos como One Day at a Time. E o que não faltou também foi de pedidos na internet para os escritores e produtores, pedidos como: desenvolvimento do Schneider, uma namorada para a Elena, entre outros. E essa nova temporada não só trouxe isso, como trouxe mais. (cuidado que esse texto vai ficar recheado de spoiler)

Logo no primeiro episódio, o tema abordado é racismo e sobre os tons de pele, assim nos levando para um tema que gera polêmica: "passabilidade". E isso me fez conseguir entender uma treta que deu algumas semanas atrás sobre a integrante de Fifty Harmony, pois, como dito na série, pela Elena ter outro tom, no caso branco, ela é passável e inicialmente não é vista como latina, o que a evita de preconceitos iniciais. E eu fiquei super feliz de esse ser o primeiro tema abordado para a segunda temporada, principalmente por razões como Trump na presidência do país de origem da série.


E claro que conforme os episódios passam, os temas tratados são vários, de representação em vídeo-games para algo que me pegou de surpresa que foi a presença de personagens não-binários na trama e a realidade tratada em relação às diferentes idades tentando entender do que se trata os outros pronomes além de ele/dele e ela/dela. E a coisa foi tão bem feita e cuidadosa que eles retratam de maneira que condiz com a reação que as pessoas que estão assistindo vão ter. É incrível que não só houve a explicação sobre não-binariedade, como também teve a namorada da Elena, que também é não-binária. E sabem o que mais me encantou nisso? É como é mostrado que ela ser uma garota com uma pessoa nb, não desvalida dela ser lésbica (nem desvalidaria se fosse outra coisa). Isso só nos mostra que rótulos se dão a base da identificação e como você se sente bem com eles.


Após isso tem a Elena lidando com o pai e minha raiva me impediu de chorar, porque eu odiava o pai dela pelo o quê o cara tinha feito na festa dela na temporada anterior, mas me emocionei e gostei de ver que apesar de tudo, o cara estava disposto a melhorar as coisas aos poucos.

Então não importa, cara. Eu vou seguir com minha vida. Eu vou ficar bem.
De tantos temas abordados, o que eu mais gostei e me fez chorar tudo que eu vinha guardando, foi o sobre transtornos psicológicos, já que a Penelope para de tomar os remédios e frequentar a terapia porque acha que não precisa mais. E isso a leva ao fundo do poço novamente. Ela começa a ver quais são os problemas que acarretam de não tomar os remédios e não fazer o que é necessário para si mesma. Então esse capítulos traz vários subtemas incríveis: problemas com drogas e bebidas (pelo Schneider, eu amei conhecer mais dele), a amizade de Schneider com a Pen (que é uma das melhores coisas que eu já pude presenciar de amizade homem x mulher) e a importância de tratamento para transtornos e vícios.
Então quando  as pessoas dizem "seja feliz, você tem uma vida ótima" eu me sinto inútil...
Claro que os temas que essa segunda temporada traz são milhares e tem mais além dos que citei, mas eu acho que tá bom de citação, então vamos focar sobre a representatividade dessa série que é onde eu queria chegar:

Eu consigo me ver ali. De verdade, de coração. E milhares de pessoas também. É uma série que você se sente bem vendo, que a representatividade não é só decorativa ou pseudo-feita (sendo pouco desenvolvida e quase porcamente), é uma representatividade real, ali são pessoas e essas pessoas existem na nossa vida.

As coisas são feitas e desenvolvidas pensando em quem vai ver, explicando sobre os assuntos dentro do contexto de vivência dos personagens, mas trazendo para nós de maneira que possamos entender facilmente e praticar a empatia que esquecemos ser importante. Os caras por trás dessa série se importam! E isso é a parte mais maravilhosa dessa representatividade, eles querem isso, eles estão com a gente e pra gente.

Eu fico mais que feliz de poder falar que One Day at a Time é uma das melhores séries que eu já vi com uma representatividade de quem se importa e que essa série é um belo de um tapa na cara dessas séries de vinte e não sei quantos capítulos que fazem uma representatividade desenvolvida horrivelmente e super sem se importar só pra ter um totem e dizer que se importa. One Day at a Time é um orgulho e que venha a terceira temporada!


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