Ariel Carvalho CCAnálise

O 7 da sorte

14.11.16Ariel Carvalho


Sou fã do Kings Of Leon há uns dez ou doze anos, é uma das bandas que eu amo há mais tempo nessa vida. Então eu não posso, de forma alguma, falar do sétimo álbum deles de forma imparcial.

Todas as vezes que uma banda anuncia que vai "mudar um pouco" a sonoridade, os fãs têm um ataque do coração. Acho que rola um medo absurdo do novo som da banda não combinar com você, dele não falar contigo do jeito que o som anterior falava...

Na minha experiência como leiga fã de música, poucas bandas conseguem se repaginar e manter a qualidade, sem perder sua essência (o Panic! fez isso brilhantemente, mas o Mumford & Sons já acho que falhou). Mas, ao mesmo tempo, acho que é muito importante que a banda não deixe seu som ficar "confortável" demais e sem atrativos.

O Kings vem fazendo um trabalho maravilhoso desde o Youth and Young Manhood. O som, inicialmente mais pesado e um tanto cru, ganhou mais refinamento e a banda conseguiu formar muito bem sua identidade.


O último álbum, Mechanical Bull, de 2013, é um dos melhores da banda e, sinceramente, difícil de ser superado. Pode não ter nenhuma música que faça tanto sucesso quanto Use Somebody, mas tem músicas incríveis com letras sensacionais.

Eu já estava ficando com saudades deles quando anunciaram que estavam em estúdio trabalhando no sétimo (!!) álbum. E fiquei mais animada ainda com cada prévia, porque a sonoridade desse novo trabalho parecia muito diferente do som habitual deles.

O WALLS, também conhecido como We Are Like Love Songs, é um álbum fantástico. E, aparentemente, todo mundo achou isso, porque o álbum foi o primeiro da banda a ficar em 1º lugar da Billboard. A crítica vem falando super bem, e não é para menos.


Uma foto publicada por Kings Of Leon (@kingsofleon) em

Esses dias, eles publicaram um vídeo onde Caleb (o vocalista) reclama que ele finalmente quer ficar mais pop e Matt (o guitarrista) tem soado como Fleetwood Mac. De alguma forma, essa mistura funciona, e o pop e o rock setentista se encontram e fazem um álbum - e desculpa o xingamento - bom para caralho.

WALLS é sutil, é bonito, é emocional. Parece o álbum mais sincero do Kings, e as músicas realmente grudam na sua cabeça. Eles mantêm a tradição de letras que parecem dizer exatamente o que você precisa ouvir e que de fato acertam em cheio o seu coração. Vale ouvir, e a paixão por ele é certa.

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