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Chef’s Table: nova série da Netflix leva o food porn a um novo nível

2.6.15Elilyan


Você gosta de comida? Você gosta de séries? Você gosta de séries sobre comida? Se você respondeu sim a qualquer uma destas perguntas, você precisa conhecer Chef’s Table.

Gosto de comida. Também gosto de séries, ou seja, fiquei imensamente feliz quando descobri Chef’s Table, nova série documental da Netflix. Com seis episódios a série apresenta em cada episódio um chef de cozinha que é pioneiro em seu próprio estilo de cozinhar. A série propõe ir dentro das vidas e cozinhas dos chefs Ben Shewry (Attica Restaurant em Melbourne, Austrália), Magnus Nilsson (Fäviken em Järpen, Suécia), Francis Mallmann (El Restaurante Patagonia Sur em Buenos Aires, Argentina), Niki Nakayama (N/Naka Restaurant em Los Angeles, CA, EUA), Dan Barber (Blue Hill Restaurant at Stone Barns em New York City, EUA) e Massimo Bottura (Osteria Francescana em Modena, Itália).

É interessante observar como as experiências de vida de um chef é relacionada com sua criatividade na hora de elaborar pratos e elevar a comida ao nível de obra de arte. Isso é bastante claro logo no primeiro episódio de Chef’s Table, que apresenta Massimo Bottura, chef de cozinha do terceiro melhor restaurante do mundo. Se Massimo não tivesse conhecido e se apaixonado por sua esposa, Lara Gilmore, provavelmente não seria quem é e sua comida não seria tão artisticamente impressionante. 

Mais do que apresentar as experiências de vidas, Chef’s Table apresenta as filosofias de vidas desses gênios da culinária. A filosofia do chef Dan Baber provavelmente é  que precisamos mais refletir, pois trata-se da sustentabilidade e da importância de saber de onde vêm os alimentos. Baber tem como objetivo não apenas alimentar as pessoas com um delicioso jantar em seu restaurante, mas ele deseja mudar sua comunidade e o mundo com sua filosofia de vida. Apesar de ter apoiar as ideias de Baber sei que existe um enorme abismo entre as intenções do chef e a realidade. 

Por falar em realidade, é triste ver a misoginia no universo da alta gastronomia no episódio que retrata Niki Nakayama, chef do conceituado N/Naka Restaurant. Única mulher retratada na série, ela não teve medo de expor o preconceito que sofre uma mulher que comanda a cozinha e a administração de um restaurante sofisticado. É irônico que vivemos em uma sociedade que retrata como obrigação da mulher saber cozinhar, mas que ao mesmo tempo dificulta a vida daquelas que desejam estar dentro e comandando uma cozinha profissional. Gostei de ver a postura profissional de Niki que rebate o preconceito ao desenvolver pratos espetaculares que encantam e chamam atenção por seus sabores e belezas. 

"You have to respect what you cook."
Outra cozinha que encanta pelo sabor e pela beleza é a do gatíssimo Magnus Nilsson. O sueco, além de lindo, tem o talento de criar pratos que gritam “foto para o Instagram”! Foi, de todos os episódios, o mais visualmente impressionante. Já o que retratou a vida do hedonista argentino Francis Mallmann apresentou, na minha humilde opinião, as comidas que mais pareciam ser saborosas. O que é aquele peixe cozinhado na argila? E o cordeiro no fogo de chão? Só de lembrar estou com aguá na boca. Já comecei a juntar as moedinhas para um dia ir comer a comida que esse homem faz (sonhar não custa nada). 

Mesmo que você não seja como eu, um fã de de programas de culinária, saiba que assistir Chef’s Table lhe será enriquecedor, pois a série é primorosa, com uma edição incrível, câmera lenta sensacional, trilha sonora espetacular e personagens fascinantes e carismáticos. 


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