Muito já se foi dito sobre David Levithan, e mais ainda sobre John Green. Mas agora é hora de falar sobre a incrível obra conjunta destes dois autores tão singulares. E apenas um resenhista não seria o suficiente. Não. Tamanha genialidade exigiu nada menos do que três membros do ConversaCult - o que é bem justo, se considerarmos que é um livro de dois autores. Se o livro pode, por que a resenha também não pode?! Então se você quiser saber o que o Diego, o Paulo e o João acharam desse livro, que foi pioneiro no Brasil em termos de representatividade LGBT no campo YA, é só continuar lendo.
Aviso: pessoas de coração fraco correm o risco de se apaixonarem por Tiny Cooper. Vocês foram avisados.
fanart do livro <3 |
Eu sonho em ver esse livro adaptado ao cinema. Me dói dizer, no entanto, que conforme relato do próprio John Green, na opinião dos grandes estúdios "A única coisa que Hollywood odeia mais do que filmes sobre adolescentes inteligentes são filmes sobre adolescentes inteligentes gays!". E bem, nada mais sincero do que essa citação para abrir a resenha! Will & Will é uma história sobre adolescentes inteligentes. Alguns deles, por um acaso, gays. A história transita entre dois protagonistas de mesmo nome, e sobre como eles acabam se conhecendo e as consequências desse encontro.
Eu posso estar enganado, mas acredito que esse tenha sido o primeiro - ou pelo menos um dos primeiros - livro YA com romance gay no Brasil. E ele mudou muita coisa nesse campo do mercado. Só por isso, eu já agradeço a esse livro. Mas não é simplesmente por um motivo técnico que eu amo ele. Will & Will tem essa forma orgânica de contar histórias adolescentes que é tão gostoso de ler e tão cheio de significados e lições que simplesmente me vence. Eu tentei não gostar tanto assim desse livro, por que eu reconheço que ele tem alguns defeitos, mas superei todos eles e acabei me apaixonando. O Will do John Green é fascinante como todos os seus personagens, embora um pouco óbvio. O Will de Levithan é sombrio e completamente apaixonantes a seu modo. E ambas suas tramas são ricas e bem estruturadas.
Mas agora vamos falar sobre a verdadeira alma da festa; Tiny Cooper. A maior pessoa do mundo que é muito, muito gay, e também a pessoa mais gay do mundo que é muito, muito grande. Esse garoto que começa como um estereótipo e vai sendo desvendado do ponto de vista dos dois protagonistas é realmente a coisa mais fascinante do livro. Um personagem LGBT realmente interessante, bem construído, com motivações e personalidade própria e que vale a pena acompanhar do começo ao fim. Mal espero pelo spin off protagonizado por ele que Levithan anunciou!
Queria poder explicar melhor, mas Will & Will é um daqueles livros difícil de descrever. Só tenho claro meus sentimentos por ele, e por mim, ele ganha cinco conversinhas, dez estrelas, cem coraçõezinhos e meu amor eterno por que foi a porta de entrada para os outros livros do David Levithan aqui no Brasil <3
O que o João achou:
Por que eu li Will & Will? Não faço a menor ideia. Talvez uma combinação entre a capa minimalisticamente incrível (ainda estou tentando entender por que mudaram para aquela... coisa), o nome do John Green estampado nela, o diálogo intrigante e pouco revelador na contracapa e o preço convidativo. Talvez. Não sei. Só sei que esse foi um dos livros mais intensos e divertidos que já li na vida.
Will & Will não é especial apenas por tratar abertamente sobre homossexualidade, como muita gente pode imaginar. A força do livro vem da infinidade de dramas reais que as personagens enfrentam diariamente: a sensação de estranhamento na escola, a busca por suprir a solidão em meios online, as dúvidas quanto ao futuro, as crises entre familiares e amigos, a capacidade de fazer loucuras para buscar a felicidade... É tão fácil se relacionar com o livro, tão fácil, que a sensação que fica no final é a de que tudo foi real e completo.
Mas o livro não precisou ser denso pra me passar essa completude. Will & Will me tirou de uma das ressacas literárias mais fortes da vida e, preciso dizer, foi o primeiro livro que me fez rir. Gargalhar de verdade. Eu não costumo gostar tanto de histórias que se passam em colegial americano, porque a realidade daqui é tão distante que é difícil se relacionar com algo daquilo. Mas a língua falada por esse livro em especial, principalmente nas partes narradas pelo Levithan, é universal: a da diversão. Eu não poderia ter revivido com mais prazer as sensações de amizade, ironia e sorrisos do meu próprio ensino médio que os personagens trouxeram à tona.
Embora nem tudo sejam flores - e eu faço das minhas palavras as do Paulo, que você lerá logo abaixo, sobre a escrita do John Green -, Will & Will é muito mais do que a história de dois jovens com o mesmo nome. É uma jornada inesperadamente viva sobre as descobertas da adolescência, e nenhum erro estrutural conseguiu ofuscar isso.
Por que eu li Will & Will? Não faço a menor ideia. Talvez uma combinação entre a capa minimalisticamente incrível (ainda estou tentando entender por que mudaram para aquela... coisa), o nome do John Green estampado nela, o diálogo intrigante e pouco revelador na contracapa e o preço convidativo. Talvez. Não sei. Só sei que esse foi um dos livros mais intensos e divertidos que já li na vida.
Will & Will não é especial apenas por tratar abertamente sobre homossexualidade, como muita gente pode imaginar. A força do livro vem da infinidade de dramas reais que as personagens enfrentam diariamente: a sensação de estranhamento na escola, a busca por suprir a solidão em meios online, as dúvidas quanto ao futuro, as crises entre familiares e amigos, a capacidade de fazer loucuras para buscar a felicidade... É tão fácil se relacionar com o livro, tão fácil, que a sensação que fica no final é a de que tudo foi real e completo.
Mas o livro não precisou ser denso pra me passar essa completude. Will & Will me tirou de uma das ressacas literárias mais fortes da vida e, preciso dizer, foi o primeiro livro que me fez rir. Gargalhar de verdade. Eu não costumo gostar tanto de histórias que se passam em colegial americano, porque a realidade daqui é tão distante que é difícil se relacionar com algo daquilo. Mas a língua falada por esse livro em especial, principalmente nas partes narradas pelo Levithan, é universal: a da diversão. Eu não poderia ter revivido com mais prazer as sensações de amizade, ironia e sorrisos do meu próprio ensino médio que os personagens trouxeram à tona.
Embora nem tudo sejam flores - e eu faço das minhas palavras as do Paulo, que você lerá logo abaixo, sobre a escrita do John Green -, Will & Will é muito mais do que a história de dois jovens com o mesmo nome. É uma jornada inesperadamente viva sobre as descobertas da adolescência, e nenhum erro estrutural conseguiu ofuscar isso.
O que o Paulo achou:
Will & Will - ou Will Grayson, Will Grayson, título original - para mim foi um daqueles casos em que você começa esperando uma coisa e ganha outra diferente, porém melhor. O que me levou ao livro foi o nome do John Green estampado na capa, mas quem me fez amar foi o autor até então desconhecido para mim, David Levithan. Como os meninos falaram, cada autor escreveu um dos Will Grayson - o hétero foi feito pelo Green e o gay pelo Levithan. As histórias deles são contadas em primeira pessoa em capítulos intercalados, e uma coisa que percebi logo de cara era como a parte escrita pelo David era muito superior à do John.
Por mais que eu tenha gostado dos dois e me identificado com as questões de ambos, o personagem de Levithan me atraiu muito mais. O autor construiu uma figura nova e cativante, um menino gay com problemas de depressão que tem lidar com o primeiro amor e com a própria mãe. Já o Will do John Green é mais uma versão do menino hétero meio nerd e deslocado que o autor apresentou em seus outros romances. Não chega a ser algo ruim, mas cansa saber que se está lendo mais do mesmo. Por isso, quem ganha destaque neste lado da história é o Tiny Cooper, personagem tão marcante que ganhou esse mês seu próprio livro (Hold me closer, escrito somente pelo David Levithan). Ele é um daqueles personagens secundários que não aceita ficar em segundo plano, e ganha tanta importância quanto os protagonistas no desenrolar do enredo.
Dizer que amei o livro não é suficiente. Will & Will entrou na minha vida em 2013, num momento em que eu estava precisando muito ler uma história como essa. Minha cópia do livro está cheia de páginas e citações marcadas, porque elas tiveram um impacto muito grande em mim. Sabe todas as coisas sobre a importância da representação e empoderamento que sempre falamos aqui? Está tudo nesse livro. Ele é perfeito nesse aspecto, e por isso o recomendo tanto.
Por mais que eu tenha gostado dos dois e me identificado com as questões de ambos, o personagem de Levithan me atraiu muito mais. O autor construiu uma figura nova e cativante, um menino gay com problemas de depressão que tem lidar com o primeiro amor e com a própria mãe. Já o Will do John Green é mais uma versão do menino hétero meio nerd e deslocado que o autor apresentou em seus outros romances. Não chega a ser algo ruim, mas cansa saber que se está lendo mais do mesmo. Por isso, quem ganha destaque neste lado da história é o Tiny Cooper, personagem tão marcante que ganhou esse mês seu próprio livro (Hold me closer, escrito somente pelo David Levithan). Ele é um daqueles personagens secundários que não aceita ficar em segundo plano, e ganha tanta importância quanto os protagonistas no desenrolar do enredo.
Dizer que amei o livro não é suficiente. Will & Will entrou na minha vida em 2013, num momento em que eu estava precisando muito ler uma história como essa. Minha cópia do livro está cheia de páginas e citações marcadas, porque elas tiveram um impacto muito grande em mim. Sabe todas as coisas sobre a importância da representação e empoderamento que sempre falamos aqui? Está tudo nesse livro. Ele é perfeito nesse aspecto, e por isso o recomendo tanto.
Conclusão:
Brinks, a conclusão é que esse livro é genial de inúmeras formas, pelo que faz dentro e fora de suas páginas. E ele tem o amor eternos dos rapazes do ConversaCult. Nota máxima!
Livro: Will & Will
Autores: David Levithan & John Green
Editora: Galera
Paginas: 348
(5/5 Conversinhas e favoritado)
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2 comentários
A primeira vez que li Will e Will ele se tornou o meu livro preferido do John Green (ignorei o fato de que não era só do Green) naquela época também nem me ligava tanto em representatividade, faz muitoo tempo. Enfim, depois da releitura passou um pouco, mas naquele momento que eu li adorei tanto, foi o primeiro romance LGBT que eu li também, me apresentou o David, abriu portas pra mim. hahahah
ResponderExcluirConcordo como João, sobre a capa. Tipo a antiga, que eu tenho, (veio massada na entrega, até hoje não sei se superei) é tão melhoor. As cores, quentes e frias, que eu acho que é por causa da personalidades dos personagens, essa atual é tão...
E por fim, a resenha em trio ficou bem legal!
Esse livro foi uma decepção pra mim. Achei bom, mas eu esperava mais. No final, eu fiquei "Gente, qual foi o propósito?". Agora eu tô aqui me sentindo meio horrível porque TUDO que vocês mais amaram foi o que eu menos gostei. O personagem do Levithan puxava a leitura pra baixo de um jeito! E o Tiny, gente, eu não aguentaria tê-lo como amigo. E o livro é total sobre o Tiny ._. Eu senti falta de humor também... Não sei, achei os outros livros do John Green mais engraçados. Peguei trauma do David Levithan :S
ResponderExcluirSem comentários sobre a capa nova (mentira) e esses corações que não representam nenhum dos personagens que nela estão.