clube de escrita Dana Martins

Clube de Escrita: Lições de uma rotina de edição

5.1.14Dana Martins


Hoje você pode ler em primeira mão um pequeno post com dois mini textos sobre aprendizados mínimos de grande significado para a minha longa jornada de edição para quem tem uma vontade gigante de escrever. 

Para quem não sabe, eu estou editando um conto agora. E eu adoro escrever demais. É como duas pessoas presas por uma corda, cada uma indo para um lado. Uma hora a gente fica preso e tem que dar um jeito. O que significa que surgem alguns problemas. E quando você vence os problemas... surgem lições.

Costurando Frank

Às vezes eu me sinto costurando um Frankenstein. Chega uns momentos na história em que eu não consigo avançar, parece uma tarefa impossível. Eu penso: será que está pronto e eu estou estragando tudo? Ai meu Deus! E se estiver realmente pronto e eu estiver estragando tudo?

Nesses momentos, é porque chegou a hora de enfrentar um desafio maior. Jogar fora algo que não é lixo. 

A gente fala que depois de escrever é só editar e varrer o lixo para longe, mas é mais do que isso. Algumas coisas boas precisam ir embora também.



Por acaso, quando eu chego nesse momento da minha edição encontro a notícia de que a cena com a Vampira no novo filme do X-Men acabou ficando de fora. Eu fiquei triste - eu adoro a personagem e adoraria revê-la no cinema! E você acha que eles não adorariam também? Tiveram que recontratar, talvez fazer a atriz parecer mais nova, talvez pagar mais caro, encaixar na agenda dela, gastar com figurino, gastar com maquiagem, escrever o roteiro da cena, filmar a cena e mais umas mil coisas. Tudo isso para conseguir poucos minutos de filmagem. Pior ainda, tudo isso para jogar tudo no lixo depois.

O mesmo é para a escrita. Às vezes a gente tem ideias ou cria partes das nossas histórias que exigem bastante trabalho. Você escreve, reescreve e escreve mais uma vez, até o texto ficar ideal. E aí o que acontece? Você joga fora. Você joga fora porque o resultado final vai ser melhor pra o que você quer sem aquilo.

Lição do dia: Aprender a reconhecer o que não é um lixo, mas tem que ir para a lixeira.

E o pior é que quando você corta esses trechos, a sua história parece um papel furado, ou um frankenstein antes de ser construídos: várias partes que de algum modo de se encaixam, mas que precisam ser costuradas juntas para ganhar forma. E será que você vai conseguir?

Ou será que você está estragando tudo?

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O que você faz quando está perdido?


Curiosamente, no momento estou escrevendo sobre estar perdido. E é muito interessante editar uma história escrevendo sobre isso, porque a qualquer momento que eu fique perdida na edição é só eu olhar para a minha história. A resposta? Continuar. 

Uma coisa que eu aprendi é que tem que ir em frente. Às vezes parece uma porcaria, parece uma tarefa maluca, mas contando que você tenha em mente onde você quer chegar, é só sentar e ir trabalhando e trabalhando que vai chegar lá. 

Quando eu falo ter em mente, não é saber 100%, comigo acontece mais tipo um feeling. Eu sei o que eu quero dizer, como eu quero dizer e no espaço que eu quero dizer, só não sei como isso tudo vai se encaixar. Então eu sento e reviso reviso reviso até que, a cada vez, vai ficando mais perto. 

E quando parece que eu não vou conseguir chegar...

É só continuar que passa e as soluções voltam a surgir.

Achei que valia apena escrever isso para me lembrar nesses momentos em que tudo parece uma porcaria. Para te lembrar que há um tempo.

-dana martins

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