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Todo mundo vende sexo, qual é o problema da Miley Cyrus dar o cu?

27.8.13Dana Martins


Hoje é dia de... DAR O- Não, pera. Hoje é dia de conversar sobre a apresentação da Miley Cyrus no VMA. O título foi demais? Até que não. Mas fique tranquilo que a partir de agora não vai ser sobre nada além do que os seus artistas preferidos já não façam. E coloque aí: Taylor Swift, Selena Gomez e o pop em geral.

Alguns dias depois do VMA a gente sabe o que foi destaque... e o que foi? A língua da Miley Cyrus. A bunda da Miley Cyrus. A mão da Miley Cyrus. E todas as piadas que envolvem o que ela fez no VMA. Logo na mesma noite na minha página preferida do facebook o dono falou da sua indignação pelo que ela fez. Alguns posts abaixo do que ele disse, uma ilustração de dois homens fazendo sexo. Lembram da história da vidraça?

Então hoje eu encontro o "Críticas a performance de Miley Cyrus no VMA provam que a hipocrisia ainda reina entre nós!" no Qual a grande ideia? e eles completam o que eu pensei. Vale muito a pena ler. Mas o que eu pensei?

Vamos deixar de lado a -coisa- Miley Cyrus em si e todo esse estilo "DOU O CU O MESMO E DAÍ" que tem aparecido nos últimos tempos. Não importa se você gosta dela ou não. (pessoalmente, achei o single insuportável) Não importa se ela está fingindo/querendo chamar atenção ou não. (bitch, please: todo mundo tá fazendo isso)


Agora a gente foca na passagem dela no VMA. Toda aquela roupa estranha, língua pra todo lado, dando uma de Rihanna e enfiando a mão entre as pernas, dançando funk americano no palco e sexo para todo lado. Ainda mais sendo uma mulher branca loira de olhos azuis ex-Disney fazendo isso nos Estados Unidos.

Não é que tenha sido legal, mas é uma PUTA hipocrisia falar disso como se fosse um absurdo. Vamos direto para a Selena Gomez, que teoricamente é o oposto. A "santinha" da Disney.

When you ready come and get it
Na na na, na na na, na na na
When you ready come and get it
Na na na, na na na, na na na

Eu adoro essa música, mas vamos falar sério. ISSO deveria ser chocante. Quando estiver pronto vem pegar? Ainda tem uma parte maravilhosa: "You ain't gotta worry it's an open invitation, I'll be sittin' right here real patient" ("Não se preocupe, é um convite aberto. Ficarei sentada bem aqui pacientemente"). Em outra parte ainda fala sobre morrer feliz com tudo isso. E se deixava alguma dúvida de que é "estou aqui para fazer sexo com você quando VOCÊ quiser" o clipe completa mostrando umas cenas dela com o homem cheia de insinuações. Nessa música a Selena Gomez (e mulher, no geral) é totalmente um objeto que o homem pode pegar e fazer o que quiser.

Agora a música "We Can't Stop" da Miley Cyrus lá?

We run things
Things don’t run we
Don’t take nothing from nobody

(Nós mandamos nas coisas. As coisas não mandam na gente. Não aceite nada de ninguém.)

Mesmo que seja uma música também sobre fazer sexo, beber até cair, viver fazendo festa... ainda tem uma visão rebelde de "tome conta da sua própria vida." A da Selena? Ela está lá sentada esperando alguém decidir. Aliás, ela TAMBÉM tem uma música sobre festejar até não poder mais.

Tell em that is my birthday.
When I party like that.
Every night's my birthday.
They dont know, so it's okay

(Diga a eles que é o meu aniversário quando eu estou festejando assim. Toda noite é o meu aniversário. Eles não sabem, então tudo bem.)

Novamente, a música de dona de casa contida que sai de noite pra fazer sexo loucamente e volta fingindo que nada aconteceu. E se você acha dessa vez ela decidiu tomar alguma ação, ela canta: Blow your dreams away with me. (Realize os seus desejos comigo) Lá vai a Selena, fazendo tudo o que o homem dela quer. Um objeto para ser usado sexualmente em uma sociedade repressiva onde precisa de desculpas como o aniversário para fazer o que quiser.

Agora uma pausa. Estamos falando da menina santa da Disney. Pegue toda as músicas pop em geral. Se ligar a rádio você praticamente só escuta "sexo, sexo, sexo, sexo..." com melodias e ritmos diferentes.


Uma com os peitos de fora, a outra com as pernas de fora. Não que isso seja um problema. Mas falar como se fosse só a Miley Cyrus... Aliás, a Miley é como um banho de verdade. Daria para dizer que é praticamente toda essa cultura de sexo e do "sou diferente" misturada e jogada na cara. Pode ser que não apareça na televisão aquilo, mas está em todo lugar. Eu prefiro dar o cu em público do que ser a dona de casa que finge que está tudo bem.

Vou encerrar aqui com esse clipe ótimo de um cover de Ain't Fun do Paramore. A genialidade dele está em reproduzir todo o estereótipo de um clipe eletrônico/hip hop/pop, mas a letra da música não ter a ver. E é o que se faz por aí: vendem imagem e cantam sexo.


A gente luta pelo diferente, por cada um ser o que quiser, e quando algo diferente aparece corre pra matar igual barata. Parabéns. Vamos rir e fazer piada porque de noite tem festa e ninguém sabe que não é o seu aniversário.

Não é engraçado viver no mundo real?
-dana martins

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11 comentários

  1. "QUÊ ISSO JOVEM!" foi a primeira coisa que eu pensei quando o link pipocou na tl do twitter hahahahaha

    Mas eu juro que concordo. Digo, vejo um problema bem grande nisso tudo, é claro (a gente tem que ficar lembrando toda vez que tem crianças que assistem/assistiram Hannah Montana e são influenciáveis? Tinha até um episódio de Hannah Montana sobre como o artista pode influenciar os fãs... WTF Miley) mas eu não vejo porque a reação das pessoas foi "OLHA O QUE ELA FAZ". Acho que tem muitos (MUITOS) cantores que fizeram pior que ela. Só que na vida real. Com escândalos etc. E tem muita dança/música bem pior que a dela também.
    E as outras artistas que estavam ali rindo da cara dela enquanto ela recebia um remelexo muito louco no corpo cantam coisas tão ruins quanto. (RIHANNA, SUA HIPÓCRITA, VOCÊ FEZ UMA MÚSICA SOBRE SDM) E vamos falar o que é verdade, se eles pensam que a Miley está chocando a galera toda, deveriam MESMO ir pra um baile funk, só como pesquisa de campo. SÓ ACHO.

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    1. HUAHUAHUAHUAH é bem isso! Não que seja "tudo bem dar o cu no meio do VMA", mas todo mundo faz isso, ela só fez abertamente. A acho até que o mundo estava precisando de um se liga desse.

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  2. Eu entendi o post, mas a maioria das pessoas (e eu me incluo) não ficou chocada porque ela foi extremamente despudorada ou algo assim. O mundo pop é. A maioria das pessoas (e eu me incluo) ficou chocada porque foi FEIA a performance, e não porque foi indecente. hehe

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  3. Parabéns pelo post, trouxe uma opinião diversa daquela que todos estão achando. E muito bom sempre pensar pelos dois lados de uma questão :)
    Continuo achando que aquela apresentação foi podre, mas foi bom para refletir sobre meus pensamentos e pensar na hipocrisia da vida, hehe.

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    1. Aham! Não é nem que eu tenha gostado, ou que seja lindo o que ela fez. Mas é bem "A gente luta pelo diferente, por cada um ser o que quiser, e quando algo diferente aparece corre pra matar igual barata." Eu inclusive. Por isso que concordo com você sobre pensar os dois lados (:

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  4. Sempre que uma mulher expressa sua sexualidade, a sociedade fica "escandalizada". Quando é um cara fingindo comer o cu da dançarina num show, o pessoal vibra. Uma mulher faz isso, ainda mais a Lady Disney da Miley Cirrus, pronto, é puta, vagabunda, como pode passar essa mensagem às crianças e aos adolescentes, ó ceus, que horror, horror!

    A Madonna, quando fez a Blonde Ambition Tour, foi ameaçada de prisão por "ato libidinoso". A música em questão era Like a Virgin e ela cantava sobre uma capa, encenando uma masturbação no final. (http://www.youtube.com/watch?v=8dn8I_QXriI) Ou seja, expressar sexualidade, uma mulher, é sempre mal visto, pois mulher não pode pensar em sexo. Se pensa e faz, é puta.

    Não gosto da Miley Cirrus ou da música dela, nem achei a apresentação uma obra-prima, mas sinceramente, estou adorando o escândalo, pois isso é uma ótima forma de pensar na sociedade patriarcal, machista e hipócrita em que vivemos e de onde a grande maioria bebe, em especial o povo que tá descendo o pau na Miley.

    Todo mundo curte sexo, vê putaria na internet, somos bombardeados de tudo quanto é lado. Ficar escandalizado por causa de uma apresentação dessas é ser hipócrita.

    Abraço!

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  5. Eu admito que fiquei chocada com a apresentação, achei muito estranha, muito forçado. Parece mais um personagem que ela tenta fazer, do que realmente ser a Miley.

    E digo isso porque não é a primeira vez que ela faz um videoclipe mais 'adulto': I can't be tamed também foi um clipe onde ela mostrava mais do corpo, a letra diz que "não posso ser domada", dizendo que não era mais a menininha "Hannah Montana".

    Acredito que essa apresentação de agora, foi uma forma de dizer: "Hannah Montana não existe mais, agora quem comanda a Miley. Acostumem-se."

    O meu medo é que ela se perca nessa tentativa de achar a identidade.

    Acho isso.

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  6. Acho que o fato de muitos criticarem e ficarem em choque com a tal apresentação é porque se trata de uma ex-Disney, e como Hannah Montana deve ter sido a coisa mais relevante que a Miley fez na vida/carreira, é essa a imagem que ainda vive na cabeça do público.
    No mais, acho que a Miley vem tentando chamar a atenção absurdamente há tempos, tentando fazer a rebeldezinha e coisas do tipo. E também, toda essa postura sexualizada do cenário pop, no fim, tem mais marketing do que qualquer outra coisa. É o que vende, afinal.

    Um beijo, Livro Lab

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  7. Adoro essas polêmicas porque, como disse a colega ali em cima, deixa bem à mostra o quanto a sociedade ainda é patriarcal e machista. Não vou dizer também que achei lindo, ou até mesmo que não choquei, mas foi "oh!" tipo "oh, olha ela acabando com paradigmas hipócritas!".

    Enfim, foi chocante, mas como você disse, foi mais sincera e aberta do que esses artistas pop que pagam de santinhos mas no fundo é tudo a mesma coisa. Concordo com você, sou muito mais a Miley, até porque "Eu prefiro dar o cu em público do que ser a dona de casa que finge que está tudo bem."

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  8. CONCORDANDO PRA SEMPRE COM TODO O POST. Comentários pessoais: odeio a Selena, porque ela é exatamente o que está no post, ela é mandada. Prefiro a Miley que diz quem é, se mostra como é, do que alguém que vive de marketing e da fama do namorado.
    A Miley se esforçou bastante pra conseguir o que está rolando: chocar a sociedade. Fim.
    Outras artistas não têm que contestar enquanto são tão hipocritas.

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