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O (triste) futuro dos jogos, livros, filmes, música...

17.5.12Dana Martins


Alguns dizem que o livro físico vai acabar e só leremos ebooks, assim como a mp3 substituiu os cds (substituiu?). Os jogos conseguidos nas feirinhas cada vez mais passam a ser comprados nas lojas. E como será no futuro? Aonde essas transformações vão chegar? Eu encontrei um texto sobre Diablo III, que por acaso serve para todo o resto, e achei que valeria a pena comentar aqui. Se você se irritou com o SOPA, é bom abrir os olhos.

"Esse é mais ou menos um dos futuros dos livros, jogos, músicas, filmes (...) se a gente ir deixando."
Estava eu por aqui quando vi um título como "Diablo III e o futuro dos jogos". Como esse jogo tem sido preparado há anos eu imaginei que tivesse surgido como uma grande inovação e fui correndo ver. O texto, em inglês, é basicamente sobre um cara que comprou o jogo no dia do lançamento e descobriu que não podia jogar. Como assim?

Bem, durante o texto ele conta todo o seu caso de ter que estar ligado à internet para jogar, de ter sido proibido de escolher certo nome, de gente entrar no meio de seu single player e de começar a dar erros e ele não conseguir mais jogar. Isso é normal, é claro, quando você está jogando online e todo mundo decide jogar também. Vive acontecendo quando decidem vender ingresso para um show muito esperado e foi o que aconteceu quando colocaram o SISU no ar e não tinha capacidade para tanta gente fazer login ao mesmo tempo. 

Até aí, tudo bem, não é nada diferente e até comum. O problema, que ele ressalta na coluna, é que ele pagou pelo jogo, voltou para casa com o pacote e não conseguiu jogar. E não apenas isso: ele queria jogar o single player, algo que teoricamente não tem nada a ver com estar conectado aos outros. 

Talvez você ainda não tenha entendido a situação: ele "comprou" o jogo, mas se os criadores quisessem poderiam simplesmente bani-lo. "Está muito lotado, vamos cancelar as conexões no Brasil" e todos os brasileiros perderiam o acesso ao jogo que eles compraram. Usando as palavras dele na coluna: "então eu sou menos dono dos meus jogos do que em 1979"? Exatamente.

Por causa da pirataria, ou simplesmente da vontade de ganhar mais dinheiro ainda, eles estão buscando formas de vender o produto e continuarem sendo donos.

E se você acha que isso é só para jogos de computador como o Diablo III que força a ficar conectado, ou para todos os videogames, saiba que está enganado. O próximo na fila são os livros (ou ebooks). 

No momento, eles ainda estão muito perdidos entre ereaders (leitores de ebooks) e formatos para vender o livro online. Cada um faz o seu e cada um busca um jeito de evitar a "pirataria". Mas hoje em dia já há formatos de ebooks que, na verdade, são como licenças para ler. Você paga não para ter o ebook, mas para poder ler. E, se eles quiserem, podem retirar a licença. Pela internet já há relatos de gente que tinha um ebook no ereader e, quando foi ver, não estava mais lá. 

O mesmo pode chegar a acontecer com as músicas e o filmes mais tarde, vai saber. Talvez em alguns casos já aconteça. 

O problema aqui não é pagar pelo produto, mas é pagar e você não ser dono, só poder usar de maneira limita e da forma que quem vendeu quiser (e quando quiser). É a diferença entre ser dono e ter acesso com algumas condições.

Isso ainda não é algo muito problemático, mas é um caso que eu tenho visto por aí com mais frequência do que gostaria e acho que é bom as pessoas repararem. Todo mundo soube reclamar do SOPA, mas eles continuam tentando fazer essas restrições de liberdades e às vezes de maneira tão sútil que se a gente não der atenção só vai perceber quando for tarde demais. 


Só para deixar claro: Isso não é nenhum tipo de previsão paranormal ou alguma espécie de lei imutável, só um comentário com base em fatos reais (a transformação de alguns produtos imateriais em "licenças", em vez da pessoa ser totalmente dona do produto em si), que podem vir a acontecer com mais frequência. 

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5 comentários

  1. Taí uma razão de eu preferir livros impressos mesmo. É realmente absurdo os casos contados, e concordo que temos de prestar atenção nesses 'detalhes' que muitas vezes passam despercebidos e lutar contra eles. muito triste a situação ;/

    beijitos

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  2. senti esse drama com o GTA4, comprei para jogar single player, mas foi preciso acessar e se cadastrar no site deles para jogar... puah!

    JOPZ

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  3. Outro problema que não foi mencionado no artigo do Cracked é o dos mods.Jogo Fallout 3 até hoje porque tem incontáveis modificações pra escolher que parece que nunca vai acabar. O jogo rodando no servidor como Diablo 3 não deixa a possibilidade pra fazer isso. Certeza absoluta que você vai jogar algumas horas, enjoar e desinstalar, sem poder fazer nada com o produto que você COMPROU, É SEU.

    Um tempo atrás a Apple perdeu o direito de bloquear os iPhones modificados pelo princípio de que quando você paga por uma coisa você é dono, você pode fazer o que bem entender com o produto. Com o sistema forçado por Diablo 3 nem existe essa possibilidade. Você usa o produto mas o produto é deles, vai usar como eles quiserem.
    Continuando no paralelo feito antes, é como comprar um livro e não ter o direito de fazer anotações e marcações nele.

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    1. Exatamente! Muito boa a comparação. Eu não sabia disso do iPhone, já tinha ouvido um papo de que um novo Windows viria com nãoseioque que bloquearia o acesso de quem baixasse coisa ilegalmente (não sei se é verdade ou versão modificada). Pelo jeito essas coisas estão mais frequentes do que eu pensei...

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  4. Cara, isso é realmente preocupante... Fora que é extremamente injusto, se isso realmente acabar acontecendo, pro lixo com as leis de direito de consumidor, e tereréu...

    Eu ainda tenho fé de que os e-books e o mp3 não substituíram os livros e os cd's... mp3 e e-books são mais práticos de carregar (principalmente os e-books, caso vc seja universitário e tal), mas acho que eles não vão substituir os livros, nada substitui a sensação de virar as páginas e aquele cheirinho de papel. XD

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