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Centro de Treinamento: Jogos Vorazes - Real or not real?

30.3.12Dana Martins


Bem vindo ao nosso último Centro de Treinamento, tributos. Hoje nós vamos ver a realidade através das páginas de Jogos Vorazes. Seria impossível dizer tudo (e dizendo quase nada o post ficou bem grande), mas já dá para começar a reparar nas coisas. Novamente, o post é feito para você circular entre os títulos de preferência. Além disso, é uma boa opção para quem quer/precisa estudar História e quer largar um pouco os livros da escola.

Com o lançamento do filme, muita gente aleatória acaba entrando em contato com a história criada por Suzanne Collins. Foi esse o caso do meu primo, que assistiu "Jogos Vorazes" e disse para mim:
 "Eu achei bom, mas... não é muito o meu estilo, é muito fora da realidade"
Dá para entender parte do ponto de vista dele, mas a questão é: será que é mesmo fora da realidade? Será que é só sobre um futuro distante e não temos nada a ver com isso? 

Aviso: esse post é para quem já leu pelo menos "Jogos Vorazes", tem bastante detalhe "estrutural". Quando tiver do segundo ou terceiro livro há um aviso.

O passado...

As guerras, de uma maneira geral

Um dos pontos mais originais da história criada por Suzanne Collins é o modo como ela trata a guerra. E não estou falando de criar muita ação, tiroteiros e invasões. Estou falando da forma de como entender a guerra. Eu nunca tinha visto um filme ou lido um livro que mostrasse essa situação que é muito real e às vezes deixamos passar: tudo o que perdemos pela guerra. Normalmente, vencer a guerra significa a vitória do personagem que nós acompanhamos, não importa o quanto ele tenha perdido para conseguir isso (em Harry Potter, por exemplo). Além disso, a história do país é mostrada como a nossa história, como se nós tivessemos escolhidos participar disso tudo e fosse o nosso objetivo vencer. 

O livro faz esse descolamento entre país e indivíduo, mostrando que são duas histórias diferentes e que interesses próprios fazem com que elas se unam ou se separem. Não vou me estender aqui, mas essa é uma das histórias de guerra mais próximas da realidade, sem toda a propaganda pró-guerra embutida. 
*Uma comentário extra: temos um exemplo bem recente da forma tradicional de retratar a guerra e o exército no clipe "Part Of Me" da Katy Perry. A mulher forte, que escolhe participar, lutar pelo próprio país... É interessante que enquanto ela canta "This is the part of me that you're never gonna ever take away from me" está no meio da guerra e parece essa pessoa inquebrável. Em Jogos Vorazes mostra bem o contrário. Outro exemplo de criar uma visão positiva disso foi o "Salute The Troops"

Análise de caso: Ditaduras reais e Guerra Fria

Eu não estou aqui para dar uma aula de História sobre ditaduras do mundo que (supostamente) aprendemos mais cedo ou mais tarde na escola. Hitler, Stalin, Mussolini* e muitos outros são os nomes que nós ouvimos e foram os símbolos de sistemas muito parecidos com os de Jogos Vorazes. Se quiser, eu já falei sobre distopia aqui e você pode ver sobre ditaduras aqui, que são muito parecidas.
*Você sabia que em Harry Potter o fundador da Sonserina, o Salazar Slytherin, teve o nome inspirado no "ditador" de Portugal, António de Oliveira Salazar? No jogo Resident Evil 4 também há uma Salazar nada amigável. E, aqui no Brasil, temos a autora Luiza Salazar, que não tem nada a ver com isso (eu acho). 

O que eu vim falar aqui hoje é sobre a Guerra Fria e essas ditaduras que aconteceram em vários países, inclusive aqui no Brasil. Ah, e o que isso tudo tem a ver com Jogos Vorazes.

Atenção: spoilers dos três livros daqui para baixo, inclusive importantes de "A Esperança". Terá aviso no fim dos spoilers dessa parte.

Quando eu fiz um resumo com os possíveis tópicos para esse post, o Paulo me perguntou: como assim o Distrito 13 pode ser a União Soviética (URSS) e a Capital pode ser os EUA? 

Simplificando ao máximo, é assim: Os EUA, o capitalismo e boa quantidade de ditaduras (como a brasileiras), representam Panem. Esse lado é um pouco mais complexo, porque é metade do mundo mistura para representar um só país fictício. Já o outro lado, da URSS e das ditaduras comunistas (como a China), representam o Distrito 13.

Vou começar pelo Distrito 13, que é mais fácil. 
"O comunismo é uma ideologia política e socioeconômica, que pretende promover o estabelecimento de uma sociedade igualitária, sem classes sociais e apátrida, baseada na propriedade comum e no controle dos meios de produção e da propriedade em geral."
Ou seja, tudo é do povo e é o próprio povo que consegue tomar o poder. Quase a busca da sociedade utópica em um sistema que, se tivesse passado da teoria, poderia ser algo parecido com o mundo de "Destino" da Ally Condie. Isso também é mais ou menos o modo como o Distrito 13 se organiza (comida dividida, lugares para morar, as roupas, trabalho...), tudo dentro de uma "igualdade". Mas, como nós vemos nos comunismos e no D13, as pessoas começam a viver infinitamente em uma situação precária e de esforço coletivo, ouvindo ordens de alguém, para chegar a um futuro ideal que parece nunca chegar. Pior ainda: corre o risco do poder ser dominado por alguém que esqueça os objetivos iniciais (ou os ignore) e governe com mão de ferro, transformando tudo em uma ditadura onde a igualdade se transforma em uma forma de restringir a liberdade.

Enquanto isso, a Capital (ou EUA) é o lugar dos sonhos, dos prazeres, da diversão e com acesso a tudo. Já os distritos (ditaduras pelo mundo*), acabam sofrendo com a mão de ferro do governo e trabalhando para sutentá-lo. Alguns, enxergam a opressão como uma forma de ir para frente, outros se viram como podem e sofrem as consequências. Nos distritos, se sofre todo o tipo de problema comum das ditaduras (falta de liberdade, exploração, manipulação ideológica...). 
*Se vocês pularam algumas aulas de História, os governos capitalistas estabelecidos (praticamente, só os EUA) incentivaram as ditaduras pelo mundo, inclusive a brasileira. Nós, brasileiros, não estivemos sob um regime comunista, mas sofremos uma ditadura (que é muitas vezes deixada fora de pauta, mas muita gente foi assassinada ou torturada, se não concordava com o governo. Isso no Brasil. Muitos livros da época dos nossos pais sofreram censura e romances apenas de entrenimento tomaram o lugar - isso te lembra a uma tal política de pão e circo?).
**Atenção: esse processo de formação de ditaduras e influência americana não é tão simples, faz parte de um contexto inteiro de uma época, mas tem bases parecidas com a de Jogos Vorazes.

A grande questão é que, em Jogos Vorazes, a Katniss perde a confiança nos dois lados. A Capital sempre foi um problema e ela nunca concordou com a ideia de meia dúzia viver com tudo enquanto o resto morre de fome trabalhando para eles. Depois, no Distrito 13, ela percebe que está tomando o mesmo caminho, que pode acabar virando uma Panem inversa ou uma ditadura "igualitária". Ela enxerga que nenhum dos dois lados é tão bom assim e as coisas não vão mudar tanto (e, com a morte da Coin, ela cria uma chance de ser algo mais parecido com uma democracia).

No final, no nosso mundo real, acontece algo parecido. A URSS, com seus princípios perdidos, acaba desmoronando. As ditaduras pelo mundo, acabam perdendo a força (já que, em muitos casos, o povo não aguentou, criou um crescimento autodestrutivo ou a falta de um inimigo enfraqueceu os governos*). Em outras palavras, acaba que nenhum dos dois modos é mesmo válido. 
*Além disso, as ditaduras podiam atrapalhar a expansão americana.

Outro ponto interessante dessa comparação é a que traz os EUA para mais perto ainda da Capital e o Distrito 13 para URSS: a guerra ideológica. O nome "Guerra Fria" resume um conflito silencioso que ocorreu de vários modos e não como a guerra em si. Isso é exatamente o que acontece na maior parte de "A Esperança", a invasão de Capital e a ação é só no final. 

No livro: temos uma grande guerra de propaganda, com o Distrito 13 usando a Katniss de um lado, a Capital usando o Peeta do outro. Isso para que o povo seguisse um ou o outro lado. No mundo real: Até hoje aqui no Brasil, que sofreu da influência americana, há uma carga negativa na palavra "comunista". E, volta e meia, surge um filme que traz uma propaganda embutida* (assim como eu falei no caso da Katy Perry com a guerra).
*Um exemplo clássico, mas mais com a Alemanha e Hitler, são os filmes baseados em quadrinhos antigos, como "X-men" e "Capitão América", onde os inimigos são de lá. Aliás, o filme mostra bem o Capitão América sendo para a população americana o mesmo que no livro a Katniss é para os distritos. 

No livro: Em uma primeira fase, os distritos começam a se revoltar contra a Capital e acontecem os conflitos "localizados", com o Distrito 13 apoiando os rebeldes e o governo tentando se segurar. No mundo real: os muitos conflitos EUA vs. URSS que aconteceram pelo mundo. Um exemplo clássico (e que tem ligação direta com a Suzanne Collins) é o da Guerra do Vietnã, que era dividido entre a parte norte (de influência comunista) e a parte sul (de influência capitalista). Os EUA deram apoio ao Vietnã do Sul ajudando a atacar o norte.

A foto é tão clássica para demonstrar o horror da guerra que se escrever "garotinha napalm" no  Google você encontra.
Só para lembrar, eu não estou aqui defendendo lado nenhum, até porque eu concordo bastante com a visão da Suzanne Collins.

Fim dos spoilers de "A Esperança" aqui.

O presente...
"Então.. um monte de gente passa a vida trabalhando, como escravos, para só alguns viverem no luxo"
É claro que eu estou descrevendo a Capital e os distritos, não é? Não. Essa frase veio de uma conversa com o meu pai mais do que inesperada. Se algum fã de Jogos Vorazes chegasse nesse ponto, provavelmente pensaria que estávamos no meio de uma discussão sobre a vida em Panem. Porém, nós não estávamos. Estávamos falando do Rio de Janeiro, das favelas e da história da humanidade no geral

A sociedade de aparências 

Vivemos na época que criaram os realities shows, onde a propaganda é forte, onde as aparências estão em alta. Nós, no post de análise, falamos sobre como o livro trata do "Real or not real?". A personagem principal, Katniss, é quase paranóica de tanto que ela desconfia das pessoas. Ela está o tempo todo confrontando verdades, mentiras e precisando julgar o que é o quê. No nosso mundo, não é difícil alguém falar que algo é "falso". Aqui mesmo, tratamos sobre a ideia de dizer que Jogos Vorazes é um plágio de Battle Royale.* A autora não só aborda essa questão de o que é verdadeiro em vários níveis, enquanto traz exemplos de pontos de vistas que contradizem o comum (o personagem que as pessoas mais gostam, mente o tempo inteiro, enquanto um que atrai até ódio, é o que mais fala a verdade).
"A gente trabalha muito com o que é natural e o que não é natural" - frase ouvida na escola de comunicação 

Tecnologia e Biologia

Quando o meu primo tava falando sobre o filme (o mesmo do início do post), ele citou os "cachorros" saindo da terra como argumento de que não era real. É claro que ele não podia saber que aqueles "cachorros" eram, na verdade, seres criados a partir de manipulação genética - o que também parece distante da nossa realidade. 

A questão é que essas coisas podem não ser reais, mas está próximo o bastante para a gente questionar o uso delas. Qualquer um que tem aula de Biologia (principalmente agora com o ENEM), já passou por uma aula que questiona esses avanços. No próprio livro, com o surgimento do Mockingjay (tordo) e a falha do Jabberjay (gaio tagarela), já é mostrada a limitação do homem para controlar essas criações. E é melhor a gente começar a pensar antes que aconteça*. 
*Curiosidade: muitos dos zumbis mais recentes, como em Resident Evil, são fruto da manipulação de seres vivos. 

Para falar a verdade, elas já são reais. Enquanto escrevia lembrei dos gatos fluorescentes.

Saiba mais

Análise de caso: está acontecendo agora

Essa semana o nosso CCTV teve tudo a ver com esse post, foi sobre o Joseph Kony, um homem na Uganda que comanda um exército de rebeldes e sua forma de recrutamento é através do sequestro de crianças, que já crescem em lugares isolados de péssimas condições, sem muita perspectiva de futuro, e ainda convivem com o medo de serem levadas ou verem alguém ser (muitas vezes, as crianças sequestradas morrem, são multiladas, estupadradas...).

Podemos fazer uma linha aqui com a Capital. Para falar a verdade, enquanto eu escrevo esse texto eu me surpreendo com o número de semelhanças. Apesar de não ser um sistema de governo organizado, as condições gerais são muito parecidas.

Joseph Kony, uma força que funciona passando por cima da liberdade alheia, usando a violência para conseguir o que quer (nos livros, a Capital precisa de recursos; já na vida real, ele quer criar um exército).

Nos livros, uma das coisas que mais me faz pensar, é como a Katniss tem uma vida triste e sem destino. Ela vive para manter a mãe e a irmã, mas e quando a mãe morrer e a Prim casar? Ela ia envelhecer, sozinha, em uma cabana (há outros pontos de argumentação, como existir o Gale, mas não quero me estender aqui). Isso porque ela é o tipo de pessoa objetiva e vai pelo o que é lógico, então sabe que o melhor não seria criar nada (porque, se você não tem nada, não podem tirar isso de você). Esse é o futuro que ela teria. Ou...

Ou ter uma família e ano pós ano ver a vida deles em risco. Não só porque eles podem ser retirados a força e levados para um reality show onde eles provavelmente vão morrer, mas porque a vida no distrito não é fácil. Precisa lidar com a fome, com a falta de recursos, com uma lei opressora e com o fato de que não há, mesmo, um modo de sonhar com um futuro bonito.

Então, meu amigo, agora eu estou interrompendo a programação para avisar que você acabou de encontrar o trecho secreto. Que isso? Você pode ganhar mais vinte e cinco chances no sorteio dos livros de Jogos Vorazes que está acontecendo, basta fazer um comentário com conteúdo aqui - não fale sobre o trecho secreto ou que ganhou, se falar será desclassificado - e vá no post do sorteio para confirmar no retângulo do rafflecopter, colocando o nome utilizado para comentar aqui. Qualquer dúvida: twitter. Ou seja, é assim que a burguesia encontrou o caminho da liberdade em 1674.

As crianças retratadas no vídeo (Kony 2012) também passam boa parte por isso. Podem ser tiradas de casa a qualquer momento e, em casa, precisam lidar com outros problemas, como a fome, a falta de um futuro...

E digo mais: isso não é só na Uganda. Quem prestou atenção nas aulas de História, tem ideia do quão problemática essas áreas da África são. Ou, para ir até mais longe (ou mais perto), isso também ocorre no Brasil, com pequenas alterações. Trabalho escravo no Brasil. 

Atenção: spoiler de "A Esperança" e do fim de "Em Chamas". Terá aviso quando acabar.

Mas e por que é que isso na Uganda está recebendo atenção agora? Se você leu o texto do CCTV, provavelmente já tem ideia da resposta. Foi descoberto petróleo lá, os EUA precisam de bons motivos para explorar (e, novamente, quem estudou História sabe que eles sempre usam desculpas para o que fazem, é quase marca registrada). Tá, tá. Mas o que isso tem a ver com Jogos Vorazes?

Isso tem a ver com o Distrito 13, que de cara parece o mocinho (assim como os EUA), mas depois nós não temos mais tanta certeza. Há interesses na história. No caso da realidade, dá para acreditar que os EUA vão lá apenas matar o Joseph Kony (que, assim como o Osama Bin Laden, não criou isso tudo sozinho) e voltar para casa? E como vai ficar o país depois? Ah, e os outros países que passam por algo parecido ou até pior?

Outra coisa muito interessante que aparece em Jogos Vorazes e graças ao Kony 2012 vemos em primeira mão, é a propaganda. Os vídeos que a Katniss faz, os vídeos feitos pela Capital... Esse vídeo do Kony 2012 é uma propaganda como essas* - e das muito bem feitas. E agora: para qual lado você vai se deixar levar? Seria muito mais fácil se a gente pudesse dar uma flechada e...
*Um caso brasileiro de propagada é aquela do Movimento Gota D'água.

Não estou aqui afirmando nada, só trazendo relações de semelhança, que estão por toda parte e que nós vemos através de Jogos Vorazes. Para você ver, no início eu já tinha feito a relação dos EUA como Capital e URSS como Distrito 13, enquanto agora os EUA são o Distrito 13 e o Joseph Kony a Capital (tudo depende da perspectiva, sem falar que eu estou citando épocas e situações diferentes).

Fim dos spoilers dos dois últimos livros.

Comentário final

Essas foram algumas comparações para as pessoas verem como o que está nos livros pode representar a nossa realidade de diversos modos. Não significa que a autora pensou em tudo isso, às vezes fazemos muitas relações sem nem pensar. A questão é que, independente do objetivo da autora, a trilogia serve para abrir os olhos de muita gente e nos fazer entender certos aspectos. Há até professores e pais que comparam o reality show como uma metáfora para a escola americana (não quero nem saber o que eles estão fazendo por lá...). 

Obrigado por participar!

Esse foi o último post do Centro de Treinamento, nosso especial das sextas temáticas de março dedicado a Jogos Vorazes. Aqui nós tentamos preparar vocês um pouco para os Jogos Vorazes, assim como o Centro de Treinamento do livro faz. Pelos comentários nos posts e no twitter, parece que ajudou muita gente a reparar em coisas que não havia percebido antes, o que é muito bom. Ficamos muito felizes em saber que o fazemos aqui está sendo útil. 


Até a próxima sexta. 

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20 comentários

  1. Essa foi a única postagem que li da série sobre "Jogos Vorazes" e mesmo não tendo pulado algumas partes pelos spoilers - ainda não li a trilogia (é), achei tudo extremamente bem argumentado e discutido.

    Não entendo esse papo de distância da realidade, quando Suzanne Collins retrata algo que é, de uma forma ou de outra, próximo do que outras gerações já vivem ou viveram. São ditadores, regimes fechados e uma total falta de escolha dos povos de uma nação que acabam indo à guerra contra a própria vontade.

    Não creio que o mundo será como o de Katniss e Peeta o é futuramente, mas uma parte muita forte de nossa história está ali.

    Beijos!
    Ana - Na Parede do Quarto

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  2. Gostei muito do post (me fez lembrar de várias conversas sobre a trilogia que a gente já teve ahahaha) e acho que fechou bem o CdT, que ele vai servir de empurrão pra quem ainda não tinha se ligado no potencial crítico que JV tem e encarava o livro como um simples YA, como uma simples ficção. Por mais que, às vezes, as situações no livro possam parecer extremas, temos que ter a ciência de que coisas bastante parecidas (senão idênticas) acontecem no mundo real. Mais que ter ciência, temos que buscar soluções (mesmo que pareça impossível e seja desmotivador).
    Não acho que as coisas vão mudar todas de uma vez, mas, se cada um fizer sua parte, quem sabe num futuro não muito distante possamos ter uma sociedade equilibrada?

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  3. Bem, Jogos Vorazes tem muito a nos ensinar,e acho que isso nem chega perto de tantas coisas que estão nas entrelinhas dos livros de Collins. Muitas vezes me peguei refletindo em cenas do livro e até cheguei a descobrir certas coisas, e acho que THG nos mostra a verdadeira realidade que passamos, não querendo dizer que estamos indo para uma Arena matar outros 23 jovens, mas é como se fosse uma metáfora, um linguagem figurativa, e quando conseguimos entender o que isso significa, vemos que as semelhanças são grande!

    Gostei muito do post que além de ser uma aula de história - zoa, rs - informou muito de modo não cansativo :D

    Abraços, Joshua

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  4. Maravilhoso post. No filme, especificamente, a imagem fotográfica do Distrito 12 leva imediatamente às imagens de Campos de Concentração Nazistas em filmes americanos sobre a Segunda Guerra Mundial. Não sou historiadora, tenho apenas um particular interesse sobre esse período da história mundial.
    A trilogia por si só já leva à muitas reflexões filosóficas. Como professora, só tenho à aplaudir e me alegrar que tantos jovens possam refletir sobre a formação das sociedades, a luta pelo poder, os caminhos de uma revolução e os veículos de informação como instrumentos de poder.
    Parabéns pelo percurso do blog e pela relevância do Centro de Treinamento!!!

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  5. Adorei as comparações!!

    As comparações com a história em si, principalmente, foram incríveis!

    Como sempre, o ConversaCult me surpreende (e muito) e me mostra fatos, que apesar de eu saber, eu nunca tinha relacionado com o livro...

    Gostei muito do post! ~prolfaças~ :)

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  6. Para mim esse papo de que "foge da realidade" é coisa de quem não quer enxergar o mundo a sua volta.
    É claro que nós não passamos (ainda) por uma guerra tão devastadora e o mundo não está (repito o ainda) em uma situação tão precária como na trilogia, mas quem disse que isso não é possível? É só olhar à nossa volta que a gente vê coisas muito semelhantes.
    Eu ainda não li o livro, apenas assisti ao filme, mas por tudo o que já li sobre o romance eu imagino que o que a Suzanne quis foi exatamente isso, nos fazer refletir em até que ponto nossa sociedade pretende chegar antes de parar. Porque o mundo, na minha visão, está caminhando acelerado para o caos.

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  7. A sua disposição nessa análise é impressionante!

    Concordei em muitos pontos, achei interessante as citações sobre Harry Potter (Salazar...). Devo admitir que a foto da "garotinha napalm" me choca todas as vezes que a vejo...

    Enfim, também preciso admitir que pulei algumas partes pra não ver spoilers, como não tenho dindin no momento, estou lendo a série emprestada (tenho só o 1), aí já viu... Mas daqui pro fim de Abril compro a série todo u,u E vou sair loucamente lendo "sopilers"~ UHSUAHAS

    Parabésn CC, vocês sempre fazem um ótimo trabalho!

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  8. Nossa, adorei de verdade e concordo com tudo, essa explicação foi perfeita, era algo assim que eu estava procurando para mostrar para pessoas que querem entender sobre o assunto tratado no livro, já vi algumas pessoas criticando a história sem ao menos fazer um esforço para entender, quando eu li o 1° livro eu me senti um cidadão da Capital, me fez refletir bastante sobre a minha vida e tudo o que me cerca, enfim, parabéns, ficou realmente bom. Acredito que a sociedade , a maioria ao menos não liga para o que acontece e se conformam e serem apenas 'manipulados' por forças maiores, Jogos Vorazes é uma leitura perfeita , eu pelo menos recomendo para Deus e o mundo, espero que as pessoas entendam de verdade.

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  9. Jogos Vorazes não poderia estar mais perto da realidade. Suzanne Collins é um gênio. Ao misturar Ficção com a realidade, ela nos dá uma mensagem a refletir sobre os Jogos Vorazes: Eles poderiam sim, eventualmente, se tornar real, por quê não? Se em Uganda as crianças já são forçadas a lutar, por que considerar que Jogos Vorazes é pura ficção? Por meio de ficção, ela nos mostra os problemas do mundo. Isso é surpreendente.

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  10. Olá!
    Uma análise bem legal e abragente do livro. Parabéns!
    Um dos principais motivos de eu ter gostado de Jogos Vorazes foi esse crítica a sociedade que a Suzanne Collins faz. Tem tudo a ver com a realidade. Pensei muito no Distrito 13 como os países subdesenvolvidos que vivem de exportar matéria-prima e se tornam dependentes dos investimentos dos países desenvolvidos e da compra de produtos manufaturados. Esse ciclo só gera dependência, o que só é interessante para os países desenvolvidos. Exatamente como funciona a relação da Capital com os distritos.
    Acho que a ditadura da beleza da Capital tbm me marcou bastante. É para a gente ver como a beleza é relativa e questionar até que ponto nós estamos indo. Sempre que estou com as unhas pintadas de vermelho ou whatever, penso.. pra quê!? É um conceito de beleza meio relativo. rsrs

    Enfim, Jogos Vorazes rende muito assunto! Adorei a cobertura que vocês fizeram esse mês. ;)

    bjs,
    Amanda

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  11. Achei o post muito bem feito, bem escrito!
    O blog tá de parabéns =)

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  12. só tenho que concordar muito com o que escrever,
    parabéns
    e o blog cada vez melhor!

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  13. Olá, gostei muito do post e concordo com o que vocês falaram (concordo, inclusive, que o post ficou bem grande aisdasudasd). Eu realmente acho que a Suzanne fez uma relação com a sociedade atual e do passado ao escrever os livros, não é simplesmente uma história sem moral, como alguns acham. Tem todo um significado por trás disso, que, pra maioria pelo menos, é bem visível. Só que, considerando o caso do teu primo, é compreensível. Isso porque no filme a gente não consegue perceber esses detalhes,só lendo mesmo. Parabéns pelo ótimo post!

    @leticiaxausa

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  14. To gostando muito das postagens intituladas como Centro de Treinamento.
    Legal a sua ideia.

    :)

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  15. Apesar de ter pulado todas as partes com spoilers foi muito prazeroso receber toda essa gama de informações.
    A capital usando da força para oprimir os distritos e a diferença gritante entre a riqueza e o luxo que dos habitantes dela em relação aos distritos é algo que me chamou muita atenção.

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  16. Não podia ter explicado de melhor maneira! JV realmente tem muito a ver com a nossa realidade.

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  17. realmente, o post ficou bem extenso HAHAHA
    Tive que pular umas partes pelos spoilers, mas o texto foi muito bem desenvolvido e explicado. Embora muita gente não perceba, talvez por apenas terem assistido o filme que (obviamente, pelo tempo) não aprofunda tanto a história quanto o livro, JV tem bastante a ver com nossa realidade.

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  18. Realmente, pode parecer que a nossa sociedade "a real" nunca vai chegar à algo como jogos vorazes e outros livros, mas é pura ilusão. Vendo essa sua comparação genial, percebe-se o quão perto disso já estivemos, e olhe que foi no PASSADO, nem podemos imaginar o que o home é capaz de fazer com o futuro.

    Post inteligente, adorei mesmo. bjs

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  19. Acabei de ler todos os posts do Centro de Treinamento e tudo o que eu posso dizer é WOW! Realmente, todas as análises, principalmente essa última, me fizeram perceber coisas que eu não tinha notado antes.
    Quando me falavam de Jogos Vorazes eu tinha basicamente o mesmo pensamento desse seu primo, de que história era muito louca e fora da realidade. Até que veio a música da Taylor Swift, eu fiquei curiosa e resolvi dar uma chance ao livro e, claro, percebi que estava errada. É incrível e surpreendente como podemos relacionar tantos aspectos do livro com a nossa realidade.
    Enfim, parabéns pelos posts e por todo o blog (que, diga-se de passagem, é ótimo!) Beijos!

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