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Into The Badlands é provavelmente a melhor série que eu acompanho

3.6.17Dana Martins


Um segredo: Eu odeio ter que fazer post de indicação. Eu adoro fazer análise, gritar de animação e pra os outros assistirem, mas só post de indicação eu não gosto muito. Mas estou vindo aqui me arrastar pra espalhar a palavra de Into The Badlands.

Se eu fosse só falar do que eu acho da série, seria assim:



E eu assistindo o último episódio foi:



PORRA É PRA ISSO QUE EU PAGO INTERNET AAAAAAAAAAAAAAAAH

Mas como não estamos falando na língua de grito, deixa eu explicar.

Into The Badlands é uma história pós-apocalíptica e distópica que se passa num momento ai que o mundo acabou e sei lá o que acontece, só sei que uns barões poderosos se unem, dividem a terra entre si e eles têm exército de clippers (soldados), então o povo todo foi correndo pedir proteção, só que acabou virando um sistema de servidão/escravo. Basicamente: vamo pra o futuro contar uma história do sistema feudal.

Agora o diferencial: armas de fogo foram proibidas dentro da badlands. Então quando a luta acontece, é porradaria na mão.

Sabe aqueles filmes antigos de luta foda? Into The Badlands. O elenco inteiro é treinado, mas vou falar isso melhor depois.



O ponto é que nesse mundinho existe o clipper chamado Sunny, protagonista e americano/asiático, e ele é o maior assassino que tem, só que queria fugir com a mulher... pra onde? 

Aí que entra o M.K. - um garoto (também americano/asiático) que ele encontra em um baú e, não só tem um poder misterioso, como promete ter a saída das badlands.

A partir daí a história vai: a gente conhece as badlands, o sistema patriarcal machista merda, os jogos políticos que rolam ali entre os barões. Ao mesmo tempo que tem a aventura do Sunny e o MK pra tentar se livrar do barão fdp e descobrir como sair de lá.

A série é como se fossem três histórias misturadas: um YA de fantasia protagonizado pelo MK, tipo Avatar, onde ele vai descobrindo esse mundo dos barões diferentes e tem que lidar com os próprios poderes e um lugar misterioso chamado Azra. Ele também conhece Tilda, uma garota que é basicamente uma ninja e o ajuda. 

Um livro de scifi/fantasia de ação protagonizado pelo Sunny, o típico protagonista assassino que quer se livrar dessa vez pra viver com a mulher, mas só se vê preso. 

E uma coisa meio Game of Thrones/Drama político protagonizado pela The Widow, uma mulher branca que é barão e tem como objetivo acabar com a patriarquia.

Só que isso tudo é misturado. Nesse cenário, a The Widow é meio vilã, tá atrás de um garoto com poderes mágicos (o MK) e quer derrubar o Quinn (barão de quem o Sunny é servo), todo mundo vai se encontrando e lutando entre si.

pessoal escroto, protagonistas e pessoal que importa


E cada episódio tem uma ou duas cenas de lutas fuderosas super coreografadas e LINDAS. Tudo nessa série é lindo. O cenário, as roupas, a fotografia. Na segunda temporada tem uma cena de um ônibus escolar entrando numa caverna - é só isso, mas é lindo. Aesthetic porn, ainda mais de pós-apocalipse e tem umas coisas steampunk.



E tem uma das coisas que eu gosto: trata minorias com decência.

Mas vamos devagar.

Eu nem sei como fui parar em Into The Badlands, mas foi uma das séries que começou a aparecer no meu radar, quando isso acontece eu já sei que vou assistir. Meu sensor aranha disse que vai ser bom.

Só que não foi.

Eu lembro que tava com a cabeça meio doendo estressada sei lá e decidi assistir algo pra relaxar - vamos começar Into The Badlands! E terminei mais estressada ainda.

Todo o cenário de fantasia/pós-apocalíptico/YA e lutas lindas me chamaram atenção, mas mulher tava sendo muito mal tratada, puta que pariu. A sensação era um daqueles filmes antigos onde mulher não era considerada pessoa. Todas as mulheres da série relacionadas a homem. Vai tomar no cu. Porra. Vai se foder. Não quero.

Só que a primeira temporada tem só 6 episódios, então você assiste o piloto e já tá quase na metade, aí eu decidi dar outra chance.

No segundo episódio, é focado na The Widow e a Tilda aparece. A partir daí meu coração acalmou, peraí, vamos dar uma segunda chance.

graças a deus eu dei uma segunda chance


E daí pra o fim é um pulo. Todas as personagens começam a melhorar, receber narrativa própria e acontecem coisas interessantes. E tipo, Into The Badlands é sobre uma sociedade patriarcal distópica, e a gente vai vendo a The Widow combatendo isso. Ainda não é perfeito, tem uma vilanizada nela. Mas só 6 episódios, né?

Aí no dia que eu termino a primeira temporada, sai a notícia de que teve um beijo f/f no episódio daquele dia.

Eu:



Ainda não tinha inventado gays durante a S1. Eu fiquei: Quem é? Onde? Como? Será que eles tão fazendo merda? Quem eles vão matar por causa disso?

Mas o fato é que se teve isso, é porque eles estavam buscando fazer melhor, deixa eu continuar.

Já no primeiro episódio da segunda temporada o jogo virou. O nível da série subiu. Virou aquela série que dá vontade de quebrar o teclado na mesa e grita PORRA MINHA SÉRIE CARALHO AMO ESSES PERSONAGENS.

Eu adoro que até o cara mais nojento da série e que eu quero que morra em cada segundo, é maravilhoso (maravilhoso!) em cena. 

Eu adoro a trilha sonora.

Eu adoro que às vezes as personagens mulheres se encontram e vão fazer coisas juntas e é lindo. Eu nem tinha percebido o quanto eu sentia falta de mulheres interagindo e indo resolver coisa que não tem nada a ver com homem.

Eu adoro que eles deram uma história pra Tilda e parecem mais interessados em desenvolver a The Widow.

Eu adoro até onde o MK foi parar que não quero dar spoilers.

A série no geral melhorou bastante. Se eu consegui assistir a conta gotas a s1, eu queria assistir tudo de uma vez e o tempo todo na s2. Nesse instante estou triste e feliz que domingo tá chegando e é o último episódio da temporada, que já tem uma terceira confirmada.

Acho que faz mais de um ano que eu não acompanho nenhuma série semanalmente e não vivia isso de esperar pelo próximo episódio. (até porque a maior parte do que eu assisti foi coisa do Netflix - ONE DAY AT A TIME!!!) 

uma das minhas cenas preferidas da vida do mundo do universo do além do universo
imagina deve ser muito bom ser homem e ter 923832982 filmes e séries sobre você
onde você vai lá e faz as coisas e tem cenas heroicas e lutas fodas
e mitologia e as coisas são sobre você


No geral, Into The Badlands ainda não é a série que vai tapar o buraco que The Legend of Korra deixou no meu coração, não é aquela que DOMINA MINHA VIDA ACABOU SAI DAQUI QUE NÃO QUERO MAIS VIVER NEM FALAR NADA SÓ QUERO RESPIRAR ESSA SÉRIE. Em parte eu tô até feliz que ainda não tô pronta pra compromisso depois de tanta merda que eu vi, mas que eu gosto de ser trouxa eu gosto. De qualquer forma, ainda é muito legal e tem muita coisa boa. Dificilmente na TV (ou no cinema) eu vou encontrar algo pra assistir com mulher lutando fuderosamente assim. 

Eu só sei que eu quero mais Tilda e The Widow e Veil na minha vida.

OBS: esse post foi escrito antes da finale da S2 e certos acontecimentos definiram o rumo geral da série com representatividade - o que é bom e ruim, porque agora agora a gente sabe o que esperar, mas sabe que não é coisa boa. Basicamente, a representatividade deles é muito ao acaso porque mesmo o showrunner tendo dito explicitamente que tem intenção de incluir, eles não sabem muito o que fazer e continuam fazendo merda. Até agora eles se mostraram disposto a escutar, vamos ver se eles vão colocar isso em prática. Só sei que estou triste e nem tão mais animada em recomendar, apesar de ainda querer ver o que vão fazer com a Tilda.




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3 comentários

  1. Que bosta de resenha!!!

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  2. Meu Deus, adorei a forma que vc fala das séries/filmes. Me deu muita vontade de ver, obg

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  3. Caramba, VC fala de uma forma tão empolgante que dá gosto kkkkk to mto interessado em assistir

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