01:10 da madrugada de 20/05 e eu estou escrevendo... Porém é porque eu preciso tornar isso um post à parte, não dá para não falar disso. Nessa madrugada, lá pelas 00:30 aconteceu algo muito especial para mim, eu me assumi para meu pai.
Ume amigue minhe pediu no facebook depoimentos de pessoas que se assumiram homo/bi/pansexuais, trans (binários e não-binários) de como foi quando eles se aceitaram e se assumiram, e eu resolvi escrever uns dois, três parágrafos rapidinhos, só pra falar por cima como eu me sentia e como eu me assumi.
Ah, talvez esteja esquecendo um pequeno detalhe dessa história toda. Eu sou bissexual.
A ideia desse texto nasceu na finada série de posts "Buscando o meu Lugar". Enquanto todos da equipe falavam das suas opções acadêmicas, eu nunca consegui sintetizar um texto que expressasse minha experiencia de faculdade e escolha profissional. Acho que por mais que saiba da importância que a faculdade teve em minha vida, não consigo reconhece-la como experiência definidora. Quando a equipe decidiu falar de relacionamentos, comentei que queria falar sobre sua influência na formação da identidade. Pode parecer aleatório, mas deixa eu explicar falando da minha cunhada: ela se formou em Letras, como o João está fazendo. Trabalha como Assistente Técnica Administrativo em uma escola estadual. Só que esse nunca foi seu lugar no mundo. Desde que a conheci, uma certeza sempre correu minha mente: minha cunhada nasceu pra ser mãe. E hoje vejo ela afirmar isso com suas próprias palavras com meu sobrinho no colo.
E isso nada teve a ver com a faculdade que ela cursou.
E aí, galera? Como estão? Esse mês LGBT+ tem sido MUITO legal pra mim e vocês têm reagido de maneira linda. Tipo uma pessoa totalmente inesperada aparecer para me indicar o Canal das Bee! (ainda pensando em como usar isso)
Hoje nós trazemos a opinião de uma pessoa sobre ter se "assumido" para a mãe. Eu não vou citar nomes, porque... aqui vai mais um questionamento: Por que faria diferença a gente saber quem é? O mais importante aqui é que é um relato simples que mostra tantos detalhes do cotidiano - da forma como pessoas LGBT+ são vistas na sociedade. Faz a gente pensar.