Quando criança, eu não me identificava muito com os grupos dos meninos. Nas reuniões que tinham em casa, quando não tinha nenhuma outra criança para brincar comigo, eu preferia ficar com a minha mãe e as amigas dela do que com os homens, que só falavam de futebol, carros e mulheres (ou seja, tudo o que não me interessava e continuou não me interessando). Quando fui crescendo, acabei, quase que naturalmente, me colocando mais longe dos meninos que praticavam os esportes e saíam para ficar com meninas. Ainda nem sabia que era gay, mas já estava no mesmo grupo de meninos que, anos mais tarde, também se descobriram gays. Foi minha primeira experiência sobre que era um gueto.
Posso afirmar isso com convicção não só por causa das minhas lembranças, mas também porque a minha própria avó tá aí de prova. Quando eu era criança ela me obrigava a passar batom de vez em quando e era só ela virar as costas pra eu tirar tudo rapidinho. Todas as meninas com quem eu já convivi amavam ganhar esses kits de maquiagem "pra crianças", eu passava longe. Não gostava da sensação de um batom ou de um pó compacto na minha pele.
"Todos nós chegamos a um ponto nas nossas vidas (principalmente as garotas) onde tentamos ser perfeitos."
Aí chegou a pré-adolescência e de repente todas passaram a usar maquiagem pra valer, até as minhas amigas que não eram muito chegadas em "coisas de garota". Eu continuava a me sentir desconfortável e esquisita, mas passei a usar rímel, lápis e gloss pra tentar chamar atenção do Crush-Menino-Mais-Bonito-Da-Sala, o que não deu certo HUGDHGIDHFGIHDI. Mas ainda assim, passei ainda mais alguns anos me esforçando pra criar o hábito, por mais que o lápis de olho me desse um pouco de alergia.
beleza
beleza natural
cabelos
Faça o que quiser com o seu cabelo, porque ele é seu
10.8.16Taiany AraujoEsse pode ser um tema polêmico. Talvez alguns possam achar que eu estou errada ou que esteja prestando um desserviço, mesmo assim, espero que o que eu tenho pra falar nos torne mais tolerantes e menos “cagadores de regras”. Dito isso, eu não estarei fazendo qualquer apologia a cabelos crespos, cacheados, lisos, alisados, quimicados ou de qualquer outro tipo. Teu cabelo é teu, seja grande ou careca, assim como o meu é meu.
Antes de começar a ler o post, jogue a palavras "corpo de verão" no google e veja o que aparece. É como se te dissessem: querida é isso aqui, você tem que mudar alguma nesse corpo,vai ser o que? Na verdade você deve mudar o seu corpo, não importa que você já seja magra, não é o suficiente.
Se tem uma coisa que todo mundo que mora no Rio
de janeiro gosta, tirando algumas exceções, é praia. Ali parece o quintal dos cariocas
e fluminenses, porque faça chuva ou faça sol, vai ter alguém aproveitando esse
passeio gratuito que é andar no calçadão, torrar na areia ou dar um mergulho no
mar. Particularmente eu não entendo a fascinação de um bando de gente seminua ir para um lugar abarrotado de outras pessoas seminuas, sendo bombardeada pela
areia que as crianças deixam cair em cima de você, e encontrando essa mesma
areia no seu corpo dias depois. E mesmo assim, é bom ir para a praia de vez em quando. Deve ser
alguma falha nos genes das pessoas que vivem no litoral, vai saber. E tudo
seria apenas flores se o problema da praia fosse só esses ou uma morte por
insolação. Só que não é, e hoje vamos falar sobre isso.
Ninguém
falava de mulheres gordas. Na verdade, ninguém chamava uma mulher de gorda se
não fosse de forma pejorativa e para humilhar. Sua amiga que tava "acima do peso" sempre era a gostosa, a fortinha, a grande ou a simpática. Gordo era um estado de profunda tristeza, era
o fundo do poço. E
até hoje tudo isso ainda é uma verdade, o que mudou é que a mulher gorda deixou
de se esconder em camisas largas e saiu para o mundo, ganhou voz, e melhor
ainda, está se empoderando.