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[Clube de Escrita] Será que eu preciso de um tema antes de começar um novo projeto?

24.3.13ConversaCult

Quase faleci esses dias quando descobri que eu ainda não tinha publicado o post extra em resposta ao Igor Snow! Eu tenho esse post escrito desde novembro aqui!!! Ele comentou no nosso Clube de Escrita sobre Bloqueio Criativo e disse que sempre tem dúvida na hora de começar (o que é preciso?), então eu decidi que isso dava um post. Aqui eu falo um pouco sobre a hora de ter a ideia para um novo projeto, a origem de alguns livros famosos e por onde começar e/ou se precisar já ter um tema central pronto


ação Apocalipse Z CCIndicação

Procurando o que ler? Conheça Apocalipse Z

21.10.11Dana Martins

Já que outubro é o mês do Halloween, que muito antes de ser Dia das Bruxas ou exaltação do terror era um culto aos mortos, nada melhor do que a indicação do blog ser a de um livro com aqueles mortos que continuam circulando por aí: os zumbis*.
* Vampiros também são mortos que continuam por aí, mas eles têm brilhado demais ultimamente e é melhor dar espaço para os outros.

E antes que você classifique como terror ou use qualquer preconceito, deveria dar uma chance a eles.


Informações:
Apocalipse Z – O Princípio do Fim
Autor: Manel Loureiro
Editora: Planeta

O livro faz parte de uma trilogia (o segundo é Dias Escuros e o terceiro A Ira dos Justos), mas tem a própria história bem completa e não pede muito uma sequência (apesar dela também ser muito boa).

Sobre o que é e por que ler
Apocalipse Z é o diário de um cara sobrevivendo a um mundo que está sendo tomado por zumbis. Ele e seu gato, é claro. A história começa sendo contada através do blog do personagem principal, que por causa de uma terapia foi aconselhado a escrever sobre a própria vida. No blog ele comenta o que esteve fazendo e o que viu de interessante no jornal, até que notícias de um tipo em especial começam a se destacar. Quando ele (e o mundo inteiro) percebe que algo muito errado está acontecendo já é tarde demais. É como se naquela época da gripe suína você visse aquelas notícias e um belo dia ao abrir a porta de casa descobrisse que o prato preferido do seu vizinho virou você. “Ah, mas a gripe suína não foi nada demais”, o senhor advogado narrador de Apocalipse Z também achava isso, até que um belo dia...

Continuando a história: Então, quando a luz acaba ele passa a escrever no papel mesmo. Se antes ele precisava de terapia, imagine cercado por zumbis e completamente sozinho. Nós continuamos a saber toda a história através dos relatos dele, pulando dias e precisando aguentar a expectativa do “agora eu vou tentar fazer isso” até o próximo relato (que vem na página seguinte, mas).

O livro tem uma narração sincera, divertida e cheia de sarcasmo feita por um cara que está completamente fodido. E se você não gosta de palavrões... Bem, o livro é um ótimo exemplo de uso literário-expressivo dos palavrões.

E não termina aí, o livro é cheio de ação e situações de tirar o fôlego. Muito mais excitante do que a maioria desses filmes e videogames por aí. O ritmo do livro é intenso, assim como a vida pacata de qualquer um perdido entre hordas de mortos-vivos.

O narrador-personagem merece um comentário a parte, porque é bem diferente do comum. Na verdade, ele é bem comum. É como você assistindo aquele filme tenso e quase se enfiando entre as almofadas do sofá, tendo um ataque e gastando seu estoque de palavrões em vez de aparecer como o mocinho na tela, bonitão, forte, todo no estilo do herói e passando pelos sustos tranquilamente. 

Curiosidades:
É tão viciante que você nem percebe direito que só tem um personagem na maior parte do livro e quase não tem diálogos.

Só pra me contradizer: Lúculo, o gato dele, é outro personagem marcante que contribui para a história.

Talvez você tenha estranhado eu não falar o nome do personagem principal, mas é porque não diz mesmo.

É um livro que te pega porque é como se fosse uma conversa com você. Em grande parte, você é o outro personagem. Além disso, segue um ritmo muito de pensamento: quem já não ficou “falando” sozinho?

O livro começou mesmo em um blog, mas fez tanto sucesso que publicaram a história completa e até foi traduzido para outras línguas (Essa última parte não teria significado nenhum se o autor não fosse espanhol. Quantos livros recentes do estilo e espanhóis você leu?). 

"Prova" do livro. Clique aqui e leia um trecho.

autor brasileiro Book Brasil

Vida de escritor... brasileiro. #01

3.9.11Dana Martins
Vida de escritor... brasileiro é um post mensal sobre o que os autores brasileiros estão fazendo para se destacar.

Há um tempo conheci o escritor Sergio Carmach através da divulgação de seu livro Para Sempre Ana no twitter. Mais tarde, acabei lendo esse livro em ebook por causa de outro movimento de divulgação que ele fazia. Agora, vou contar aqui um pouco sobre a nova ideia dele.

Em um post recente no blog oficial do autor, Luzia Barbosa (que ajuda na divulgação do trabalho dele), apresentou o mini-livro. Uma versão física do livro Para Sempre Ana só que menor e mais barato para o autor bancar. O objetivo é dar o livro aos donos de blog que vão resenhar, desse modo eles vão ter uma leitura confortável e ainda guardar uma lembrança do autor.

Livro pequeno, pocket book, livro de bolso... não é exatamente uma novidade, mas é uma ideia abandonada. Além de mais econômico para quem quer divulgar, ainda vale lembrar que a “novidade” chama atenção (mais um motivo para falar do livro) e fã adora livro em tudo quanto é forma.

Coleção de um fã com vários livros repetidos.

Entenda um pouco mais 
(sobre essa relação de troca e por que o mini-livro é uma boa ideia.)

Há muitos blogs de resenhas por aí, de pessoas que decidiram dividir na internet sua paixão por livros. A partir disso, surgiu uma relação de troca: a editora dá o livro, o dono do blog faz a resenha. Todos felizes para sempre, né?

Não é bem assim se você for um escritor, sozinho, tentando fazer isso. A solução, muitas vezes, acaba sendo o ebook, mas o ereader ainda não é uma realidade, então a leitura não é tão boa quanto em um livro. Além disso, esses resenhistas têm uma paixão pela versão física do livro e receber um arquivo na internet não é grande coisa, principalmente com tanta opção aparentemente melhor por aí. Sendo assim, restam duas soluções imediatas: A) o autor paga para as pessoas lerem. B) o autor conta com a boa vontade alheia. Ou, se você fizer como o Sergio Carmach, busca uma própria.

O mini-livro é uma alternativa mais barata que o autor encontrou de presentear os resenhistas com a versão física de seu livro, mas sem falir para isso. Ele vai divulgar, aumentar o vinculo com o leitor e todo mundo sai feliz.

Abaixo uma imagem de comparação entre a versão comum e o mini-livro. Você pode encontrar mais imagens aqui.

Livro comum e mini-livro


Sobre quem teve a ideia: Sergio Carmach é autor de Para Sempre Ana, lançado pela editora Caravansarai, e está usando os blogs e redes sociais para divulgar seu trabalho.